terça-feira, 29 de novembro de 2011

É Notícia: Kennedy Alencar entrevista Fernando Haddad, ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura de SP

O ministro Fernando Haddad, que é pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, afirma que não deixará o Ministério da Educação para se dedicar à campanha antes do natal, como desejavam alguns dirigentes do partido. "Quando eu conversei com a presidente Dilma, ela me perguntou se eu tinha trabalho de Papai Noel previsto. Ela sinalizou que minha saída vai ser mais pra frente." Haddad fala sobre o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.







Fonte: RedeTV!

Computador de R$ 50 usará Linux e exibirá filmes em alta definição

Pesquisadores britânicos ligados à Universidade de Cambridge acreditam que irão comercializar até o fim de 2011 um computador batizado de “Raspberry Pi”. O sistema é na verdade uma placa do tamanho de um cartão de crédito com saídas USB e HDMI para que possa ser conectado à TV, teclado e mouse.

O computador terá dois modelos. O mais simples, modelo A, custará US$ 25 (cerca de R$ 50) e terá 128 MB de memória. O mais caro, modelo B, custará US$ 35 (R$ 70), mas terá o dobro de memória (256 MB) e também conexão à rede cabeada. No modelo mais simples, a única forma de conexão com a internet é usando um adaptador USB.

O Raspberry Pi também tem saída de áudio e saída de vídeo composto, frequentemente encontrada até em aparelhos de TV mais simples. Ele é capaz de reproduzir vídeo 1080p a 30 quadros por segundo – a qualidade de alta definição usada por vídeos em Blu-Ray.

O computador usará um processador ARM de 700 Mhz. O processador ARM é comum em celulares, mas é diferente do que se encontra na maioria dos computadores e notebooks. Ele não poderá executar aplicativos comuns em PCs, mas os desenvolvedores dizem ter o suporte de algumas distribuições Linux para serem usadas no aparelho.

O armazenamento de dados será feito em um cartão de memória SD, idêntico ao usado em muitas câmeras fotográficas e filmadoras digitais. A fonte de alimentação pode ser feita por um microUSB de cinco volts e até mesmo o modelo B, que usará mais energia, e poderá ser alimentado por um carregador de celular. Ele também poderá usar um conjunto de quatro pilhas AA.

O principal objetivo do projeto é criar um computador barato para ser usado como “brinquedo” por crianças e incentivar o estudo da informática em pessoas mais jovens para que cheguem à universidade mais interessadas e com mais conhecimento sobre computadores.

Fonte: G1

Cracker invade servidor da ONU e divulga senhas de usuários

Um cracker que se autodenomina “TriCk – TeaMp0isoN” publicou nesta terça (29), no portal Pastebin, uma lista com nome de usuário e senha de 850 pessoas vinculadas às Organizações das Nações Unidas (ONU).

Inserido em formato texto, um comunicado acompanha a lista. Nele, o usuário acusa a instituição de trair os ideais de sua fundação, tendo se transformado em uma "fraude a serviço das barbaridades cometidas pela elite do capitalismo".

“A ocorrência de inúmeras atrocidades, de Ruanda e Darfur à inoperância na Iugoslávia, da criação do Estado de Israel à disposição do povo palestino, as Nações Unidas se tornou uma besta a ser combatida e domada!”, diz o texto de protesto.

Leia mais: Quem são os grupos hackers e o que eles querem?

As contas divulgadas pertencem ao programa de desenvolvimento da ONU. Aparentemente, nenhuma nação em especial foi visada, já que há usuários de diversos países-membro. A operação, chamada de Robin Hood, foi anunciada também via Twitter, pelo perfil do grupo a que o cracker pertence.

Ao fim da mensagem, o link para um vídeo no YouTube foi postado – o discurso é similar ao do grupo Anonymous e a de manifestações como a do Ocupe Wall Street – e o usuário desafia a instituição.

“A pergunta agora é... como? Deixaremos que os chamados “especialistas em segurança” da ONU descubram”.

Fonte: IDG Now!

Em busca de um motor multicombustível eficiente

Um consórcio entre empresas e universidades está estudando maneiras de aperfeiçoar motores bi ou multicombustível em uma pesquisa que acaba de receber apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O projeto é conduzido por cinco montadoras de veículos - Volkswagen, Fiat, Renault, General Motors e PSA Peugeot Citroën -, uma fabricante de peças de motores - Mahle Metal Leve -, a Petrobras e três instituições de ensino superior - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do ABC (UFABC).

O projeto "Desafios Tribológicos em Motores Flex-Fuel" tem como foco a área de tribologia, ciência voltada ao entendimento dos fenômenos relativos ao atrito, desgaste e lubrificação.

A partir de discussões sobre problemas tribológicos comuns às montadoras e sobre as dificuldades do setor industrial em abordar o tema com uma profundidade científica, formou-se um núcleo de empresas e universidades interessadas em juntar forças.

Motor adaptado

Eduardo Tomanik, gestor de inovação da Mahle Metal Leve, foi um dos idealizadores da iniciativa, juntamente com o professor Amilton Sinatora, da Escola Politécnica da USP, que coordena o projeto.

"Problemas e oportunidades de motores flex-fuel são uma peculiaridade do Brasil. As montadoras estão começando a fazer pesquisa sobre isso no exterior, em consórcios, de maneira semelhante ao nosso, como na Inglaterra, por exemplo", explica Tomanik.

Segundo ele, a indústria brasileira apenas adaptou o motor movido a gasolina para uso com etanol, sem um esforço de pesquisa e desenvolvimento mais aprofundado.

"O que se fez foi adaptar o motor a gasolina ao etanol. Nunca se desenvolveu exatamente um motor otimizado para queimar etanol ou funcionar de maneira ótima nos dois combustíveis," afirmou.

Pesquisa básica sob o olhar da indústria

A ideia do consórcio é trabalhar com vários temas correlatos em uma interação que reúna a visão da pesquisa básica da universidade com as perspectivas de mercado do setor industrial.

A partir daí se definem pesquisas acadêmicas a serem executadas nas universidades, que mensalmente são expostas em workshops a um comitê gestor, composto por professores e profissionais da indústria, para refinamento e redirecionamento da proposta.

A meta do consórcio não será criar um novo produto ou processo, mas sim formar recursos humanos e novos núcleos de pesquisa em tribologia que poderão ter reflexos na inovação tecnológica desenvolvida nas empresas no País.

"Nós observamos que essa área de pesquisa está muito forte no exterior, porque há muito interesse em biocombustíveis. E o Brasil, que tinha liderança e pioneirismo nessa área, se não fizer algo, vai perder. Em breve, poderemos estar importando a tecnologia sobre motores de combustão interna flex-fuel", lamenta Tomanik, comentando que isso também significará menos empregos para o Brasil.

Conhecimento básico

Entre agosto de 2009, quando começou a ser estruturado o consócio, e agosto de 2011, quando a Fapesp aprovou um projeto de três anos de duração pela linha de fomento Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), as universidades já haviam começado a direcionar o trabalho dos grupos de pesquisa para o estudo das soluções tribológicas nos motores bicombustível com seus próprios recursos de bolsas para os doutorandos.

Atualmente, o consórcio conta com aproximadamente dez subprojetos, conduzidos nas três universidades. A Petrobras já fez um aporte unitário de R$ 820 mil em dezembro de 2010 para a aquisição de um tribômetro, que será utilizado na USP, pela equipe de Sinatora.

A inauguração do espaço no Laboratório de Fenômenos de Superfície, na Escola Politécnica - recém reformado com recursos da petrolífera para abrigar o novo equipamento -, deverá ocorrer em janeiro. A coordenação do projeto estima que a assinatura do consórcio pelas empresas acontecerá até janeiro.

Propriedade intelectual

Atualmente os participantes estão discutindo as cláusulas de propriedade intelectual do acordo de pesquisa pré-competitiva. A expectativa do grupo é de que novas empresas possam entrar no consórcio à medida que ele se consolide, sendo que atualmente a Vale Soluções em Energia (VSE) estuda entrar no projeto.

As cinco montadoras e a Mahle farão um aporte anual individual de R$ 100 mil durante três anos, totalizando R$ 1,8 milhão. Com os recursos da Fapesp pelo PITE, o valor total do consórcio será de aproximadamente de R$ 5 milhões, com duração até julho de 2014.

"Nós não esperamos desenvolver produtos novos nesse consórcio, pois ele envolve firmas concorrentes, mas queremos gerar um conhecimento que alavanque desenvolvimentos futuros. Mais do que desenvolver um novo produto, queremos trazer conhecimento estruturado sobre o problema, tanto na indústria quando na academia, para conseguirmos soluções inéditas," disse o pesquisador.

Na indústria de transformação brasileira, o setor de automóveis, camionetas, utilitários, caminhões e ônibus é o que apresenta a maior taxa de inovação (83,2%), de acordo com a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2006 e 2008.

Tecnologia cria clone de violino Stradivarius

Pesquisadores usaram imagens de tomografia computadorizada e avançadas técnicas de fabricação para criar um "clone" de um violino Stradivarius fabricado em 1704.

Os Stradivarius são considerados os melhores violinos do mundo e custam verdadeiras fortunas.

Um Stradivarius de 1721, chamado "Lady Blunt", de propriedade da Fundação Japonesa de Música, foi arrematado no dia 20 de junho passado por 15,9 milhões de dólares - uma soma recorde que está sendo usada para auxiliar as vítimas do tsunami que assolou o país.

O radiologista Steven Sirr e seus colegas reproduziram um outro exemplar, chamado "Betts".

Tomografia computadorizada

"A tomografia computadorizada representa uma técnica única para gerar imagens não-destrutivas de objetos históricos," propõe Sirr.

"Combinada com manufatura controlada por computador, ela também nos dá a oportunidade para criar uma reprodução com alto grau de precisão," completou o radiologista.

O primeiro objetivo dos pesquisadores era entender como o violino funciona, isto é, como ele produz um som tão puro e tão superior ao som de outros instrumentos similares.

