A "eletrônica de plástico", ou eletrônica orgânica, tem uma série de vantagens em relação à eletrônica do silício.
Os circuitos eletrônicos de plástico são flexíveis, podem ser
transparentes, consomem pouquíssima energia e são fabricados por
impressão, o que significa que eles saem muito mais baratos.
Mas, então, por que não migrarmos já para os componentes eletrônicos
orgânicos, a exemplo do que já está sendo feito com os LEDs, que estão
virando OLEDs (LEDs Orgânicos)?
O problema é uma armadilha, assim literalmente chamada pelos
engenheiros, para explicar a existência de estruturas que aprisionam as
cargas elétricas - os elétrons - dentro dos plásticos semicondutores,
derrubando sua eficiência.
O problema é que ainda se sabe pouco sobre essas "armadilhas para cargas elétricas".
Semicondutores de plástico
Agora, uma equipe internacional descobriu um mecanismo que parece
operar em todos os casos, o que poderá permitir o projeto de componentes
eletrônicos orgânicos livres de armadilhas.
Os semicondutores de plástico são feitos de polímeros à base de carbono - daí o "orgânico" em sua designação.
"Nós resolvemos esse quebra-cabeças comparando as propriedades das
armadilhas em nove polímeros diferentes," explica Herman Nicolai, da
Universidade de Gronigen, na Holanda. "A comparação revelou que as
armadilhas em todos os materiais têm um nível de energia similar."
Esse nível de energia ocorre dentro do chamado "hiato proibido de
energia", e equivale ao produzido por um complexo água-oxigênio, que
pode estar sendo introduzido durante o processo de fabricação.
Hiato de energia
O hiato de energia representa a diferença em energia da camada
externa, na qual os elétrons circulam no seu estado fundamental, e o
orbital de alta ordem, para o qual eles são movidos para transportar a
carga ao longo do material.
Quando um elétron transportador, em movimento, passa por uma
armadilha que está dentro do nível de energia, ele cai lá dentro porque a
armadilha tem um nível de energia mais baixo.
"Mas se os químicos puderem projetar polímeros semicondutores nos
quais a armadilha de energia esteja acima do orbital mais elevado onde
os elétrons se movem, eles nunca cairão lá dentro," disse Nicolai.
E, com o novo trabalho, os químicos já podem fazer isso, projetando
suas novas moléculas com os níveis de energia adequados. Os
pesquisadores afirmam que os benefícios mais imediatos virão para os
OLEDs e para as células solares orgânicas.
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