terça-feira, 23 de outubro de 2012

FBI alerta sobre spyware comercial que agora infecta aparelhos Android

Um recente aviso do FBI sobre malware no Android inclui a versão móvel do spyware que foi vendida para a execução de leis e governos, demonstrando como tais aplicações comerciais podem representar uma ameaça para as empresas privadas e consumidores.

O Internet Crime Complaint Center, do FBI, disse nesta semana que o FinFisher estava entre os mais recentes malware que chamaram sua atenção, junto com um cavalo de Tróia chamado Loozfon. Para infectar celulares, os criminosos estavam enviando mensagens de texto com links que levam para um site malicioso.

O FinFisher tem sido utilizado por algum tempo para comprometer computadores pessoais. A versão comercial foi originalmente vendida como spyware para a aplicação da lei e governos em quase uma dúzia de países.

"O FinFisher é um excelente exemplo sobre o que é tão arriscado sobre as agências governamentais usarem ferramentas de software que podem ser utilizadas para fins maliciosos", Stephen Cobb, segurança evangelista para a ESET, disse por e-mail. "Há uma ironia enorme em um aviso do FBI sobre um software desenvolvido para fins de aplicação da lei ser agora uma ameaça para os nossos telefones Android."

A versão Android do FinFisher permite que cibercriminosos assumam o controle de um dispositivo e monitorem seu uso para roubar informações pessoais, tais como IDs de usuário e senhas para sites bancários online. O Loozfon rouba listas de contatos e o número do telefone infectado. Os criminosos usam tais informações para criar mensagens de texto convincentes para atrair mais pessoas para sites maliciosos.

Ambos malware tiram vantagem das vulnerabilidades dentro do WebKit, um mecanismo de layout de código aberto usado no Safari, da Apple, e outros navegadores, como o Google Chrome, disse Daniel Ford, diretor de segurança da empresa de segurança móvel Fixmo. Nesse ponto, FinFisher e Loozfon são semelhantes aos outros malware Android para roubo de dados.

O FinFisher, desenvolvido pelo Gamma Group, do Reino Unido, foi descoberto pela primeira vez em julho, em Bahrein, onde foi usado para espionar ativistas dentro do reino do Golfo Pérsico. Gamma negou ter vendido o software para o Bahrain. Em agosto, a fornecedora de segurança Rapid7 encontrou servidores de comando e controle em outros 10 países: Estados Unidos, Indonésia, Austrália, Catar, Etiópia, República Checa, Estônia, Mongólia, Letônia e Dubai.

Marcus Carey, pesquisador de segurança da Rapid7, disse que não viu nenhuma evidência de que o FinFisher esteja sendo amplamente utilizado no mercado móvel. "Não sabemos se o  FinFisher está dentro ou fora de controle", disse Carey. "Alguns dos relatos que eu vi fazem parecer que ele está em toda parte."

LoozFon é o perigo maior, disse Rapid7. Descoberto há dois meses, os criminosos estão enviando links com textos que prometem altos salários para trabalhar em casa. "Esse tipo de malware é muito comum no mercado Android", disse Carey.

A Rapid7 não sabe dizer quantos telefones podem ter sido comprometidos com o LoozFon, disse Giri Sreenivas, vice-presidente e gerente geral da empresa. O cavalo de Tróia provavelmente está sendo amplamente utilizado em aplicações móveis falsificadas encontradas em desagradáveis mercados online fora dos EUA.  A maioria das infecções de celular ocorre quando aplicativos falsos de mercados Android são baixados, especialmente da China e da Rússia, disse a McAfee.

O risco de malware nos telefones Android é uma preocupação crescente. Um estudo divulgado este ano pela Symantec constatou que 67% das grandes empresas estavam preocupadas com o malware se espalhando de dispositivos móveis para redes internas.

A McAfee informou ter encontrado 7000 malware visando a plataforma Android nos primeiros três meses do ano, contra 1.000 para outros sistemas operacionais móveis. Por comparação, o número total de malware descoberto em meados de 2011 foi na ordem das centenas, disse a  empresa de segurança. Parte do aumento foi devido a melhorias na detecção.

Apesar da crescente ameaça, operadoras e fabricantes de aparelhos Android continuam a fazer um mau trabalho em atualizar o software, mostram estudos recentes.

Fonte: IDG Now!

