Claro, eles são executados em servidores incrivelmente rápidos, e rodam algoritmos sofisticados, mas a experiência em si é basicamente a mesma: usuários digitam uma palavra ou duas e o mecanismo devolve uma lista com links para as páginas mais relevantes.
Mas isto parece estar prestes a mudar.
No mês passado, o Google lançou seu "grafo do conhecimento", que disponibiliza fatos e serviços em resposta a termos de pesquisa - e não apenas links para websites.
Este é o último passo em um processo pelo qual os motores de busca estão se transformando em algo completamente novo: vastos cérebros que respondem diretamente às perguntas feitas em linguagem cotidiana.
"As buscas fazem um bom trabalho retornando páginas," diz Shashidhar Thakur, do Google. "Mas podemos ir além, e retornar conhecimento."
Links não são necessariamente a melhor maneira de responder uma consulta.
Quando alguém procura "localização do estádio do Botafogo", por exemplo, certamente preferiria ter uma resposta direta contendo o endereço do Engenhão, em vez de um link para um texto contendo as informações.
O Google e o Bing, da Microsoft, já conseguem dar respostas diretas a um pequeno número de consultas, mas a variedade e a profundidade dessas respostas está prestes a se expandir dramaticamente.
Bases de conhecimento
Ao longo dos últimos anos, o Google e a Microsoft têm discretamente compilado enormes bases de dados com conhecimento para ajudá-los a fazer isso.
Seus repositórios de conhecimento estão sendo construídas com informações publicamente disponíveis, como as páginas da Wikipedia, assim como preços coletados em sites de varejo e avaliações de produtos feitas por usuários.
"Tudo o que descreve um objeto está espalhado pela web," diz Stefan Weitz, diretor do Bing. "O desafio é colocar tudo junto."
Esses dados open-source estão sendo combinados com dados adquiridos internamente, tais como informações de localização de produtos a partir dos mapas das respectivas empresas.
Grafos
Tudo é colocado junto para criar um "grafo": uma rede de coisas, sejam lugares ou pessoas, e as relações entre elas.
Os grafos do Google contêm 500 milhões de entidades, ligadas por dezenas de milhares de diferentes tipos de relacionamentos, segundo Thakur.
O grafo de conhecimento da Microsoft, que a empresa chama de banco de dados Satori, contém 350 milhões de entidades, segundo Weitz.
No Google, os algoritmos agora já navegam pelo grafo para obter informações, assim como para pesquisar na web. A seleção dos dados é baseada nas pesquisas anteriores sobre o mesmo assunto, de forma que o Google sabe em que os utilizadores estão mais interessados.
A Microsoft está tomando um rumo diferente.
Seu serviço Snapshot, que deverá ser adicionado ao Bing no decorrer deste mês, irá utilizar seu grafo de conhecimento para fornecer links para serviços associados ao termo de pesquisa.
Uma busca por um restaurante, por exemplo, continuará retornando o site do restaurante, mas, quando o usuário mover o mouse sobre o link, o Bing lhe dará a opção de ler comentários de clientes, ver uma foto do local ou reservar uma mesa lá.
Tanto o Google quanto a Microsoft também estão expandindo a capacidade de seus mecanismos de busca para entender as consultas formuladas em linguagem cotidiana. Combinando isto com o grafo de conhecimento permitirá a criação de novos tipos de pesquisa.
Beta do Alpha
Os dois gigantes estão enfrentando a concorrência de um recém-chegado, que formou uma forte aliança com um de seus rivais.
Wolfram Alpha, criação do matemático e empresário Stephen Wolfram, também depende de um enorme repositório de conhecimento.
Mas, ao contrário do Google e do Bing, onde os dados são muitas vezes extraídos automaticamente de sites, a equipe do Alpha monta seu grafo de conhecimento de fontes tradicionais, baseadas em fatos, evitando o uso da Wikipedia.
No ano passado, a Apple anunciou que está usando o Alpha como o cérebro por trás do Siri, um assistente automatizado que vem com o modelo mais recente do iPhone.
Perguntas diretas
Mas algoritmos não são muito bons em responder as perguntas sutis que fazemos no dia-a-dia, tais como pesar os prós e os contras de um produto, ou procurar destinos legais para as próximas férias.
Para essas questões, os usuários podem tentar o Quora, um site de perguntas e respostas, que decolou desde o seu lançamento em 2010.
As respostas do site, que são muitas vezes detalhadas e compostas por especialistas no assunto, têm-se expandido desde o lançamento, e agora abrangem saúde, política e entretenimento, assim como os mais procurados negócios e tecnologia.
Embora a empresa ainda não tenha apresentado seu modelo de negócios, os investidores parecem acreditar que ela tem um. O site recentemente levantou US$ 50 milhões de pessoas influentes no Vale do Silício, elevando o valor da empresa para US$ 400 milhões.
Fonte: New Scientist
Nenhum comentário:
Postar um comentário