Em tempos de preocupações com minerais de terras raras e metais ameaçados de extinção, você se arriscaria a apostar no elemento mais crítico para a moderna tecnologia?
Lítio, silício, germânio, platina são os mais conhecidos do público.
Mas estará entre eles aquele cuja falta mais ameaçaria a aparentemente
tão autossuficiente era da tecnologia?
Definitivamente não, afirma uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
E a resposta está no arsênio, o As da tabela periódica, com seu
número atômico 33 e massa atômica 75 - um elemento altamente tóxico para
o ser humano.
Mas por quê?
V. Ex.a, GaAs
Nedal Nassar e seus colegas respondem que é por causa do papel
crítico que o arsênio desempenha na fabricação dos processadores de
computador, mais especificamente, da tecnologia dos semicondutores à
base de arseneto de gálio - uma liga do arsênio com o gálio, ou GaAs.
O grupo explica que os cinco finalistas nesse jogo das ameaças à
tecnologia são ouro, prata, arsênio, selênio e telúrio, a maioria deles
explorado como subprodutos da mineração do cobre.
O cobre é bem tradicional, e é usado para transportar eletricidade.
Mas o transporte de eletricidade com a precisão e a eficiência
necessária aos circuitos eletrônicos integrados é feito pela prata e
pelo ouro, como acontece nos contatos das memórias de computador.
Os fabricantes de painéis solares, por sua vez, precisam de selênio e
telúrio, enquanto, finalmente, os fabricantes de chips para
computadores dependem muito do arsênio.
O grupo salienta que, ainda que um problema de suprimento de qualquer
um desses metais afete um grande número de indústrias de alta
tecnologia, o arsênio é o mais crítico de todos.
Tente, por exemplo, voltar na cadeia produtiva, da mais alta
tecnologia para a menos intensiva em tecnologia, retirando os
computadores de qualquer atividade humana, e se poderá pesar
adequadamente sua importância.
Na verdade, o composto GaAs é importante também para a fabricação de raios laser, LEDs e diversos circuitos para transmissão de dados, além de alguns tipos de células solares.
Criticalidade
Não existe um padrão para avaliação do risco de suprimento de
minerais e metais, que inclua a disponibilidade de reservas, fatores
ambientais, fatores políticos, vulnerabilidades da cadeia de suprimentos
etc.
Por isso a equipe usou o critério da "criticalidade", um conceito que
leva em conta o risco da escassez futura e dos potenciais danos à
economia gerados por essa escassez.
O arsênio teve a maior criticalidade, seguido de perto pela prata e pelo selênio.
A equipe afirma que seu ranking é dinâmico, e terá que ser avaliado
ao longo do tempo, certamente apresentando mudanças conforme variem
tanto a oferta quanto a demanda, assim como o desenvolvimento de
substitutos e a criação de tecnologias alternativas.
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