terça-feira, 31 de agosto de 2010

É Notícia: Kennedy Alencar entrevista Paulo Coelho - Parte 2

Neste segundo programa, Paulo Coelho fala da experiência com as drogas, de internações em hospícios e da parceria com Raul Seixas. Conversa sobre as três prisões na ditadura militar. Critica o fundamentalismo religioso. Diz que "Jesus era um grande bon vivant". Elogia os principais candidatos a presidente, mas não abre o voto. Veja a segunda parte de mais de duas horas de conversa com o escritor brasileiro que já vendeu 135 milhões de livros no mundo inteiro.







Fonte: Rede TV!

Cientistas criam folhas magnéticas

Cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, construíram uma folha magnética composta inteiramente por um complexo composto de ferro.

A folha de carbeto de ferro (Fe3C) não é apenas magnética, mas também condutora de eletricidade, o que torna o material adequado para uma série de aplicações, incluindo a eletrólise da água para a produção de hidrogênio.

Carbetos

O formato de folha da estrutura está mais ligado à criatividade dos cientistas para sintetizar o material do que à sua funcionalidade propriamente dita. O fato de ser formada por um carbeto é de longe o aspecto mais importante da pesquisa.

A maioria dos fenômenos naturais envolve a formação de óxidos, carbonatos ou fosfatos.

Mas os carbetos são materiais de grande interesse tecnológico, graças à sua grande dureza e elevada capacidade de magnetização. Eles suportam bem o estresse mecânico e as altas temperaturas, o que os torna interessantes para aplicações catalíticas e eletroquímicas.

Mas, se a natureza não fabrica carbetos com muita frequência, é sinal de que esse não é um processo fácil ou simples. E não é mesmo. Suas características físico-químicas nascem de uma estrutura cristalina cujo crescimento é muito difícil de controlar. Com isto, o material produzido nem sempre sai com todo o potencial que a teoria lhe atribui.

Molde biológico

Mas Zoe Schnepp e seus colegas foram buscar justamente na natureza uma fonte de inspiração para produzir os carbetos - eles usaram uma folha como um molde biológico para sintetizar o material.

A folha foi inicialmente mergulhada em uma solução de acetato de ferro. Depois de seca a 40° C em ar ambiente, ela foi aquecida em uma atmosfera de nitrogênio a 700° C.

Nesse processo, o esqueleto da folha, basicamente lignina e celulose, se decompôs em uma matriz rica em carbono, enquanto o acetato de ferro se decompôs em óxido de ferro.

A redução do óxido de ferro pelo esqueleto de carbono da folha produziu carbeto de ferro poroso com o mesmo formato da folha.

Esta é a primeira técnica capaz de produzir carbetos em um único passo. Além disso, os tipos de aplicações nas quais eles são mais interessantes exigem formatos precisos e complexos, um desafio magistralmente resolvido pelo molde biológico - se é possível produzir o material no complexo formato de uma folha, é possível imaginar virtualmente qualquer outro formato.

Controle biorracional de pragas elimina uso de agrotóxicos

A aplicação de inseticidas pode resolver a incidência de doenças em uma determinada lavoura, mas traz uma série de efeitos colaterais indesejáveis.

Eliminar o inseto transmissor pode afetar a reprodução de outras espécies vegetais que dependem daquele animal para a polinização.

Além disso, resquícios dos químicos empregados aderem à planta e podem contaminar a alimentação humana, bem como rios e outros corpos d'água.

A preocupação com essas questões fez surgir o conceito de controle biorracional de pragas, uma maneira de controlar insetos e doenças com o uso de produtos naturais e seus derivados, procurando minimizar os impactos ambientais.

Uso de substâncias naturais

No Brasil, oito unidades de pesquisa de cinco estados se uniram para formar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Controle Biorracional de Insetos Pragas, com a proposta de desenvolver soluções de diversos problemas que atingem as plantações brasileiras.

Uma das vantagens de utilizar compostos naturais no controle de pragas é retirar substâncias tóxicas dos processos ecológicos.

"A probabilidade de uma substância natural apresentar toxicidade a um inseto é pequena. Ela pode inibir o desenvolvimento de um determinado inseto, por exemplo, e isso poupa de produtos tóxicos o animal e o próprio ser humano, que consumirá alimentos vindos daquela planta", disse a coordenadora do INCT, Maria de Fátima das Graças Fernandes da Silva, professora do Departamento de Química da UFSCar.

Por serem mais familiares ao organismo, as substâncias naturais são metabolizadas mais facilmente, enquanto os produtos sintéticos podem acabar se acumulando. Isso ocorre porque os produtos de origem natural fazem parte de um processo de coevolução entre a planta e o inseto. No caso da aplicação de um inseticida sintético, essa interação é nula.

Controle dos insetos

As fontes de substâncias naturais não são somente as plantas, mas também fungos e bactérias, e o trabalho de pesquisa também envolve os mecanismos de interação entre insetos e plantas. "É preciso entender por que o inseto vai até a planta, por que ele carrega a bactéria e por que essa bactéria se desenvolve bem no vegetal, provocando doença", disse Maria de Fátima.

Uma abordagem como essa foi feita para entender a propagação da Xylella fastidiosa, bactéria causadora da clorose variegada de citros, popularmente conhecida como praga do amarelinho, e cujo vetor são pequenas cigarras da família Cicadellidae.

"Ao entender a interação química entre bactéria e planta podemos desenvolver um metabólito que iniba a proliferação do patógeno no vegetal ou ainda buscar uma substância que controle a proliferação do inseto vetor", explicou Maria de Fátima.

O controle dos insetos é ambientalmente mais interessante do que a sua eliminação completa, de acordo com a pesquisadora, pois o animal pode ser o vetor de uma doença para uma determinada planta e ao mesmo tempo o polinizador de outra. Portanto, eliminá-lo resultaria em perdas ambientais maiores na região em que o inseto desaparecesse.

Formigas famintas

Outro braço dessa pesquisa investiga a formiga-cortadeira (Atta sexdens rubropilosa), considerada praga de vários tipos de plantas. Para abordar o problema, a equipe da Unesp de Rio Claro estuda o comportamento social desses insetos e o grupo da UFSCar analisa os processos químicos envolvidos.

Uma das abordagens envolve um ataque indireto. Em vez de atingir as próprias formigas, uma substância desenvolvida no projeto elimina os fungos das quais elas se alimentam.

As formigas cortam as folhas das plantas e as levam para um compartimento do formigueiro. Nele, as folhas alimentam uma colônia de fungos que, por sua vez, alimenta toda a comunidade de insetos.

O produto desenvolvido na pesquisa pode ser aplicado sobre a planta ou sobre o solo e é absorvido pelo vegetal e se mistura à seiva, espalhando-se por toda a sua estrutura. O produto que fica nas folhas é recolhido pela formiga e, uma vez no formigueiro, inibe a proliferação do fungo.

Sem alimento suficiente, a colônia de insetos abandona a área deixando aquela plantação. "Eliminar completamente a formiga não seria interessante, pois elas realizam funções importantes como a aeração do solo", explicou Maria de Fátima.

A pesquisadora conta que foram desenvolvidos no âmbito do INCT dois produtos para combater a Xylella e um para o controle da formiga-cortadeira, que já despertaram o interesse de duas empresas. Os produtos deverão ser patenteados e comercializados.

Algumas dessas sustâncias são envolvidas em cápsulas de escala nanométrica. Esse encapsulamento imprime uma estabilidade muito maior ao princípio ativo, que dura mais e tem sua eficácia aumentada. Isso permite que ele seja aplicado em uma quantidade menor, gerando economia ao produtor agrícola.

Controle biorracional

O INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas também está colaborando com a eliminação de uma doença que atinge o mogno africano (Khaya ivorensis). Essa espécie fornecedora de madeira foi importada com o intuito de substituir o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), alvo da lagarta da mariposa Hypsipyla grandela.

Entretanto, embora resistente à mariposa, o mogno africano começou a ser alvo de um fungo que atinge o seu tronco e o deforma, inutilizando a parte comercialmente mais valiosa da planta. O trabalho conjunto com a Ceplac do Pará objetiva encontrar uma solução para o problema.

A pesquisa foca ainda em diversos tipos de lagartas que atacam lavouras. Estão em testes substâncias naturais que inibem o desenvolvimento de suas larvas ou que produzam animais incapazes de atingir uma plantação.

Embora ambientalmente mais saudável, o controle biorracional de pragas enfrenta um grande obstáculo para sua aplicação: a resistência dos produtores rurais.

"Esse é o maior obstáculo, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Muitos produtores consideram mais fácil a aplicação de venenos e a eliminação completa do inseto causador do problema, ainda que ele seja importante para outras plantas e culturas", lamentou Maria de Fátima.

Processo genético chave é visto em resolução atômica

Cientistas criaram a primeira imagem tridimensional de processos genéticos que acontecem dentro de cada célula do corpo humano.

Usando uma técnica de visualização 3-D, chamado cristalografia de raios X, Song Tan e seus colegas da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, construíram a primeira imagem já feita de uma proteína interagindo com o nucleossoma - o DNA firmemente empacotado, enrolado em torno de um núcleo de proteína.

Além da importância em termos de ciência básica, os pesquisadores afirmam que a visualização deverá ajudar nas pesquisas futuras de doenças como o câncer.

Desde que a estrutura tridimensional do nucleossoma foi determinada, há 13 anos, os cientistas tentam descobrir como a enzima cromatina reconhece e age sobre o nucleossoma para regular a expressão dos genes e outros processos que ocorrem na célula. "Precisávamos visualizar como essas enzimas são capazes de ler uma estrutura tão complicada como o nucleossoma," disse Tan.

Processos genéticos

A estrutura dá detalhes em nível atômico de como uma enzima consegue reconhecer tanto o DNA quanto componentes das proteínas do núcleo do nucleossoma.

De forma inesperada, a estrutura também revelou como o DNA pode se esticar conforme ele se enrola para formar o nucleossoma.

"Esta descoberta fornece a base para se entender como a RCC1 e outras enzimas cromatina interagem com o DNA quando ele é embalado em uma cromatina em nossas células," disse Tan.

"Nosso objetivo agora é determinar as estruturas de outras enzimas biológica e medicamente importantes vinculadas ao nucleossoma," disse Tan. "Prevemos que esses estudos vão explicar processos genéticos fundamentais e fornecer a base para novas terapias contra doenças humanas como o câncer."

Biomaterial para regeneração dos ossos é criado por brasileiros

Um novo material nanotecnológico, desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, acaba de ser premiado em um evento internacional.

O trabalho "Novo nanocompósito de celulose-colágeno-hidroxiapatita bacteriano com fatores de crescimento para regeneração óssea, realizado por Sybele Saska, foi premiado durante a 88th International Association for Dental Research General Session, em Barcelona, na Espanha.