O segundo objetivo é o de criar cópias de violinos de alta qualidade que possam ser vendidos a preços módicos para quem não consegue comprar um Stradivarius - dos cerca de 1.000 violinos fabricados pelo italiano Antonio Stradivari (1644-1737) ainda existem cerca de 650, disputados a preço de ouro.

Manufatura computadorizada

Foram feitas mais de 1.000 imagens de tomografia computadorizada para gerar uma imagem tridimensional completa do Stradivarius Betts.

Essa imagem foi convertida em arquivos estereolitográficos, que podem ser lidos por máquinas de controle numérico - essencialmente uma fresa controlada por computador.

As imagens também permitiram verificar a densidade da madeira e sua espessura em cada parte do violino, o que é necessário para construir uma réplica tão perfeita quanto possível.

A fresa computadorizada trabalhou então sobre diversos tipos de madeira, de forma a replicar cada parte do violino.

Falta agora submeter o original e a cópia aos ouvidos apurados de músicos profissionais para que eles julguem se a tecnologia consegue se equiparar à arte.

Publicada definição final de Computação em Nuvem

Depois de anos de trabalho e 15 versões preliminares, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) lançou a definição de computação em nuvem - ou nuvem de computação.

A definição estabelece uma espécie de "unidade de medida" para essa área emergente, servindo como meio para comparações dos serviços em nuvem e das estratégias de sua implementação, além de fornecer uma base para a discussão do que é exatamente computação em nuvem e quais são as melhores formas de usá-la.

"Quando as agências ou as empresas utilizam esta definição elas têm uma ferramenta para determinar até que ponto as implementações de tecnologia da informação que estão analisando atendem as características e os modelos de nuvem," diz Peter Mell, do NIST.

"Isto é importante porque a adoção de uma nuvem autêntica aumenta a chance de que elas colham os benefícios prometidos pela computação em nuvem - redução de custos, economia de energia e implantação rápida. E ajustar uma implementação para a definição pode ajudar a avaliar as propriedades de segurança da nuvem," completa.

Os pesquisadores receberam uma grande quantidade de feedback, o que exigiu a elaboração de inúmeros rascunhos, ou versões preliminares, que eram então reavaliados pela comunidade.

Apesar disso, a definição final ficou substancialmente a mesma, e apenas um pequeno número de mudanças foi feito para garantir interpretações consistentes.

Definição de Computação em Nuvem

Computação em Nuvem é um modelo para acesso conveniente, sob demanda, e de qualquer localização, a uma rede compartilhada de recursos de computação (isto é, redes, servidores, armazenamento, aplicativos e serviços) que possam ser prontamente disponibilizados e liberados com um esforço mínimo de gestão ou de interação com o provedor de serviços.

Este modelo de nuvem é composto de cinco características essenciais, três modelos de serviço e quatro modelos de implementação.

Características essenciais

Auto-atendimento sob demanda

Um consumidor pode unilateralmente dispor de capacidades de computação, tais como tempo de servidor e armazenamento em rede, conforme necessário, automaticamente, sem a necessidade de interação humana com cada prestador de serviço.

Amplo acesso à rede

Recursos são disponibilizados através da rede e acessados por meio de mecanismos-padrão que promovam o uso por plataformas-cliente heterogêneas com qualquer capacidade de processamento (por exemplo, telefones celulares, tablets, notebooks e estações de trabalho).

Agrupamento (pooling) de recursos

Os recursos de computação do provedor são agrupados para atender múltiplos consumidores através de um modelo multi-inquilino, com diferentes recursos físicos e virtuais atribuídos dinamicamente e redesignados novamente de acordo com a demanda do consumidor.

Há um senso de independência de localização em que o cliente geralmente não tem controle ou conhecimento sobre a localização exata dos recursos disponibilizados, mas pode ser capaz de especificar um local em um nível maior de abstração (por exemplo, estado, país, ou datacenter).

Exemplos de recursos incluem armazenamento, processamento, memória e largura de banda de rede.

Elasticidade rápida

Capacidades podem ser elasticamente provisionadas e liberadas, em alguns casos automaticamente, para se ajustar à escala, crescente ou decrescente, compatível com a demanda.

Para o consumidor, as capacidades disponíveis para provisionamento frequentemente parecem ser ilimitadas e podem ser apropriadas em qualquer quantidade e a qualquer momento.

Medição do serviço

Sistemas em nuvem controlam e otimizam automaticamente o uso dos recursos, aproveitando uma capacidade de medição em algum nível de abstração apropriado para o tipo de serviço (por exemplo, contas de armazenamento, processamento, largura de banda e usuário ativo).

O uso de recursos pode ser monitorado, controlado e posto em relatórios, proporcionando transparência, tanto para o provedor quanto para o consumidor, do serviço utilizado.

Modelos de serviços

Software como Serviço (SaaS - Software as a Service)

A capacidade fornecida ao consumidor destina-se à utilização dos aplicativos do provedor rodando em uma infraestrutura de nuvem.

As aplicações são acessíveis a partir de diversos dispositivos clientes, quer através de uma interface "leve" (thin), como um navegador web (por exemplo, web-mail), ou uma interface de programa.

O consumidor não administra e nem controla a infra-estrutura de nuvem subjacente, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais, armazenamento, ou mesmo capacidades de aplicativos individuais, com a possível exceção de configurações limitadas do aplicativo, específicas do usuário.

Plataforma como Serviço (PaaS - Platform as a Service).

A capacidade fornecida ao consumidor destina-se à infra-estrutura criada ou comprada pelo consumidor para a nuvem, criada usando linguagens de programação, bibliotecas, serviços e ferramentas suportadas pelo provedor.

O consumidor não administra e nem controla a infra-estrutura de nuvem subjacente, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais ou armazenamento, mas tem controle sobre os aplicativos implementados e possivelmente sobre as configurações para o ambiente de hospedagem de aplicativos.

Infra-estrutura como serviço (IaaS - Infrastructure as a Service).

A capacidade fornecida ao consumidor destina-se ao provisionamento de processamento, armazenamento, redes e outros recursos de computação fundamentais onde o consumidor é capaz de implementar e executar softwares arbitrários, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos.

O consumidor não administra e nem controla a infra-estrutura de nuvem subjacente, mas tem controle sobre sistemas operacionais, armazenamento e aplicativos implementados, e possivelmente um controle limitado de componentes de rede selecionados (por exemplo, firewalls do host).

Modelos de implementação

Nuvem privada

A infra-estrutura de nuvem é provisionada para uso exclusivo por uma única organização, compreendendo múltiplos consumidores (por exemplo, unidades de negócio).

Ela pode ser controlada, gerenciada e operada pela organização, um terceiro, ou alguma combinação deles, e pode existir com ou sem premissas.

Nuvem comunitária

A infra-estrutura de nuvem é provisionada para uso exclusivo por uma comunidade específica de consumidores de organizações que têm preocupações comuns (por exemplo, considerações referentes a missão, requisitos de segurança, política e compliance).

Ela pode ser controlada, gerenciada e operada por uma ou mais das organizações na comunidade, um terceiro, ou alguma combinação deles, e pode existir com ou sem premissas.

Nuvem pública

A infra-estrutura de nuvem é provisionada para uso aberto ao público em geral.

Ela pode ser controlada, gerenciada e operada por organização empresarial, acadêmica ou governamental, ou alguma combinação delas. Ela existe sob as premissas do fornecedor da nuvem.

Nuvem híbrida

A infra-estrutura de nuvem é uma composição de duas ou mais infra-estruturas de nuvem distintas (privada, comunitária ou pública) que permanecem como entidades únicas, mas são unidas por tecnologia padronizada ou proprietária que permita a portabilidade de dados e aplicativos (por exemplo, balanceamento de carga entre nuvens).

A definição completa de computação em nuvem está disponível no endereço http://csrc.nist.gov/publications/PubsSPs.html

Fármaco dissolve HIV e poderá impedir transmissão da AIDS

Pesquisadores desenvolveram um composto químico que "dissolve" o vírus HIV, destruindo sua capacidade de infecção.

Zhilei Chen e seus colegas da Universidade do Texas (EUA) afirmam que o composto - chamado PD 404,182 - tem potencial para se tornar um medicamento tópico capaz de desativar o HIV antes que ele provoque a AIDS.

"É uma pequena molécula virucida, o que significa que ela tem a capacidade de matar um vírus; neste caso, o vírus é o HIV," diz a Dra. Chen.

Os testes mostraram que o composto também é eficaz contra o vírus da Hepatite C.

Anti-resistência

"Basicamente, o composto age abrindo o vírus. Nós descobrimos que, quando o HIV entra em contato com esse composto, ele se abre e perde seu material genético," explica a pesquisadora.

Como o material genético do vírus, o RNA, é altamente instável, logo que é exposto ele se degrada, e o vírus perde sua capacidade de infecção.

"De certa forma, o composto 'dissolve' o vírus," diz Chen.

O que é ainda mais importante é que o composto age sobre algo no interior do vírus, e não sobre o seu envelope de proteína, o que significa que o vírus não poderá alterar suas proteínas para se tornar resistente ao ataque.

Gel vaginal anti-AIDS

Embora não seja uma cura para a AIDS, o composto tem um grande potencial para ser usado como uma medicação preventiva.

Chen afirma que isto poderia ser feito desenvolvendo um gel tópico para ser aplicado no canal vaginal.

No caso de um dos parceiros estar infectado, o vírus seria dissolvido antes de ser transmitido para o outro.

"Nós fizemos uma série de testes para demonstrar que esse composto permanece ativo no fluido vaginal," explica ela. "Na forma de um gel vaginal, o composto poderá funcionar como uma barreira, agindo de forma praticamente instantânea para destruir o vírus antes que ele infecte uma célula, evitando assim a transmissão do HIV de uma pessoa a outra."

Testes

Como ocorre com todos os fármacos, serão necessárias várias etapas antes que ele vire um produto nas prateleiras das farmácias.

