Aparelhos que se comunicam uns com os outros sem fios estão por toda parte.
Mas a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos quer mais: a
ideia é que os blocos internos dos processadores, e dos chips em geral,
passem a se comunicar por ondas de rádio, eliminando a fiação interna do
chip.
Isto será feito adicionando antenas de transmissão e recepção a cada um dos blocos do processador.
Os maiores ganhos serão a possibilidade de uma miniaturização ainda maior dos chips e, principalmente, a diminuição do calor gerado pelo trânsito dos elétrons em seu interior.
"Mais ou menos como acontece com o intestino humano, as interconexões
com fios são muito longas, apesar da possibilidade de sua condensação
em um espaço pequeno. O volume total de conexões necessárias para tornar
um chip funcional exige uma área muito grande," explica o professor
Baris Taskin, da Universidade de Drexel, encarregado de construir o chip
wireless juntamente com seu colega Kapil Dandekar.
Rede wireless no chip
A equipe já elaborou o projeto de uma "rede dentro de um chip" que
usa tanto antenas quanto interconexões por fios, otimizando a velocidade
de comunicação e permitindo que o chip seja usado em plataformas novas e
mais sofisticadas.
"Um chip híbrido que utiliza conexões tanto com, quanto sem fios,
resulta em uma plataforma mais robusta," disse Taskin. "As interconexões
com fios podem ser usadas como linhas de comunicação dedicadas entre as
áreas que estão constantemente trocando dados. E as antenas podem
eliminar uma série de interconexões com fios entre as rotas de
comunicação menos usados dentro do chip."
Um dos elementos-chave para viabilizar a transformação desse design
em um chip real é uma tecnologia de antenas reconfiguráveis, criada por
Dandekar.
Problemas de rede
A utilização de radiofrequências para o transporte de dados tem uma
vantagem sobre outras técnicas sem fios planejadas para a próxima
geração de microchips, uma vez que as ondas de rádio podem viajar
através dos sólidos.
Mas também tropeça nas mesmas dificuldades encontradas para o projeto
de outras redes de comunicação: onde colocar as antenas, qual a
frequência de transmissão a ser usada para evitar interferências, e como
obter a maior banda possível, para que a rede não se torne um gargalo
para os dados no interior do processador.
Os pesquisadores, contudo, afirmam que vale a pena enfrentar esses desafios, uma vez que as redes sem fios on-chip poderão ser prontamente usadas nos chips 3D.
Eles esperam ter seus primeiros protótipos funcionais dentro de cinco anos.
Outra alternativa para o mesmo problema são os processadores fotônicos,
que trocam dados por luz, em vez de eletricidade. Eles poderão ser
muito mais rápidos, mas não necessariamente terão um sistema de trânsito
de dados mais simples.
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