De acordo com Reinaldo Marchetto, professor do Instituto de Química da Unesp, que orientou o estudo, a pesquisa do biomaterial traz importantes avanços em relação aos existentes atualmente no mercado.

"Além de ser nanometricamente estruturado, a sua composição similar à estrutura óssea e a inédita presença de peptídeos moduladores dos fatores de crescimento ósseo trazem uma nova perspectiva para o processo de regeneração de tecido ósseo", disse Marchetto.

Biomaterial

O biomaterial é constituído de alguns elementos constitutivos dos ossos, como colágeno (proteína) e hidroxiapatita (agente inorgânico) deficiente em cálcio, além da membrana de celulose bacteriana.

"O biomaterial é um osteoindutor, ou seja, estimula a regeneração óssea, possibilitando maior migração das células para formação do tecido ósseo", disse Marchetto.

Sintetizada por bactérias do gênero Gluconacetobacter, a celulose serviu como matriz para gerar o biomaterial com estrutura nanométrica - um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro - já que as bactérias sintetizam as fibras de celulose em uma trama de fios dessa dimensão.

Celulose bacteriana

O processo começa com a produção da celulose bacteriana. "Essas bactérias possuem poros por onde são expelidos os fios de celulose durante o seu crescimento, aparentemente como um subproduto metabólico e sem utilidade para elas", apontou Marchetto.

A produção da celulose bacteriana tem sido utilizada em várias áreas. Uma das principais aplicações está no uso como substituto temporário da pele humana em casos de queimaduras e em outros procedimentos médicos ou odontológicos.

"Estamos investigando novas aplicações da celulose, principalmente porque ela é biocompatível e biodegradável. Para a nossa aplicação o fato de ser reabsorvida pelo organismo é uma característica bastante importante, e a necessidade de uma segunda cirurgia seria evitada", disse.

Os pesquisadores entraram com pedido de patente do biomaterial, com auxílio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI) da FAPESP.

Regeneração dos ossos

Estudos preliminares in vivo, feitos em fêmur de ratos, apontam que o biomaterial poderá regenerar tecido ósseo em um período entre 7 a 15 dias, dependendo do tamanho do defeito ósseo.

De acordo com Marchetto, o principal desafio foi compatibilizar a inserção dos componentes ósseos (colágeno e hidroxiapatita) e dos peptídeos sintéticos.

"Os peptídeos, sintetizados em laboratório e anexados à estrutura do material, tornaram o biomaterial osteoindutor (estimulante da regeneração óssea), promovendo maior proliferação e diferenciação celular. Eles funcionam como reguladores na expressão de fatores de crescimento relacionados ao tecido ósseo", explicou Marchetto.

Segundo o professor da Unesp, o grupo está avançando nos testes para outro modelo, chamado de scaffold, uma espécie de molde ou armação tridimensional em que será moldado o biomaterial produzido. "Ele funcionará com o mesmo princípio. A principal diferença é que será possível obter o biomaterial no formato e tamanho desejados e que a regeneração ocorrerá em volta dele", disse.

"Existem produtos semelhantes no mercado, geralmente importados, porém sem a presença de peptídeos. Quando o nosso produto estiver sendo comercializado, além da maior eficiência, o custo será bem inferior ao importado, cerca de 10 a 20 vezes mais barato", estimou.

Segundo ele, clínicas odontológicas e ortopédicas serão os principais consumidores do biomaterial. "Além disso, poderá servir de base para outros estudos, uma vez que a celulose permite acrescentar muitos outros componentes", disse.

Para os pacientes, o novo produto significará menos tempo de recuperação em casos de acidentes que provoquem perdas ósseas. "Mas ainda precisamos fazer muitas amostragens. Estamos fazendo uma ampliação do número de casos. Até o fim do ano essa parte estará totalmente concluída para podermos iniciar os estudos clínicos", disse.

Pílula de baixo custo pode evitar milhares de mortes por falência cardíaca

Um tratamento com uma pílula tomada diariamente, a um custo inferior a R$ 4 por dia, poderia salvar as vidas de milhares de pacientes com problemas no coração, segundo pesquisadores britânicos.

A droga, chamada ivabradina, já é usada para o tratamento de pessoas com angina (dor no peito).

A pesquisa envolveu mais de 6,5 mil pessoas em 37 países que já usavam outros tratamentos tradicionais como drogas beta-bloqueadoras, que ajudam a regular o batimento cardíaco.

Ao contrário dos beta-bloqueadores, a ivabradina reduz o ritmo do batimento cardíaco sem reduzir também a pressão sanguínea.

Apenas para pacientes graves

Em um período de dois anos, a droga reduziu o risco de morte por falência cardíaca em 26%.

O medicamento teve impacto semelhante sobre pacientes internados com problemas cardíacos agudos.

Os resultados da pesquisa foram apresentados no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Estocolmo, na Suécia.

Segundo o pesquisador Martin Cowie, a droga não é recomendada para qualquer um, mas apenas para os pacientes que já sofrem com condições cardíacas graves.

Fonte: BBC

Descoberta técnica revolucionária para tratar câncer de olho

Raro, mas devastador, o câncer de olho pode atingir qualquer pessoa em qualquer momento.

Seu tratamento exige, na maior parte das vezes, o uso de radioterapia, o que deixa metade de todos os pacientes parcialmente cegos.

Mas uma nova técnica, desenvolvida pelo Dr. Oliver Scott, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, pode mudar tudo isso.

Oliver descobriu que um óleo de silicone aplicado no interior do olho pode bloquear até 55 por cento das radiações nocivas, o suficiente para prevenir a cegueira na maioria dos pacientes que passam pela radioterapia.

Câncer de olho

A descoberta, publicada na revista Archives of Ophtalmology, pode revolucionar a forma como o câncer ocular é tratado.

"Se você recebe um diagnóstico de câncer de olho você quer saber 'Isso vai me matar? Isso vai me deixar cego?'", comenta Oliver. "Acredito que este tratamento irá permitir que você não apenas mantenha seu olho, mas também mantenha sua visão."

Oliver estudou o câncer conhecido como melanoma da coroide do olho, ou câncer uveal, a forma mais comum e mais perigosa de uma doença que atinge mais de 2.000 pessoas a cada ano.

Esse câncer do olho pode se espalhar rapidamente para o fígado e para os pulmões, frequentemente levando à morte. O câncer uveal pode ocorrer em pessoas de qualquer idade - pele clara e a exposição ao Sol são apontadas como uma das principais causas.

Os médicos tratam esse câncer de olho com uma técnica chamada braquiterapia de placa. Cirurgiões inserem uma cobertura de ouro contendo sementes radioativas na parte branca do olho. Durante uma semana, a radiação lentamente incinera o tumor - mas também provoca danos a longo prazo.

"A radiação prejudica os vasos sanguíneos e os nervos na parte de trás do olho," explica Oliver. "Metade de todos os pacientes fica clinicamente cega em três anos no olho tratado."

Silicone no olho

Oliver experimentou uma série de substâncias que poderiam bloquear a radiação, impedindo que ela atinja estruturas críticas, mas sem impedir que ela aja sobre o tumor.

O pesquisador descobriu que o óleo de silicone, já usado para tratar de descolamento de retina, é capaz de eliminar a maior parte das radiações nocivas.

"Você não tem que bloquear toda a radiação para proteger o olho, porque as estruturas vitais do olho podem tolerar doses baixas de radiação," disse ele.

Oliver fez experiências com olhos de cadáveres e testou o óleo em animais de laboratório, não encontrando efeitos secundários nocivos.

"Estamos agora no ponto em que podemos começar um ensaio clínico", disse ele. "Este é um desenvolvimento significativo na forma como tratamos essa doença. No passado, nós conseguíamos salvar o olho com a radiação, mas salvamos a visão apenas na metade dos casos. Com este tratamento, eu acredito que nós vamos fazer muito melhor no futuro."

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Como funciona a certificação florestal FSC ?

Simplificadamente, a certificação é um instrumento de mercado que objetiva atestar um ou mais atributos do processo de produção. Atualmente, os certificados ou selos “verdes”, ou seja, que levam em conta questões ligadas ao cuidado com o meio ambiente, têm tomado força. No caso da certificação florestal FSC, o atributo que é atestado é o bom manejo da floresta que originou a matéria-prima para um determinado produto. Veremos nas próximas seções, de forma mais detalhada, no que isto implica.

FSC é a sigla, em inglês, de Forest Stewardship Council (geralmente traduzido em português como Conselho de Manejo Florestal), e constitui o sistema de certificação florestal mais amplamente adotado no mundo. O objetivo do FSC é promover prática de manejo de florestas que sejam ambientalmente apropriadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis, ou seja, que englobe os conceitos do Tripple Bottom Line, que faz parte do conceito de desenvolvimento sustentável.

Botton Tripple Line

Tripple Bottom Line

Tipos de certificação

Antes de discutir sobre os tipos de certificação florestal propriamente ditos, é interessante observar quais os princípios básicos de cada tipo de certificação e quais as suas implicações. Na prática, lidamos com vários tipos de certificação cotidianamente. Quando, por exemplo, uma marca de cerveja prega que é a melhor ou quando um profissional coloca em seu curriculum que ele(a) é o(a) melhor em um determinado assunto, o que está ocorrendo é uma auto-certificação. Evidentemente, é um tipo de certificação pouco confiável, já que a empresa ou pessoa são sempre suspeitas para elogiar seus próprios atributos. O mesmo ocorre quando várias empresas de um mesmo ramo criam um selo que diz que estas mesmas empresas fazem alguma coisa muito bem. Embora muitas pessoas não o notem, este segundo tipo de certificação é muito abundante nas prateleiras de supermercados. São os chamados selos autoreguladores.

O problema com as situações expostas acima é a credibilidade destes sistemas de certificação. Por esta razão, foram criados os chamados sistemas independentes de certificação. Ou seja, para ter credibilidade, a empresa ou produtor devem ser certificados por auditores independentes, que não têm nenhuma razão para elogiar ou para depreciar a qualidade do respectivo produto ou processo de produção. Além disso, a independência não é o único requerimento básico para que um esquema de certificação tenha credibilidade. Nas palavras da organização não-governamental Imaflora, que é um corpo independente de certificação florestal e agrícola, sistemas de certificação devem possuir as seguintes características:

  • Ser independente, conforme discutimos;
  • Ser tecnicamente consistente, ou seja, cada empresa, produtor ou empreendimento tem de ser avaliado de acordo com regras que sejam claras e que façam sentido;
  • Ser não-discriminatório, ou seja, tem de estar acessível a produtores de qualquer tamanho, capital, tecnologia, nível de investimento, além de raças, cor, credo e religião.
  • Ser transparente, ou seja, tem de haver uma estratégia de controle social sobre o que está acontecendo e quem está sendo certificado e em quais condições;
  • Ser voluntário, ou seja, a própria empresa ou produtor tem de se voluntariar a certificação.

