Ônibus sem poluentes
O hidrogênio é considerado o combustível mais promissor quando se estudam alternativas ao petróleo para uso em transportes. A célula a combustível é um dispositivo que utiliza o hidrogênio para gerar eletricidade. A eletricidade alimenta os motores elétricos do veículo, emitindo apenas água como subproduto - não há poluentes.
O primeiro ônibus movido a célula de combustível a hidrogênio tem 12 metros de comprimento, capacidade para até 63 passageiros (1 motorista / 29 sentados / 32 em pé / 1 cadeirante), ar-condicionado e piso baixo para maior conforto e segurança dos passageiros.
Sistema igual ao da Fórmula 1
A tração elétrica do ônibus é alimentada de forma híbrida, usando tanto a energia de baterias recarregáveis quanto a eletricidade provinda das células a combustível.
Ele possui ainda um sistema regenerativo para recuperação de energia cinética durante as frenagens (KERS), o mesmo sistema utilizado nos carros de Fórmula 1.
A potência total do sistema é de 230 kW e o consumo de hidrogênio deverá ficar em cerca de 15 quilogramas para cada 100 quilômetros rodados. A autonomia do ônibus a hidrogênio é de 300 km.
O combustível para o ônibus - o hidrogênio - será produzido em São Bernardo do Campo, por meio de uma parceria com a Petrobras. O hidrogênio é produzido por eletrolisadores da água, que têm a função de separar as moléculas de oxigênio e hidrogênio, aproveitando este último como combustível.
Vilão
Embora os projetos de veículos movidos a hidrogênio tenham sido alvo de grande interesse no período recente, quando o petróleo superou a barreira dos US$100,00 por vários meses, a queda atual do preço do barril torna economicamente inviáveis todas as alternativas disponíveis para sua substituição em veículos.
Ainda assim, o uso do hidrogênio como combustível é uma alternativa interessante do ponto de vista ambiental e as pesquisas devem continuar para que se possa baratear a tecnologia e chegar a opções mais interessantes também do ponto de vista econômico.
Hidrogênio de fontes sujas
Outro grande problema dos veículos a hidrogênio é a produção do hidrogênio. A eletrólise da água é um processo intensivo em energia, tornando o combustível caro demais e deixando negativo o balanço geral de consumo de energia dessa alternativa de combustível.
Além disso, a maioria do hidrogênio produzido industrialmente hoje no mundo é fabricado a partir do gás natural, um combustível fóssil como o petróleo.
Uma das alternativas mais promissoras para resolver esse impasse é a chamada "fotossíntese artificial", por meio da qual os cientistas estão tentando produzir hidrogênio com a utilização da luz solar (veja Célula fotoeletroquímica faz fotossíntese artificial e gera hidrogênio e Hidrogênio produzido por fotossíntese artificial já não depende de metal nobre).
Ônibus nacional movido a hidrogênio
O primeiro ônibus nacional movido a hidrogênio vai trafegar no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus - Jabaquara), um ponto ideal para este tipo de experimento devido à alta concentração de emissões.
Além disso, na via exclusiva o veículo pode desenvolver velocidade média superior a 25 km/h, o que favorece atingir rapidamente a quilometragem que permite avaliar seu desempenho de forma mais aproximada. Este trabalho será feito ao longo de 2009 e 2010.
Tecnologia nacional
O projeto de construções de ônibus a hidrogênio no Brasil é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e conta com a parceria da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, de São Paulo), a GEF (Global Environment Facility) e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos).
Este é o primeiro de quatro ônibus a hidrogênio previstos no projeto.
O Brasil é o quarto país no mundo a deter a tecnologia de fabricação de ônibus de transporte de passageiros movido a hidrogênio (os outros são os EUA, Alemanha e China).
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