quarta-feira, 31 de março de 2010

Baratas viram musas da robótica

A visão de uma barata correndo para o ralo pode ser repugnante, mas esse desagradável inseto é também uma verdadeira maravilha de engenharia.

Por mais que pareça um contrassenso falar em "inspirar-se em uma barata" para fazer qualquer coisa, engenheiros da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, acreditam que vale a pena mandar também o preconceito para o ralo e transformar as baratas em verdadeiras musas da robótica.

Segundo o Dr. John Schmitt, a natureza parece ter colocado nas baratas "soluções tecnológicas" que permitirão a construção de robôs capazes de andar sobre qualquer terreno, muito mais eficientes do que qualquer outro meio de locomoção já tentado.

Bioinspiração

Na verdade, as baratas vêm sendo alvo de atenção dos roboticistas há algum tempo: uma equipe da Universidade Case Western pretende construir um robô com cérebro de barata.

Em um campo de pesquisas chamado bioinspiração - no qual os cientistas tiram ideias da natureza para melhorar suas próprias engenhocas - a equipe do Dr. Schmitt também já tem prontos seus primeiros protótipos de uma barata robótica.

Dentro de certas limitações, segundo ele, as baratas não têm sequer que usar seus cérebros para correr - eles apenas correm, com uma ação muscular instintiva e que não exige nem mesmo controle reflexo.

"Os seres humanos podem correr mas, francamente, as nossas capacidades não são nada comparadas ao que alguns insetos e outros animais podem fazer," diz Schmitt. "As baratas são incríveis. Elas podem correr em alta velocidade, mover-se facilmente sobre terrenos acidentados e reagir a qualquer perturbação mais rapidamente do que um impulso nervoso no nosso cérebro."

Andar sem pensar

É isso que os engenheiros estão tentando reproduzir em seus robôs. Os primeiros protótipos já conseguem replicar o andar do inseto, mas nenhum deles conseguiria ainda apostar uma corrida com uma barata.

Os robôs, sejam baseados em insetos ou não, absorvem energia demais e exigem um poder computacional para fazê-los funcionar que os torna também pesados e lentos.

Se, como no animal, esse "cérebro de barata" puder ser dispensado para o andar, os cientistas acreditam poder reproduzir praticamente toda a mobilidade do inseto.

"Uma barata não pensa muito sobre andar, ela apenas anda. E isso somente a atrasa cerca de 20 por cento quando ela passa sobre blocos que são três vezes mais altos do que seus quadris. Isso é notável e é uma indicação de que sua estabilidade tem a ver com a sua 'construção' e não com a sua reação," afirma Schmitt.

Baratas espaciais

Ele e seus colegas acabam de publicar um artigo no qual eles descrevem detalhes dessa "engenharia das baratas". Usando modelagem computadorizada, os pesquisadores conseguiram descrever não apenas os movimentos, mas também como o animal acumula e libera energia conforme ele anda ou corre.

O próximo passo da pesquisa será incorporar esse conhecimento nos protótipos de robôs-baratas e avaliar como eles se comportam. Segundo o Dr. Schmitt, nem de longe os seus robôs precisarão ganhar uma corrida de uma barata.

Apenas a capacidade de mover-se por terrenos irregulares, com baixo consumo de energia, e exigindo uma capacidade de processamento mínimo, será um ganho sem paralelo para robôs que serão capazes de explorar áreas devastadas por acidentes naturais ou mesmo caminhar na superfície da Lua ou de Marte.

Correia Transportadora Oceânica não está desacelerando, diz NASA

Em 2005, um artigo publicado na revista Nature alertava que uma diminuição na velocidade na parte do Oceano Atlântico da chamada Correia Transportadora Oceânica causaria uma pequena era do gelo na Europa nas próximas décadas.

A Correia Transportadora é um cinturão formado pelas correntes oceânicas que percorre todo o planeta, levando águas quentes em direção aos polos e águas frias em direção ao equador.

Os modelos climáticos mais recentes preveem que a circulação contínua dessas massas de água deve desacelerar conforme os gases de efeito estufa aquecem o planeta e, por decorrência, o aquecimento global eleve a taxa de derretimento das geleiras, lançando mais água doce nos oceanos.

Isso aconteceria porque a água doce é mais leve e demora mais para "afundar" do que a água salgada mais fria.

Inversão das previsões

Mas, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, a NASA afirma que os dados do seu projeto AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation) mostram não apenas que não há nenhum sinal de desaceleração na Correia Transportadora Oceânica nos últimos 15 anos, como ela pode ter de fato se acelerado um pouco.

As conclusões resultam de uma nova técnica de monitoramento ambiental desenvolvida pelo oceanógrafo Josh Willis, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

O pesquisador utilizou medições de satélites de observação dos oceanos e de perfis de flutuação coletados no mar por submarinos robóticos, que coletam dados da superfície até milhares de metros de profundidade.

Estes dados permitiram que ele estudasse a parte da Correia Transportadora Oceânica que leva águas quentes dos trópicos em direção à Europa, e que seria a causadora da hipotética pequena era do gelo europeia.

Corrente Inversora do Atlântico

A chamada "inversão de circulação do Atlântico" é um sistema de correntes, incluindo a corrente do Golfo, que leva as águas superficiais quentes dos trópicos para o norte do Atlântico Norte.

Lá, nos mares que banham a Groenlândia, a água esfria, mergulha para grandes profundidades e muda de direção. O que antes era água de superfície quente rumando para o norte se transforma em água fria profunda retornando para o sul.

Esta inversão é uma parte da Correia Transportadora das correntes oceânicas que transporta o calor ao redor do globo.

Sem o calor transportado por esse sistema de circulação, o clima em torno do Atlântico Norte - na Europa, na América do Norte e no Norte da África - provavelmente seria muito mais frio.

Satélites e robôs submarinos

Os cientistas supõem que o resfriamento rápido de 12.000 anos atrás, no final da última era glacial, foi desencadeado quando a água doce do derretimento das geleiras alterou a salinidade do oceano e diminuiu a taxa com que a inversão do Atlântico se dá. Isto teria reduzido a quantidade de calor levado em direção ao norte, causando o resfriamento.

Até recentemente, as únicas medições diretas disponíveis da força da circulação vinham de pesquisas feitas a bordo de navios e de um conjunto de boias ancoradas ao fundo do oceano nas latitudes médias.

A nova técnica de Willis é baseada em dados de altimetria dos satélites da NASA, que medem alterações na altura da superfície do mar, bem como dados de perfis coletados pelos submarinos robóticos da missão Argo - veja Robôs submarinos já monitoram todos os oceanos da Terra.

Com esta nova técnica, Willis foi capaz de determinar mudanças na parte norte da circulação do Atlântico a cerca de 41 graus de latitude, aproximadamente entre Nova Iorque e o norte de Portugal.

Ciclo natural

Combinando as medições dos satélites e dos robôs submarinos, ele não encontrou nenhuma alteração na intensidade da corrente de inversão do Atlântico entre 2002 e 2009.