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Físicos vão procurar matéria escura dentro de mina subterrânea

Sempre que se fala em matéria escura, logo se imagina supertelescópios e sondas espaciais escarafunchando os confins do Universo em busca de alguma pista que possa explicar essa matéria que parece estar lá, mas não pode ser vista.

Mas o Dr. Juan Collar e seus colegas do Observatório de Neutrinos Sudbury e da Universidade de Chicago resolveram procurar pistas da matéria escura em um lugar insólito, mas igualmente escuro: nas profundezas de uma mina de níquel no Canadá.

A equipe está pronta para instalar a primeira parte do experimento, uma câmara de bolhas pesando 4 kg, a quase dois quilômetros de profundidade. A segunda câmara, pesando 60 quilos, deverá ser instalada até o final do ano.

Os físicos supõem que as partículas de matéria escura vão deixar bolhas pelo seu caminho quando atravessarem o líquido dentro de uma dessas câmaras.

Partículas de matéria escura

Embora alguns físicos argumentem que a matéria escura talvez não exista, calcula-se que ela represente quase 90 por cento de toda a matéria no universo. Mesmo sendo invisível aos telescópios, os cientistas podem observar a influência gravitacional que a matéria escura exerce sobre as galáxias.

"Há muito mais massa do que os olhos podem literalmente ver," afirma Collar. "Quando você olha para o orçamento da matéria do universo, nós temos um grande rombo que não conseguimos explicar."

Os áxions e as chamadas WIMPS (Weakly Interacting Massive Particles: partículas maciças de interação fraca) estão entre os candidatos mais prováveis para serem os constituintes da matéria escura.

Teóricos propuseram a existência desses dois grupos de partículas subatômicas para tratar de questões não relacionadas com a matéria escura, mas elas acabaram se encaixando bem na tarefa. "Elas parecem ser perfeitas para explicar todas as observações que nos dão indícios da existência da matéria escura, e isto as torna muito atraentes," explica Collar.

Evidências escuras

A busca em lugares profundos, que já incluiu buracos especialmente perfurados para isso, túneis na cidade de Chicago e agora uma mina subterrânea, tem sua razão de ser: os cientistas precisam eliminar sinais falsos vindos não apenas de várias fontes naturais de radiação, mas também dos raios cósmicos vindos do espaço profundo.

Já as partículas que interagem fracamente com a matéria, como as WIMPS, não têm problema em atravessar quilômetros de rocha e chegar a grandes profundidades. E é lá que os físicos esperam encontrar seus rastros.

O laboratório instalado na mina será uma espécie de sala limpa subterrânea. "É um ambiente de sala limpa, o que significa que não há essencialmente nenhuma partícula de poeira em qualquer lugar. Temos que nos preocupar com tais coisas, como fontes de radiação associadas com a poeira." diz Collar.

O pesquisador estima que, mesmo que o experimento tenha sucesso, vai demorar uma década ou mais para que os físicos sejam completamente convencidos de que eles detectaram realmente partículas de matéria escura.

"Este dispositivo é na verdade o primeiro do seu tipo no sentido de que é projetado especificamente para detectar WIMPS leves. Estamos vendo coisas interessantes com ele, mas que nós ainda não entendemos completamente," diz ele.

Dutos de ar-condicionado viram canais de comunicação wireless

Tecnologias de monitoramento sem fio - com usos que vão desde aplicações voltadas para a saúde e a segurança até os mais óbvios controles de temperatura e umidade do ambiente - podem ser implementadas de forma simples e eficiente usando os dutos de ar-condicionado e ventilação dos edifícios.

A descoberta deverá proporcionar economia de recursos e de tempo para os construtores e para os gestores dos edifícios, já que a tecnologia pode ser implementada em edifícios novos ou já construídos, sem a necessidade de instalação de redes físicas para os sensores.

Sensores RFID

A base da técnica agora desenvolvida são as etiquetas RFID, minúsculos transmissores/receptores de rádio que operam sem baterias, alimentados pela energia transmitida pela antena dos leitores.

As etiquetas RFID podem ser equipadas com sensores, compondo um conjunto que coleta as informações - como a temperatura, a umidade, a presença de fumaça etc. - e as transmite para um leitor.

Os sistemas RFID utilizam leitores centralizados para coletar os dados de um grande número de etiquetas que estejam ao seu alcance. O leitor eletrônico transmite uma onda de rádio com uma frequência específica. Quando uma etiqueta RFID programada para aquela frequência detecta a transmissão, ela absorve energia dessa transmissão, ativa seus circuitos, transmite os dados que coletou e desliga-se novamente, aguardando o próximo chamado do leitor.

Quando instaladas em espaços abertos, as etiquetas RFID de alta frequência (UHF) normalmente precisam estar a uma distância de 5 a 10 metros do leitor, a fim de receberem energia suficiente para responder a uma transmissão.

No entanto, os pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que se as etiquetas forem instaladas dentro dos dutos de ar-condicionado, elas cobrem facilmente a área típica de um andar de um edifício comercial - um leitor instalado centralmente pode receber dados de etiquetas localizadas a mais de 30 metros em qualquer direção.

Dutos para ondas de rádio

Os dutos de ar-condicionado e ventilação são excelentes canais para as transmissões de rádio porque consistem tipicamente de tubos metálicos ocos. Esses funcionam como guias para as ondas de rádio, evitando sua dispersão e ajudando a manter um sinal forte a uma distância maior.

Além do monitoramento do ambiente dos edifícios, a tecnologia pode ter aplicações importantes para a saúde e para o monitoramento de segurança. "Ela pode funcionar com qualquer coisa para a qual você crie um sensor eletrônico," diz o Dr. Dan Stancil, coautor do trabalho.

A pesquisa está avaliando o funcionamento dos sensores RFID em detectores de fumaça, monitores de monóxido de carbono e sensores que podem detectar substâncias químicas, biológicas e radiológicas.

"Como você pode instalar [a tecnologia] em infraestruturas já existentes, acho que ela é economicamente viável imediatamente," diz Stancil. "Evitar o trabalho envolvido com a instalação dos sensores tradicionais e com a fiação que eles exigem vai mais do que compensar o custo das etiquetas RFID e dos leitores."

A possibilidade de retrofitting - atualização tecnológica - dos edifícios já construídos deverá transformar a técnica em uma ferramenta importante no arsenal disponível para a criação de edifícios inteligentes - incluindo principalmente a atualização dos edifícios que nasceram burros.

"Água em pó" pode ser a salvação do meio ambiente

É uma substância absolutamente incomum, mas com potencial para ser quase tão útil quanto sua irmã mais molhada.

A água em pó, ou "água seca", poderá ser usada para absorver e armazenar o dióxido de carbono (CO2), o gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global.

Usos da água em pó

Mas o pó brilhante, parecido com açúcar, parece promissor para uma série de outros usos. Por exemplo, na química verde, como um componente mais ambientalmente amigável para acelerar as reações químicas utilizadas para fabricar inúmeros produtos.

A técnica de fabricação da água em pó também poderá ser empregada para acondicionar e transportar líquidos industriais perigosos, que poluem o meio ambiente e causam grandes transtornos quando acontecem acidentes com vagões e caminhões que os transportam.

"Não há nada parecido como ela," disse Ben Carter, da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, ao apresentar a água em pó durante a reunião da Sociedade Norte-Americana de Química. "Mas temos esperanças de ver a água seca fazendo grandes ondas no futuro."

O que é água seca

Carter explicou que a substância ficou conhecida como água seca porque ela consiste em 95 por cento de água e, ainda assim, é um pó seco.

Cada partícula do pó contém uma gota de água cercada por sílica modificada - a sílica, ou óxido de silício, é o principal componente da areia de praia. O revestimento de sílica impede que as gotas de água se combinem e voltem a formar um líquido.

O resultado é um pó fino, com propriedades que o tornam capaz de absorver grandes quantidades de gases, que se combinam quimicamente com as moléculas de água para formar o que os químicos chamam de hidrato.

Estranha quanto possa parecer, a água seca, ou água em pó, não é algo novo. Ela foi criada em laboratório em 1968, mas a dificuldade de fabricação manteve-a restrita a uma curiosidade científica. Em 2006, cientistas da Universidade de Hull, também no Reino Unido, resolveram estudar sua estrutura.

A partir de então, o grupo do professor Andrew Cooper, do qual Carter faz parte, tem-se dedicado a aprimorar as técnicas de fabricação da água seca e encontrar usos industriais para ela.

Metano e química verde

Um dos usos mais promissores envolve o uso da água seca como um material de armazenamento de gases, incluindo o dióxido de carbono. Em escala de laboratório, os pesquisadores descobriram que a água seca absorve mais de três vezes mais dióxido de carbono do que a água comum com sílica.

Esta capacidade de absorver grandes quantidades de dióxido de carbono na forma de um hidrato pode tornar o pó de água útil para ajudar a reduzir o aquecimento global, sugerem os cientistas.

A água seca também é útil para o armazenamento de metano, um componente do gás natural, o que ajudar a expandir a sua utilização como fonte de energia no futuro. Os cientistas acenam com a possibilidade de usar o pó para coletar e transportar gás natural de depósitos economicamente inviáveis.

Esse hidrato de metano existe de forma natural no fundo do oceano, sob uma forma de metano congelado mais conhecida como "gelo que queima".

A água em pó também pode fornecer uma maneira mais segura e mais conveniente para armazenar o metano para seu uso como combustível em automóveis.

Com interesse para a indústria química, os cientistas demonstraram que a água seca é um meio promissor para acelerar reações catalisadas entre o hidrogênio e o ácido maleico para produzir ácido succínico, uma matéria-prima usada na fabricação de medicamentos, alimentos e outros bens de consumo.

Os cientistas agora estão procurando parceiros comerciais e acadêmicos para desenvolver a tecnologia da água seca e, finalmente, fazê-la chegar ao mercado.

Software de criatividade cria rede social para inovadores

Como garimpeiros em busca de ouro, as empresas estão dispostas a ir até os confins da terra para encontrar ideias inovadoras. Mas, como os garimpeiros, muitas vezes elas envelhecem procurando.

Com toda a sua importância, a inovação continua sendo um processo fundamentalmente misterioso, muitas vezes resultando de inesperados momentos de "eureca".

