Cientistas criaram "laços de luz" ao redor de quadrados ocos,
ativando a nanoestrutura inteira, que passa a detectar facilmente
moléculas individuais.
Detectar e identificar moléculas com luz é uma técnica promissora,
não fosse o fato de que as moléculas têm uma resposta óptica muito
fraca, e que a luz focalizada acaba "fritando" a molécula.
Além disso, focalizar uma molécula individual não é uma tarefa trivial.
Ventsislav Valev e seus colegas da Universidade de Leuven, na
Bélgica, descobriram uma forma de contornar esses problemas explorando a
forma como a luz interage com estrutura muito pequenas.
Laços de luz
"Essencialmente, a luz é constituída de campos elétricos e magnéticos
movendo-se pelo espaço. Enquanto, com a luz polarizada linearmente, os
campos se movem diretamente para a frente, com a luz polarizada
circularmente eles giram em um movimento parecido com uma espiral,"
explica o pesquisador.
Quando a luz atinge as nanoestruturas em forma de moldura, ela excita
os elétrons na superfície da nanoestrutura e impõe a eles seu movimento
helicoidal, ficando aprisionada nesse giro ao redor dos anéis
quadrados, formando o que os cientistas chamaram de "laçadas de luz".
Esses laços de luz fazem com que os elétrons oscilem de forma
coerente sobre toda a superfície do quadrado oco, ampliando enormemente a
área de interação com as moléculas a serem detectadas.
Oscilação de elétrons
Com a ajuda desses elétrons oscilantes, a luz focalizada pode ampliar
a resposta óptica da molécula em até 100 bilhões de vezes, o que
permite detectá-la com um microscópio óptico.
"O truque é tentar ativar toda a superfície da nanoestrutura, assim,
onde quer que a molécula se ligue, nós conseguiremos vê-la", disse
Valev.
Ou seja, a técnica transforma o que era um foco muito estreito de
luz, tentando alvejar uma molécula individual, em uma verdadeira "placa
de luz", um sensor que torna muito mais fácil, prático e rápido,
detectar as moléculas individuais em suspensão ou em uma atmosfera
gasosa.
Segundo o pesquisador, além de aplicações diretas em fotoquímica, as
nanoestruturas ópticas permitirão a visualização de moléculas
individuais e, principalmente, permitirão o estudo de suas interações.
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