Olhando mais para trás, usando apenas dados dos satélites - quando os robôs ainda não estavam operando - Willis encontrou evidências de que a circulação tinha acelerado até cerca de 20 por cento entre 1993 e 2009.

"As mudanças que estamos vendo na intensidade da inversão são, provavelmente, parte de um ciclo natural," disse Willis. "O ligeiro aumento na inversão desde 1993 coincide com um padrão natural de aquecimento e resfriamento do Atlântico, que dura décadas."

Impacto pequeno

E, segundo o pesquisador, ainda que a corrente de inversão do Atlântico diminua de velocidade, os resultados dificilmente serão dramáticos. "Ninguém está prevendo outra idade do gelo como resultado de mudanças na corrente de inversão do Atlântico," disse o pesquisador.

"Ainda que a inversão tenha sido o Godzilla do clima 12.000 anos atrás, o clima de então era muito mais frio. Modelos das condições mais quentes atuais sugerem que uma desaceleração teria um impacto muito menor agora," conclui ele.

Cravo-da-índia é o melhor antioxidante natural que se conhece

Usar especiarias comuns na dieta mediterrânea pode ser bom não apenas para as pessoas individualmente, mas também para a indústria alimentícia.

Uma pesquisa realizada na Universidade Miguel Hernández, na Espanha, demonstrou que a indústria poderá fabricar alimentos mais saudáveis se tirar proveito dos antioxidantes naturais presentes sobretudo no cravo-da-índia.

Benefícios do cravo-da-índia

Os cientistas identificaram o cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) como o melhor tempero antioxidante, devido ao fato de que ele contém altos níveis de compostos fenólicos, além de ter outras propriedades benéficas à saúde.

"Das cinco propriedades antioxidantes testadas, o cravo-da-índia apresentou a maior capacidade de liberar hidrogênio, reduzir a peroxidação lipídica, e foi o melhor redutor de ferro," explica a Dra. Juana Fernández-López, coautora do estudo.

Estes resultados colocam o cravo-da-índia como o melhor antioxidante natural que se conhece.

Especiarias da dieta mediterrânea

"Os resultados mostram que o uso dos antioxidantes naturais presentes nas especiarias utilizadas na dieta mediterrânea, ou os seus extratos, é uma opção viável para a indústria alimentícia, desde que as características organolépticas dos produtos não sejam afetadas," diz a pesquisadora.

"Essas substâncias apresentam elevada capacidade antioxidante, com efeitos benéficos para a saúde," acrescenta ela.

A equipe também avaliou o efeito antioxidante dos óleos de outras especiarias utilizadas na dieta do Mediterrâneo, incluindo o orégano (Origanum vulgare), tomilho (Thymus vulgaris), alecrim (Rosmarinus officinalis) e sálvia (Salvia officinalis).

Por que os alimentos estragam

"A oxidação lipídica é uma das principais razões para a deterioração dos alimentos, e provoca uma redução significativa no seu valor nutricional, assim como a perda do sabor," diz Fernández-López.

Essas alterações levam a uma redução no tempo de vida útil dos alimentos industrializados. Para evitar essa deterioração, a indústria alimentícia acrescenta antioxidantes sintéticos nos produtos.

Químicos nos alimentos industrializados

No entanto, como estes antioxidantes sintéticos são compostos químicos, têm sido levantadas questões sobre a sua potencial toxicidade e a ocorrência de efeitos colaterais na ingestão dos alimentos industrializados.

Como resultado, há um interesse crescente na utilização de produtos à base de vegetais (especiarias, plantas aromáticas e medicinais), com atividade antioxidante em potencial, a fim de substituir os antioxidantes sintéticos por substâncias naturais.

O objetivo do estudo é justamente permitir que essas especiarias sejam incorporadas nos alimentos industrializados, sobretudo nos produtos à base de carne, no papel de antioxidantes naturais.

Robô faz fisioterapia em pacientes de derrame

Cumprimentar continuamente um braço robótico pode ser uma nova técnica para ajudar pacientes de derrame cerebral a reaprender a usar novamente os braços e as mãos.

O projeto "Braço de Ferro" foi coordenado pela Dra. Elena Vergaro, da Universidade de Gênova, na Itália, em parceria com uma equipe de pesquisadores do Instituto Italiano de Tecnologia.

"Nossos resultados preliminares com um pequeno grupo de pacientes sugerem que o sistema é robusto e promove uma melhora estatisticamente significativa no desempenho," diz a pesquisadora.

Robô fisioterapeuta

O robô auxilia os pacientes conforme eles tentam orientar a sua mão em um movimento de "desenhe um oito", puxando na direção correta e apresentando uma resistência precisamente controlada nos movimentos incorretos.

"Futuros ensaios clínicos controlados e em grande escala deverão confirmar que a fisioterapia assistida por robô poderá permitir a obtenção de novas funcionalidades motoras nas atividades cotidianas," diz Vergaro.

Esta assistência robotizada interativa permite controlar e dosar os níveis de ajuda, incentivando os pacientes a reaprender a usar suas mãos e seus braços.

Movimentos depois do derrame

"Os pacientes que sobrevivem ao derrame costumam executar movimentos anormais com o braço, por exemplo, elevando o ombro para erguer o braço, ou inclinando o tronco para a frente, em vez de estender o cotovelo," explica a fisioterapeuta.

O uso desses padrões incorretos de movimento pode limitar o nível de capacidade que o paciente consegue atingir mesmo com a fisioterapia.

Pior do que isso, podem levar a lesões pelo uso repetitivo das articulações de forma inadequada.

"Demonstrando os movimentos corretos, o robô pode ajudar o sistema motor do paciente aprender a reproduzir a trajetória desejada por meio da repetição," conclui a pesquisadora.

Inovação matemática transforma gota de sangue em mina de informações médicas

Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um algoritmo que permite que um equipamento comum de laboratório separe uma amostra de sangue em seus diferentes tipos de células e detecte alterações na atividade genética medicamente importantes para qualquer um desses tipos de células.

Um algoritmo é uma sequência de passos lógicos que pode ser incorporado em um programa de computador, permitindo a automatização de uma tarefa.

No estudo, publicado na revista Nature Methods, os cientistas relataram o uso da nova técnica para identificar mudanças em um tipo de célula que sinaliza a possibilidade de que pacientes que recebem transplantes de rim possam rejeitar seus novos órgãos.

Sem o software, estes genes sinalizadores de atividade teriam passado despercebidos.

Microarray

Os autores acreditam que a utilização do novo algoritmo pode ter aplicações além da rejeição de órgãos transplantados, permitindo que médicos identifiquem melhor o aparecimento de cânceres, de doenças genéticas e uma variedade de outros problemas médicos.

O equipamento de laboratório, chamado de microarray, é uma ferramenta científica padrão, consistindo de um conjunto de minúsculos furos em uma placa de vidro, onde pequenas quantidades de amostra são colocadas para serem analisadas.

Por serem extremamente miniaturizados e serem construídos com as mesmas técnicas utilizadas na fabricação dos processadores de computador, eles são também conhecidos como biochips.

