domingo, 11 de março de 2012

Ampliação de redes de celulares pode ser feita sem novas antenas

Enquanto as operadoras de telefonia celular brasileiras se ocupam em disfarçar as antenas para fugir da legislação, pesquisadores alemães demonstraram que a demanda pode ser atendida com eficiência se as diversas operadoras compartilharem suas redes.

Está difícil lidar com o aumento da demanda pelas transmissões de voz e de internet no mundo todo. Na Alemanha, por exemplo, onde o estudo foi realizado, o volume de tráfego na internet móvel aumentou 82% por usuário só em 2011.

O professor Volker Jungnickel, do Instituto Heinrich Hertz, afirma que dois ou mais provedores podem usar a mesma rede, compartilhando as frequências e, mais importante, toda a infraestrutura.

Isso diminuiria os investimentos necessários, melhoraria o serviço para os usuários, ampliaria a cobertura e dispensaria os subterfúgios de ter que ficar disfarçando as antenas.

Absorvendo os picos de demanda

"Na cidade, através da combinação das funções, [as operadoras] podem dobrar a densidade das estações-base e, portanto, a capacidade das redes. A taxa de dados por área de superfície aumenta, e mais usuários são atendidos com o serviço sem que seja necessário instalar novas antenas. Finalmente, os usuários finais ganham com menores tempos de download e upload," explica o pesquisador.

O aparente milagre é conseguido compartilhando, ou absorvendo reciprocamente, os picos de transmissão de dados de curto prazo: se uma rede está sobrecarregada, a operadora pode aumentar a sua largura de banda tomando emprestadas frequências de outro parceiro da rede.

Como as frequências podem ser divididas dependendo não só da carga, mas também do canal, se a recepção estiver ruim na própria rede, pode-se simplesmente usar o espectro de um parceiro da rede.

Algoritmos inteligentes

O compartilhamento do espectro de banda nas redes de telefonia celular está sendo tornado possível por meio de algoritmos inteligentes que controlam a atribuição de frequências de rádio de uma forma descentralizada.

Para que isso aconteça, determinadas informações, tais como a carga de tráfego, a qualidade do canal, e quais serviços estão sendo utilizados no momento, são compartilhadas continuamente entre as operadoras.

"Com a nossa tecnologia, as redes podem se coordenar para fornecer acesso a recursos adicionais de rádio na rede do parceiro. Com o auxílio de regras fixas, nós podemos distribuir o processamento do sinal através das redes, de modo que nenhum controle central é necessário," conclui Jungnickel.

Ele batizou sua tecnologia de LTE Spectrum Sharing, ou compartilhamento de espectro em redes LTE (Long-term-evolution).

Nenhum comentário: