Ao ouvir falar de uma cerâmica, a maioria das pessoas logo se lembra
de uma indústria com jeitão pré-industrial, com uma enorme chaminé.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão trabalhando para mudar essa paisagem.
Cerâmica em micro-ondas
Ruth Kiminami e seus colegas querem levar para as cerâmicas uma
tecnologia já bem conhecida das donas de casa: o forno de micro-ondas.
As pesquisas mostram que a monoqueima de porcelanas esmaltadas neste
tipo de forno apresenta perfeita adesão do esmalte, densidade aparente e
resistência mecânica igual às obtidas pelo processo convencional.
E não se trata apenas de igualar a tecnologia secular: há um enorme ganho de tempo e energia.
O método convencional, chamado biqueima, utiliza mais tempo e energia
porque depende da queima do corpo cerâmico sem esmalte, numa primeira
fase, e de uma nova queima, depois que o material passa por um processo
de esmaltação.
Com esse procedimento em fases o processo de produção leva no mínimo 18 horas.
No forno de micro-ondas a queima da cerâmica é feita em apenas 24 minutos.
Porcelanas
A pesquisadora acredita que o avanço e a disseminação da técnica de
queima cerâmica em forno de micro-ondas podem ter enorme impacto em uma
indústria caracterizada por pequenas e médias empresas.
A adoção da monoqueima em micro-ondas seria um processo inovador para
a produção de cerâmicas, sobretudo para a produção de porcelanas.
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