No furos são colocados sensores capazes de identificar diferentes sequências curtas de ácidos nucleicos - ou DNA, o material genético de toda a vida.

Esse biochip pode ser imerso em um extrato de células vivas, tais como o sangue. Quando um sensor detecta uma sequência específica de ácido nucleico, o microarray transmite um sinal fluorescente, registrando a presença daquela porção de DNA.

Análise do sangue

O potencial para extrair informações importantes a partir de uma amostra de sangue cresceu rapidamente desde o advento do microarray, cerca de 15 anos atrás.

Usando microarrays para medir o quão ativamente um gene está sendo "expresso", os cientistas podem detectar alterações clinicamente importantes em um tecido.

Mas, até o desenvolvimento deste algoritmo de processamento, os cientistas e os médicos não têm sido capazes de usá-lo para obter informações clinicamente úteis partindo de uma amostra de sangue puro.

A principal razão para essa deficiência é que a informação é obscurecida pela complexidade molecular do sangue, formado por uma multiplicidade de componentes grande demais para que o microarray seja eficiente.

Expressão genética

Conforme que esses biochips estão se tornando mais baratos e mais fáceis de operar, os microarrays estão próximos de se tornar uma ferramenta de uso generalizado para o diagnóstico clínico.

Ainda assim, o sangue puro é uma grande dor de cabeça para um microarray. Uma única amostra contém dezenas de tipos de células, em diferentes níveis de maturidade ou em diferentes estágios de ativação.

Uma mudança de expressão genética que, em um tipo de célula, significa que algo deu terrivelmente errado, pode, em outro tipo de célula, ser totalmente benigna, ou mesmo uma ativação sumamente necessária. Mas um microarray não tem como saber de que tipo de célula veio um determinado trecho de ácido nucleico.

Para tornar as coisas mais difíceis, a composição das amostras de dois pacientes diferentes - ou mesmo de duas amostras colhidas em momentos diferentes do mesmo paciente - variam drasticamente.

Apesar de existirem técnicas para separar o sangue total em seus tipos celulares constituintes, esses métodos são demorados e caros demais para serem usados em diagnósticos clínicos de rotina.

A solução veio com o novo algoritmo agora desenvolvido. O algoritmo consiste em um número muito grande de equações bastante simples, que permitem associar as alterações na expressão genética a cada tipo de célula sem precisar separar previamente o sangue em seus constituintes.

Justiça dos EUA quebra patente de gene humano obtida por empresa

Pela primeira vez nos Estados Unidos, um juiz disse explicitamente em uma sentença que os genes humanos são produto da natureza e, por isso, não podem ser patenteados. O caso ocorreu por causa de um tipo de exame registrado por uma empresa particular.

Veja o site do Jornal Nacional

Lisbeth Meriani, do estado de Massachusetts, nos EUA, é uma das pessoas que precisa usar esse exame. Ela teve que retirar os dois seios por causa de um câncer e agora precisa fazer um teste pra saber se conseguiu vencer a doença.

O teste custa 3 mil dólares (quase 5 mil e quatrocentos reais) e só é fornecido por uma empresa: a Myriad Genetics, que investiu milhões de dólares em pesquisa e patenteou a descrição e o isolamento do gene humano que, modificado, pode desencadear o câncer - tanto no seio como no ovário.

Mas Lisbeth, assim como várias outras mulheres pelo país não tem como pagar pelo exame. “Não tenho cartão de crédito, muito menos os três mil dólares”, diz ela.

A Associação de Defesa das Liberdades Civis entrou na justiça em maio do ano passado contra a empresa que desenvolveu o teste para tentar quebrar o monopólio e baixar os preços dos exames.

Nesta semana, um juiz do Tribunal Federal de Nova York decidiu pela anulação da patente, dizendo que "o DNA registrado pela empresa não é diferente do DNA natural", encontrado em todos os seres humanos.

Estado x empresas

A decisão reacende uma discussão: quem deve, afinal, financiar as pesquisas genéticas em seres humanos? Empresas comerciais ou o Estado?

A empresa americana diz que só consegue desenvolver novos testes e remédios com o dinheiro da venda de seus produtos patenteados.

Já a representante da Associação de Defesa das Liberdades Civis nos Estados Unidos diz que esse tipo de pesquisa deve ser feita pelas universidades públicas.

Para a geneticista Mayana Zatz, uma das principais pesquisadoras do Brasil nesse campo, a decisão da justiça dos EUA é importante para pacientes e cisntistas do mundo todo, que terão acesso livre ao que já foi descoberto. Ela falou também sobre a questão do financiamento.

"Eu acho que existe muita pesquisa ainda que é por parte do estado e que visa somente o avanço da ciência e o benefício do paciente, da saúde pública, e existe a pesquisa onde você vai gerar produtos. Nesse sentido, a iniciativa privada tem interesse em investir e, dependendo do caso, é justo pedir uma patente, mas não quando você está descobrindo mutações naturais, que não tem aí nenhuma criação, mas simplesmente a descoberta de uma coisa que já existe nos nossos genes", afirmou.

Fonte: G1

Laboratório reduz preço de vacina contra vírus HPV

O laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK) anunciou hoje uma redução de 50% no preço da vacina que comercializa no Brasil e é utilizada contra o HPV oncogênico, doença que pode levar ao câncer de colo do útero. A vacina será vendida, já a partir deste mês de março, ao preço de R$ 114,67, uma redução de 50% sobre o preço de fábrica de R$ 229,33. O novo preço já inclui os 18% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Nas clínicas de vacinação do País, no entanto, a venda final ao consumidor ainda terá um acréscimo referente a outros impostos, custos de conservação, aplicação e serviços médicos. Em nota à imprensa, a GSK justificou o reajuste como "reflexo da política de equilíbrio de preços dos produtos" e pelo "compromisso em disponibilizar vacinas de grande necessidade para a população, com valores mais acessíveis."

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, 500 mil mulheres em todo mundo sofrem de câncer de colo do útero e pelo menos 250 mil acabam morrendo. No Brasil, a doença é a segunda maior causa por morte de câncer entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O câncer de colo uterino se desenvolve quando uma infecção pelo vírus HPV se torna persistente e progride. Já foram identificados mais de 100 tipos de HPV, sendo que cerca de 15 tipos são considerados causadores de câncer, chamados de oncogênicos. A função principal da vacinação é proteger as mulheres contra a infecção por HPV oncogênico, que está associado ao câncer de colo uterino.

Fonte: G1

Vírus em site de pornografia

Existe muita pornografia “gratuita” na internet. Na verdade, essa pornografia “gratuita” é geralmente patrocinada pelos produtores de conteúdo. O objetivo dos sites raramente é dar apenas o conteúdo “grátis”; o objetivo deles é levá-lo até o site do produtor, onde você terá de pagar para ter acesso de qualidade ao conteúdo.

É claro que nem todos os sites funcionam assim. Esses são os chamados TGPs (Thumbnail Gallery Post). São sites que absorvem muito tráfego e enchem de “conteúdo” para tentar atrair o maior número de visitantes com o objetivo de redirecioná-los e fazê-los pagar, o que se converterá em lucro para o site.