Aplicativos Android têm sérias vulnerabilidades SSL, dizem pesquisadores

Uma equipe de pesquisadores de duas universidades alemãs lançou um estudo afirmando que muitos dos aplicativos gratuitos mais populares disponíveis na loja do Google Play podem ser vulneráveis a ataques man-in-the-middle (MitM) - ameaçando seriamente a privacidade do usuário.

Um ataque "man-in-the-middle" é aquele em que um intermediário intercepta a comunicação entre dois sistemas, como entre um PC e usuário.

Os pesquisadores, das universidades de Hannover e Marburg, estudaram os 13,5 mil aplicativos gratuitos mais populares da loja online, com o intuito de encontrar vulnerabilidades SSL ("Secure Socket Layer", protocolo de certificação) e TSL ("Transport Layer Security", ou "segurança nas camadas de transporte", em tradução livre).

Eles descobriram que 1 074 das aplicações "contém códigos específicos SSL que, ou aceita todos os certificados, ou todos os nomes de host de um certificado e, portanto, são potencialmente vulneráveis ​​a ataques MiTM", segundo um resumo publicado online.

Além disso, os cientistas realizaram uma análise manual detalhada em 100 aplicativos em busca de potenciais problemas de segurança. Com isso, descobriram que 41 aplicações eram abertas a ataques man-in-the-middle, por conta de vulnerabilidades no SSL.

Eles disseram que os apps vulneráveis ​​poderiam ser explorados, permitindo que um invasor roubasse nomes de usuários e senhas, informações altamente sigilosas do Facebook, WordPress, Twitter, Google, Yahoo e até mesmo de contas de internet banking, entre outras.

Vulnerabilidades semelhantes, a equipe acrescentou, poderiam ser usadas para manipular o software antivírus do telefone, alterando definições para incluir aplicativos autorizados ou garantir que os maliciosos sejam ignorados.

"A base cumulativa instalada de aplicativos vulneráveis a ataques MiTM confirmados se situa entre 39,5 milhões e 185 milhões de usuários, de acordo o Google Play. Na verdade, a loja não informa o número exato de instalações e exibe um intervalo, em vez disso. O número real provavelmente é maior, já que os mercados alternativos de apps para Android também contribuem para a base instalada", escreveram os pesquisadores.

Fonte: IDG Now!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Kaspersky descobre novo vírus-espião altamente especializado

A Kaspersky Lab anunciou a descoberta do miniFlame, um malware altamente flexível, criado para roubar dados e controlar sistemas infectados durante operações de ciberespionagem. O vírus, também conhecido como SPE, foi descoberto pelos analistas da Kaspersky Lab em julho de 2012 e foi originalmente identificado como um módulo do Flame.

De acordo com os experts, o SPE é uma "ferramenta de ciberespionagem altamente especializada". O vírus atacou alguns poucos alvos no Líbano, França e EUA.

Em setembro de 2012, entretanto, os investigadores da empresa realizaram uma análise mais profunda aos servidores C&C do Flame e descobriram que o módulo miniFlame era, na verdade, uma ferramenta interoperável, que poderia ser utilizada como um programa malicioso independente ou simultaneamente, como um plug-in para as ciberarmas Flame ou Gauss.

De acordo com os especialistas, a descoberta do miniFlame oferece provas da cooperação existente entre os criadores dos maiores programas maliciosos utilizados para a ciberguerra: Stuxnet, Duqu, Flame e Gauss. Dada essa relação com o Flame e o Gauss, o miniFlame pode ser instalado nos equipamentos já infectados por eles. O vetor da infecção original do miniFlame ainda não foi determinado.

Além disso, a Kaspersky descobriu seis variações do miniFlame, todas datadas entre 2010 e 2011. Porém, as análises apontam para a possibilidade de que o desenvolvimento do vírus tenha tido início em 2007. Uma vez instalado, o miniFlame opera como um backdoor e permite obter qualquer arquivo da máquina infectada. Até o momento, a empresa já detectou seis destas modificações, identificando duas gerações principais: 4.x e 5.x.
Fonte: IDG Now!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vírus que se espalha pelo Skype ganha versão latina e sequestra dados

Analistas da Kaspersky Lab anunciaram nesta quinta (11) a descoberta de uma versão latina do worm Dorkbot, que infectou milhares de usuários do Skype na Europa nos últimos dias. De acordo com Dmitry Bestuzhev, diretor do grupo de pesquisa e análise na região, o malware começou a se espalhar no último sábado (6), por meio do serviço de mensagem instantânea (IM) e, logo nas primeiras duas horas, recebeu cerca de 500 mil cliques.