A inovação é crucial para a competitividade e é ela que impulsiona as principais empresas do mundo, mas suas razões últimas - por que ou como ela acontece - são questões ainda respondidas por opiniões pessoais, sem grande fundamentação.

Alguns especialistas apontam para locais de trabalho criativos, enquanto outros citam os esquemas de incentivo. Outros destacam o recrutamento como responsável por capturar os melhores e os mais brilhantes talentos, enquanto outra facção afirma que se deve promover a inspiração no ambiente de trabalho.

A única coisa que todos eles parecem ter em comum é que todos gostariam de descobrir um processo simples para encontrar seu ouro de forma confiável - e para encontrá-lo muitas vezes.

Automação da inovação

Enquanto isso, todos os outros setores do mundo empresarial, do orçamento à circulação de memorandos, têm as suas próprias ferramentas de software - e a inovação continua tendo que se contentar com lápis e guardanapos como suporte principal.

Há um certo ar de romantismo em tudo isso, mas a vida corporativa é focada em resultados. E resultados não podem depender muito de inspiração.

Entra em cena o projeto europeu Laboranova, que acaba de apresentar uma plataforma que fornece ferramentas para ajudar as empresas a gerar ideias, e a promover uma comunidade e uma cultura da inovação internas.

"Logo no início da pesquisa nós percebemos que uma única plataforma nunca poderia apoiar adequadamente todas as vias possíveis de inovação," conta Darren Morrant, gerente do projeto. "Na verdade, o próprio projeto tornou-se uma espécie de laboratório para o processo de inovação. Nós testamos diferentes formatos e abordagens para gerar ideias para criar novas ferramentas de apoio à inovação, e o que descobrimos foi surpreendente."

Para resumir os achados, não há um processo de inovação, há muitas rotas possíveis no caótico front da inovação.

O objetivo deve ser ajudar as pessoas a ter ideias e, em seguida, apoiá-las de todas as formas possíveis para que elas possam desenvolver suas ideias. "Descobrimos que diferentes abordagens servem a diferentes necessidades, diferentes empresas e diferentes situações," diz Morrant.

Suíte Inovação

Assim, em vez de construir uma plataforma para a inovação, o projeto Laboranova optou por desenvolver um conjunto de ferramentas de inovação que poderão funcionar em conjunto ou isoladamente. "Desta forma, as pessoas podem escolher as ferramentas mais úteis para o que quer que estejam tentando fazer," salienta o pesquisador.

Depois que o Laboranova desenvolveu uma atitude flexível para a geração e desenvolvimento de ideias, elas começaram a surgir o tempo todo. No final, a equipe criou mais de 18 conceitos e desenvolveu 10 ferramentas essenciais.

"Alguns conceitos nunca passaram da fase de ideia, alguns foram pouco desenvolvidos, mas, conforme o tempo passava e víamos o que poderíamos fazer e qual o impacto cada ideia poderia ter, selecionamos 10 programas essenciais que poderão responder às cinco fases de inovação que identificamos," conta Morrant.

Fases da inovação

As grandes fases da inovação identificadas pelos pesquisadores foram:

* jogos de inovação, que promovem o pensamento criativo;
* ferramentas para a apresentação de ideias em diferentes mídias;
* ferramentas de suporte para os programas essenciais, como
* mash-ups, que podem combinar diferentes programas centrais em uma única interface;
* ferramentas de avaliação e
* ferramentas para a criação de comunidades de compartilhamento e colaboração.

O RefQuest, por exemplo, é um jogo de inovação. O engine usa objetos de jogo, assim o software pode ser adaptado a qualquer aspecto de um negócio - os jogadores podem escolher entre desenvolver um processo ou um novo produto.

O jogo introduz a "geração disruptiva de ideias" usando criatividade aplicada, como pensamento lateral e outras técnicas.

Assim que as ideias são geradas, elas precisam ser representadas ou catalogadas de alguma forma. Duas ferramentas permitem isso, o InnoTube e o Melodie.

O InnoTube é um YouTube para os negócios, onde os usuários podem fazer upload de conteúdo que outras pessoas poderão ver e comentar. Esta ferramenta já está sendo usada pela Lucent, que era parceira do projeto, em sua universidade corporativa.

Bolsa de valores de boas ideias

O programa Melodie, por outro lado, cria mapas visuais de um conjunto de ideias, como um MindMap. Os usuários podem comentar ou ampliar as ideias, e ideias similares são agrupadas. Ele fornece um leiaute visual instantâneo de múltiplas soluções para resolver um problema particular.

A avaliação é a fase seguinte do processo de inovação.

Para isso, o Laboranova desenvolveu um programa chamado Idem. Ele contém um elemento de geração de ideias que podem ser importadas pelas outras ferramentas. A sua maior força, no entanto, reside no seu papel como uma bolsa de valores de boas ideias. Ele também incorpora comentários feitos pelos usuários, avaliações e agregação das preferências dos usuários para apoiar a seleção das melhores ideias.

Segundo os pesquisadores, o Idem é uma forma poderosa de liberar a sabedoria das multidões, uma teoria que demonstra que um grande número de não-especialistas, ou mesmo o público em geral, muitas vezes faz escolhas melhores do que especialistas individuais.

Comunidade de inovação

A quarta fase se concentra no desenvolvimento de uma comunidade de inovação, através de ferramentas como o GreatLinks.

"O GreatLinks foi uma surpresa completa para mim," revela Morrant. "É simplesmente uma ferramenta muito útil".

Ele libera o potencial do bookmarking social e o coloca a serviço da empresa. O bookmarking social permite que as pessoas compartilhem seus links favoritos, e funciona como um sistema de avaliação, com toda a internet recrutada para ajudar.

A fase final do processo de inovação do Laboranova é o suporte para várias ferramentas. Os mash-ups, por exemplo, podem combinar as diferentes ferramentas-chave em uma interface unificada, para que os usuários possam ver todos os elementos em um único relance. Desta forma, as empresas podem selecionar o conjunto de ferramentas que melhor se adapta à sua cultura e às suas necessidades.

Software para inovação

No todo, é um conjunto de ferramentas impressionante, e a reação dos usuários foi muito positiva quando elas foram testadas em empresas como Fiat, Lucent e L'Oreal.

Agora os pesquisadores querem começar a comercializar algumas partes do trabalho, enquanto parceiros do projeto estão se propondo a incluir novas funcionalidades em ferramentas específicas.

O resultado é que o processo de inovação finalmente dispõe de um software dedicado a ajudar as empresas a encontrar seu ouro, e a encontrá-lo mais frequentemente.

Google corrige bug do Gmail que reenviava emails indevidamente

A Google anunciou na quinta-feira (26/8) que corrigiu um bug recente encontrado no Gmail e que foi responsável por reenviar e-mails inúmeras vezes sem o consentimento do usuário.

A falha foi notificada na terça-feira no Gmail Help Forum (fórum de ajuda do serviço), onde os internautas relataram que, como resultado do bug, seus endereços foram adicionados à lista negra de spam. Isso impedia que os destinatários pudessem receber suas mensagens.

No entanto o problema já foi resolvido, de acordo com informações fornecidas no fórum da companhia e no Google Apps Status Dashboard.

A gigante de buscas não divulgou oficialmente quantos usuários foram afetados. Entretanto, estima-se que pelo menos 2,5% das contas tenham apresentado o problema.

Segundo um porta-voz da empresa, a base de usuários do Gmail chega a centenas de milhões de usuários. Assim, é possível prever que de centenas de milhares e até milhões podem ter sido afetados.

Um funcionário da Google identificado como MrEvan pediu desculpas em nome da corporação.

"Mais uma vez obrigado pela paciência, pedimos sinceras desculpas pelo inconveniente que causamos", escreveu ele.

Também não foi comunicado quais as razões que originaram o bug do ponto de vista técnico.

Fonte: IDG Now!

Córneas biossintéticas restauram visão de pacientes

Pesquisadores canadenses e suecos fabricaram córneas biossintéticas que ajudaram a regenerar e reparar o tecido danificado dos olhos, melhorando a visão em pacientes humanos.

Os resultados dos primeiros testes clínicos, realizado em 10 pacientes, foram publicados nesta semana na revista Science Translational Medicine.

"Este estudo é importante porque foi o primeiro a mostrar que uma córnea fabricada artificialmente pode se integrar com o olho humano e estimular a regeneração," disse a Dra. May Griffith, que fez o estudo juntamente com seus colegas das universidades de Ottawa e Linköping.

"Com o prosseguimento dos estudos, esta abordagem poderá ajudar a restaurar a visão de milhões de pessoas que estão esperando pela doação de uma córnea para transplante," diz a pesquisadora.

Córnea artificial biossintética

A córnea artificial consiste em uma fina camada transparente formada por uma matriz de colágeno associado com células humanas cultivadas.

O material deve ser completamente transparente para permitir a entrada de luz, ajudando também no foco da imagem. As doenças que levam à opacidade da córnea representam a causa mais comum de cegueira em todo o mundo.

A Dra. Griffith e seus colegas começaram a desenvolver córneas biossintéticas em Ottawa, Canadá, há mais de 10 anos, utilizando colágeno produzido em laboratório e moldado na forma de uma córnea.

Após extensivos testes de laboratório, utilizando cobaias, a Dra. Griffith fez uma parceria com o Dr. Per Fagerholm, um cirurgião de olhos na universidade de Linköping, na Suécia, para viabilizar a primeira experiência em humanos, com um implante real das córneas artificiais.

Juntos, eles iniciaram um estudo clínico em 10 pacientes portadores de ceratocone avançado ou cicatrização corneana central.

Implante da córnea artificial

Cada paciente foi submetido a uma cirurgia em um único olho, que removeu o tecido danificado da córnea e o substituiu por uma córnea biossintética.

Acompanhando os pacientes por mais de dois anos, os pesquisadores observaram que as células e nervos das próprias córneas dos pacientes tinham crescido sobre o implante, resultando em uma "córnea regenerada" que se parece muito com o tecido natural saudável.

Os pacientes não apresentaram qualquer reação de rejeição e nem precisaram de tratamentos de supressão imunológica de longo prazo, que são efeitos colaterais sérios normalmente associados com o uso de tecido de doadores humanos.

As córneas artificiais biossintéticas também se tornaram sensíveis ao toque e começaram a produzir lágrimas para manter o olho oxigenado.

Resultados encorajadores

A visão melhorou em seis dos dez pacientes. Com o uso de uma lente de contato, a visão ficou comparável à obtida com o transplante de córnea de um doador humano.

"Estamos muito encorajados por estes resultados e pelo grande potencial das córneas biossintéticas," disse o Dr. Fagerholm. "Estamos trabalhando na melhoria do biomaterial e nas técnicas cirúrgicas, e já estão planejados novos estudos que irão ampliar o uso da córnea biossintética para uma ampla gama de condições que ameaçam a visão e que dependem de transplantes."