O redirecionamento às vezes acaba em um círculo. Em vez de chegar em algum lugar, você acaba sendo redirecionado para outros TGPs e o ciclo, nos piores casos, nunca acaba. Isso significa que, em um curto período de tempo – e sem ver nada do que procura – você é exposto a um número muito grande de sites, que o dono do site nem controla explicitamente. Às vezes, são redes de anúncios que fazem rotação de links.

Por esse motivo, é muito fácil cair em algum site que terá conteúdo malicioso. Os sites pornôs pagos de qualidade, porém, são em geral até mais seguros do que sites viabilizados por anúncios publicitários. Como esta mesma coluna já explicou anteriormente, as redes de publicidade web são vítimas de golpes em que anúncios maliciosos circulam. É a prática chamada de “malvertising”.

No mais, qualquer tipo de site que atraia muitos visitantes é interessante para os criminosos. Sites de letras músicas também já foram usados para distribuir pragas digitais. Atualmente, sites legítimos têm sido atacados por hackers para distribuir vírus. É difícil saber em qual site confiar.

O ideal é manter o seu computador seguro, atualizando seu navegador web e os plugins. Assim, independentemente de onde partir o ataque, você estará protegido. Evitar sites “duvidosos” não é mais a solução – você ainda pode ser infectado em páginas “seguras”. É claro que alguns sites, por sua natureza, acabam atraindo mais conteúdo malicioso, o que é o caso de sites de pornografia.

Serviço Peixe Urbano lista ofertas para compras coletivas

Com um conceito de compras coletivas, o serviço Peixe Urbano entrou no ar para oferecer promoções diárias de produtos no Rio de Janeiro.

O serviço, que trabalha em conjunto com estabelecimentos da cidade, negocia promoções para produtos, que só serão válidas caso certo número de compradores demonstrarem interesse neles.

Ele funciona da seguinte maneira: depois de realizar o cadastro e informar a cidade onde mora, o usuário passará a receber e-mails diários com as ofertas, que podem ser de bares, shows, cursos, spas ou outros estabelecimentos locais. A plataforma também pode ser atrativa para comerciantes, que podem divulgar produtos e serviços e atrair um grande número de consumidores com as promoções.

Como exemplo, pense que um restaurante cria uma promoção para oferecer um desconto de 20% em uma refeição. O estabelecimento estipula, no entanto, que a oferta só será válida quando dez consumidores demonstrarem interesse na proposta. Dessa forma, é possível incentivar a participação da pessoas.

Apesar de estar disponível inicialmente no Rio de Janeiro, a previsão é que o serviço chegue a outras seis cidades do País nos próximos meses - São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre.

Fonte: IDG Now!

Google descarta falha técnica e ainda não sabe motivo de problema na China

Depois de culpar uma falha técnica interna, o Google agora diz que não tem certeza do motivo de usuários chineses enfrentarem problemas ao utilizar seus serviços de busca.

Na terça-feira (30/3), algumas pessoas na China relatavam que não conseguiam realizar buscas no Google mesmo quando acessavam a página Google.com.hk, para a qual a empresa redireciona os usuários da China.

Alguns observadores pensam que o governo chinês começou a bloquear o site, mas o Google disse que o problema ocorreu devido a uma mudança feita nos servidores da empresa.

“Nas últimas horas ‘gs_rfai’ começou a aparecer nos endereços de busca do Google globalmente como parte de um parâmetro que envia informações sobre as pesquisas para o portal, para que possamos retornar os melhores resultados”, disse a empresa na terça-feira. “O problema é que o parâmetro contém as letras ‘rfa’, que o Grande Firewall da China relaciona com a Radio Free Asia, um serviço indisponível no país há muito tempo, causando o bloqueio”, disse o Google.

Porém, no mesmo dia o portal mudou o discurso. “O que aconteceu hoje, que bloqueou o Google.com.hk, pode ser sido resultado de alguma alteração no Grande Firewall”, explicou a empresa.

Ainda assim, por algum motivo, as buscas voltaram ao normal na China sem nenhuma modificação do Google. “Continuaremos monitorando para saber o que aconteceu, mas por enquanto parece que a questão foi resolvida”, disse a empresa.

Fonte: IDG Now!

Microsoft corrige 10 falhas críticas no IE

Como previsto, a Microsoft liberou ontem (30/3) um pacotão de correções para o seu navegador Internet Explorer, com o objetivo de acabar com dez vulnerabilidades consideradas críticas. Uma delas, inclusive, tem sido explorada por crackers há algumas semanas.

Essa brecha, que é classificada como um vulnerabilidade de dia zero, foi informada à Microsoft por uma empresa de segurança da China antes mesmo de ser explorada pelos criminosos da Internet, mas a empresa do Windows não conseguiu liberar uma correção rapidamente.

De qualquer forma, a Microsoft acelerou seu calendário de correções, liberando esta atualização de emergência duas semanas antes do previsto, por conta do grande volume de ataques a versões mais antigas do Internet Explorer.

O pacote de atualizações MS10-018 tem como alvo as versões IE6 e IE7 (que a Microsoft gostaria de esquecer, mas que muitos internautas continuam usando). Oito das brechas afetam a versão 6 do navegador e sete atingem a edição 7. Mas usuários do IE8 também devem atualizar seus browsers, já que três falhas (duas consideradas críticas) afetam essa versão.


O pacote MS10-018 pode ser baixado via Microsoft Update ou no site da Microsoft.

Fonte: IDG Now!

segunda-feira, 29 de março de 2010

LED de diamante emite luz que mata bactérias

Engenheiros japoneses construíram um LED de diamante que emite luz ultravioleta capaz de destruir bactérias atuando diretamente em seu DNA.

Satoshi Yamasaki e Toshiharu Makino, do instituto de pesquisas AIST, usaram diamante semicondutor, juntamente com outros materiais semicondutores, para criar o novo diodo emissor de luz que poderá substituir as atuais lâmpadas germicidas, feitas à base de mercúrio.

Além de ter demonstrado alta eficiência na ação bactericida contra a bactéria Escherichia coli (E. coli), o LED de diamante dispensa o perigoso mercúrio, é menor e gasta muito menos energia - cerca de 0,3 mW.

LEDs contra as bactérias

A necessidade de esterilização de materiais e superfícies ganhou ares de preocupação mundial com a recente epidemia da Gripe A(H1N1). Mas a necessidade de evitar contaminações com bactérias poderia evitar danos à saúde que são difíceis de contabilizar, eventualmente muito maiores do que a atual epidemia viral.

Mas ainda não foi desta vez que a população pode contar com uma tecnologia de esterilização que fosse simples e barata. Embora as lâmpadas de mercúrio sejam largamente utilizadas nas tarefas de esterilização, elas são grandes demais para permitir a fabricação de dispositivos portáteis, e que sejam baratos o suficiente para estarem ao alcance do poder de compra da população.

