terça-feira, 20 de novembro de 2012

Fiocruz e farmacêutica japonesa farão remédio para doenças negligenciadas

A Fiocruz e a empresa farmacêutica japonesa Eisai anunciaram a assinatura de um acordo colaborativo para o desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas para doenças negligenciadas típicas dos trópicos.

A parceria terá início com a produção de um medicamento para o combate à malária cerebral, que ocorre quando o protozoário causador da doença adere às paredes dos vasos sanguíneos na região do cérebro, o que resulta na obstrução do fluxo sanguíneo.

Essa complicação no quadro da doença ocorre em aproximadamente 10% dos casos de malária e as taxas de mortalidade aumentam de 25% a 50% no período de 24 a 46 horas após seu aparecimento inicial.

Um medicamento produzido pela Farmanguinhos/Fiocruz foi certificado em outubro pela OMS  (Organização Mundial da Saúde) para o combate a malária em países da Ásia.

Receptor de TLR

O medicamento será desenvolvido com base no composto E6446, que apresenta o chamado receptor TLR9.

Esse receptor desempenha um papel fundamental no reconhecimento de agentes patogênicos no organismo, como bactérias ou vírus, auxiliando osistema imunológico  do corpo em sua proteção.

Mais de 10 tipos de TLR foram relatados na literatura científica até o momento.

Declaração de Londres

A parceria da Eisai com a Fundação faz parte do compromisso da farmacêutica com a Declaração de Londres.

Trata-se de um esforço coordenado de diversas companhias e organizações sem fins lucrativos mundiais para erradicar até 2020, a partir de acordos público-privados, 10 doenças tropicais negligenciadas, como a leishmaniose, adoença de Chagas, a hanseníase e a doença do sono.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades atingem 1 bilhão de pessoas em 149 países.

Em 100 ou mais territórios, que apresentam situações de pobreza, duas ou mais dessas doenças são consideradas endêmicas.


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