Pesquisadores alemães, não associados com esta pesquisa, iniciaram testes de uma córnea artificial de plástico em humanos em 2009.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cientista brasileiro descobre como coletar energia do ar

Alimentar casas e fábricas com eletricidade coletada diretamente do ar pode ser possível: cientistas brasileiros resolveram um enigma científico que durava séculos sobre como a umidade na atmosfera torna-se eletricamente carregada, abrindo caminho para seu aproveitamento.

Imagine dispositivos capazes de capturar a eletricidade do ar e usá-la para abastecer residências ou recarregar veículos elétricos, por exemplo.

Da mesma forma que painéis solares transformam a luz do Sol em energia, esses painéis futurísticos poderão coletar a eletricidade do ar - a mesma eletricidade que forma os relâmpagos - e direcioná-la de forma controlada para alimentar qualquer equipamento elétrico, nas casas e nas indústrias.

Se isso parece revolucionário demais, mais entusiasmante ainda é saber que a descoberta que poderá tornar esses sonhos uma realidade foi feita por um cientista brasileiro.

O professor Fernando Galembeck, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) apresentou suas descobertas históricas hoje (25) durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston, nos Estados Unidos.

"Nossa pesquisa pode abrir o caminho para transformar a eletricidade da atmosfera em uma fonte de energia alternativa para o futuro," disse Galembeck. "Assim como a energia solar está liberando algumas residências de pagar contas de energia elétrica, esta nova e promissora fonte de energia poderá ter um efeito semelhante."

Eletricidade atmosférica

A descoberta do professor Galembeck parece resolver um enigma científico que já dura séculos: como a eletricidade é produzida e descarregada na atmosfera.

No início da Revolução Industrial, os cientistas perceberam que o vapor que saía das caldeiras gerava faíscas de eletricidade estática - trabalhadores que se aproximavam dos vapores eram frequentemente atingidos pelos choques elétricos.

Mas essa eletricidade se forma também em locais mais amenos, quando o vapor de água se junta a partículas microscópicas no ar, o mesmo processo que leva à formação das nuvens - é aí que começam a nascer os relâmpagos.

Nikola Tesla ficou famoso pelas suas tentativas de capturar e utilizar essa eletricidade do ar, tentativas infelizmente nem sempre bem-sucedidas.

Mas, até agora, os cientistas não tinham um conhecimento suficiente sobre os processos envolvidos na formação e na liberação de eletricidade a partir da água dispersa pela atmosfera.

"Se nós soubermos como a eletricidade se acumula e se espalha na atmosfera, nós também poderemos evitar as mortes e os danos provocados pelos raios," estima Galembeck.

Higroeletricidade

Os cientistas sempre consideraram que as gotas de água na atmosfera são eletricamente neutras, e permanecem assim mesmo depois de entrar em contato com as cargas elétricas nas partículas de poeira e em gotículas de outros líquidos.

Mas o professor Fernando Galembeck e sua equipe descobriram que a água na atmosfera adquire sim uma carga elétrica.

O grupo brasileiro confirmou essa ideia por meio de experimentos de laboratório que simulam o contato da água com as partículas de poeira no ar.

Eles usaram minúsculas partículas de sílica e fosfato de alumínio - ambas substâncias comumente dispersas no ar - para demonstrar que a sílica se torna mais negativamente carregada na presença de alta umidade, enquanto o fosfato de alumínio se torna mais positivamente carregado.

"Esta é uma evidência clara de que a água na atmosfera pode acumular cargas elétricas e transferi-las para outros materiais que entrem em contato com ela," explicou Galembeck. "Nós a chamamos de higroeletricidade, ou seja, a eletricidade da umidade."

Coletores de energia do ar

No futuro, segundo Galembeck, poderá ser possível desenvolver coletores - similares às células solares que coletam a luz solar para produzir eletricidade - para capturar a higroeletricidade e permitir seu uso em residências e empresas.

Assim como as células solares funcionam melhor nas regiões mais ensolaradas do mundo, os painéis higroelétricos vão funcionar de forma mais eficiente em áreas com alta umidade, uma característica das regiões tropicais, Brasil incluído.

Alta umidade significa altos níveis de vapor de água no ar - um vapor que se torna visível ao se condensar e embaçar os vidros do carro, por exemplo, e cuja baixa intensidade incomoda tanto nos dias secos de inverno.

Galembeck afirmou em sua apresentação que uma abordagem semelhante poderia ajudar a prevenir a formação de raios. Ele vislumbra a colocação de painéis higroelétricos no topo de prédios em regiões onde ocorrem muitas tempestades. Os painéis drenariam a energia do ar, impedindo o acúmulo das cargas elétricas que são liberadas na forma de raios.

Seu grupo de pesquisa já está testando metais para identificar aqueles com maior potencial para utilização na captura da eletricidade atmosférica e prevenção dos raios.

"São ideias fascinantes que novos estudos, nossos e de outras equipes de cientistas, poderão tornar realidade," disse Galembeck. "Nós certamente temos um longo caminho a percorrer. Mas os benefícios no longo prazo do aproveitamento da higroeletricidade podem ser substanciais."

Fenômenos eletrostáticos

Durante o século 19, houve vários relatos experimentais associando a interface ar-água e os fenômenos eletrostáticos da chamada "eletricidade do vapor". O famoso Lord Kelvin idealizou um equipamento, que ele chamou de condensador de gotas de água, para reproduzir experimentalmente o fenômeno.

Contudo, até hoje ninguém havia conseguido descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas na interface ar-água.

Isso pode dar a dimensão dos resultados agora obtidos pelos cientistas brasileiros.

O trabalho do professor Fernando Galembeck e sua equipe demonstra que a adsorção do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes (dielétricos) ou de de metais isolados - devidamente protegidas dentro de um ambiente blindado e aterrado - leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em um intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição.

A pesquisa verificou ainda um aumento acentuado nas cargas elétricas acumuladas quando são usados substratos líquidos ou isolantes sólidos, sob a ação de campos externos, quando a umidade relativa do ar se aproxima de 100%.

Inpe discute desenvolvimento de satélite inovador com a França

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) recebe, hoje (25) e amanhã (26), uma equipe do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), para concluir a primeira fase de desenvolvimento de um satélite inovador de meteorologia, que será usado na medição de chuvas e na coleta de dados sobre mudanças climáticas.

Satélite da Amazônia

A proposta vislumbra a fabricação de um satélite franco-brasileiro para orbitar em regiões tropicais do planeta, como a Amazônia, permitindo o monitoramento mais frequente e eficaz de precipitação sobre a floresta e fornecendo novos dados sobre o comportamento do clima.

"As reuniões desta semana com o CNES são de extrema importância e podem ser um passo importante na concretização desta iniciativa do Inpe, de desenvolver um satélite que terá, sem dúvida, um papel crucial no acompanhamento do clima", afirma Marco Antônio Chamon, coordenador de Gestão Tecnológica do Instituto.

Com lançamento previsto para 2016, o satélite terá como base a plataforma multimissão (PMM) desenvolvida pelo Inpe, e levará um radiômetro - responsável pela mediação de chuvas - a ser desenvolvido em conjunto pelos dois países. A proposta é fabricar um instrumento baseado no radiômetro francês Madras, com características mais avançadas, permitindo obter informações ainda não disponibilizadas pelos satélites atuais.

Etapas da cooperação

As discussões bilaterais para esta missão tiveram início em outubro do ano passado e devem culminar em um acordo após a aprovação, pelos órgãos governamentais competentes, de um relatório a ser divulgado em outubro de 2010.

No Brasil, este relatório deverá ser avaliado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e, na França, dependerá da aprovação de um comitê de avaliação de projetos do CNES.

Este acordo, que beneficiará toda a comunidade científica, será importante para ambos os países, tanto em termos de avanços tecnológicos quanto de desenvolvimento industrial.

As quatro etapas desta cooperação - projeto, fabricação, lançamento e operação -, assim como os custos da missão, devem ser divididos de forma igualitária, em proposta que está em discussão pelos dois países. A fabricação poderá ser compartilhada por empresas brasileiras e francesas, com uma parte do satélite sendo desenvolvida no Brasil e outra na França.

A proposta inicial é que a fase de integração e testes do satélite seja realizada no Inpe, que neste caso absorveria os custos relativos a esta etapa do desenvolvimento. O acordo no setor espacial proposto por Inpe e CNES visa ainda reforçar os laços de cooperação internacional já existentes entre os dois países.

Fonte: MCT

Moléculas dizem xis para microscópio de hidrogênio

Ainda que os microscópios eletrônicos mais modernos já tenham conseguido fazer imagens de átomos individuais, moléculas são muito mais sensíveis e mais difíceis de visualizar.

Apenas em 2009, um grupo de cientistas suíços conseguiu fotografar uma molécula individual pela primeira vez.

Apesar da técnica ter sido reproduzida rapidamente por outros pesquisadores, ela emprega um microscópio de força Atômica (AFM - Atomic Force Microscope), considerada muito complicada mesmo pelos cientistas.

Microscópio eletrônico de hidrogênio

Agora, o grupo do Dr. Ruslan Temirov, do Centro de Pesquisas de Jülich, na Alemanha, aprimorou um microscópio de varredura por tunelamento (STM: scanning tunneling microscope), mais simples de operar, que é capaz de revelar a estrutura de uma molécula com muito mais detalhes.

O resultado equivale a inserir um sistema de foco no microscópio, gerando imagens onde é possível identificar as moléculas individuais e as ligações entre elas.

Neste novo tipo de STM, um único átomo de hidrogênio ou deutério é grudado na ponta da sonda de varredura. Por isso eles rebatizaram seu microscópio para STHM (scanning tunneling hydrogen microscope): microscópio de varredura por tunelamento de hidrogênio.

A pressão da molécula de hidrogênio ou de deutério contra a sonda leva a uma melhoria dramática na imagem gerada.

A técnica registra o efeito de uma força sobre a corrente elétrica que flui através da sonda, o que permite uma visão mais completa dos elétrons da molécula do que aquela fornecida pelos microscópios STM não modificados.

Funcionamento do microscópio

O STM funciona fazendo uma agulha - também chamada sonda ou ponta - ultra fina passar a uma distância de um nanômetro da superfície da amostra a ser observada.

Quando uma tensão é aplicada à agulha do microscópio, os elétrons fluem entre a agulha e a amostra. As medições da condutância através da agulha em cada ponto da superfície da amostra são então usadas para recriar uma imagem no computador.

A condutância depende de vários fatores, incluindo uma propriedade chamada de densidade de estados, que se refere ao número de estados quânticos disponíveis para os elétrons em uma determinada faixa de energias.