Os LEDs, por sua vez, há muito tempo são vistos como a próxima onda na iluminação, graças ao seu baixíssimo consumo de energia. Mas os LEDs capazes de emitir luz ultravioleta ainda não haviam se tornado práticos.

LEDs ultravioleta

O diamante é frequentemente chamado de o semicondutor definitivo pelo seu potencial de rendimento muito acima do que é alcançável com os semicondutores tradicionais, como o silício e o germânio.

Isto tem impulsionado as pesquisas com películas super finas de diamante - veja, por exemplo, Telas de diamante e lâmpadas frias serão feitas com película de diamante.

Agora, os pesquisadores japoneses parecem ter alcançado o objetivo, criando um LED capaz de emitir luz ultravioleta com comprimento de onda de 235 nanômetros.

O LED de diamante dissipa uma potência de 0,3 mW, o que está muito próximo de um LED UV comercialmente viável.

Os testes mostraram que o LED UV é eficiente para eliminar a bactéria E.coli, uma das maiores responsáveis por infecções em hospitais, restaurantes e mesmo no ambiente doméstico.

Esterilização com luz

A chamada "esterilização a seco", feita com lâmpadas, tem muitas vantagens sobre outras técnicas de esterilização, incluindo a eliminação de bactérias termo-tolerantes e a ausência de efeitos químicos residuais.

A luz ultravioleta age diretamente no DNA bacteriano, inibindo sua proliferação. Teoricamente, a luz ultravioleta mais eficiente nesse papel deve ter um comprimento de onda de 260 nanômetros, que é a frequência na qual o DNA bacteriano absorve a luz.

As lâmpadas de mercúrio utilizadas hoje emitem luz com comprimento de onda de 254 nanômetros. O novo LED emite luz UV até na frequência de 235 nanômetros.

Para se ter uma ideia do progresso alcançado, hoje não existem LEDs comercialmente viáveis que emitam luz com comprimento de onda abaixo de 350 nanômetros.

Isto porque é muito difícil fabricá-los com os materiais semicondutores tradicionais, à base de nitreto de gálio. O avanço alcançado pelos cientistas só foi possível graças à utilização do diamante semicondutor.

Sacos de energia submersos armazenam vento para gerar eletricidade

Os opositores aos investimentos em fontes limpas de energia sabem de cor e salteado os seus argumentos: "Energia solar e energia eólica dependem de fatores naturais, e a economia não pode parar à noite ou quando o vento deixar de soprar," dizem eles.

De fato, as baterias atuais ainda não são boas o suficiente para armazenar a energia solar para seu uso noturno. E, ainda que turbinas eólicas inteligentes possam prever o vento, elas não são muito úteis nos momentos de calmaria.

Armazenar o vento

Mas, embora "armazenar o Sol" seja um problema mais sério, armazenar o vento é muito mais simples - basta guardá-lo na forma de ar comprimido e colocá-lo para soprar as turbinas nos momentos de baixa intensidade do vento.

Esta pelo menos é a solução apresentada pelo professor Seamus Garvey, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra. Ele está tão confiante em sua proposta que fundou uma empresa, a Nimrod Energy, para tentar vender a ideia.

A proposta é simples: usar gigantescas turbinas de vento para comprimir e bombear o ar para gigantescos "sacos de energia", que é como o Dr. Garvey chama estruturas flexíveis enormes, que ele pretende colocar no fundo do mar ou em cavernas.

O ar sob alta pressão poderá ser direcionado para conjuntos de turbinas que irão gerar a eletricidade quando necessário.

Fazendas de energia

As "fazendas de energia" a ar comprimido poderão ser conjugadas com as "fazendas de vento", garantindo que a planta supra energia para a rede elétrica continuamente. Ou podem se transformar em empreendimentos independentes, que poderão vender energia para os distribuidores sob demanda.

E ao falar em turbinas gigantescas, o Dr. Garvey não está exagerando. A menor de suas propostas envolve o uso de uma turbina de vento de 230 metros de diâmetro, o que seria necessário acumular ar suficiente para viabilizar economicamente o projeto.

Segundo o pesquisador, a alternativa de geração de energia limpa mais próxima da viabilidade até agora são as hidrelétricas marinhas, que usam água sob pressão para gerar a eletricidade. Contudo, diz ele, seu projeto é capaz de produzir energia até 20% mais barata do que a hidreletricidade marinha.

Sacos de energia

"O fato de que o diâmetro das turbinas de vento tradicional cresceram exponencialmente até 2005, e depois pararam de crescer abruptamente, é uma forte indicação de que os projetos convencionais de energia eólica atingiram seus limites naturais e que o campo precisa urgentemente de novas ideias," diz o pesquisador.

O primeiro protótipo dos "sacos de energia", em escala reduzida, já está sendo construído, devendo gerar seus primeiros watts em 2011.

Luz é capaz de retorcer estruturas rígidas

"No início, eu não acreditei. Para ser honesto, levou três anos e meio para realmente descobrir como fótons de luz podem causar uma mudança tão grande em estruturas rígidas mil vezes maiores do que moléculas."

Foi assim que Nicholas Kotov, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, apresentou o trabalho de sua equipe, que mostra que a luz é capaz de contorcer estruturas rígidas em escalas muito maiores do que se acreditava possível.

Interação entre a luz e a matéria

Que a matéria curva e dobra a luz é algo facilmente verificável. Esse é o mecanismo por trás das lentes comuns e dos óculos polarizadores que estão nos permitindo assistir aos filmes 3-D.

Mas o oposto é um fenômeno raramente observável. Na verdade, ele somente tinha sido observado até agora em escala molecular.

É a força da luz atuando sobre a matéria que permite o funcionamento das pinças ópticas. Feixes de luz têm sido usados para manipular nanoestruturas, para movimentar células vivas e até para aprisionar vírus.

Até mesmo um raio trator capaz de aprisionar moléculas de DNA foi demonstrado, abrindo novos caminhos para os biochips.

Mas o que a equipe do Dr. Kotov levou três anos e meio para acreditar é que a luz é capaz de dobrar e retorcer metais dispostos em feixes rígidos com comprimentos entre 1 e 4 micrômetros - milhares de vezes maiores do que moléculas, vírus ou células.

Luz atuando sobre a matéria

Kotov e seus colegas estavam trabalhando na área dos metamateriais, usados para construir dispositivos de invisibilidade.

Para isto eles estavam criando partículas super quirais - espirais de metais enrolados em nanoescala que podem teoricamente focalizar a luz em pontos menores do que o seu comprimento de onda.

Eles começaram dispersando nanopartículas de telureto de cádmio em uma solução à base de água. Após cerca de 24 horas sob a luz, as nanopartículas reuniram-se autonomamente - um processo conhecido como automontagem - para formar fitas planas, rígidas e bem alinhadas.

Mas, após 72 horas, as fitas resultantes haviam se retorcido e se aglomerado.

Quando o processo foi repetido no escuro, as nanopartículas permaneceram na forma de fitas longas, retas e separadas.

