Médios da Universidade de Granada (Espanha) criaram uma nova técnica de aplicação da radioterapia que, segundo eles, é "muito menos tóxica do que a que se emprega atualmente".
A toxicidade a que Miguel Martínez Carrillo e seus colegas se referem é o nível de radiação a que ficam sujeitas áreas do corpo saudáveis, que não precisam do tratamento, provocando efeitos colaterais tão intensos que podem exigir a interrupção do tratamento.
O novo aparelho permite que a radiação seja dirigida apenas às áreas cujas células estão afetadas pelo câncer.
Protocolo para radioterapia
Os cientistas espanhóis desenvolveram um protocolo de tratamento para demonstrar que os cânceres da cavidade oral e da faringe, que precisam de quimioterapia ou radioterapia pós-operatórias, podem ter a intensidade desses tratamentos diminuídos de forma apreciável sem comprometer sua eficácia.
Mais de 70% dos cânceres orais e de faringe exigem a radioterapia pós-operatória - uma quantidade menor exige também a quimioterapia.
Esses tratamentos são "tremendamente tóxicos", dizem os cientistas, sobretudo pela ulceração das mucosas da boca e da faringe - é comum a necessidade da interrupção do tratamento pela gravidade dos efeitos colaterais, diminuindo as possibilidades de cura dos pacientes.
Mapa de risco
O novo protocolo envolve o desenvolvimento de um "mapa de risco" para as diversas áreas potencialmente atingidas pelo câncer e submetidas à cirurgia.
Com este mapa, os pesquisadores espanhóis demonstraram que é possível reduzir sensivelmente o volume de tecido que recebe a radiação, desta forma minimizando os efeitos colaterais.
Ao longo de três anos de testes do novo protocolo, a equipe conseguiu chegar ao fim do tratamento de radioterapia, sem interrupções, em 95% dos pacientes - 44% deles tiveram diminuição no volume de tecido tratado em relação ao tratamento convencional.
A quantidade de recidivas - volta do câncer após o tratamento - foi equivalente ao do tratamento convencional.
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