Esses estados são análogos aos orbitais dos elétrons em um átomo ou molécula. Quanto mais estados, mais elevada a condutância e mais brilhante a imagem gerada daquele local.

Gmail registra mais de 1 milhão de ligações no 1º dia de serviço

O recém-lançado serviço de telefonia do Gmail, o e-mail do Google, registrou mais de 1 milhão de chamadas nas primeiras 24 horas de funcionamento. O anúncio foi feito pela empresa por meio do perfil do Google no Twitter.

No post, a companhia agradece a boa recepção dos usuários ao novo serviço, que permite usar o sistema de bate-papo do Gmail para realizar ligações a telefones fixos e celulares.

Nesta quarta-feira (25), o Google divulgou o lançamento do serviço, que se torna um forte concorrente do Skype, que domina o mercado de ligações telefônicas pela internet. A nova ferramente do Gmail permite fazer ligações gratuitas nos Estados Unidos e no Canadá e oferece tarifas reduzidas para outros países.

Em vídeo publicado no YouTube, a empresa divulga o lançamento do recurso. Confira.

Serviço fora dos EUA
"Trabalhamos para que as tarifas sejam realmente baratas para ligações para Reino Unido, França, Alemanha, China, Japão e muitos outros países, com preços de US$ 0,02 por minuto", disse Robin Schriebman, um dos engenheiros de software da companhia, no blog do Google.

A empresa, que calcula contar com quase 200 milhões de usuários em seu serviço de e-mail, evitou divulgar, no entanto, uma data para que usuários de fora dos EUA terão acesso ao novo serviço, mas assegurou que "trabalha para que esteja disponível mais amplamente".

O Gmail oferece há muito tempo um serviço que permite a seus usuários conversar entre si com chamadas e videoconferências entre computadores, mas até agora não oferecia a possibilidade de se comunicar com telefones celulares ou fixos.

Fonte: G1

Ataque de malware via pen drive forçou Pentágono a mudar cibersegurança

Apesar de as redes militares dos Estados Unidos serem atacadas todo o tempo, foi uma invasão bem-sucedida via pen drive ao Pentágono, em 2008, que fez os militares americanos se convencerem da necessidade de revisar sua estratégia de cibersegurança, informou um relatório.

O ataque, que infiltrou software malicioso no Comando Central do Departamento de Defesa, poderia liberar planos operacionais militares a servidores estrangeiros, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (25/8) no Washington Post.

A reportagem tem como fonte um artigo, a ser publicado também nesta quarta-feira pela revista Foreign Affairs. O autor do artigo de Foreign Affairs, secretário adjunto de Defesa William J. Lynn III, afirma que o incidente levou à estratégia atual do Pentágono de “defesa ativa”, que impõe métodos avançados para encontrar intrusos na rede.

Além do ataque de 2008, Lynn revela que também foram descobertos equipamentos de rede falsificados que permitiriam acesso externo, mas ele não forneceu mais detalhes.

A infecção de 2008 veio de um pen drive inserido num laptop no Oriente Médio, que estava conectado à rede militar.

O malware carregou a si mesmo na rede e se espalhou para o Comando Central, nas duas redes – a aberta e a protegida -, segundo a matéria do Post.

Na época, relatórios sobre o incidente culpavam a Rússia pelo ataque, informou o jornal.

Fonte: IDG Now!

Cuidado: vem aí o ataque dos cookies zumbis do Flash

Não olhe agora, mas os zumbis Flash estão atrás de você.

Esta semana o advogado especializado em privacidade Joseph Malley entrou com seu terceiro processo contra grandes sites de mídia e suas empresas de publicidade, acusando-as de usar cookies do Flash para coletar ilegalmente informações sobre os visitantes de seus sites.

Os réus do processo de Malley não são exatamente novatos em suas áreas. Eles são conglomerados endinheirados como ABC, NBC, Disney e MTV, bem como seus respectivos parceiros de mídia (Quantcast, Clearspring, SpecificMedia). Todos eles usam um recurso construído no Adobe Flash que pode ativar cookies quando você carrega um arquivo de mídia Flash em seu navegador (o que, nos dias de hoje, ocorre quase toda vez que você vê uma página com um anúncio em vídeo).

Diferentemente dos cookies comuns, os cookies do Flash podem ressurgir até mesmo depois que você pensa que limpou todos eles de sua máquina. Por causa dessa característica, eles são chamados “zumbis” – pois voltam da terra dos mortos para comer cérebros.

Persistente
Ao contrário dos cookies dos navegadores tradicionais, os cookies de Flash são relativamente desconhecidos dos usuários da web, e não são controlados por meio dos controles de privacidade do navegador. Isso significa que mesmo que um usuário pensar que limpou seu computador de objetos de rastreamento, é bem provável que isso não tenha ocorrido 100%.

A QuantCast estava usando a mesma identificação de usuário em seus cookies HTML e Flash, e quando um usuário se livrava deste último, a QuantCast procurava na lixeira do Flash, recuperava o número antigo do usuário o reaplicava, para que o histórico de navegação do consumidor na Internet não fosse interrompido.

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Fonte: IDG Now!

Fossa séptica criada na USP é alternativa segura para regiões sem esgoto

A grande maioria das cidades brasileiras sofre, em maior ou menor grau, de contaminação por nitrogênio, particularmente de nitrato.

As zonas rurais são contaminadas por causa do uso excessivo de fertilizantes, dos quais o nitrogênio é um elemento importante, e os solos urbanos recebem nitrogênio principalmente de fossas sanitárias ou mesmo de redes de esgoto sem manutenção ou mal projetadas.

Esse problema levou pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IG-USP) a desenvolver uma fossa séptica que fosse mais eficiente e, ao mesmo tempo, acessível às populações mais pobres, que dependem principalmente desse tipo de saneamento.

Fossa séptica

O projeto Minimização dos Impactos dos Sistemas de Saneamento (Minisis) analisou o problema de maneira ampla e resultou em uma série de contribuições ao sistema de saneamento por fossas sépticas.

"As fossas convencionais são bastante eficientes em degradar matéria orgânica infiltrada no solo, mas o seu rendimento é limitado para nutrientes, como o nitrogênio", disse Ricardo Hirata, professor do IG-USP e coordenador do projeto.

O resultado é a contaminação do ambiente por microrganismos e por nitrato (NO3), uma das formas que se apresenta o nitrogênio no ambiente e que é muito estável e móvel e pode permanecer por décadas nas águas subterrâneas.

A dificuldade de degradação do nitrato, aliada ao fato de derivar de uma fonte crescente, os dejetos humanos, fazem dele o contaminante mais abundante do planeta nas águas subterrâneas. "O nitrato não é o contaminante mais agressivo, mas com certeza é o mais comum e o que se apresenta em maior volume nos reservatórios de água subterrânea, os aquíferos", disse.

O problema aumenta com o crescimento das cidades, cujas redes de coleta de esgoto nunca crescem na mesma proporção. O resultado é a permanência de nitrato no ambiente por períodos que podem chegar a centenas de anos.

Fossa negra

O nitrato permanece nos lençóis freáticos e volta à população com a captação de água por poços ou nascentes, configurando-se em um grande problema de saúde pública. "Um dos mais sérios casos de contaminação é o da cidade de Natal (RN), cuja população consome água encanada com nitrato", disse Hirata.

Em São Paulo, a situação também requer atenção, segundo o pesquisador, pois 75% dos municípios paulistas são abastecidos total ou parcialmente pela água que vem de fontes subterrâneas, muitas dessas vulneráveis à contaminação por fossas.

Sem condições financeiras de construir uma estrutura apropriada, muitos moradores cavam buracos simples no solo e que, frequentemente, encontram o nível freático. Esse recurso, chamado de "fossa negra", é ainda mais nocivo ao ambiente, pois injeta o contaminante diretamente na água subterrânea, sem que nenhuma forma de redução do contaminante possa ocorrer no solo, onde se processa a maior parte da transformação bioquímica dessas substâncias nocivas, segundo o professor.

Fossa eficiente

Para desenvolver o novo modelo de fossa, o grupo da USP precisava de uma comunidade que não fosse atendida pela rede de esgoto. O bairro de Santo Antônio, no distrito de Parelheiros, zona sul de São Paulo, foi o escolhido.

Os pesquisadores acompanharam o desempenho de duas fossas pertencentes a moradores vizinhos. Uma delas, a fossa controle, era do tipo negro convencional. A segunda foi construída na casa ao lado segundo a tecnologia desenvolvida pelo grupo.

A fossa projetada pelos pesquisadores tem dois níveis. O primeiro é formado por óxidos de cálcio e de ferro, um rejeito da indústria siderúrgica com propriedades bactericidas. "Por ter um pH muito alto, próximo de 12, esse material consegue degradar vírus e bactérias com alta eficiência", explicou Hirata.

Para o experimento a equipe conseguiu trazer escória do porto capixaba de Tubarão, que possui grande fluxo de exportações de minério de ferro. Após passar pela camada mineral, o líquido efluente percola para a segunda barreira reativa, composta por areia e serragem da madeira cedrinho. Os cavacos de madeira, que fornecem carbono ao meio por respiração aeróbica, consomem o oxigênio e propiciam que o nitrato seja reduzido bioquimicamente a um gás de nitrogênio.

O projeto foi bem-sucedido e a primeira camada eliminou 95% dos vírus e bactérias presentes. Já a barreira de serragem e areia degradou com eficiência 60% do nitrato encontrado, mas Hirata aponta que o conhecimento alcançado no experimento permite melhorar esse número para 80%.

Alternativa à rede de esgoto

O trabalho ainda contou com equipamentos de monitoramento para controlar a quantidade de material lançado em cada fossa e permitir a retirada de amostras.

Os resultados obtidos foram usados para construir modelos numéricos que indicaram a possibilidade de se repensar a ocupação urbana sem rede de esgoto, permitindo aumentar o número de fossas sem implicar contaminações das águas subterrâneas ou mesmo superficial.

"Como ela é mais eficiente, podemos aumentar em até 60% a densidade de fossas em um bairro, comparativamente à capacidade de suporte com uso de técnicas convencionais", afirmou Hirata, ressaltando que o custo da obra é bem acessível, embora não tenha estimado o valor exato.

Outra vantagem é que a construção da nova fossa não exige treinamento específico de profissionais. "Qualquer pedreiro familiarizado com obras de poços é capaz de construir o novo modelo", disse. Isso permite que seja utilizada mão de obra local, mais acessível financeiramente.

