Sua mão é um excelente sensor de calor, por exemplo - toque em algo e você imediatamente poderá dizer se está quente ou frio, ou com uma temperatura similar à do seu corpo.
Mas nossos sensores mais versáteis estão no paladar e no olfato.
Há anos os cientistas vêm tentando reproduzir essa capacidade natural de detectar moléculas, construindo os chamados biossensores, capazes de detectar indicadores de drogas - e também de doenças.
Já existem biossensores capazes de detectar infecções no pulmão pelo ar expirado, bem como o câncer pelo hálito ou infecções em queimaduras.
Janela de concentração
O grande desafio é detectar a substância de interesse quando as moléculas estão em concentrações muito baixas.
"Os biossensores mais recentes, mais rápidos e mais fáceis de usar, desenvolvidos para determinar os níveis de várias moléculas, tais como fármacos e biomarcadores de doenças no sangue, apenas funcionam quando a molécula está presente em uma determinada concentração, chamada de janela concentração," explica o professor Alexis Vallée-Bélisle, da Universidade de Montreal (Canadá).
"Abaixo ou acima dessa janela, os biossensores atuais perdem muito de sua precisão," completa.
Os pesquisadores adaptaram um biossensor de cocaína (em verde) reconstruindo uma nova versão capaz de reagir a uma série de moléculas inibidoras (em azul). [Imagem: University of Montreal] |
Foi por isso que ele e seu colega Alessandro Porchetta se voltaram para o nível celular, em busca de aumentar a capacidade de detectar moléculas em concentrações muito baixas.
Sensor de cocaína
O estudo do mecanismo que as células usam para detectar moléculas ao seu redor permitiu que eles reprojetassem um biossensor já desenvolvido para detectar cocaína, mas que não atingiu toda a precisão desejada.
O resultado é que o novo sensor de cocaína inspirado na natureza não apenas ficou muito mais preciso, mas tornou-se capaz de detectar uma série de moléculas inibidoras.
Além da aplicação bastante óbvia de detectar a droga - compondo os chamados narizes eletrônicos - os pesquisadores agora pretendem adaptar sua tecnologia para uso em outras áreas, sobretudo no diagnóstico e administração de medicamentos para o câncer.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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