Além de várias rodadas de testes em animais, será necessário garantir que o composto é seguro para os humanos.

A pesquisadora salienta que, nesse meio tempo, sua equipe procurará parcerias para tentar elevar a eficiência do composto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Veja dicas para comprar pela internet de forma segura no final de ano

Com a chegada do final de ano, muitos internautas querem aproveitar ofertas que viram na internet para presentear alguém no Natal. No entanto, as compras on-line oferecem alguns riscos. Por isso, a coluna Segurança Digital do G1 reuniu dicas para quem está pensando em usar a internet para fazer as compras de final de ano. Comprar com antecedência, pesquisar preço e manter o computador livre de vírus são algumas das dicas. Confira:

1. Compre com antecedência

Até mesmo lojas grandes podem ter problema para entregar os produtos dentro do prazo prometido – por problemas relacionados ao estoque da loja, ao fornecedor ou a imprevistos na hora da entrega, como um produto trocado. A dica, portanto, é comprar com antecedência. Se você deixar para a última hora, esperando que o produto chegue dentro de poucos dias, as chances de algo dar errado são bem grandes.

Isso vale ainda mais para compras coletivas, que têm prazo específico para serem atendidas e podem acabar surpreendendo o fornecedor pela quantidade vendida.

2. Duvide de ofertas muito boas

A internet facilita muito a pesquisa. E mais: algumas lojas oferecem preços menores para links feitos a partir de sites que comparam preços. Ou seja, vale muito a pena olhar outros sites e sites comparativos –mesmo se for só para comprar o mesmo produto, na mesma loja por um preço menor.

Pesquisar também ajuda a descobrir se alguma oferta está muito abaixo do preço de mercado. Se estiver, pode ser um erro da loja ou um golpe. Tente buscar um meio de contato com a loja e se informe muito bem antes de comprar o produto. Se a loja for nova, é bom desconfiar.

Não siga links de ofertas por e-mail. Entre manualmente no site da loja e procure a oferta.

3. Procure depoimentos de clientes

Além da pesquisa de preço, vale pesquisar as opiniões de outros clientes que compraram na loja. Não acredite em depoimentos publicados no próprio site da empresa –quem realiza uma fraude pode facilmente falsificar um depoimento. No entanto, relatos encontrados em outros sites são mais confiáveis e podem dar uma ideia melhor a respeito do atendimento da loja.

O mesmo vale para selos de segurança que as lojas usam. Eles também podem ser copiados por sites fraudulentos e é difícil saber se um selo de segurança realmente significa que a loja é mais segura ou se o selo está sendo usado de forma irregular. É mais fácil ignorá-los e procurar por recomendações fora do site da loja.

4. Consulte o Registro.br e a Receita Federal

Se a loja tem um endereço terminado em “.br”, é possível ir ao site do Registro.br e colocar o endereço da loja lá. O Registro.br informará o Cadastrado Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) com o qual o endereço do site foi registrado. Essa informação pode ser usada no site da Receita Federal para verificar a inscrição da empresa, obtendo informações como data de registro, situação cadastral e endereço.

5. Na primeira compra, pague um valor baixo por boleto

Quando comprar em uma loja com a qual nunca fez negócio, vale a pena realizar uma compra de baixo valor e pagar por boleto bancário. Compras subsequentes podem ser feitas com cartão de crédito. Se houver algum problema, elas poderão ser contestadas, em um processo conhecido como "chargeback".

Algumas lojas oferecem a opção de sedex a cobrar, que só é pago no recebimento –uma escolha interessante, mas que pode aumentar o preço do produto. Evite comprar em alguma loja com a qual nunca fez negócio nessa época do ano –a chance de problemas é maior.

6. Mantenha seu computador livre de vírus

Vírus de computador podem roubar dados digitados em sites de compras. Para manter a máquina livre de vírus, confira as sete dicas preparadas pela coluna.

Jamais use computadores públicos, como os de cibercafés e lan houses, para realizar suas compras. Embora alguns desses computadores sejam seguros e gerenciados de forma correta, vários deles não o são e é melhor não arriscar.

7. Compartilhe experiências

Suas compras foram boas? Ou o produto foi entregue fora do prazo? Procure algum local na internet para escrever sobre sua experiência de compra. Você estará ajudando outros internautas a saberem se uma loja é confiável ou não.

8. Não informe seus dados em “promoções”

Existem “promoções” na internet que pedem dados, como seu CPF, seu número de cartão de crédito ou seu número de celular. Fique atento: essas promoções são falsas e vão cobrar algo em seu cartão de crédito ou adicionar um serviço de SMS em seu celular.

Tratamento inédito com células-tronco será testado no Brasil

Pesquisadores brasileiros devem testar em seres humanos um tratamento inédito com células-tronco.

Portadores de distrofia muscular de Duchenne vão receber, pela primeira vez no país, células-tronco retiradas de outra pessoa. Até hoje, o Brasil só tratava com células-tronco do próprio paciente.

Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz, os primeiros testes com pacientes devem ocorrer no final de 2012.

Os voluntários para a pesquisa serão jovens com a doença que atinge crianças do sexo masculino e causa a degeneração dos músculos. "Alguns meninos perdem a capacidade de andar muito cedo", disse.

Doação de células-tronco

Mayana Zatz afirmou que o Brasil tem centros de pesquisa desenvolvendo estudos de ponta sobre células-tronco. No caso do tratamento dos pacientes com distrofia de muscular de Duchenne, serão usadas células-tronco extraídas da gordura.

Ela explicou que células-tronco de doadores saudáveis serão tratadas e implantadas nos músculos dos pacientes doentes. As células, por suas características biológicas, se transformarão em tecido muscular e regenerar músculos comprometidos pela doença. "As células retiradas em uma lipoaspiração poderão gerar músculo", declarou.

A pesquisadora declarou que esse procedimento já foi testado em ratos e cães. Segundo ela, os animais foram observados por até três anos e não apresentaram nenhum efeito colateral. "Até agora, tivemos resultados muito interessantes", disse. "Nada de tumores", completou.

Risco de tumores

A possibilidade do desenvolvimento de tumores em pacientes que passam por tratamento com células-tronco é justamente a maior preocupação dos pesquisadores.

Na Alemanha, uma criança que passou por esse tipo de tratamento teve esse efeito colateral.

Por causa do risco, Mayana Zatz disse que é preciso ter muita cautela antes de qualquer teste em humanos. Ela acredita, porém, que a técnica desenvolvida no Brasil está pronta para entrar nessa fase.

Para que isso aconteça, o projeto de pesquisa sobre o tratamento para distrofia muscular terá de passar pela avaliação de um comitê de ética de pesquisadores.

Para a pesquisadora, a aprovação pode demorar um tempo, porém dará mais segurança para o prosseguimento da pesquisa.

Tecnologia brasileira elimina poluentes industriais com energia solar

Pesquisadores da Unicamp criaram uma alternativa sustentável, viável economicamente, e altamente eficiente, para eliminar poluentes orgânicos da água.

A tecnologia usa energia solar para destruir os poluentes presentes na água, representando uma solução adequada para as áreas mais carentes não apenas do país, mas de todo o mundo.

A equipe da professora Cláudia Longo utilizou energia solar e nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2), em uma tecnologia que está sendo patenteada para então ser desenvolvida em escala industrial para chegar ao mercado.

De acordo com a pesquisadora, os resultados obtidos nos experimentos realizados em escala laboratorial são promissores e indicam que o sistema pode ser aperfeiçoado e utilizado tanto para combater a poluição industrial quanto para dar melhores condições de vida para a população.

A tecnologia é adequada para a etapa final do tratamento de efluentes industriais, mas "também poderá ser utilizada para a purificação da água consumida por pessoas que vivem em regiões sem acesso a saneamento básico", aponta.

Energia solar contra poluentes orgânicos

Os pesquisadores desenvolveram um sistema que consiste na conexão de um eletrodo de TiO2 a células solares, resultando na combinação de duas aplicações da conversão da energia solar por meio de semicondutores.

Conforme explica Cláudia, a primeira aplicação resultante, e já bastante conhecida, é a conversão em energia elétrica. A outra se refere à purificação da água. O diferencial do trabalho é a combinação das duas, tornando o processo mais eficiente em relação às alternativas existentes.

Em relação ao tratamento de efluentes disponíveis atualmente, ela aponta algumas limitações, como custos elevados e o longo período necessário para a descontaminação.

Outro fator relevante inclui a baixa eficácia para eliminar diversos poluentes orgânicos solúveis, tais como fenol, pesticidas, corantes e medicamentos. Estes poluentes persistentes permanecem no ambiente por longos períodos, já que não são biodegradáveis.

Os testes em escala laboratorial mostraram resultados animadores em relação à eliminação justamente desse tipo de substância da água, com a degradação de 78% do fenol após três horas sob irradiação solar; após seis horas, mais de 90% do poluente foi mineralizado.

As substâncias investigadas pelo projeto incluem, além do fenol, o corante Rodamina 6G (utilizado na indústria têxtil) e os fármacos paracetamol e estradiol.

Saneamento sustentável

O sistema também tem grande potencial para desinfecção de água contaminada por bactérias.

Com a possibilidade de ampliação dos testes e aperfeiçoamento do sistema, o trabalho pode ter aplicação na etapa final do tratamento de efluentes, tendo como alvo estações de tratamento de efluentes de indústrias têxteis, de papel e celulose, petroquímicas e de agrotóxicos, por exemplo, bem como companhias de água e esgoto e estações de tratamento de efluentes em shopping centers, entre outros.

Cláudia ressalta ainda que o sistema aperfeiçoado também pode ser utilizado para purificação de água em comunidades afastadas, não atendidas pelo serviço básico de saneamento, eliminando contaminantes resistentes a tratamentos convencionais.

Outra vantagem do sistema é o fato de ser autossuficiente do ponto de vista energético, devido à utilização de radiação solar. Baixo custo e o fato de ser sustentável (não é poluente, não exige adição de insumos e não gera resíduos) completam a relação.