A variante também se espalha por meio da mensagem "¿es ésta tu foto de perfil nuevo?” (é sua nova foto do perfil?), que pode aparece em inglês, espanhol, e português - dependendo da localidade do internauta. Quando o usuário clica no link, é redirecionado para fazer o download do arquivo malicioso e, caso seja infectado, a mensagem será espalhada para os contatos do Skype, MSN e para todas as redes sociais e IM que tiverem seus logins e senhas salvos na máquina infectada. Além disso, o trojan também se dissemina via dispositivos USB.

Do mesmo modo, uma vez instalado no computador, o malware irá roubar dados pessoais e financeiros do usuário e ele passará a fazer parte de uma rede zumbi (botnet), podendo ter arquivos sequestrados pelo cibercriminoso - há casos em que é exigido um resgate de 200 dólares para devolver a informação, foto ou vídeo. "Chego a dizer que a maioria das pessoas que clicaram no link malicioso foi infectadas porque o malware, de acordo com o Virus Total, foi inicialmente detectado por apenas 2 dos 44 antivírus. Atualmente, 27 dos 43 deles já bloqueiam o golpe", afirma Bestuzhev.

Fabio Assolini, analista de malware da Kaspersky Lab no Brasil, afirmou que é questão de tempo para aparecer uma variante brasileira do worm Dorkbot. “Nossos cibercriminosos utilizam muito a engenharia social visando ganhos financeiros. Esse é o típico ataque que vemos por aqui regularmente”, afirma.

Fonte: IDG Now!

domingo, 7 de outubro de 2012

Após 5 anos, governo americano escolhe novo padrão para critptografia digital

Depois de uma concorrência pública que durou cinco anos, o NIST (National Institute of Standards and Technology) escolheu o chamado 'Keccak' para ser a mais nova pedra angular da arquitetura de segurança global: a função hash SHA-3.
A função hash é um algoritmo que, a partir de um determinado bloco de dados, gera um código de tamanho fixo, o valor hash. Isso é usado para criptografar informações transmitidas pela Internet, como logins e senhas. Sem o hash, a codificação de dados seria inútil - por isso, esse mecanismo de verificação é absolutamente fundamental para a segurança online.
Pronunciado como "catch-ack" (faz sentido em voz alta), o Keccak é invenção de um grupo de pesquisadores formado por Guido Bertoni, Joan Daemen e Gilles Van Assche, da STMicroelectronics, e Peeters Michal, da NXP Semiconductors.
Embora provavelmente leve alguns anos para se difundir, o SHA-3 (Secure Hash Algorithm -3) é importante. Ele foi inventado para corrigir falhas teóricas na atual família SHA-2, usada como mecanismo de autenticação em assinaturas digitais, e os protocolos como (TLS e seu sucessor TSL), SSH, e IPSec, bem como em populares programas de  criptografia como PGP e Skype.
O NIST disse que Keccak foi escolhido entre 64 rivais por causa de seu bom desempenho em hardware - melhor do que o SHA-2 - além de sua capacidade de trabalhar em dispositivos com poder de computação variável.
"O Keccak tem a vantagem de não ser vulnerável como o SHA-2", disse o expert do NIST Tim Polk. "Um ataque que funcionaria contra o SHA-2 não atingiria o Keccak porque os dois algoritmos são projetados de modo diferente."
Mas o que é uma função hash e porque ela é importante?
A maneira mais fácil de explicar isso é usar um programa como o Skype como exemplo. O Skype codifica os dados que envia usando AES - este hash (na verdade, um dos vários da família SHA-2) é usado para garantir a comunicação segura de elementos como o login do usuário. 
Fonte: IDG Now!

Cristal do tempo poderá sobreviver ao fim do Universo

Imagine que a entropia finalmente triunfou e, embora o Universo ainda não tenha atingido seu "final definitivo", ele chegou a uma era chamada de "morte do calor", com uma temperatura homogênea - será muito frio por toda parte.
Ainda assim, pode ser possível construir um cristal que continuará "funcionando", sobrevivendo ao resfriamento cósmico - e eventualmente funcionando como uma memória pós-universo.
Essas estruturas exóticas, batizadas de "cristais espaço-temporais", poderão continuar girando de forma persistente, mesmo em seu nível mais baixo de energia, permitindo quebrar tanto a simetria espacial quanto a simetria temporal.
"A ideia está perigosamente próxima da de uma máquina de movimento perpétuo," admite Frank Wilczek, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, idealizador dos cristais do espaço-tempo, referindo-se ao lendário "moto contínuo".
O pesquisador ressalta, porém, que, atingindo seu estado fundamental de energia, esses cristais não poderiam ser usados para produzir trabalho útil, afastando-se da fronteira do irrealizável.
Contudo, eles exigiriam energia externa para serem parados. "Eles poderão gerar uma forma de movimento perpétuo, o que é um pouco assustador para alguém com alguma reputação em física."
Sobre a reputação, Wilczek foi um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2004.
Cristal quântico do tempo
Os cristais normais são formados por átomos ou moléculas organizados espacialmente em estruturas 3D, estruturas estas que se formam abaixo de uma determinada temperatura a fim de minimizar a energia potencial no interior do material.
Por outro lado, se a temperatura subir, os átomos têm a chance de existir em muitos outros estados desordenados, eventualmente se desorganizando completamente, quando o material se funde.
"Os cristais representam a vitória da energia sobre a entropia," explica Wilczek.
Mas tudo isso se refere à organização espacial do cristal.
Wilczek propõe a organização de um cristal no tempo - um cristal quântico do tempo, como ele o chama.
Diz-se que um cristal normal quebra a simetria espacial porque suas partículas constituintes se alinham em direções específicas, não ficando regularmente espaçadas, como quando o material é aquecido até sua fusão.
De forma análoga, quebrar a simetria temporal significa que as partículas terão que sofrer alterações sistemáticas ao longo do tempo.
Isso já acontece naturalmente, por exemplo, no Sistema Solar, ou nos relógios - mas Wilczek argumenta que esses sistemas foram colocados em movimento por forças externas, e irão eventualmente perder energia e parar.
O que ele propõe é um sistema que continue se movimentando mesmo isolado, sem depender de força externa, e em seu estado fundamental de energia. Terá sido criado, então, um cristal do tempo, ou cristal espaço-temporal.
Anel do tempo
A pergunta imediata é: como construir um cristal do tempo?
Wilczek fez todos os cálculos teóricos, e, ao procurar formas de torná-los realidade, pensou nossupercondutores, materiais que, embora estejam no seu estado mais baixo de energia, transmitem uma corrente elétrica.
Como a corrente elétrica não varia no tempo, Wilczek propôs usar um anel supercondutor, variando a supercorrente de forma a dar-lhe um pico temporal.
Matematicamente ele demonstrou que funciona, mas o pesquisador não conseguiu vislumbrar uma forma de fazer isso na prática, porque exigiria que os elétrons, todos sempre com carga de mesmo sinal, reagissem de forma diferente uns em relação aos outros em um momento determinado, para criar uma espécie de quebra-molas quântico, gerando uma variação na corrente.
Tongcang Li e seus colegas da Universidade de Berkeley leram o artigo, acharam que a ideia não é assim tão estranha, e conseguiram idealizar uma forma de construir efetivamente um cristal espaço-temporal.
Sua proposta é aprisionar íons a temperaturas muito baixas, explorando sua repulsão mútua para que eles se arranjem sozinhos para formar o anel.
Segundo o grupo, o anel seria muito similar a um cristal normal. Por meio de ajustes precisos de um campo magnético, que deve assumir determinados valores ao longo do anel, pode ser possível fazê-lo girar continuamente em seu estado mais baixo de energia.
Em outras palavras, ele se tornaria um cristal espaço-temporal.
O grupo calcula que, para construir um cristal do tempo com 0,1 milímetro de comprimento, serão necessários 100 átomos de berílio, resfriados a 1 bilionésimo de kelvin. Quanto maior o anel, mais baixa é a temperatura necessária.
A tecnologia de armadilhas iônicas ainda não é tão precisa, mas os pesquisadores afirmam que isso é uma questão de tempo, e eles próprios mostram-se interessados em conseguir construir o primeiro cristal do tempo.
Aplicações do cristal do tempo
E para que serviria um cristal do tempo?
Xiang Zhang, um dos autores da proposta da armadilha de íons, acredita que uma estrutura dessas "dará uma nova dimensão para a exploração da física de muitos corpos e de propriedades emergentes da matéria".
Isso incluiria a quebra de simetria, como a que parece ter dado massa a todas as partículas quando o Universo se expandiu e esfriou.
Wilczek vai um pouco mais longe, e afirma que os cristais do tempo terão aplicações práticas, embora ele não saiba dizer quais: "Este trabalho está explorando novos estados da matéria, e poderá levar a direções inesperadas."
Ele provavelmente já tem algo em mente, mas talvez seja algo radical demais para que a comunidade dos físicos aceite sem mandar que ele vá escrever artigos de ficção científica - ou tente interná-lo.
Afinal, a ciência anda cuidadosamente um passo de cada vez. E propor a possibilidade de construção de um cristal que gire para sempre, sem precisar de energia externa, sobrevivendo até mesmo ao fim do Universo, parece audacioso o suficiente para uma temporada - mesmo para um ganhador do Nobel.