"Nós verificamos que, se fizéssemos as fitas no escuro e depois as iluminássemos, poderíamos ver um processo de torção gradual, que vai aumentando conforme aumentamos a intensidade da luz," explica o Dr. Kotov. "Isso é muito incomum em muitos aspectos."

Depois de muito analisar o processo, eles descobriram que é mesmo a luz que torce as fitas, ao causar uma forte repulsão entre as nanopartículas que as compõem.

Nanomotores de bactérias

Agora que já aceitaram a descoberta e compreenderam seu mecanismo, os cientistas estão tentando tirar proveito dela, embora achem difícil listar todas as possibilidades.

As fitas retorcidas representam uma nova estrutura na área da nanotecnologia. Além dos metamateriais super quirais voltados para os trabalhos de invisibilidade, eles agora estão trabalhando para tentar fazê-las girar, criando nanomotores similares aos usados pelas bactérias.

Embora alguns cientistas estejam tentando domar bactérias e usá-las para movimentar engrenagens, criar um nanomotor baseado em um flagelo sintético parece ser uma abordagem igualmente interessante.

"Estamos fazendo propulsores muito pequenos para se movimentarem através de líquidos - submarinos em nanoescala, se você quiser chamar assim," diz Kotov.

As estruturas em hélice também poderão ser úteis em nanomáquinas acionadas por luz e nos dispositivos microeletromecânicos.

As possibilidades parecem ser realmente grandes, principalmente para essa equipe de pesquisadores, que já criou um plástico transparente tão resistente quanto o aço e uma forma de interligação entre circuitos eletrônicos e neurônios utilizando nanotubos de carbono.

Mini geradores tiram energia das vibrações do meio ambiente

Minúsculos geradores desenvolvidos na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, são capazes de produzir eletricidade suficiente para alimentar relógios de pulso, marcapassos, sensores sem fios ou diversos outros aparelhos de baixo consumo de energia.

Ao contrário das pilhas comuns, que utilizam reações químicas, ou mesmo das pilhas recarregáveis, que exigem novas cargas periódicas, os minigeradores produzem energia a partir das vibrações presentes no meio ambiente.

Estas vibrações estão presentes em quase toda parte - no andar do ser humano, por exemplo - mas são mais intensas nas áreas urbanas, onde são produzidas pelo tráfego de automóveis em viadutos e pontes ou pelo funcionamento das máquinas nas fábricas.

Mini geradores

A geração de energia a partir de vibrações teve um impulso recente com o trabalho de cientistas da Universidade de Duke, também nos Estados Unidos, que demonstraram ser possível gerar energia a partir de vibrações de frequências variáveis - veja Energia gerada a partir de movimentos da natureza rivaliza com baterias.

Até então, quase todos os dispositivos semelhantes apresentavam capacidades mais limitadas porque dependiam de movimentos previsíveis e regulares.

Uma borracha que gera energia e nanofios que exploram a energia mecânica do ambiente estão entre os desenvolvimentos mais promissores na área.

Geradores piezoelétricos

Os pesquisadores agora construíram três protótipos de geradores alimentados por vibração, e já estão preparando um quarto, de maior eficiência.

Nos dois primeiros, a conversão de energia é realizada através da indução eletromagnética, com uma bobina móvel, que oscila sob a ação das vibrações, ficando submetida a um campo magnético variável. Este é um processo semelhante ao dos grandes geradores que estão funcionamento em todas as usinas elétricas, qualquer que seja a fonte de energia cinética para seu acionamento.

Já o minigerador mais recente, e o menor de todos, mede cerca de 1 centímetro cúbico, usa um material piezoelétrico - um tipo de material que produz eletricidade quando sofre uma ação mecânica.

O minigerador produzir até 0,5 miliwatt (ou 500 microwatts) a partir das vibrações normais de um ser humano movimentando-se no dia a dia. Embora pareça pouco, essa energia é muito mais do que o necessário para alimentar um relógio de pulso, que consome entre 1 e 10 microwatts, ou um marcapasso, que gasta entre 10 e 50 microwatts.

Pilhas do futuro

Para avaliar o potencial da tecnologia, basta imaginar se cada pilha vendida hoje no comércio funcionasse com base nesse princípio, gerando energia indefinidamente, sem precisar recarregar e com uma vida útil avaliada em décadas.

O alívio sobre a matriz energética nacional que uma grande quantidade desses minigeradores piezoelétricos poderia permitir ainda não foi calculado, mas certamente equivaleria a várias usinas.

Os minigeradores, contudo, ainda produzem significativamente menos energia do que as pilhas e terão que evoluir bastante para alimentar dispositivos maiores.

Até lá, sua aplicação principal será na alimentação de sensores, que estão se espalhando com os conceitos de edifícios inteligentes e também para o monitoramento ambiental em larga escala e de forma contínua.

"Há uma questão fundamental que precisa ser respondida, que é como alimentar os dispositivos eletrônicos sem fios que estão se tornando onipresentes," disse Khalil Najafi, que está desenvolvendo os minigeradores juntamente com seu colega Tzeno Galchev. "Há muita energia por aí, sob a forma de vibrações, que pode e deve ser aproveitada."

Bactérias descontaminam água e solo poluídos com solvente

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba, desenvolveram uma técnica para a biodegradação de um dos maiores contaminantes do solo e das águas subterrâneas.

A técnica, ainda em fase de desenvolvimento, está se mostrando prática, de rápida operação e extremamente eficiente, eliminando virtualmente todo o contaminante.

PCE

Por ser um solvente potente e não inflamável, o tetracloroetileno (PCE) começou a ser largamente utilizado em meados do século 20 em serviços de lavagem a seco, indústrias metalúrgicas, instalações militares e até em residências.

Com o tempo, entretanto, percebeu-se que o PCE havia se tornado um dos contaminantes ambientais mais frequentes, sendo encontrado em solos e em lençóis d'água e constituindo uma ameaça à saúde e ao meio ambiente.

O produto é altamente tóxico, potencialmente carcinogênico e se acumula no tecido de organismos vivos, podendo afetar o aparelho reprodutor humano. O PCE é enquadrado na família dos produtos orgânicos persistentes, devido à sua resistência à degradação.

Descontaminação rápida

Iniciado em 2006, o trabalho de pesquisa coordenado pelo professor Marcio Rodrigues Lambais, conseguiu alto índice de degradação do PCE (98%) em um tempo considerado bastante curto - cerca de 12 horas.

"Os resultados publicados na literatura especializada reportam taxas de degradação em torno de 80% de degradação do PCE após um período entre 15 e 20 dias", comparou Lambais.

Um dos segredos da rapidez da descontaminação obtida pela equipe da USP está no processo utilizado, que emprega bactérias que se desenvolvem com a presença de ar. Apesar de pouco utilizado no Brasil, o método de descontaminação por bactérias aeróbias apresenta outra vantagem: a praticidade.

"Geralmente, os organismos anaeróbios [que vivem na ausência de oxigênio] são sensíveis ao ar, o que dificulta o seu manuseio e a aplicação em campo", explicou o professor.