Descobertas revelam um espaço borbulhante ao redor da Terra

O espaço ao redor da Terra é tudo, menos um vácuo estéril.

A área ao nosso redor possui um verdadeiro "borbulhar" de campos elétricos e magnéticos, que mudam o tempo todo.

Partículas carregadas também fluem constantemente, movimentando energias, criando correntes elétricas e produzindo as auroras.

Muitas destas partículas originam-se do vento solar, mas algumas áreas são dominadas por partículas de uma fonte mais local: a própria atmosfera da Terra, que é lenta, mas continuamente, "sugada" para o espaço.

Nanossatélites

Este novo mundo de partículas e correntes elétricas e magnéticas está sendo revelado pela missão FASTSAT, da NASA, uma plataforma para lançamentos de nanossatélites.

Neste estudo, que ainda não se encerrou, foram usados três experimentos que foram ao espaço a bordo do satélite científico: MINI-ME (Miniature Imager for Neutral Ionospheric Atoms and Magnetospheric Electrons), PISA (Plasma Impedance Spectrum Analyzer) e AMPERE (Active Magnetosphere and Planetary Electrodynamics Response Experiment)

Para cada evento bem definido, os cientistas comparam as observações dos diversos instrumentos.

Os eventos mostram um retrato detalhado desta região que agora se sabe ser muito dinâmica, com uma série de fenômenos inter-relacionados e simultâneos - como o fluxo de partículas e de corrente elétrica.

"Nós estamos vendo estruturas que são bastante consistentes em vários instrumentos", diz Michael Collier no Centro Goddard, da NASA. "Nós colocamos todas essas observações em conjunto e elas estão nos contando uma história que é muito maior do que a soma das partes."

Perda da atmosfera

Ao contrário do hidrogênio mais quente que vem do sol, a atmosfera superior da Terra geralmente supre íons de oxigênio mais frios, que são ejetados ao longo das linhas de campo magnético da Terra.

Esta "saída de íons" ocorre continuamente, mas é especialmente forte durante períodos em que há mais atividade solar, tais como erupções solares e ejeções de massa coronal, que são expelidas pelo Sol e se movem em direção à Terra.

Essa atividade suga íons de oxigênio da atmosfera superior da Terra, particularmente em regiões onde as auroras são mais fortes.

"Os íons pesados que fluem da Terra podem funcionar como um freio, ou um amortecedor, sobre a entrada de energia do vento solar," explica Doug Rowland, coordenador do instrumento PISA.

"O fluxo também indica modos pelos quais os planetas podem perder suas atmosferas - algo que acontece devagar na Terra, mas mais rapidamente em planetas menores, com campos magnéticos mais fracos, como Marte," diz Rowland.

No decorrer da pesquisa, os dados permitirão aos cientistas determinar de onde vêm os íons que saem da Terra, o que os move e como sua intensidade varia de acordo com a atividade solar.

Estudo com metodologia inédita conclui que celular pode causar câncer

A Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF) está conduzindo um estudo interdisciplinar para analisar os efeitos da radiação eletromagnética emitida pelos celulares e outros equipamentos sem fios sobre o corpo humano.

Foram divulgados agora os resultados preliminares - o estudo começou em 2009 e só vai terminar em 2013.

"A evidência, embora ainda esteja se acumulando, é forte o bastante para endossar uma conclusão: há risco," escreveu o Dr. Jonathan Samet, coordenador do grupo, no relatório preliminar do estudo.

"Desta forma, nós precisamos manter um acompanhamento muito atencioso da ligação entre os telefones celulares e o risco de câncer," completou ele.

Evidências científicas

O maior destaque do novo estudo é uma abordagem completamente diferente dos trabalhos anteriores.

Os estudos anteriores são de caráter epidemiológico, ou seja, são usadas correlações estatísticas para estimar o risco dos celulares, por exemplo, comparando a taxa de ocorrência de tumores cerebrais malignos em amostras da população com o número total de horas que essas pessoas passaram falando ao celular.

O que os pesquisadores fizeram agora foi construir um modelo eletromagnético do corpo humano com uma resolução sem precedentes. O modelo, batizado de AustinMan, foi desenvolvido pelo Dr. Ali Yilmaz e seus colegas da Universidade do Texas, na cidade de Austin.

Com esse modelo, é possível estimar os efeitos da radiação nas diversas potências emitidas pelos mais diversos equipamentos do tipo wireless sobre o corpo humano.

Com isto, são usadas as melhores evidências científicas do funcionamento do corpo humano para balizar conclusões seguras para a população, e não levantamentos estatísticos, com todos os problemas derivados da coleta precisa de dados ou da forma de sua interpretação, afirmam os cientistas.

Diferença entre correlação e causa

Em Maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde admitiu que os telefones celulares podem causar câncer cerebral.

Na ocasião, a entidade sugeriu "medidas pragmáticas" para reduzir a exposição à radiação eletromagnética ao usar telefones celulares e outros equipamentos que emitam ondas de rádio de alta frequência ou micro-ondas próximas ao corpo.

Diversos estudos sobre o assunto têm-se multiplicado, com conclusões conflitantes.

Por isso, a Fundação Nacional de Ciências decidiu apoiar um tipo de pesquisa considerado mais adequado por um grande painel de cientistas.

"Os estudos epidemiológicos são limitados por muitos tipos de viés e falhas, e necessariamente seguem as pegadas da tecnologia - eles podem descobrir correlação, mas não causação," explicou o Dr. Yilmaz.

Em geral, uma forte correlação entre um agente ambiental e um efeito observado indica que o primeiro está provavelmente causando o segundo. No entanto, quando não existem mecanismos conhecidos, biologicamente plausíveis, pelos quais a exposição ao agente poderia causar o resultado observado, a correlação deve ser especialmente forte para que os cientistas tirem essa conclusão.

Isto significa que muita gente terá que adoecer para que os estudos estatísticos fundamentem uma conclusão de que há uma ligação entre o uso dos celulares e o câncer.

Efeitos da radiação térmica de micro-ondas

No caso dos campos eletromagnéticos não ionizantes, como os produzidos por equipamentos eletrônicos sem fios, ainda não foram descritos mecanismos plausíveis para a causação do câncer - do tipo "a onda de frequência X induz uma alteração molecular do tipo Y no tipo de célula Z".

A primeira evidência desse tipo foi publicada há pouco mais de dois meses, mostrando que os telefones celulares suprimem o metabolismo da glicose no cérebro - faltaria ainda estabelecer uma eventual ligação entre esse metabolismo da glicose e algum tipo reconhecido de doença.

Já os efeitos da radiação térmica, o efeito de calor gerado pela radiação, são bem conhecidos.

As micro-ondas, por exemplo, quando absorvidas por nossos corpos, causam danos diretos aos nossos tecidos e ao funcionamento de todo o nosso corpo.

Embora mecanismos como o fluxo sanguíneo e o suor possam retardar ou reduzir o acréscimo de temperatura, se a potência de micro-ondas for forte o suficiente, ela poderá cozinhar nossas células da mesma forma que cozinha um bife colocado dentro de um forno de micro-ondas.

Em níveis muito altos isto seria obviamente fatal. Mas, mesmo com potências muito menores, os cientistas já documentaram danos aos tecidos e efeitos adversos à saúde. Em animais, os efeitos vão da má-formação fetal até alterações dos vasos capilares do cérebro.

Modelo Antropomórfico Padrão

Mas, mesmo neste caso, focando-se apenas na radiação térmica, não se sabe muito bem como ou quanto dessa radiação térmica é absorvida, o que pode variar com o tamanho da pessoa, sua postura, sua massa corporal ou a quantidade de água no corpo.

Os estudos que embasam as legislações atuais foram feitos usando "manequins", chamados SAM - Standard Anthropomorphic Model, ou Modelo Antropomórfico Padrão.

"É essencialmente um reservatório com um pouco de água, alguns sais, alguns líquidos que se supõe representem o seu cérebro," explicou o Dr. Leszek Demkowicz, outro membro da equipe que está desenvolvendo o modelo virtual.

"Ele realmente não captura quaisquer detalhes ou quaisquer heterogeneidades. Eles colocam um termômetro dentro do líquido, colocam um telefone celular próximo ao manequim e perguntam 'Quanto está esquentando?', 'Está dentro dos limites regulamentares?'. São assim os padrões exigidos da indústria. Se o manequim ficar frio o suficiente, o aparelho é aprovado," explicou Demkowicz.

Foi por isto que os cientistas decidiram partir para a criação de modelos eletromagnéticos do corpo humano, onde a exposição a diversas potências podem ser simuladas com todas as variações possíveis.

Modelo Humano Virtual

Já existem modelos virtuais de funcionamento do corpo humano há anos.

Mas seu poder preditivo era baixo porque é necessário um poder computacional muito elevado para fazer simulações complexas.

O AustinMan, o novo modelo humano virtual, que foi colocado à disposição de pesquisadores do mundo todo, resolveu todas as dificuldades encontradas até agora melhorando os dados e os algoritmos para tratamento desses dados.

O AustinMan representa o corpo humano com alta-fidelidade com uma resolução de um milímetro cúbico - isto é mais do que as imagens geradas pelos mais modernos aparelhos de tomografia computadorizada e de ressonância magnética.

As simulações usando modelos virtuais do corpo humano não conseguirão responder taxativamente se os telefones celulares causam câncer ou não porque os cientistas não sabem tudo sobre a dinâmica do câncer e outros efeitos adversos à saúde induzidos por diversos fatores ambientais - e tudo o que o pode ser colocado em um modelo virtual é o conhecimento que já se detém.

Mas a pesquisa permitirá o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos um pouco mais seguros, bem mais do que aqueles testados com uma "tigela com água e sal em formato de cabeça," segundo os pesquisadores.

O que eles destacam, contudo, é que, mesmo sem ter concluído o estudo, os resultados mostram que "a radiação eletromagnética gerada pela transmissão de dados por equipamentos sem fios é preocupante."