Rastreamento dos olhos inaugura era pós-mouse

Quando você deseja saber qual é a função de um ícone ou botão de um programa, basta passar o mouse sobre ele para que a informação surja rapidamente na tela.
Mas que tal se bastasse que você passasse os olhos sobre o local de interesse?
As possibilidades abertas por essa tecnologia já foram largamente demonstradas em laboratório, e impressionam sobretudo nos ambientes virtuais, incluindo jogos de todos os tipos e simuladores virtuais.
Mas o alcance é maior, podendo mudar radicalmente as interfaces de programas de computador, fazendo-as ir muito além do mouse e das telas sensíveis ao toque.
Sobretudo os dispositivos menores, como smartphones e tablets, têm muito a ganhar.
Rastreamento dos olhos
E o que faltava para tornar realidade essa tecnologia pós-mouse agora não falta mais.
A empresa japonesa Fujitsu anunciou o desenvolvimento de uma tecnologia de rastreamento dos olhos inteiramente baseada nas câmeras e LEDs que já vêm incorporados na maioria dos notebooks, smartphones e tablets.
Até agora, a tecnologia exigia câmeras e LEDs especializados, que ainda são caros e grandes demais para a integração nos equipamentos.
Os engenheiros da empresa superaram o problema das imagens borradas geradas nas altas velocidades de monitoramento necessárias para rastrear a pupila do usuário, a fim de determinar o ponto exato para onde ele está olhando.
Para isso foi usado um LED emitindo luz na faixa do infravermelho próximo, com a câmera detectando a reflexão dessa frequência de onda pelas diversas partes do olho. A direção do olhar é calculada usando a relação entre a reflexão da pupila e da córnea.
Era pós-mouse
"O processamento necessário para determinar a linha de visão do usuário a partir das imagens capturadas pela câmera é feita usando software, minimizando os custos de hardware," afirma a empresa.
No programa de demonstração da tecnologia, um usuário rola a tela ou faz um zoom na imagem apenas olhando para os botões disponíveis para essas funções.
A empresa afirma que a tecnologia já está pronta para comercialização.
Assim, não precisará esperar muito para usar os olhos para fazer a mira em jogos de primeira pessoa ou para navegar pelo Google Street View apenas olhando para onde você quer ir.

Circuitos integrados ópticos chegam ao mercado

A integração de componentes ópticos e eletrônicos tem feito reiteradas promessas de computadores mais rápidos e que aquecem menos.
Recentemente, pesquisadores alemães anunciaram finalmente que ainterligação de chips por luz está pronta para a indústria.
Mas as novidades mais práticas não vieram dos grandes fabricantes, e sim de uma empresa emergente criada por pesquisadores da Universidade de Valência, na Espanha.
Pascual Muñoz e seus colegas não apenas fundaram a VLC Photonics, como já estão oferecendo serviços de projeto de chips integrando componentes eletrônicos e componentes ópticos, como lasers e fotodetectores.
"Tradicionalmente, fornecedores de componentes ópticos têm desenvolvido internamente os processos para otimizar a fabricação de dispositivos específicos, como lasers ou moduladores. O paradigma emergente das fabless opera com escritórios de projeto independentes que podem fornecer blocos genéricos para construir chips complexos por usuários externos," explica Muñoz.
Conceito fabless
O termo fabless - sem fábrica - é bem conhecido no setor da eletrônica, e refere-se a empresas que detêm o conhecimento, mas não as fábricas. Os chips projetados por essas empresas são então encomendados a grandes fábricas que prestam esses serviços.
"Nós agora podemos incorporar avançados sistemas ópticos, incluindo dezenas a centenas de dispositivos em um único chip, usando silício ou materiais mais exóticos, como fosfeto de índio," diz o pesquisador.
Segundo ele, já existem fábricas na Europa, nos EUA e em Cingapura com os equipamentos necessários para produzir os chips fotônicos que ele e seus colegas podem projetar.
Esse modelo de operação representa uma evolução natural da abordagem tradicional baseada em pesquisas, onde cada universidade ou centro de pesquisas empresarial precisa desenvolver seu próprio processo de fabricação proprietário.
Velocidade de comercialização
Um dos ganhos mais significativos dos escritórios de projetos e das fábricas mais flexíveis é a velocidade com que os resultados podem passar dos laboratórios para as fábricas, com as tecnologias desenvolvidas em cada centro de pesquisa podendo migrar mais rapidamente da academia para o mercado.
Segundo Muñoz, a integração optoeletrônica agora disponibilizada possibilitará levar ao mercado uma infinidade de circuitos integrados fotônicos, para as mais variadas aplicações, incluindo telecomunicações, sensores, biomedicina e também processamento de dados.

