domingo, 2 de novembro de 2008

GUIA DE CARREIRAS: Engenharia Química

A indústria petroquímica e todas as indústrias relacionadas a ela ainda são as grandes propiciadoras de empregos para o engenheiro químico. Mesmo assim, há espaço para desenvolvimento de outras áreas, como a que se preocupa com o tratamento de resíduos e com a poluição ambiental.

“A petroquímica manda no mundo industrial. Hoje, com as novas tecnologias, não há consenso sobre o fim do combustível. Há reservas provadas e prováveis e o horizonte é bastante amplo ainda”, afirma a professora da Universidade de São Paulo (USP), Patrícia Helena Lara dos Santos Matai. O que tem de se buscar é o uso racional e a reciclagem de materiais.”

Segundo ela, o tempo de duração do petróleo varia muito de autor para autor. Há até estudos que afirmam que o combustível deve durar mais 150 anos ainda. Isso porque cada jazida oferece apenas 30% de sua capacidade, por dificuldades de exploração. Com novas tecnologias, o combustível que sobrou poderá ser explorado.

E outras áreas têm crescido nesse caminho da diminuição do uso de petróleo. São os biocombustíveis, como o etanol, com utilização mais sustentável que a do petróleo. Nesse ramo, o engenheiro químico pode trabalhar tanto na pesquisa quanto na produção.

Para a engenheira química Adriana Lúcia Antunes, com 20 anos de profissão, o futuro está realmente na preocupação com o meio ambiente. “Estamos em um momento de transformação, adotando tecnologias limpas, de reciclagem”, diz.

Em seu trabalho como consultora da indústria de cosmético, ela nota que as empresas têm procurado se voltar ao bem-estar físico e do meio ambiente. “Estão sendo usadas matérias-primas sustentáveis. Há preferência por esse lado natural.”

Requisitos profissionais

Para trabalhar como engenheiro químico, o profissional precisa ter se registrar no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). A categoria tem piso salarial de seis salários mínimos para seis horas trabalhadas diariamente (o que equivale, atualmente, a R$ 2.280). Para sete horas trabalhadas, o valor sugerido é de R$ 2.850 e para oito horas, o valor é de R$ 3.230.

De acordo com Rodrigo Menezes Moure, coordenador da modalidade química no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, todas as indústrias podem ter engenheiro químico. “E a formação vale até mesmo para quem pretende trabalhar mais voltado à química, em laboratório, por exemplo. Para isso, precisa se registrar no Conselho Regional de Química”, explica.

O engenheiro químico trabalha com os processos de industrialização. Muito genérico? Sim, por isso é que a profissão tem tantos campos de atuação profissional. Em geral, toda a indústria tem um potencial emprego para o engenheiro químico. E, para dar conta de tantas áreas, a formação é bem pesada durante a faculdade.

“A primeira coisa necessária para fazer o curso é ter uma boa afinidade com a disciplina de química. Mas o curso não é só química: é muito mais. Tem uma carga pesada de exatas”, afirma o coordenador do curso na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Cristiano Fontes. “O engenheiro químico é responsável por todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até o produto final”.

O curso tem duração mínima de cinco anos de acordo com uma resolução do Conselho Nacional de Educação e, segundo estatísticas do Ministério da Educação (MEC), há mais de 60 instituições que oferecem a graduação pelo país.

Em geral, os cursos em todas as regiões do Brasil têm dois anos básicos, com muita carga de matemática, física e química. Só depois dos fundamentos é que começam as disciplinas profissionalizantes. Nessa fase, a ênfase dos cursos pode variar, conforme os produtos da região.

“É fundamental muita dedicação e muito estudo. Há períodos integrais de aula e o estudante tem de estudar muito para dar conta de todas as tarefas que tem de cumprir”, afirma a coordenadora da graduação na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Patrícia Helena Lara dos Santos Matai.


Estágio

O estágio é um dos requisitos para a formação do engenheiro. “Engenharia química tem de ter conhecimento da prática. Mas fazer estágio precoce não adianta. Até acaba atrapalhando os estudos”, diz Fontes. Por isso, a UFBA estabeleceu que o estágio só será feito a partir do oitavo semestre.

Na Poli da USP, o currículo ficou um pouco diferente dos tradicionais para dar conta do estágio. A partir do terceiro ano, os estudantes cursam quatro meses de aulas acadêmicas e fazem quatro meses de estágio, que pode ser realizado em empresas do Brasil e do exterior ou mesmo na universidade. O objetivo, segundo Patrícia, é começar a inserção do estudante no mercado.

“O aluno de engenharia química tem de ser colocado em contato com a realidade industrial. Quando trabalha ele vê o que estudou no papel, e aquilo ganha outra dimensão”, afirma Patrícia.

Química ou engenharia química

Se você tem dúvidas se escolhe cursar química ou engenharia química, deve prestar atenção ao lado profissional: o químico em geral é responsável pelos processos de análise de laboratório. Já o engenheiro fica no chão da fábrica.

“Podemos pensar no processo de fabricação de azulejos. A pessoa que cuida do controle de qualidade é o químico. A produção é responsabilidade do engenheiro”, explica o coordenador da modalidade no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Rodrigo Menezes Moure.

Fonte: G1

2 comentários:

Unknown disse...

Eu posso fazer quimica e depois Engenharia? ou vai ficar parecendo que eu não sei o que eu quero?

Fabio Ieda disse...

ola!!sou aluno do curso tecnico em quimica industrial,porem no momento comecarei no mes que vem 2/2011,faculdade engenharia quimica.tenho duvida ;sera que devo parar o tecnico,pois o tecnico podera atrapalhar o andamento do curso de engenharia quimica?aguardo resposta por favor,me ajudem!!meu e-mail: fabioieda1980@yahoo.com.br
muito obrigado!!!