Ligação entre celular e câncer

Veja algumas das pesquisas já divulgadas anteriormente, alertando para possíveis riscos do uso intensivo do telefone celular e seus impactos sobre a saúde:

Celular pode causar câncer, admite Organização Mundial da Saúde
Celular suprime metabolismo da glicose no cérebro
Telefone celular reduz fertilidade masculina
Uso prolongado do celular altera atividade cerebral
O que de fato devemos temer em relação aos telefones celulares?
Celulares e telefones sem fio podem afetar o cérebro, diz pesquisa
Uso do celular causa "cegueira não-intencional"

Identificados medicamentos capazes de combater efeitos da radiação

Não é à toa que existe um temor geral com acidentes envolvendo radiação, seja em uma usina nuclear, seja com um aparelho médico usado, como aconteceu em Goiânia com uma cápsula de césio 137.

Nesses eventos, tem sido padrão dar maior importância a resguardar as pessoas que ainda não foram contaminadas do que realmente tratar os pacientes, que são isolados rapidamente.

Pior do que isso, há pouco a se fazer hoje para ajudá-los.

Remédios contra radiação

Agora, pela primeira vez, médicos descobriram que dois medicamentos já disponíveis no mercado podem ser usados para ajudar no tratamento de pessoas afetadas por radiação.

A Dra. Evan Guinan e seus colegas do Hospital Infantil de Boston (EUA) demonstraram que a combinação de dois remédios consegue aliviar a doença da radiação, ou síndrome aguda da radiação.

Os cientistas testaram uma combinação de ciprofloxacina e uma versão sintética de uma proteína humana de defesa contra infecções, chamada BPI - a versão sintética chama-se rBPI21.

As cobaias que receberam a combinação dos dois remédios até 24 horas depois de serem expostos a uma dose letal de radiação conseguiram se recuperar. Cada um dos medicamentos isoladamente não produziu efeitos.

Eficaz e prática

As terapias sugeridas até hoje não foram tão eficazes quanto a combinação dos dois medicamentos, além de precisarem ser aplicadas minutos após a exposição à radiação, o que não é possível no caso de acidentes reais.

Agora os pesquisadores vão testar a combinação em humanos, o que não deverá demorar, por se tratar de medicamentos já aprovados.

Governos de todo o mundo têm demonstrado interesse em manter estoques de segurança de medicamentos anti-radiação principalmente depois do acidente da Usina de Fukushima, no Japão, que mostrou que os efeitos não se restringem às imediações do acidente.

Efeitos da radiação sobre o corpo humano

A doença da radiação, também conhecida como síndrome aguda de radiação, varia com a quantidade de radiação que um indivíduo recebe.

Os primeiros sinais da doença são geralmente náuseas e vômitos, que podem ser seguidos por febre, fraqueza, tonturas, sangramento nos vômitos e fezes, dificuldade respiratória e infecções.

Os tecidos do corpo que produzem o sangue, sistema nervoso, aparelho digestivo, pulmões, sistema cardiovascular, tudo pode ser afetado.

Em doses muito elevadas, a radiação é geralmente fatal.

Dentro do corpo, os efeitos da radiação pesada podem incluir o "vazamento" de bactérias, e das toxinas que elas produzem, do trato digestivo, ou através de danos na pele, para a corrente sanguínea.

Os efeitos da radiação são devastadores sobre as funções do coração e dos pulmões, interrompendo o processo de coagulação do sangue, e levando à inflamação dos tecidos em todo o corpo.

Quando bactérias ou toxinas entram no sangue em condições normais, o sistema imunológico responde enviando neutrófilos - células brancas do sangue - para destruir os invasores.

Mas quando uma pessoa foi exposta a níveis elevados de radiação, a capacidade de gerar neutrófilos é quase totalmente destruída.

"É uma tempestade perfeita de eventos causadores de doenças," observa Guinan. "A radiação resulta em bactérias e endotoxinas entrando na corrente sanguínea ao mesmo tempo que as defesas do corpo são reduzidas."

Não é sem razão que os cientistas estão tão entusiasmados com a descoberta de que dois medicamentos conhecidos podem ser usados para tratar toda essa cascata de eventos danosos com grande eficácia.

Nanopartículas de biodiesel vão dos pulmões para o fígado

O biodiesel emite menos gases de efeito estufa, o que pode ser bom para o meio ambiente.

Mas ele emite também nanopartículas de óxido de cério, o que pode ser muito ruim para a sua saúde.

Cientistas da Universidade Marshall (EUA) monitoraram a inalação dessas nanopartículas e descobriram que elas não ficam só nos pulmões, elas viajam até o fígado.

E, segundo a equipe do Dr. Eric Blough, esse processo está associado a danos no fígado.

Nanopartículas de óxido de cério

O óxido de cério é usado como aditivo no biodiesel para aumentar sua eficiência nos motores e diminuir a emissão de poluentes - mas o próprio cério é despejado na atmosfera.

O estudo mostrou um aumento na concentração de cério no fígado de animais expostos às nanopartículas - quanto maior a inalação de fumaça, maior é a concentração do metal no fígado.

O aumento do metal no fígado está associado com o aumento de enzimas do fígado em circulação no sangue e dados histológicos consistentes com danos ao órgão.

O estudo também acende um sinal amarelo para outros usos das nanopartículas de óxido de cério.

Experimentos em laboratório mostraram que elas podem ter comportamentos similares aos antioxidantes o que levou alguns pesquisadores a sugerirem que elas possam ser úteis para o tratamento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e danos aos tecidos induzidos pela radiação.

Nanotoxicidade

"Dado o uso crescente de nanomateriais na indústria e nos produtos que compramos, é cada vez mais importante entendermos se essas substâncias podem ser danosas à saúde," disse o Dr. Blough.

Nanotecnologia preocupa consumidores

Segundo o Dr. Siva Nalabotu, coordenador do estudo, isso é ainda mais importante quando se considera os efeitos potenciais dos nanomateriais sobre as funções celulares, algo que ainda não se compreende bem.

Estas pesquisas compreendem um ramo ainda emergente de pesquisas, conhecidas como nanotoxicidade.

sábado, 26 de novembro de 2011

Sensor eletrônico detecta primeiros sinais de Alzheimer e Parkinson

Cientistas estão testando uma nova tecnologia para detectar os primeiros sinais do Mal de Parkinson ou da doença de Alzheimer em seus estágios iniciais.

A tecnologia usa um biossensor para medir minúsculas concentrações de agregados de proteínas no fluido cerebroespinhal.

O aparelho, ainda em estágio de desenvolvimento, é um exemplo prático de um alerta feito recentemente por um grupo de cientistas de que já é possível fazer um diagnóstico precoce da doença de Alzheimer.

Os cientistas foram além e estão estudando também os sinais iniciais de Parkinson.

Beta-amiloides e alfa-sinucleína

As doenças neurodegenerativas são difíceis de diagnosticar em seus estágios iniciais porque apresentam sintomas muito similares.

Entretanto, em um nível celular, agregados das proteínas beta-amiloides e alfa-sinucleína têm sido associados com Alzheimer e Parkinson, respectivamente, tendo-se revelado bons indicadores do surgimento dessas doenças.

Shalini Prasad e seus colegas da Universidade do Texas (EUA) estão desenvolvendo seu sensor eletrônico para que ele seja capaz de detectar esses biomarcadores em baixíssimas concentrações, antes que eles induzam o aparecimento dos primeiros sintomas das doenças.

Nanomembrana

O aparelho é feito de uma placa de circuito eletrônico recoberta por uma folha porosa de óxido de alumínio, uma nanomembrana, capaz de filtrar fluidos e reter as partículas de interesse.

Os pesquisadores colocaram no interior fragmentos de anticorpos no interior dos poros da membrana, anticorpos que são específicos para os agregados de beta-amiloides ou alfa-sinucleína.

Quando essas proteínas passam pela membrana de óxido de alumínio, elas se ligam aos anticorpos, alterando a capacitância da placa e produzindo um sinal que é mostrado pela parte eletrônica do circuito.

O resultado sai em 15 minutos.

Os cientistas agora estão trabalhando em uma versão do biossensor que consiga detectar vários biomarcadores e, a seguir, planejam colocá-lo em testes clínicos.

Posts pagos estão envenenando a confiança na Internet, afirmam pesquisadores

Na China, eles são chamados de Internet Water Army (algo como Exército Aquático da Internet): legiões de pessoas pagas para inundar sites e blogs com postagens e comentários (principalmente para fins publicitários). E, de acordo com pesquisadores acadêmicos, eles estão degradando a qualidade da informação na web.

Em um relatório publicado nesta semana, os pesquisadores Cheng Chen, Kui Wu, Venkatesh, Srinivasan, e Xudong Zhang, explicam que esses 'posters' (autores de comentários pagos) são contratados por empresas de relações públicas e publicidade para inserir conteúdo em sites – normalmente sobre um evento social, produto ou companhia. Para os publicitários, os posters são uma maneira de controlar a publicidade boca-a-boca sobre o que quer que estejam querendo vender.

“Se uma companhia contrata intrernautas o suficiente, ela pode criar tópicos quentes e de tendência para conseguir popularidade”, escreveram os pesquisadores. “Além disso, os comentários ou opiniões de um grupo de posters provavelmente vão capturar a atenção de usuários comuns e influenciar suas decisões.”

Mas o que é bom para os publicitários nem sempre o é bom os consumidores.

“Apesar de uma estratégia interessante no mercado de publicidade, os posters podem criar um efeito negativo significativo em comunidades online, uma vez que a informação destes posts geralmente não é confiável”, alega o estudo.

Leia também: Facebook admite rastrear usuários e até quem não faz parte do site

A prática pode envenenar as atitudes de internautas, especialmente quando dois “exércitos” brigam no ciberespaço. “Quando duas companhias contratam posters para publicarem notícias falsas ou comentários negativos sobre a outra, os usuários comuns se sentem oprimidos e acham difícil confiar em qualquer informação.”