Córneas artificiais prontas para testes em humanos

Transplante de córnea e fila de espera são duas expressões que parecem não ter nada a ver uma com a outra, mas que o lado duro da realidade mantém intimamente interligadas.
Um agravante para isso é que muitos pacientes não toleram as córneas naturais transplantadas. Para esses, nem mesmo a fila de espera representa uma esperança.
Assim, sem poder contar com as córneas naturais, pesquisadores de todo o mundo trabalham arduamente para criar córneas artificiais que possam atender às necessidades dos pacientes.
A boa notícia vem agora da equipe do Dr. Joachim Storsberg, do Instituto de Polímeros Aplicados em Potsdam, na Alemanha, que trabalha em uma córnea artificial de plástico desde 2007.
Resultados comprovados
Os primeiros esforços já deram frutos, resultando em uma córnea artificial que atende as necessidades de pacientes cuja córnea se torna translúcida, uma condição extremamente difícil de tratar.
Com os primeiros sucessos, o pesquisador agora está fabricando córneas mais flexíveis também quanto ao uso.
"Nós estamos no processo de desenvolvimento de dois tipos diferentes de córneas artificiais. Um deles será usada como alternativa para a córnea de um doador nos casos onde o paciente não tolera o transplante," diz o pesquisador, ressaltando que este é o caso mais crítico, uma vez que nem mesmo a fila de transplantes é uma opção para esses pacientes.
O segundo tipo pretende ser mais genérico, eventualmente substituindo de vez as córneas de doadores em todos os transplantes.
Testes em humanos
Quando fala em "processo de desenvolvimento", o pesquisador se refere aos testes necessários para que o dispositivo seja aprovado pelas autoridades de saúde, uma vez que os protótipos já estão prontos.
As novas córneas artificiais são feitas com polímeros com propriedades de absorção de água ainda mais eficientes. Uma segunda camada de revestimento garante maior firmeza do implante no olho.
Além disso, a borda da córnea artificial recebeu uma alteração química que induz o crescimento local de células, o que representa um elemento de "ancoragem definitiva" do implante no olho.
Os testes iniciais já mostraram que os novos revestimentos não induzem respostas imunológicas, atestando a biocompatibilidade dos materiais usados.
Todos os testes foram feitos em coelhos. Agora a equipe irá começar os testes em humanos.

Tecnologia brasileira contra malária vira referência mundial

Um medicamento contra malária desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farmaguinhos/Fiocruz) recebeu um aval da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O medicamento, chamado ASMQ, recebeu a pré-qualificação da OMS, uma garantia do alto padrão de qualidade do produto.
A pré-qualificação é uma espécie de registro internacional que permite a distribuição para vários países por meio de um mecanismo de compra centralizado da OMS.
A certificação foi anunciada na Índia, onde o medicamento é fabricado graças à transferência de tecnologia da cooperação Sul-Sul (agenda de discussões entre Brasil, Índia e África do Sul).
Com o aval da OMS, a dose fixa de artesunato (AS) e mefloquina (MQ), desenvolvida pelo Farmaguinhos em parceria com a organização Medicamentos para Doenças Negligenciadas, terá maior facilidade para ser distribuída no Sudeste Asiático.
Tratamentos contra malária
O tratamento com as duas drogas já era usado contra a malária, mas a nova formulação, registrada no Brasil e distribuída pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária desde 2008, oferece tratamento mais fácil e eficiente.
"Quando você tem duas drogas associadas [...] você garante a cura radical da doença, previne o aparecimento de cepas resistentes. Também melhora muito a adesão ao tratamento, quer dizer, o paciente toma o tratamento completo e você tem uma chance maior de cura", explicou André Daher coordenador de pesquisa clínica da Farmanguinhos.
Este é o tratamento para malária com uso do menor número de comprimidos atualmente e pode ser aplicado a partir dos 6 meses de idade.
"Você tem quatro tipos de tratamento, divididos por faixas etárias, mas são todos com uma tomada diária durante três dias e não precisa ser ingerido com nenhum tipo de alimento especial. O fato de ser uma única dose diária melhora muito a adesão do paciente e ele apresenta maior tolerabilidade, com menos efeitos colaterais," disse Daher.
 Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Reciclagem de cimento e concreto é feita com raios

