Hoje, quando é necessário reconstruir uma artéria em uma cirurgia de revascularização - nos chamados bypass - , são usados enxertos plásticos, geralmente recobertos por culturas de células.
O novo enxerto, além de não utilizar células, é totalmente biodegradável, desaparecendo do corpo 90 dias após o implante.
Em seu lugar, fica uma artéria completamente regenerada, sem nenhum traço dos materiais sintéticos usados na cirurgia.
Mudança filosófica
Segundo o Dr. Yadong Wang, da Universidade de Pittsburgh (EUA), a nova técnica representa uma "mudança filosófica" em relação à técnica tradicional, baseada no uso de células e na engenharia de tecidos para reconstruir os vasos sanguíneos.
"O local do implante, as artérias, neste caso, são uma excelente fonte de células, e oferecem um ambiente de crescimento muito eficiente. Foi isto que nos inspirou a pular inteiramente a etapa da cultura de células, e criar esses implantes sintéticos não biológicos," disse o pesquisador.
Eles construíram implantes de várias espessuras, alguns com apenas 1 milímetro de diâmetro, permitindo atender às necessidades dos mais diversos tipos de cirurgias.
Implante arterial
Wang e seu colega Robert Allen usaram um polímero elástico, conhecido como PGS, que é rapidamente absorvido pelo corpo.
Além de fabricado com a porosidade adequada, o implante foi recoberto com uma malha fibrosa, que permite o crescimento celular em seu interior.
Um revestimento final com a molécula heparina garante a agregação de fatores de crescimento e evita a formação de coágulos sanguíneos.
"O resultado são enxertos porosos que podem ser suturados," disse o pesquisador. "E a remodelagem rápida levou à formação de novas artérias fortes e totalmente similares às naturais".
Outra grande vantagem é que esse material, por não conter células, pode ser armazenado a seco em temperatura ambiente.
Fonte:
Redação do Diário da Saúde
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