Eles afirmam que essas chaves poderão ser reforçadas para tratar doenças causadas pela super-ativação do sistema imunológico, ou bloqueadas, para melhorar as vacinas.
O "reforço" de uma chave faz sentido porque os mecanismos descobertos estão presentes nas células, o que levaria a um modo de ação baseado na ativação ou desativação do mecanismo em um maior número de células.
Desligando o sistema imunológico
Uma equipe da Universidade de Dublin, na Irlanda, descobriu que uma proteína, chamada TMED7, pode desativar uma parte do nosso sistema imunológico, o que ocorre naturalmente quando uma infecção acaba de ser eliminada.
"Sem esses sinais de parada, como a TMED7, nosso sistema imunológico continuaria a agir, de forma descontrolada, eventualmente levando a doenças como o choque séptico," explica a Dra. Anne McGettrick.
Segundo ela, a manipulação dessas "chaves" pode acalmar nosso sistema imunológico, evitando que ele ataque nossos próprios corpos, como no caso das doenças autoimunes.
Por outro lado, tentativas de criar vacinas contra a malária e o HIV, por exemplo, têm falhado porque o sistema imunológico não ativa uma resposta forte o suficiente à vacina, o que a torna ineficaz para gerar imunidade.
"Remover a TMED7 das nossas células poderia ajudar a reforçar nossa resposta imunológica às vacinas, tornando-as assim mais eficazes," diz a Dra. Sarah Doyle, principal autora da pesquisa.
Chave geral do sistema imunológico
Mas uma outra equipe, do Imperial College de Londres, fez uma descoberta ainda mais radical.
Eles afirmam ter identificado uma proteína, chamada IRF5, que é uma espécie de "chave geral" do sistema imunológico.
Essa proteína está presente em glóbulos brancos específicos, determinando se eles promovem ou inibem as inflamações.
As respostas inflamatórias são uma defesa importante que o organismo utiliza contra os estímulos nocivos, tais como infecções ou danos a tecidos.
Contudo, em várias situações, a inflamação excessiva pode prejudicar o próprio corpo. Na artrite reumatoide, por exemplo, que envolve uma inflamação excessiva, as articulações ficam inchadas e doloridas. Mas as razões por que isso acontece não são bem compreendidas.
Células do sistema imunológico, chamadas macrófagos, podem estimular ou suprimir a inflamação através da liberação de sinais químicos que alteram o comportamento de outras células.
O que a equipe da Dra. Irina Udalova descobriu é que a proteína IRF5 atua como um interruptor molecular que controla se os macrófagos promovem ou inibem a inflamação.
Os resultados sugerem que bloquear a produção da IRF5 nos macrófagos pode ser uma forma eficaz de tratar uma ampla gama de doenças auto-imunes, como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, lúpus e esclerose múltipla.
Por outro lado, aumentar os níveis de IRF5 pode ajudar a tratar as pessoas cujo sistema imunológico está comprometido.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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