Para ilustrar isso, os pesquisadores citaram um caso em que uma mensagem aparentemente insana foi postada em um fórum do game “World of Warcraft” na China.

“Junpeng Jia, sua mãe pediu para você voltar para casa para o jantar!”, dizia a mensagem.

Em dois dias, a mensagem registrou mais de 300 mil respostas e sete milhões de cliques. Depois foi revelado que uma empresa de Relações Públicas estava por trás do alto tráfego – ela queria manter o interesse no site enquanto ele estava fora do ar para manutenção. Por isso, contratou 800 posters, que usaram 20 mil identidades, para criar a ilusão de atividades significativas acontecendo por lá.

Apesar de os pesquisadores terem focado sua atenção na China, essas técnicas de posts pagos são usadas no mundo todo. O exército dos EUA, por exemplo, tem trabalhado em softwares para automatizar o processo de criar exércitos “falsos” para invadir redes sociais e fóruns online e reunir informações sobre terroristas e suas organizações, além de tentar gerar uma opinião positiva a respeito dos americanos.

Fonte: IDG Now!

Transístor quântico estará nos computadores em 2017

Muito antes que os computadores quânticos se tornem realidade, a mecânica quântica poderá ajudar a transformar os computadores tradicionais em supermáquinas.

Um avanço demonstrado por pesquisadores da IBM e do Instituto Politécnico Federal de Lausanne, na Suíça, promete que, em 2017, os fenômenos quânticos ajudarão a diminuir o consumo de energia dos equipamentos eletrônicos por um fator de 100.

Como o grande limitador ao aumento de velocidade dos processadores é justamente o elevado consumo de energia - e, por decorrência o calor dissipado por eles - é de se esperar um aumento equivalente na velocidade de processamento.

Há poucos dias, a IBM anunciou uma tecnologia que usa metal líquido para retirar calor dos processadores, afirmando que isso permitiria colocar um supercomputador atual dentro de um celular "em poucos anos."

Agora os pesquisadores resolveram marcar data: 2017.

Transístor quântico

O segredo está em um novo tipo de transístor, o elemento fundamental de toda a eletrônica, chamado Túnel-FET, ou TFET.

O termo túnel se refere ao fenômeno do tunelamento quântico, pelo qual uma partícula consegue atravessar uma barreira física - este fenômeno já é largamente utilizado, por exemplo, nos microscópios eletrônicos de tunelamento. FET é uma sigla em inglês para transístor de efeito de campo.

A tecnologia atual é baseada nos transistores de efeito de campo, onde um fluxo de elétrons ativa ou desativa o transístor - um fluxo de bilhões de elétrons, que esquenta tudo por onde passam.

No transístor, duas câmaras são separadas por uma barreira de energia. Na primeira, uma horda de elétrons fica esperando quando o transístor está desligado (indicando um 0 binário, por exemplo). Quando é aplicada uma tensão, eles cruzam a barreira de energia, ativando o transístor. É o que se chama de injeção termal.

Ocorre que alguns elétrons acabam cruzando essa barreira antes da hora, mesmo que aparentemente não tivessem energia para tanto. Esse é o efeito túnel, que sempre atrapalhou o funcionamento dos transistores.

Agora o problema virou solução.

Efeito túnel

Estreitando a barreira do transístor torna-se possível amplificar o efeito quântico e passar a basear o funcionamento do transístor inteiro nesse tunelamento - é a chamada injeção por tunelamento.

Com isto, a energia necessária para que os elétrons cruzem a barreira é reduzida drasticamente.

"Substituindo o princípio do transístor de efeito de campo tradicional pelo efeito túnel, pode-se reduzir a tensão dos transistores de 1 volt para 0,2 volt," afirmou o Dr. Adrian M. Ionescu, que está desenvolvendo o Túnel-FET juntamente com Heike Riel.

Híbrido clássico-quântico

Esta é, na verdade, uma abordagem híbrida, ainda um passo aquém de um verdadeiro "transístor atômico", demonstrado recentemente por pesquisadores australianos e finlandeses.

Mas justamente isto torna sua adoção mais rápida, uma vez que os processadores poderão ser construídos com FETs e Túnel-FETs convivendo no mesmo chip.

"Os protótipos atuais foram construídos em ambiente pré-industrial. Nós podemos razoavelmente esperar vê-los em produção em massa por volta de 2017," disse Ionescu.

Microlâmpadas de plasma superam eficiência dos LEDs

A ideia quase ingênua de um aluno parece ter sido o suficiente para que engenheiros inventassem um novo sistema de iluminação.

Segundo eles, a tecnologia de microplasma produz um novo tipo de lâmpada que é mais eficiente do que tudo o que se conhece até agora, incluindo as lâmpadas fluorescentes compactas e até os LEDs.

"O estudante se aproximou de mim com um pedaço de silício e me perguntou, literalmente, 'Você se importa se eu fizer um pequeno furo nesta placa e tentar produzir um plasma dentro do buraco?'," conta o Dr. Gary Eden, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

Pouco depois, o estudante tinha um plasma dentro de um furo com apenas 400 micrômetros de diâmetro - o precursor da tecnologia que ele e seu agora colega Sung-Jin Park estão tentando comercializar, depois de mais de uma década de aperfeiçoamentos.

Inicialmente a luz emitida era adequada apenas para aplicações médicas. Alguns anos depois, as microlâmpadas de plasma já brilhavam em luz visível, superando as lâmpadas incandescentes.

Agora elas parecem ter superado tudo o que se conhece em termos de iluminação.

Lâmpada de plasma

O plasma, um gás ionizado, frequentemente chamado de quarto estado da matéria, já é utilizado nas lâmpadas fluorescentes e está saindo de moda nas telas de TV, onde está sendo substituído pelos LEDs - os pesquisadores chegaram a demonstrar que sua tecnologia é superior à das telas de plasma no mercado, mas eles parecem ter perdido o "timing" da indústria.

A chave para o desenvolvimento está na relação entre diâmetro e pressão, essencial para se obter plasmas estáveis.

Nos minúsculos furos, feitos em placas de alumínio, a pressão do plasma é muito alta, fazendo com que ele consuma menos energia e aqueça menos a estrutura, ainda assim produzindo luz de alta qualidade - enquanto as telas de plasma das TVs são conhecidas por seu aquecimento e alto consumo de energia, as lâmpadas de microplasma geram menos calor do que os LEDs.

Os protótipos até agora desenvolvidos medem 15 x 15 centímetros, por 4 milímetros de espessura, incluindo o vidro para prender o plasma nos microfuros e revestimentos poliméricos extras de proteção contra quebra.

Essas pequenas placas têm 250 mil furos, o que faz com que elas brilhem por inteiro - ao contrário de um refletor de LED, onde você vê as pequenas lâmpadas de estado sólido lado a lado.

Produzir barato para vender barato

As lâmpadas fluorescentes também geram luz por plasma, mas perdem eficiência por causa de seu formato em 360 graus. A lâmpada de microplasma, que é direcional, compara-se a uma lâmpada fluorescente de 80 lumens por watt, mesmo tendo apenas 35 lumens por watt.

Além da vantagem de não conter mercúrio, o alumínio, plástico e vidro usados em sua construção são totalmente recicláveis.

Quando elas chegarão ao comércio? A depender dos pesquisadores, que já fundaram sua empresa - a Eden Park Illumination - para comercializá-las, muito brevemente.

Mas eles terão antes que vencer a difícil etapa de convencer a indústria a fabricar suas microlâmpadas de plasma em grandes volumes para que elas atinjam um custo compatível com a concorrência.

Nanotubos separados mostram todo seu potencial

Nanotubos de carbono parecem ser úteis para qualquer coisa, de telas dobráveis, aparelhos eletrônicos flexíveis e peles artificiais super-sensíveis, até elevadores espaciais.

Mas há um desafio a ser vencido.

Quando os nanotubos de carbono são fabricados, tudo o que se vê é um pó preto que não é ideal para nenhuma dessas aplicações.

O problema crucial é que, com as técnicas atuais, os nanotubos semicondutores e os nanotubos metálicos são produzidos aleatoriamente e ficam misturados - uns são ideais para algumas aplicações e inservíveis para outras, e vice-versa.

Os nanotubos metálicos, por exemplo, são ideais para fios e eletrodos para baterias, enquanto os nanotubos semicondutores são excelentes como material ativo para transistores eletrônicos e células solares.

Sujeira útil

Agora, a Dra. Zhenan Bao e seu grupo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriram uma forma simples e rápida de separar os nanotubos.

Trata-se de um polímero que tem uma predileção pelos nanotubos semicondutores, envolvendo-os inteiramente e permitindo sua separação. O polímero não adere aos nanotubos condutores.

Já se havia tentado esta técnica antes, mas ela tropeçava na dificuldade para remover o polímero, deixando os nanotubos semicondutores limpos de novo.

O polímero usado pelo Dra. Bao não precisa ser removido. O produto final é uma tinta eletrônica, que pode ser usada diretamente na fabricação de componentes eletrônicos de imprimir.

"Nosso processo simples, em uma única etapa, nos permite construir componentes úteis muito facilmente," disse a Dra. Bao.

O que sobra do processo é um conjunto puro de nanotubos metálicos, que poderão ser usados sobretudo na criação de eletrodos mais eficientes para baterias recarregáveis.

Teorema abala fundações da mecânica quântica

Você já deve estar cansado de ouvir falar que a mecânica quântica pode "interpretar" um átomo, um elétron ou um fóton, por exemplo, como uma partícula ou como uma onda.

Quando as encaram como ondas, os físicos estão falando de uma função de onda, uma descrição matemática de uma onda, que determina as probabilidades de que as partículas quânticas tenham determinadas propriedades.

A função de onda há muito tempo é interpretada como uma ferramenta estatística que reflete nossa ignorância sobre as partículas quânticas.

