Deixe um pedaço de metal ao relento e você poderá acompanhar a rápida
formação de uma camada de oxidação, mais conhecida como ferrugem.
Agora, engenheiros utilizaram esse mecanismo para desenvolver um tipo
de bateria que só precisa do ar ambiente para extrair energia da
oxidação de placas de ferro.
"O ferro é barato e o ar é grátis," afirma Sri Narayan, da
Universidade do Sul Califórnia. Para ele, esse novo tipo de bateria "é o
futuro".
O protótipo é capaz de armazenar energia por um período de 8 a 24 horas.
Parece pouco em comparação com as baterias normais, que, sem uso, podem levar meses para se descarregar totalmente.
Contudo, como têm o potencial para serem muito baratas, conjuntos
dessas baterias seriam ideais para equipar fazendas eólicas e solares,
armazenando energia e liberando-a em momentos de ventos fracos ou
durante a noite, otimizando o suprimento da rede.
Bateria ar-ferro
O conceito das baterias ar-ferro é antigo. Houve muito interesse nelas durante a crise do petróleo, nos anos 1970.
Mas elas sofriam de uma deficiência crítica: além da oxidação, ocorre
no interior da bateria ar-ferro uma reação que gera hidrogênio - a
hidrólise - que absorve 50% da energia gerada, o que a torna ineficiente
demais.
Narayan e seus colegas conseguiram reduzir essa perda para 4%, o que
torna seu protótipo 10 vezes mais eficiente do que os anteriores.
O truque foi adicionar uma pitada de sulfeto de bismuto à bateria
ar-ferro - o bismuto inibe quase totalmente a reação de geração de hidrogênio.
E o bismuto é mais seguro do que outras alternativas que também funcionaram, como o mercúrio e o chumbo.
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