Milhares de caçambas trafegam todos os dias pelas grandes e pequenas cidades do mundo todo, levando para descarte milhões de toneladas de pedaços de concreto retirados de obras e demolições.
O impacto sobre o meio ambiente, e o custo das novas construções, seriam muito menores se fosse possível reciclar esse concreto.
Para se ter uma ideia do impacto das emissões de CO2 geradas pela produção de cimento, basta ver que a produção de uma tonelada de cimento libera de 650 a 700 quilogramas de dióxido de carbono.
Isto significa que de 8 a 15 por cento da emissão anual global de CO2 é devida unicamente à fabricação de concreto.
E, até hoje, não existe uma solução ideal para a reciclagem do concreto descartado.
O que existe hoje é o chamadodowncycling, com a reutilização de uma parte do material em aplicações menos nobres, cuja qualidade deteriora a cada reutilização.
Reciclagem do concreto e cimento
Não satisfeito com a situação, o Dr. Volker Thome, do Instituto de Física das Construções, em Holzkirchen, na Alemanha, foi buscar inspiração em uma técnica explosiva criada por pesquisadores russos nos anos 1940.
Ele queria eliminar o maior problema de todas as tentativas feitas até agora de reciclar o concreto e o cimento: a enorme quantidade de poeira gerada na moagem do material.
Além disso, seu interesse é obter de volta as partículas de brita incorporadas no concreto, e reutilizá-las sem perda de qualidade, para o que a moagem não é uma solução adequada.
Para alcançar esses objetivos, Thome reviveu um método desenvolvido por cientistas russos na década de 1940, mas que depois foi abandonado: a fragmentação eletrodinâmica.
Esta técnica permite que concreto seja dividido em seus componentes individuais - agregado e cimento.
Força dielétrica
O método de "desmontagem" do concreto consiste em uma autêntica tempestade de raios, rompendo o concreto com descargas elétricas.
"Normalmente um raio prefere viajar através do ar ou da água, e não através de sólidos," explica Thomas. Mas, para que o raio exploda o concreto, é necessário garantir que ele atinja e penetre no aglomerado.
Mais de 70 anos atrás, cientistas russos descobriram que a força dielétrica, isto é, a resistência de um fluido ou sólido a um impulso elétrico, não é uma constante física, mas varia com a duração do raio.
"Com uma descarga extremamente curta - menos de 500 nanossegundos - a água atinge imediatamente uma força dielétrica mais alta do que a maioria dos sólidos," explica Thome.
Isto significa que, se o concreto estiver imerso em água e for atingido por uma descarga de 150 nanossegundos, o raio vai correr através do sólido, e não através da água.
Fragmentação eletrodinâmica
Esta é a essência do método.
No concreto, o raio corre ao longo do caminho de menor resistência, a fronteira entre os componentes que o formam, ou seja, entre o cascalho e o cimento.
O primeiro impulso enfraquece mecanicamente o material. Em seguida, forma-se um canal de plasma no concreto que cresce durante alguns milésimos de segundo, produzindo uma onda de pressão de dentro para fora.
"A força dessa onda de pressão é comparável com uma pequena explosão", diz Thome.
O concreto é dilacerado e dividido em seus componentes básicos, estando todos prontos para reúso.
No experimento em escala de laboratório, os pesquisadores já conseguem processar uma tonelada de resíduos de concreto por hora.
"Para trabalhar de forma eficiente, nosso objetivo é atingir um processamento de pelo menos 20 toneladas por hora," diz Thome.
Segundo ele, a expectativa é que, dentro de dois anos, o sistema possa estar operando em escala industrial, pronto para lançamento no mercado.