Bactérias de casa

Para desenvolver a pesquisa, o grupo localizou uma área contaminada na capital paulista, de onde retirou amostras de água para serem testadas em laboratório.

Com a água, o grupo levou também amostras de sedimento, das quais isolou as bactérias locais. Esses organismos passaram por triagem para selecionar aqueles com potencial de degradação do PCE. Os pesquisadores utilizaram espécies de Microbacterium, Stenotrophomonas, Exiguobacterium, Bacillus, Acinetobacter, Pseudomonas e Cupriavidus, dentre outras bactérias.

A utilização de microrganismos locais é importante, de acordo com Lambais, uma vez que eles já estariam adaptados ao ambiente contaminado. "Introduzir novas bactérias em um ambiente contaminado e mantê-las ativas não é uma tarefa trivial, pois as bactérias introduzidas normalmente apresentam baixa capacidade de colonização do novo ambiente e, na maioria das vezes, acabam morrendo", afirmou.

Os consórcios bacterianos selecionados se mostraram extremamente eficientes na degradação do produto e ainda geraram subprodutos menos nocivos durante o processo, em relação ao processo anaeróbio descrito na literatura.

"Os processos convencionais de degradação do PCE geraram cloreto de vinila, que é altamente tóxico e se dispersa facilmente na água subterrânea. Em nosso processo, em vez de cloreto de vinila foi produzido clorofórmio, que, apesar de tóxico, é facilmente biodegradado", explicou Lambais.

Reator horizontal de leito fixo

Para contornar o problema da baixa densidade populacional de bactérias capazes de degradar o PCE, a solução foi enriquecer as comunidades microbianas locais em laboratório utilizando um reator horizontal de leito fixo (RHLF).

A técnica de remediação utilizada pela equipe da Esalq pode ser aplicada em campo de duas maneiras: injetando a biomassa cultivada em laboratório diretamente na água ou bombeando a água contaminada para dentro do RHLF. As bactérias presentes no interior do reator eliminam o PCE da água, que pode ser devolvida limpa ao ambiente.

A utilização de um reator, segundo os pesquisadores, proporciona um controle maior da remediação e de sua efetividade. O sistema permite até ajustar as características químicas da água a fim de propiciar condições mais favoráveis para a atuação das bactérias.

Nesse sistema, as bactérias não têm contato com o ambiente externo. "Os organismos não saem do reator", afirmou Lambais. A equipe não fez um levantamento de custos comparativo entre os dois métodos, mas a rapidez e o alto grau de limpeza alcançados coloca a técnica como uma eficiente alternativa para processos de remediação de água subterrânea contaminada.

Rejeito de carvão

Outras alternativas de remediação, como a extração de vapores e adsorção em carvão ativado, chegam a apresentar bons índices de retirada de contaminantes, mas o resultado é um subproduto indesejável, o qual precisa ser destinado a aterros sanitários.

"Nos processos físico-químicos de remediação, com a extração de vapores e adsorção em filtros, o PCE é retirado da água contaminada e transferido para o carvão ativado que fica contaminado, devendo ser disposto em aterros adequados", disse Lambais. Por sua vez, a técnica de biorremediação degrada o contaminante, não deixando subprodutos tóxicos.

Busca do responsável

A equipe pretende agora detalhar bioquimicamente o processo de degradação aeróbia do PCE e identificar cada subproduto oriundo desse processo, o que está a cargo do pesquisador Rafael Dutra de Armas.

Armas pretende identificar quais bactérias participaram do processo de degradação do PCE. "Pode ter sido um consórcio microbiano ou um só organismo o responsável pela degradação", disse Lambais.

Essa identificação deverá facilitar futuros trabalhos de remediação e economizar tempo, uma vez que serão investidos esforços no enriquecimento somente das bactérias envolvidas na degradação.

Novo tratamento contra câncer de mama limita radioterapia a uma sessão

Um tratamento pioneiro para o câncer de mama, que permite reduzir a radioterapia a uma sessão de meia hora, está dando bons resultados nos testes com pacientes, indicam médicos do University College de Londres.

O tratamento, utilizado após a extração do tumor em casos nos quais o câncer não está em fase avançada, mata as células cancerígenas que podem ficar com uma emissão concentrada de radiação.

Atualmente, as mulheres com câncer de mama se submetem a cinco sessões de radioterapia que duram por volta de seis semanas depois da cirurgia, que conserva a maior parte do peito, ao contrário da mastectomia.

Os médicos confiam que, assim que forem publicados os resultados dos testes no final deste ano, seja possível oferecer um só tratamento de radiação (conhecido pela sigla em inglês como IORT). É o que ressalta a equipe de pesquisadores liderada pelo oncologista Michael Baum, cujos estudos são publicados nesta segunda-feira (29) pelo jornal "The Times".

O procedimento consiste na introdução de um aparelho esférico - do tamanho de uma bola de gude - na área onde estava o tumor, por meio da incisão criada durante a operação.

O aparelho propaga uma dose constante de radiação ao redor do leito tumoral, de acordo com os médicos.

Segundo o "The Times", os resultados do teste, que levou dez anos, serão apresentados em junho na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago (EUA).

Os pesquisadores esperam mostrar que o IORT é seguro e efetivo como as sessões convencionais de radioterapia.

Até o momento, na terceira fase dos testes clínicos participaram 77 pacientes no Reino Unido, Alemanha e Austrália.

Dessas mulheres, apenas duas - de idade média de 66 anos - voltaram a ter câncer de mama no mesmo local.

O oncologista afirmou que o aparelho custa em torno de 300 mil libras (mais de R$ 800 mil) e é portátil. Por isso, seu acesso pode ser oferecido a mulheres que vivem longe das unidades de radioterapia, sobretudo no mundo em desenvolvimento.

Fonte: G1

'Escudo Dourado' chinês causou bloqueio ao YouTube e ao Twitter no Chile

Para entender o que aconteceu, é necessário algum fundamento sobre como a rede funciona. Como o nome sugere, a internet é uma ligação de redes e é também uma teia. Seu provedor é uma rede da qual você passa a fazer parte quando se conecta. Seu provedor tem conexão com outros provedores, que têm conexão com outros provedores e assim por diante. No final das contas, todo mundo tem algum meio de chegar a qualquer outro ponto da teia, passando pelos demais provedores.

Porém, antes de chegar no seu computador especificamente, os dados passam pela rede de vários outros provedores.

João está no provedor A. Maria está no provedor B. Os provedores A e B têm conexão com o provedor C, mas não têm conexão direta entre si. Um arquivo que João envia para Maria precisa passar pelo provedor dele (o A), o provedor C, para então chegar ao provedor B da Maria e finalmente no computador dela. Às vezes, uma conexão precisa passar por vários outros provedores antes de chegar ao destino. A situação aqui descrita ainda está bem simplificada.

Cada uma dessas redes de provedores recebe o nome de sistema autônomo (autonomous system – AS). Se você quiser abrir um provedor, você precisa solicitar um bloco de endereços IP para colocar neles os seus serviços e a conectividade dos usuários. Este bloco que você vai receber será um “AS”. É a conectividade entre os vários ASs é que fazem a internet.

