quinta-feira, 12 de abril de 2012

Processadores multinúcleos vão virar mini-Internets

Já faz alguns anos que os processadores de computador não ficam mais rápidos.

Para manter os aumentos constantes de velocidade que softwares e consumidores ficaram acostumados, os fabricantes de chips começaram vendendo dois processadores pelo preço de um.

Hoje eles já vendem de seis a oito processadores pelo preço de um só, os chamados processadores multi-núcleos, que nada mais são que vários processadores encapsulados dentro de uma única pastilha de silício.

Mas mesmo esta estratégia está encontrando suas limitações.

Internet em um chip

O problema é que os núcleos intercomunicam-se usando um único barramento: um único conjunto de fios por onde os dados passam.

Isso significa que, em um determinado momento, apenas dois núcleos estão trocando dados, uma séria limitação para uma tendência que já ousa falar em centenas e até milhares de núcleos no mesmo chip.

Agora, Li-Shiuan Peh e seus colegas do MIT acreditam ter encontrado a solução para esse gargalo.

Eles foram buscar inspiração na internet, para propor que, assim como os computadores da rede mundial, os núcleos de um processador multicore devem transmitir e receber informações em "pacotes" de dados.

Cada núcleo deverá ter seu próprio roteador, que poderá enviar cada pacote por diversos trajetos, dependendo da condição da rede interna do processador a cada momento.

Além dos barramentos

"Os barramentos atingiram seu limite. Eles tipicamente atendem a oito núcleos," diz a pesquisadora, comentando que os chips de 10 núcleos já possuem um segundo barramento, mas que isso não vai funcionar para centenas de núcleos.

"Barramentos consomem um bocado de energia porque eles dependem de fios longos para atingir oito ou 10 núcleos ao mesmo tempo," complementa.

Na sua "rede em um chip", a Dra. Peh propõe que cada núcleo fale apenas com os quatro núcleos mais próximos: "Assim, você precisa de segmentos pequenos de fios, permitindo reduzir a tensão."

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