Nanofios estressados aceleram elétrons nos processadores

Nanofios tensionados aumentam velocidade de elétrons, o que pode permitir um impulso extra para os microprocessadores de nova geração, que podem se tornar mais rápidos e consumir menos energia.
Quem conseguiu comprovar a técnica foi o brasileiro Renato Amaral Minamisawa, atualmente realizando suas pesquisas no Instituto Paul Scherrer, na Suíça.
Minamisawa e seus colegas conseguiram produzir nanofios em um substrato de silício com uma tensão mecânica até três vezes maior do que as obtidas por outros grupos de pesquisa.
Filamentos minúsculos, os nanofios de silício são apontados como um dos materiais semicondutores mais promissores para tornar mais eficientes os microprocessadores baseados na tecnologia do silício.
É por isso que há grupos trabalhando nessa tecnologia em vários centros de pesquisas, incluindo locais como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e as universidades de Princeton e de Stanford, nos Estados Unidos, e pelas próprias indústrias de microprocessadores.
Mobilidade dos elétrons
Ao esticar ou comprimir as extremidades de um fio de silício, cria-se uma tensão mecânica (estresse) que pode melhorar significativamente as propriedades eletrônicas do material.
O maior ganho é no aumento significativo da mobilidade dos elétrons - elétrons mais rápidos tornam os transistores e, consequentemente, os microprocessadores mais rápidos e com menor consumo de energia.
Foi em 2003 que a IBM anunciou a construção do primeiro chip com silício tensionado - a tecnologia também atende pelos menos de "silício expandido", "silício estressado", "silício esticado" etc.
Desde então, praticamente todos os microprocessadores usam silício tensionado no canal de transistores.
Porém, existem limitações para aumentar a tensão mecânica do material e para implementar nanofios de silício estressados em componentes eletrônicos.
Recorde de estresse
Ao utilizar uma combinação de técnicas, Minamisawa desenvolveu nanofios de silício com estresse de até 7,5 Giga Pascal (GP), contra no máximo 2 GP alcançados por outros grupos.
"Batemos o recorde de estresse em nanofios de silício, em comparação com outras tecnologias que foram desenvolvidas para esta finalidade em universidades, instituições de pesquisa e indústrias nos Estados Unidos, Europa e no Japão", disse Minamisawa.
Como material de partida para produzir os nanofios com maior tensão mecânica, os pesquisadores utilizaram um substrato produzido industrialmente com uma camada de silício levemente estressada sobre uma camada de óxido de silício, chamado "silício estressado sobre isolante".
Por meio de técnicas de litografia e de corrosão, eles criaram nanofios de silício suspensos por contatos largos, dando origem a nanofios com 30 nanômetros de largura e 15 nanômetros de espessura.
Nesta nanoestrutura, a tensão mecânica se concentra na menor área de secção (constrição), ou seja, no nanofio.
Desse modo, o nanofio estica enquanto os contatos relaxam da tensão inicial do substrato, multiplicando a tensão aplicada nele.
Com isso, é possível produzir milhares de nanofios com um estado permanente de tensão mecânica bem definida e em diversas escalas.
"Por meio da técnica de litografia, desenvolvemos um método que multiplica o estresse de uma camada de silício já pré-estressada e que é compatível com os métodos de fabricação e materiais utilizados na indústria eletrônica hoje", explicou Minamisawa.
Aplicação industrial
De acordo com Minamisawa, a tecnologia está em processo de patenteamento na Europa e pode permitir a fabricação de uma grande variedade de semicondutores com propriedades únicas para aplicações nas áreas de nanoeletrônica, fotônica e fotovoltaica.
Mas, para isso, os pesquisadores vão estudar, agora em um consórcio formado com algumas empresas na Europa, como incorporar os nanofios de silício que desenvolveram em uma estrutura de transístor.
De acordo com Minamisawa, as vantagens de se utilizar nanofios de silício é que eles possibilitam controlar melhor o switch - componente elétrico que pode quebrar um circuito elétrico, interrompendo a corrente ou desviando-a de um condutor para outro - dos componentes eletrônicos.
"A associação da arquitetura de nanofio com o silício estressado permitiria desenvolver transistores mais rápidos e que consomem menos energia", disse.
"É claro que, para essa tecnologia chegar à indústria, existe uma série de barreiras, porque será preciso mudar toda a tecnologia usada hoje, que é extremamente sofisticada. Mas mesmo que não resulte em aplicações em microeletrônica, nossa pesquisa pode ajudar a demonstrar os limites de performance do silício como um material para microeletrônica", afirmou Minamisawa.
A técnica foi utilizada inicialmente pelos pesquisadores do Instituto Paul Scherrer no desenvolvimento de um laser de germânio, que pode ser incorporado nos chips de silício e abre a perspectiva de os microprocessadores trocarem dados usando luz em vez de corrente elétrica.