Cisternas limpas

Outro resultado do projeto foi o desenvolvimento de uma metodologia para avaliação sanitária de poços de água. Trata-se de um questionário simples com dez perguntas objetivas que exigem respostas simples de "sim" ou "não", como "há criação de animais próxima ao poço?", "o poço possui trincas na parede interna?" e "a água que sai da cozinha passa a menos de 10 metros do poço?"

Com ele, um agente de saúde pode fazer um levantamento da qualidade da água consumida em um bairro, uma vez que a qualidade do poço é estimada a partir do número de respostas positivas recebidas.

"É um modo simples de municiar os órgãos de saúde pública na importante questão do consumo de água na área periférica de cidades", sugeriu Hirata, que alertou para o fato de a população não possuir parâmetros objetivos para avaliar a água de seus poços.

"Para muitos, a água cristalina e fresca é sinônimo de água potável e, como as doenças provocadas pela contaminação aparecem esporadicamente, eles não associam essas doenças à qualidade da água", apontou. O questionário foi adaptado de uma metodologia desenvolvida na Inglaterra e aplicada com sucesso em alguns países africanos.

Segundo o professor do Instituto de Geociências da USP, a fossa e o questionário desenvolvidos nessa pesquisa são soluções baratas e que podem ajudar especialmente as áreas mais afastadas e carentes enquanto não recebem rede de esgoto.

"O ideal seria que todos tivessem coleta de esgoto, porém, como nossa experiência mostra que a área de saneamento não costuma contar com muitos recursos, essas soluções poderiam amenizar muito a contaminação da água e reduzir os problemas de saúde da população", disse Hirata.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Programas populares para Windows caem vítimas do sequestro de DLL

No mesmo dia em que a Microsoft respondeu à denúncia de uma vulnerabilidade que deixa os PCs com Windows à mercê de sequestro por malwares, diversos kits para exploração da falha já podiam ser encontrados na web, informou o site The Register.

Os exploits publicados entre terça-feira (24/8) e quarta-feira (25/8) no site Exploit Database, por exemplo, têm como alvo programas populares como o Microsoft Power Point 2010, o uTorrent, o FoxIt Reader, os browsers Firefox, Opera e Safari, o Windows Movie Maker, o Microsoft Visio 2003, o Adobe Photoshop CS2, o Adobe InDesign CS4 e o InterVideo WinDVD 5, entre muitos outros. Muitos deles foram incluídos nesta quarta-feira.

Um programa Windows é considerado vulnerável ao ataque quando faz uso de comandos de carga de bibliotecas de código, chamadas DLL, sem usar o nome completo do arquivo. Hackers têm explorado a prática infiltrando, no PC do usuário, malwares com o mesmo nome das DLLs carregadas – dessa forma, eles podem ser executados.

O primeiro a revelar o potencial desse tipo de ataque foi o executivo de segurança da Rapid7, H. D. Moore. Na semana passada, Moore disse ter encontrado 40 aplicações vulneráveis. Outros pesquisadores de segurança apresentaram listas de programas vulneráveis que, em alguns casos, chegaram a mais de 200.

A ferramenta liberada pela Microsoft restringe a carga de DLLs em diretórios remotos, tais como drives de USB, sites web e unidades de rede – que, segundo a empresa, são os principais vetores de ataque. A empresa esclarece, no entanto, que não se trata de uma vulnerabilidade de um produto Microsoft e sim de uma prática perigosa de programação.

Fonte: IDG Now!

Metamateriais vão testar mudanças na estrutura do espaço-tempo

No momento do Big Bang, segundo alguns teóricos, nosso universo pode não ter tido exatamente três dimensões do espaço e uma dimensão do tempo.

Em um artigo publicado no último exemplar da Physical Review Letters, uma equipe propõe uma maneira de observar justamente essa transição para o nosso universo atual, com as dimensões que estamos acostumados.

O experimento, segundo eles, pode ser feito usando os chamados metamateriais, estruturas nas quais a propagação da luz pode ser controlada com precisão.

Experimentos com tais estruturas, dizem eles, poderiam testar as previsões de que um "Big Flash" de radiação, uma espécie de "irmão" do Big Bang, que teria acompanhado as mudanças na estrutura do espaço-tempo que podem ter ocorrido no início do universo.

Geometrias do espaço-tempo

Durante a última década, os teóricos descobriram que a ajuste das propriedades elétricas e magnéticas dos materiais em nível microscópico permite manipular a luz de modos surpreendentes, potencialmente permitindo a construção de dispositivos como Lente perfeita, idealizada em 1850, pode ser fabricada, diz físico">lentes perfeitas e mantos da invisibilidade.

Os experimentalistas começaram a confirmar essas ideias usando metamateriais - grandes conjuntos de minúsculos fios, anéis e outras estruturas menores do que o comprimento de onda da luz que interage com eles.

A novidade é que esses materiais sintéticos também podem ser usados para explorar geometrias incomuns do espaço-tempo. É o que garantem Igor Smolyaninov, da Universidade de Maryland, e Evgenii Narimanov, da Universidade Purdue, ambas nos Estados Unidos.

Normalmente, para uma onda de luz que atravessa um material, seu comprimento de onda fica mais curto conforme a sua frequência aumenta, e isso se aplica igualmente em todas as direções.

Mas Smolyaninov e Narimanov idealizaram um metamaterial no qual a relação entre a frequência e as variações espaciais dos campos eletromagnéticos é altamente anisotrópica. Para algumas configurações dos campos, torna-se possível aumentar o comprimento de onda efetivo em uma direção específica, e ainda assim a frequência total vai diminuir.

Teoria das cordas e máquinas do tempo

Os cientistas demonstraram que essa chamada relação hiperbólica entre as variações espacial e temporal das ondas eletromagnéticas é exatamente aquela que existiria em um espaço-tempo que tivesse duas dimensões de tempo e duas dimensões de espaço.

Uma das propriedades dessa geometria é que, para uma dada frequência, há um número infinito de arranjos eletromagnéticos, ou modos, enquanto no espaço-tempo normal pode haver muitos modos, mas não infinitos modos.

Smolyaninov assegura que essa manipulação de geometrias do espaço-tempo não vai permitir coisas mais estranhas, como Viagem no tempo derrota a Mecânica Quântica">máquinas do tempo - uma possibilidade teórica com duas dimensões temporais - porque o comportamento ocorre apenas em uma faixa limitada de frequências e é desfeito por perdas de energia que são negligenciadas na teoria.

Ainda assim, a manipulação do material poderá permitir que os experimentalistas vejam o que acontece quando a geometria do espaço-tempo muda drasticamente.

Por exemplo, se as múltiplas dimensões extras previstas pela teoria das cordas repentinamente se "enrolassem" no universo primordial, deixando apenas três dimensões do espaço, alguns teóricos preveem que teria sido produzido um "Big Flash" de radiação, algo similar ao Big Bang.

O flash teria ocorrido porque qualquer energia na infinidade de modos no espaço-tempo de múltiplas dimensões seria liberada repentinamente.

Folhas de gálio

Smolyaninov e Narimanov propõem a construção de um metamaterial que inclua folhas tecidas com fios finos de gálio, que se torna mais condutivo quando se funde pouco acima da temperatura ambiente.

Eles calculam que a fusão irá alterar o metamaterial de normal para hiperbólico, de forma que os experimentalistas poderão visualizar o grande flash quando o material esfriar. "Com os metamateriais, você pode modelar essa transição experimentalmente," diz Smolyaninov.

Ulf Leonhardt, da Universidade de St. Andrews, na Escócia, afirma que os modelos de laboratório podem dar muitas informações sobre fenômenos que não podem ser experimentados diretamente e, portanto, sobre os quais se tem apenas uma intuição limitada.

"Se esses sistemas puderem ser construídos em laboratório, e se eles mostrarem esse efeito, então a controvérsia poderá ser resolvida." O sistema proposto "parece interessante e prático," diz ele. "Mas o diabo está sempre nos detalhes."

Outras pesquisas

Se todas essas propostas parecem estranhas demais para se tornarem realidade, é bom dar uma olhada no currículo recente dos pesquisadores envolvidos.

Smolyaninov participou dos estudos que resultaram em um arco-íris aprisionado em uma armadilha de espelhos e na criação da primeira camuflagem que tornou um objeto realmente invisível.

Narimanov participou da criação de um material artificial mais preto do que o preto e de uma técnica de criptografia que esconde a própria mensagem.

Leonhardt, por sua vez, que aqui apenas comentou a proposta dos outros dois, ajudou a criar o microscópio óptico 3D e demonstrou a possibilidade da levitação quântica em nanoescala. Foi também ele que descobriu a possibilidade de fabricação de uma lente perfeita, idealizada em 1850.

Microcontrolador otimiza aquecedor solar em dias de chuva

O sistema de aquecimento solar ainda enfrenta sérios desafios no país. Um deles, no entanto, acaba de ser vencido pelo engenheiro eletricista João Luiz Florio, da USP.

Ele desenvolveu um dispositivo eletrônico de monitoração e controle que pode ser usado em todos os modelos residenciais de aquecedores de água por energia solar.

Baseado em um microcontrolador, o sistema funciona automaticamente e permite ao usuário obter água na temperatura e no tempo desejados, independentemente dos dias ensolarados.

Além disso, também é possível obter um rendimento de até 30% a mais de água quente por meio de um processo chamado circulação forçada. Mas uma das principais vantagens está na economia de energia elétrica, pois evita o desperdício nos períodos de baixa insolação.

Água quente em dias de chuva

A ideia, conta Florio, surgiu a partir de situações vividas dentro de sua própria casa. Ele destaca que faz uso do processo de aquecimento solar há mais de dez anos por acreditar na sua eficiência, mas algo que o inquietava era a dificuldade de conseguir água quente em períodos longos de chuva.

"Em dias com sol, o aquecedor funciona muito bem. No entanto, com o tempo nublado ou chuvoso, era outra história. Em testes dentro da minha própria casa, descobri que os sistemas existentes no mercado são desprovidos de tecnologia e não são eficientes", reclama.

A partir da constatação, o engenheiro eletricista passou a estudar uma forma de melhorar a eficiência do sistema residencial e chegou a um dispositivo comerciável já patenteado.

Como possui uma microempresa que desenvolve equipamentos eletrônicos, em Sorocaba, não foi difícil aliar a necessidade doméstica à atividade no trabalho. O auxílio financeiro do CNPq, dentro do programa de incentivo à inovação e sob orientação do professor José Antonio Siqueira Dias, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), onde João Florio apresentou dissertação de mestrado, o estimulou a colocar no mercado um dispositivo eletrônico que pode melhorar e, muito, a eficiência dos aquecedores por energia solar residenciais, mesmo aqueles já instalados.

Controle do boiler

Todo o processo consiste em um sistema inteligente que funciona a partir de dados sobre capacidade do boiler ou reservatório de água, temperaturas e horários informados pelo usuário.