Mas agora um trio de físicos ingleses está defendendo a ideia quase chocante de que a função de onda na verdade é algo real, fisicamente real, e não uma probabilidade estatística.

Terremoto na física

Parece que "abalar" as bases da física não é uma expressão suficiente para dar conta do que essa proposta significa: "Eu não quero parecer hiperbólico, mas eu acredito que a expressão 'abalo sísmico' parece se aplicar bem a esse artigo," comentou o professor Antony Valentini, da Universidade Clemson, que não faz parte do trio que está defendendo esta ideia.

Ouvido pela revista Nature, Valentini afirma que este resultado pode ser o teorema geral (relacionado à mecânica quântica) mais importante desde o teorema de Bell.

Em 1964, o irlandês John Stewart Bell demonstrou que, se a mecânica quântica descrevia entidades reais, então ela teria que incluir a misteriosa "ação à distância", os famosos átomos assombrados de Einstein.

Agora, um novo teorema mostra que, se a função de onda quântica for meramente uma ferramenta estatística, então mesmo os estados quânticos que não estão conectados através do espaço e do tempo - por meio do entrelaçamento quântico - deveriam ser capazes de se comunicar uns com os outros.

Como isso parece ser altamente improvável, Matthew Pusey, Terry Rudolph (Imperial College) e Jonathan Barrett (Universidade de Londres) concluíram que a função de onda não é algo meramente formal, mas um aspecto concreto da realidade.

"Isso arranca fora a obscuridade e mostra que não podemos ter uma interpretação de um estado quântico como algo probabilístico," opinou David Wallace, da Universidade de Oxford.

Consciência quântica

Essa discussão nos leva de volta à geração de gênios que construiu o arcabouço teórico sobre o qual a física navega há quase um século. Nos anos 1920, Niels Bohr e a chamada "interpretação de Copenhague" da física quântica consideraram a função de onda como uma ferramenta computacional.

Einstein concordou com reservas, afirmando que a função de onda também poderia ter algo a ver com uma realidade subjacente ainda desconhecida.

Já Erwin Schrodinger, aquele do gato que fica viva e morto ao mesmo tempo, chegou a considerar que a função de onda era uma realidade física.

Mas o assunto foi varrido para debaixo do tapete desde então.

Segundo Valentini, a interpretação de Copenhague caiu de moda, mas a ideia da função de onda como uma ferramenta estatística voltou a dominar o mundo da física com o advento da teoria da informação quântica.

O novo teorema volta atrás, afirmando que os sistemas quânticos devem "saber" exatamente o estado em que foram preparados - algo como se uma moeda que dê seis caras em cada 10 tentativas tenha uma propriedade física de dar resultados corrompidos, em vez de o excesso de caras ser um mero acidente estatístico.

A propósito, a revista Nature não publicou, apenas comentou o artigo, que está no repositório arXiv, ainda não publicado por nenhuma revista revisada pelos pares.

Cerâmica armazena luz para criar iluminação secreta

Cientistas criaram um novo material capaz de criar áreas inteiras de "iluminação secreta".

O material emite luz na faixa do infravermelho próximo, a faixa do espectro eletromagnético que é vista através dos óculos de visão noturna.

A grande novidade é que o material não consome energia: basta expô-lo à luz do Sol por um minuto para que ele emita a luz infravermelha continuamente, por até 360 horas.

Depois de algumas horas de Sol, o ambiente fica "iluminado" sem que os "visitantes indesejados" percebam - já os vigilantes estarão vendo tudo se estiverem usando os óculos adequados.

Labirinto químico

Materiais que emitem luz visível depois de serem expostos ao Sol já são bastante comuns, usados, por exemplo, em sinalizadores noturnos, nas estradas ou em placas de emergência.

Mas até agora os cientistas não tinham tido sucesso em fazer o mesmo com a luz infravermelha.

O que mais impressiona é o rendimento do novo material: 360 horas de luz infravermelha por apenas 1 minuto de luz, seja do Sol, seja de uma lâmpada fluorescente - ainda que haja uma diminuição sensível do brilho ao longo do tempo.

O segredo está em um "labirinto químico" que aprisiona os fótons, e somente os libera lentamente.

Armazenamento de luz

O ponto de partida são íons de cromo trivalente, um material sabidamente emissor de luz no infravermelho próximo.

Quando exposto à luz, seus elétrons no estado fundamental rapidamente passam a um estado de mais alta energia. Conforme retornam, a energia capturada inicialmente é liberada na forma de fótons infravermelhos.

Essa re-emissão dura muito pouco, na faixa dos milissegundos.

A inovação de Zhengwei Pan e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, consistiu em criar uma cerâmica de zinco e galogermanato para acomodar os íons de cromo trivalente.

A estrutura química dessa cerâmica cria um labirinto de "armadilhas" que capturam a energia liberada pelo cromo e a retém por longos períodos, liberando pouco a pouco, em um período que vai de uma a duas semanas.

Câncer e células solares

O novo material terá utilidades mais nobres do que a vigilância: por exemplo na fabricação de células solares e no combate ao câncer.

Como a chave para o funcionamento da estrutura é de natureza química, e não física, ela pode ser fabricada na forma de nanopartículas que se liguem a células cancerosas, que poderão ser identificadas por exames de imageamento comum.

Além disso, "este material tem uma capacidade extraordinária para capturar e armazenar energia, o que significa que ele é um bom candidato para fazer células solares significativamente mais eficientes," disse o Dr. Pan.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cientistas querem criar sistema operacional para células

Uma equipe de cientistas de seis países acaba de receber o sinal verde, e o dinheiro, para iniciar um projeto de pesquisa cujo ambicioso objetivo é desenvolver o equivalente biológico de um sistema operacional de computador.

O sucesso do projeto, para criar uma "célula reprogramável", poderá revolucionar a biologia sintética e abrir o caminho para que os cientistas criem formas de vida completamente novas.

Embora suscite muito controvérsia, a intenção é que as novas formas de vida sejam úteis para o homem e que o trabalho possa ser feito usando uma abordagem relativamente livre de problemas.

"Nós estamos tentando criar o equivalente para as células de um sistema operacional de computador, de tal forma que um determinado grupo de células possa ser perfeitamente reprogramado para executar qualquer função, sem a necessidade de modificar seu hardware," explica o professor Natalio Krasnogor, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, coordenador do projeto.

"Estamos falando de um objetivo muito ambicioso, que levará a um avanço fundamental que, em última análise, nos permitirá rapidamente prototipar, implementar e implantar entidades vivas completamente novas e que não existem na natureza, adaptando-as para que elas realizam novas funções úteis," completa.

Biologia sintética

A tecnologia poderia acelerar substancialmente o campo da Biologia Sintética, que tem sido associado com múltiplas aplicações - desde a criação de novas fontes de alimentos e soluções ambientais, até uma série de novas descobertas médicas, tais como drogas sob medida para pacientes individuais e o crescimento de novos órgãos para transplantes.

Biologia sintética promete sistemas artificiais inspirados na natureza


O projeto multidisciplinar envolve cientistas da computação, biólogos e químicos de nove universidades em seis países, e recebeu um financiamento de US$1,6 milhão da EPSRC, uma agência de fomento à pesquisa do Reino Unido.

O projeto tem um nome adequado: Audacioso (AUdACiOuS - Towards a Biological Cell Operating System, rumo a um sistema operacional celular biológico, em tradução livre).

A ideia é ir além da biologia de sistemas - a ciência que estuda como os organismos vivos funcionam - para dar aos cientistas o poder de criar sistemas biológicos novos.

Programando células

O grupo vai iniciar o trabalho tentando tornar as bactérias E. coli mais fáceis de programar.

"Atualmente, cada vez que precisamos de uma célula que execute uma determinada função nova, temos de recriá-la a partir do zero, o que é um processo longo e trabalhoso. A maioria das pessoas acha que tudo o que temos que fazer para modificar o comportamento das células é modificar o DNA, mas é não tão simples assim - costumamos constatar que obtivemos o comportamento errado, o que nos leva de volta à estaca zero.

"Se formos bem-sucedidos com este projeto audacioso, em cinco anos estaremos programando células bacterianas no computador, e compilando e armazenando seu programa em novas células, para que elas possam executar o programa prontamente.

"Nós estamos tentando criar um sistema operacional básico para uma célula biológica", disse Krasnogor.

Promessas da biologia sintética

Os cientistas já conseguem programar células individuais para realizar determinadas tarefas, mas ampliar isto para criar um organismo maior é bem mais complicado.

A criação de programas de modelagem mais sofisticados, e uma célula que possa ser reprogramada para cumprir qualquer função, sem ter que voltar à prancheta de desenho todas as vezes, poderá eliminar em grande parte a abordagem da tentativa e erro usada atualmente, permitindo que as pesquisas da biologia sintética deem um salto significativo.

A tecnologia poderia ser usada em uma ampla gama de aplicações onde a possibilidade de modificar o comportamento de organismos vivos possa ser vantajoso.

No longo prazo, isso inclui a criação de novos microrganismos para ajudar a limpar o meio ambiente, por exemplo através da captura de carbono ou da remoção de contaminantes da água.

Também, a eficácia dos medicamentos poderia ser melhorada adequando-os a pacientes específicos para maximizar o efeito das drogas e reduzir os efeitos colaterais.

Lente de contato biônica coloca tela dentro dos olhos

Informações mostradas em tempo real, que pareçam flutuar em algum ponto logo à sua frente, sem a necessidade de telas, é algo agora um passo mais perto da realidade.

Cientistas desenvolveram o primeiro protótipo de uma Lentes de contato inteligentes monitoram pressão dos olhos" target="_blank">lente de contato que poderá fazer projeções assim, provendo seu usuário com informações sem que ele precise tirar as mãos do volante ou os olhos do professor.

Como as imagens projetadas simulam a presença de um holograma à frente de quem usa a lente de contato, os cientistas a chamam de "projeção holográfica". Na verdade, não são gerados hologramas - a imagem é projetada diretamente na retina.