Uma vez programado, o sistema calcula automaticamente a ativação do boiler com uma economia de 20% a 25% nos períodos de baixa incidência solar. A circulação forçada, outra vantagem do sistema, aumenta em até 30% a disponibilidade de água quente. "Este aspecto é importante no caso, por exemplo, de o proprietário da casa precisar ter maior disponibilidade de água", explica.

Já o dispositivo anticongelante evita uma das dores de cabeça não tão rara para quem tem o aquecedor solar: em dias muito frios e de queda vertiginosa da temperatura, é possível ocorrer o congelamento da água acumulada dentro dos coletores.

Neste caso, é necessário um serviço de manutenção oneroso para solucionar o problema, sob o risco de danificar todo o sistema, uma situação também já vivida por João Florio em sua residência.

Eficiência do aquecimento solar

A próxima etapa, segundo o engenheiro, será otimizar o sistema e tentar baixar o custo. "Uma das possibilidades seria a venda do dispositivo junto com o sistema, pois o preço ainda é inviável para o consumidor adquirir em separado. A intenção é oferecer um produto com preço acessível", explica.

No entanto, ele destaca que os argumentos são fortes quando se trata de economia de energia elétrica, tomando como exemplo o "grande vilão", que é o consumo do chuveiro elétrico.

"Se pensarmos que 8% da energia elétrica gasta no Brasil se dá em razão do chuveiro e que, nos horários de pico entre 18 e 20 horas, este índice sobre para 18%, temos bons motivos para investir em tecnologia que melhore a eficiência do sistema de aquecimento solar", conclui.

Visão artificial identifica as árvores e a floresta

Pesquisadores norte-americanos criaram um novo algoritmo de visão artificial que promete dar aos computadores e aos robôs a capacidade de identificação de objetos sem a necessidade de programação específica para cada tipo de objeto a ser reconhecido.

A técnica, segundo eles, permite que o computador adquira "a arte de ver a floresta, e não apenas as árvores."

Funcionamento da visão artificial

A visão artificial, ou visão de máquina, é largamente utilizada na indústria, por exemplo, verificando se todas as peças produzidas estão com as dimensões corretas, se todas as garrafas estão cheias ou se todas as embalagens têm o número correto de itens.

No dia-a-dia, contudo, embora a maioria dos aparelhos portáteis já disponha de câmeras, a visão artificial ainda não permitiu a criação de aplicativos mais interessantes, não indo além da capacidade de algumas câmeras de saber onde está o rosto de quem está sendo fotografado.

Isto acontece porque o programa deve ser desenvolvido especificamente para cada tipo de objeto a ser reconhecido. Assim, mesmo para reconhecer uma pequena quantidade dos objetos encontrados no dia-a-dia, o sistema ficaria grande demais.

Um sistema de reconhecimento de objetos convencional, ao tentar identificar um tipo particular de objeto em uma imagem digital, geralmente começa procurando suas características mais salientes. Um sistema criado para reconhecer rostos, por exemplo, pode olhar para coisas que se assemelhem a olhos, narizes e bocas e, em seguida, determinar se todos têm as relações espaciais adequadas entre si.

O problema é que programar esse mecanismo exige uma intuição humana: Um programador decide quais partes dos objetos são relevantes e devem ser procuradas e, a seguir, as descreve para o programa. Isso significa que, para cada novo objeto a ser identificado, o programador tem de começar do zero, determinando quais partes do novo objeto são as mais importantes.

Ensinando o computador a ver

Long Zhu e seus colegas do MIT e da Universidade da Califórnia acharam um modo melhor de fazer isto.

Como a maioria dos sistemas de reconhecimento, o novo programa aprende a reconhecer novos objetos sendo "treinado", usando imagens digitais contendo esses objetos devidamente etiquetados.

Mas ele não precisa saber de antemão quais características ele deve procurar nesses objetos.

Para cada objeto etiquetado, o programa primeiro identifica a menor característica possível, geralmente segmentos de linha muito curtos. Então ele procura por situações nas quais essas características de baixo nível estão conectadas umas às outras, identificando formas um pouco mais sofisticadas.

A seguir ele procura por situações em que estas formas mais sofisticadas estão conectadas umas às outras, e assim por diante, até que seja montada uma estrutura hierárquica de peças cada vez mais complexas.

O resultado final é um modelo descritivo de todo o objeto.

O algoritmo tem ainda outra vantagem. Para identificar um objeto, digamos, um cavalo, ele identifica "formas parciais" que formam o corpo do animal. Mas, tão logo verifique que, uma vez identificada uma dessas formas, a outra sempre aparece, ele pode descartar as partes acessórias.

Isso não apenas acelera o processamento, como também permite a identificação de um cavalo mesmo que apenas uma parte do animal apareça na foto.

Descoberto sistema planetário semelhante ao Sistema Solar

Astrônomos do ESO (Observatório Europeu do Sul) descobriram um sistema planetário com, pelo menos, cinco planetas em órbita de uma estrela do tipo solar, HD 10180.

Os pesquisadores têm também fortes indícios da existência de mais dois planetas, sendo que um deles deverá ser o exoplaneta de menor massa encontrado até agora.

Isto torna este sistema planetário muito semelhante ao nosso próprio Sistema Solar em termos do número de planetas (sete planetas contra os nossos oito). Além disso, a equipe encontrou evidências de que as distâncias dos planetas até sua estrela seguem um padrão regular, como acontece no Sistema Solar.

"Esta descoberta extraordinária também enfatiza o fato de estarmos agora entrando em uma nova era da investigação de exoplanetas: o estudo de sistemas planetários complexos e não apenas de planetas individuais. Estudos dos movimentos planetários no novo sistema revelam interações gravitacionais complexas entre os planetas e nos dão informações sobre a evolução do sistema a longo prazo," diz Christophe Lovis, principal autor do artigo científico que apresenta os resultados.

Sistema planetário HD 10180

A equipe de astrônomos utilizou o espectrógrafo HARPS, montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, em La Silla, no Chile, durante um período de seis anos, para estudar a estrela do tipo solar HD 10180.

A HD 10180 está situada a 127 anos-luz de distância da Terra, na constelação austral da Hidra. HARPS é um instrumento com grande precisão e de extrema estabilidade nas medições, sendo o descobridor de exoplanetas mais bem-sucedido do mundo, juntamente como satélite Corot.

Graças a 190 medições individuais obtidas pelo HARPS, os astrônomos detectaram os minúsculos movimentos da estrela, para a frente e para trás, causados pelas atrações gravitacionais complexas de cinco ou mais planetas.

Os cinco sinais mais fortes correspondem a planetas com massas do tipo de Netuno - entre 13 e 25 massas terrestres - que orbitam a estrela com períodos que vão dos 6 aos 600 dias. Estes planetas estão situados a uma distância da sua estrela central que corresponde a cerca de 0,06 a 1,4 vezes a distância Terra-Sol.

Menor exoplaneta rochoso

"Temos também boas razões para acreditar que mais dois planetas estejam presentes," diz Lovis. "Um será do tipo de Saturno (com uma massa mínima de 65 massas terrestres) com um período de 2.200 dias. O outro será o exoplaneta de menor massa descoberto até agora, com uma massa de cerca de 1,4 vezes a massa da Terra. Ele está muito próximo da estrela hospedeira, a apenas 2% da distância Terra-Sol. Um "ano" neste planeta durará somente 1,18 dias terrestres.

Utilizando o método das velocidades radiais, os astrônomos podem apenas estimar a massa mínima de um planeta, uma vez que esta massa depende igualmente da inclinação do plano orbital relativamente à linha de visão, que é desconhecida. De um ponto de vista estatístico, esta massa mínima é, no entanto, geralmente próxima da massa real do planeta.

"Este objeto gera uma oscilação na estrela de apenas 3 quilômetros por hora - mais lento do que uma pessoa andando a pé - e este movimento é bastante difícil de medir," diz o membro da equipe Damien Ségransan. Se confirmado, este objeto poderá ser outro exemplo de um planeta quente rochoso, semelhante a Corot-7b - veja Menor exoplaneta já descoberto é coberto por lava.

Diferenças do Sistema Solar

O sistema de planetas recém-descoberto em torno da estrela HD 10180 é único em diversos aspectos.

Primeiro que, com pelo menos cinco planetas do tipo de Netuno localizados numa distância equivalente à órbita de Marte, este sistema é mais povoado na sua região interior do que o nosso Sistema Solar, com mais planetas de grande massa nessa região.

Além disso, o sistema provavelmente não possui gigantes gasosos do tipo de Júpiter. Em média, os planetas na região interior do sistema de HD 10180 têm vinte vezes a massa da Terra, enquanto os planetas interiores do nosso Sistema Solar (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) têm uma massa média de meia massa terrestre.

Finalmente, todos os planetas parecem ter órbitas praticamente circulares.

Até agora, os astrônomos conhecem quinze sistemas com pelo menos três planetas. O último detentor do recorde foi 55 Câncer, que contém cinco planetas, dois dos quais gigantes. "Sistemas com planetas de pequena massa como os que se encontram em torno de HD 10180, parecem ser muito comuns, mas a sua história de formação permanece um mistério," diz Lovis.

Lei das órbitas

Utilizando a nova descoberta, juntamente com dados de outros sistemas exoplanetários, os astrônomos encontraram um equivalente da lei de Titius-Bode existente no nosso Sistema Solar: as distâncias dos planetas às suas estrelas parecem seguir um padrão regular. "O que pode ser uma assinatura do processo de formação destes sistemas planetários," diz o membro da equipe Michel Mayor.

A lei de Titius-Bode estabelece que a distância dos planetas até o Sol segue uma fórmula simples. Com relação aos planetas exteriores, prevê-se que cada planeta esteja aproximadamente duas vezes mais afastado do Sol do que o planeta imediatamente anterior. Esta lei empírica previu corretamente as órbitas de Ceres e Urano, mas falhou na previsão da órbita de Netuno.

Composição química das estrelas

Outro resultado importante obtido é a descoberta da existência de uma relação entre a massa de um sistema planetário e a massa e a composição química da estrela hospedeira.

Todos os sistemas planetários de grande massa são encontrados em torno de estrelas de grande massa e ricas em metais, enquanto os quatro sistemas de menor massa conhecidos foram encontrados em torno de estrelas de baixa massa e pobres em metais. Essas propriedades confirmam os modelos teóricos atuais.

De acordo com a definição utilizada em astronomia, "metais" são todos os elementos exceto o hidrogênio e o hélio. Tais metais, com exceção de alguns poucos elementos químicos leves menores, são criados pelas várias gerações de estrelas. Os planetas rochosos também são compostos de "metais".