Babak Praviz e seus colegas das universidades de Washington, nos Estados Unidos, e de Aalto, na Finlândia, acabam de testar sua lente de contato biônica nos olhos de coelhos, sem registro de efeitos colaterais.

Este é um passo importante de uma pesquisa que começou em 2008:

Tela é construída em uma lente de contato


Realidade virtual

Por enquanto, trata-se apenas de um conceito: a lente de contato biônica tem um único pixel.

Mas agora estão postas as condições para a adição de mais pixels, até o suficiente para gerar imagens úteis.

Ler emails, mensagens de texto, informações sobre a velocidade do carro, até ambientes de realidade virtual estão entre as possibilidades de uso levantadas pelos pesquisadores - quando a lente biônica tornar-se prática.

Ela poderia também operar em conjunto com biossensores, que captem informações sobre a saúde do usuário e mostrem os resultados em tempo real, enquanto ele pratica seu esporte ou faz sua caminhada.

Lente de contato biônica

A lente de contato biônica é formada por uma antena, para captar a energia enviada por uma fonte externa - sem fios - e um circuito eletrônico responsável por todo o seu funcionamento.

A energia é transferida para um chip transparente de safira, contendo o até agora único LED.

O maior desafio para os pesquisadores foi que a distância focal do olho humano é de no mínimo alguns centímetros, o que faz com que as imagens projetadas pela lente apareçam borradas.

A solução foi implantar lentes de Fresnel sobre a lente de contato. Essas lentes são muito mais finas e planas do que as lentes convencionais, sendo capazes de projetar a imagem gerada pelo pixel diretamente na retina.

Eletricidade sem fios

Um melhoramento ainda a ser feito é o aumento da distância necessária para alimentar a lente de contato: a captura de WiTricity (vem aí a era da transmissão de eletricidade sem fios) eletricidade sem fios exige que a fonte esteja a apenas dois centímetros de distância da lente.

Os pesquisadores almejam aumentar o alcance para um metro, o que permitiria a colocação da fonte de energia na cintura ou no interior de uma mochila. Um outro grupo já conseguiu alimentar um implante cardíaco por eletricidade sem fios a uma distância de 30 centímetros.

"Nosso primeiro objetivo, porém, é incorporar alguns textos predeterminados sobre a superfície da lente", disse do Dr. Praviz.

O Dr. Babak Praviz tem uma longa lista de inovações, mas conta que sua equipe não é a única a desenvolver a tecnologia de lentes de contato biônicas.

Já existe no mercado uma lente de contato inteligente capaz de monitorar a pressão ocular, usada na prevenção do glaucoma:

Lentes de contato inteligentes projetarão imagens na retina

Aço superforte surpreende indústria e cientistas

Um empreendedor norte-americano surpreendeu a indústria e a comunidade científica ao inventar um novo tratamento térmico que cria um aço superforte em poucos segundos.

O novo tratamento térmico deixa o aço mais forte do que as ligas de titânio usadas pela indústria - e em menos de 10 segundos.

Além de ser mais forte do que qualquer aço conhecido, o novo processo resulta em um aço com maior capacidade de absorção de choques.

Maturidade questionada

O processo básico de tratamento térmico do aço mudou muito pouco na era moderna. Isso explica porque tão poucos pesquisadores se dedicam ao assunto hoje: ninguém acreditaria ser possível um incremento tão grande.

Um grupo de engenheiros da Universidade de Ohio, está agora trabalhando juntamente com Gary Cola, o inventor do super-aço, para entender o aparente "milagre".

"O aço é o que podemos chamar de uma tecnologia 'madura'. Nós gostamos de pensar que já sabemos tudo a respeito dele," afirmou o professor Suresh Babu, que está tentando desvendar o mistério.

"Se alguém inventa uma forma de tornar o mais forte dos aços ainda mais forte um mínimo que seja, isso já seria um grande feito. Mas [o que foi obtido por Gary] é astronômico," estranha Babu.

Carros mais leves

Embora varie de uma indústria para outra, o tratamento térmico do aço é feito aquecendo-o a cerca de 900 graus Celsius e depois deixando-o esfriar por algumas horas.

Gary Cola elevou a temperatura do aço comum até 1.100 graus Celsius, e depois esfriou-o rapidamente em água - tudo em cerca de 10 segundos.

O pesquisador confessa que não acreditou no inventor: "Esse processo não deveria funcionar. Eu não acreditei nele," afirma.

O novo aço pode ser laminado e estirado 30% mais do que os aços martensíticos tradicionais e ainda preservar suas qualidades superiores.

Isto significa que o novo super-aço pode permitir que a indústria automobilística construa chassis, carrocerias e monoblocos 30% mais leves sem qualquer perda de segurança para os carros.

Martensita, austenita, bainita e carbetos

Uma análise preliminar mostrou que, além da martensita, o aço possui uma microestrutura chamada bainita, salpicada de compostos ricos em carbono, chamados carbetos.

Nos tratamentos térmicos tradicionais, mais lentos, as microestruturas iniciais do aço sempre se dissolvem em uma fase homogênea, chamada austenítica. Mas um choque rápido de temperatura normalmente transforma toda a austenita em martensita.

"Nós acreditamos que, como o processo é tão rápido, os carbetos não têm chance de se dissolver completamente no interior da austenita, permanecendo no aço e formando essa microestrutura única contendo bainita, martensita e carbetos," propõe Babu.

Nanotubos viabilizam fabricação de microcomponentes mecânicos

Engenheiros da Espanha e da Bélgica desenvolveram uma técnica que cria um novo uso para os nanotubos de carbono.

Os nanotubos agora podem ser usados para a fabricação de componentes mecânicos, por sua vez utilizados em uma nova geração de micros e nano-máquinas.

Enquanto a indústria eletrônica tem-se destacado pela miniaturização de componentes, reduzir o tamanho de sistemas mecânicos tem-se revelado muito mais problemático.

O desafio é que moldes de fundição, fresas, extrusoras e outras técnicas convencionais usadas para produzir peças em escala industrial não são úteis quando se trata de criar formas intricadas em microescala, a chamada microfabricação.

Eletroerosão

Uma técnica já bastante utilizada é a eletroerosão, ou usinagem por descarga elétrica - EDM (electrical discharge machining).

Partindo de um bloco inicial, uma espécie de faísca controlada de eletricidade é usada para arrancar o material indesejado, com precisão suficiente para criar formas complexas.

O problema é que este processo exige que o material usado para fabricar a peça seja eletricamente condutor, limitando o uso da eletroerosão em materiais cerâmicos, que são mais duros e resistentes.

Microengrenagens

Manuel Belmonte e seus colegas descobriram que essa deficiência da eletroerosão pode ser resolvida adicionando nanotubos de carbono ao nitreto de silício, o material cerâmico preferido para a construção de micromáquinas.

Os nanotubos aumentam a condutividade elétrica da cerâmica em 13 ordens de magnitude, permitindo o uso da EDM para fabricar microengrenagens, sem comprometer o tempo de produção ou a integridade da peça.

Os pesquisadores verificaram que, implantados dentro de uma cerâmica, os nanotubos de carbono formam uma rede condutora que reduz a resistência elétrica do material como um todo.

Aplicações emergentes

Um benefício adicional é que a peça resultante tem uma resistência muito maior à abrasão do que uma peça feita com a mesma cerâmica, mas sem a adição de nanotubos.

A equipe afirma que os novos materiais nanocompósitos terão uso em várias aplicações emergentes, incluindo microturbinas, microrreatores e bioimplantes.

Vacina para H1N1 é segura para portadores de doenças autoimunes

Portadores de doenças reumáticas autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, apresentam maior risco de infecção do que a população em geral.

Por isso, precisam ser vacinados contra novos vírus, como o H1N1, causador da gripe suína.

Mas não se sabia se as vacinas desenvolvidas para combater esse subtipo do vírus da influenza apresentavam riscos e seriam eficazes para esses pacientes.

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) comprovou a imunogenicidade e a segurança da vacina contra o H1N1 em pacientes com doenças reumáticas autoimunes e em pessoas submetidas à terapia imunossupressora, como as com câncer ou as que receberam transplante.

Doenças autoimunes

Durante o estudo, foram avaliados e vacinados contra o H1N1 1.668 pacientes diagnosticados com artrite reumatoide, espondiloartrites, lúpus eritematoso sistêmico, dermatomiosite, doença mista do tecido conectivo, vasculites sistêmicas, esclerose sistêmica, síndrome de Sjögren, síndrome antifosfolípide e artrite idiopática juvenil, entre outras.

Também foram recrutadas 234 pessoas saudáveis para receber a vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a indústria farmacêutica Sanofi-Aventis.

Juntamente com os pacientes com doenças reumáticas autoimunes, o grupo de controle foi acompanhado por 21 dias após a vacinação para avaliação dos efeitos colaterais.

Ao comparar a resposta imune à vacina pelos dois grupos, os pesquisadores constataram que, de forma geral, a dos pacientes com doenças reumáticas autoimunes foi equivalente a das pessoas saudáveis.

Reação aos medicamentos

"A resposta imune à vacina contra o H1N1 na população normal ficou em torno de 77%, contra 63% dos pacientes com doenças autoimunes. Com base nisso, agora podemos afirmar, com segurança, que esses pacientes podem ser vacinados contra a gripe, porque respondem bem à vacina", disse Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, professora da USP e coordenadora do estudo.

De acordo com a pesquisadora, a resposta imune à vacina contra o H1N1 foi menor do que a apresentada pelas pessoas saudáveis apenas em pacientes diagnosticados com lúpus, artrite reumatoide e artrite psoriática.

Ao investigar as causas para essa diferença, os pesquisadores descobriram que isso se deve ao efeito dos imunossupressores e corticoides utilizados na medicação desses pacientes.

E que quando esses medicamentos são associados ao uso de cloroquina - um antimalárico muito usado no tratamento de doenças reumáticas autoimunes - a resposta imune à vacina por esses pacientes melhora e tende a se normalizar.