Cada AS tem na “fronteira”, como acesso, um dispositivo chamado “roteador”. É ele que sabe onde fica cada endereço IP dentro de sua rede para encaminhar os dados que recebe. Assim, ele tem acesso a tudo que chega e sai. Os IPs de uma AS são na maioria das vezes contínuos.

“Treze” servidores raiz

O sistema de nomes de domínio (DNS) é responsável por traduzir “nomes” como “globo.com” em endereços de internet (IP), porque somente o IP é que realmente pode permitir que um computador acesse outro na internet. O DNS funciona como o famoso “102” (auxílio à lista): você pede um nome, ele retorna um número.

Há aqui duas questões conflitantes. Primeiro, alguém precisa manter a lista. Precisa ser algo “central”. Por outro lado, se for centralizado, a infraestrutura da rede não iria aguentar – são muitos usuários. Por esse motivo, o DNS funciona em camadas. Quando você acessa “globo.com”, você teve que passar por três camadas: a raiz, a “.com” e a “globo dentro da .com”.

A raiz também é conhecida simplesmente como “.”. Tente acessar algum site colocando um ponto depois do .com, como em http://pt.wikipedia.org./. Os navegadores custam remover esse ponto, porque ele está, na verdade, em todos os sites que acessamos.

A raiz funciona com “13” servidores: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M (esses são os nomes técnicos). A aspas no “13” é que, embora pareçam ser apenas 13, na verdade eles são muito mais do que isso, porque muitos deles são distribuídos usando um protocolo chamado Anycast.

Em 2006, esses “13” eram mais de 120. Hoje, devem ser ainda mais.

Anycast

Mais de um computador com o mesmo endereço IP. É isso que o anycast permite. Entre todos os computadores que compartilham o mesmo endereço, o anycast “escolhe” aquele que fica mais próximo de você. Literal e fisicamente. Com isso, o acesso fica mais rápido (porque o computador a ser acessado está mais perto) e a carga de acessos fica distribuída entre todos os computadores que compartilham aquele IP.

Um endereço IP de um servidor raiz pode estar localizado em mais de um lugar do mundo, ou seja, em vários e diferentes “ASs”.

O servidor raiz I, que é operado por um provedor na Suécia, tem um servidor espelho localizado em Pequim, na China, onde vigora a censura do Escudo Dourado.

Desvio de DNS do Escudo Dourado

Por algum motivo, a China entende que é uma boa ideia realizar a filtragem não apenas nos servidores de DNS do país, mas nas redes inteiras. Os equipamentos que ficam nas “fronteiras virtuais” chinesas inspecionam cada conexão que chega. Se alguma se parece com uma solicitação pelo IP do Facebook, por exemplo, a “rede” em si – e não qualquer computador específico – responde a solicitação com um endereço falso.

Agora, o que acontece quando o Anycast achar que, por algum motivo, o servidor na China é o mais adequado para responder as solicitações? A rede chinesa ficará muito contente em não apenas bloquear qualquer solicitação pelo endereço do Facebook, do Twitter e do YouTube, mas também responder com um endereço falso e inacessível.

Isso significa que os servidores raiz que ficam na rede chinesa estão simplesmente condenados – a qualquer momento um novo site pode ser bloqueado e respostas falsas para outros endereços vão começar a aparecer.

Xiaodong Lee, que é diretor de tecnologia do CNNIC, que abriga a cópia do servidor raiz I em Pequim, disse que o órgão não realiza nenhuma interceptação de conexões. O detalhe, porém, é que várias partes da rede chinesa, e não apenas a do CNNIC, realizam a censura. A situação pode estar totalmente fora do controle do sistema “autônomo” do CNNIC. Um provedor do CNNIC, provavelmente controlado diretamente pelo governo, é que pode estar realizando o desvio das conexões.

O provedor sueco que opera o servidor raiz I disse que o endereço Anycast chinês não está mais sendo enviado para a internet.

O especialista em DNS Hauke Lampe opinou na web que “a China não é um lugar útil para qualquer tipo de serviço de DNS que será acessado de outros lugares (na minha opinião, sua experiência pode ser outra, mas eu desisti)”.

Devido à maneira que o Anycast funciona, não é surpreendente que, às vezes, um endereço de qualquer outro lugar possa ser escolhido como o “mais próximo”. A rede não é infalível. Porém, os servidores raiz devem sempre responder com a mesma informação, independentemente de onde estão. Os servidores chineses simplesmente não podem fazer isso, pois a rede em si se encarrega de censurá-los.

É como se um e-mail que você recebesse fosse antes lido pelo seu provedor, que poderia respondê-lo e apagá-lo sem que você saiba da mensagem recebida. É isso que acontece na China, mas é algo feito em tempo real pelos equipamentos de rede do país. Está fora do controle dos operadores das redes inferiores, porque é bem provável que um AS superior – que dá conectividade aos outros – é que esteja fazendo isso.

Voltando ao nosso exemplo do início da coluna, é como se o provedor C, que fica entre os provedores A e B de João e Maria, estivesse alterando as mensagens que os dois trocam. A e B não podem fazer nada além de achar outro provedor que possa substituir C. E, quem sabe, é mesmo hora do provedor sueco responsável pelo I achar outro lugar para colocar seu servidor chinês.

sábado, 27 de março de 2010

Descobertas cinco estrelas em rota de colisão com o Sistema Solar

Tem uma estrela no nosso caminho. Ou melhor, cinco estrelas. Ou talvez sejamos nós a estarmos bem no caminho delas.

Um grupo de astrônomos russos e finlandeses usou dados do satélite Hipparcos, da Agência Espacial Europeia (ESA), juntamente com registros de diversos telescópios terrestres, para criar um modelo que mostra a trajetória de algumas estrelas vizinhas do Sistema Solar.

E algumas delas parecem decididas a estreitar os laços de vizinhança e nos cumprimentar bem de perto - elas deverão passar raspando pelo Sistema Solar.

Nuvem de Oort

Vadim Bobylev e seus colegas descobriram nada menos do que quatro estrelas até então desconhecidas que deverão passar a meros 9,5 anos-luz da Terra.

A essa distância, as quatro atingirão a chamada Nuvem de Oort, um verdadeiro campo de pedregulhos espaciais que os astrônomos acreditam ser a fonte de todos os cometas que atravessam o Sistema Solar.

Os efeitos gravitacionais desse encontro, e sua influência sobretudo sobre os planetas mais externos, ainda não foram modelados e não podem ser desprezados de antemão.

Estrela em rota de colisão com a Terra

Mas, segundo Bobylev, a maior ameaça virá mesmo é da estrela Gliese 710, uma anã laranja que, apesar de se encontrar hoje a 63 anos-luz da Terra, está chispando pelo espaço em nossa direção a uma velocidade de 14 quilômetros por segundo.

Segundo os astrônomos, seus cálculos indicam que há uma chance de 86% de que a Gliese 710 atravesse a Nuvem de Oort, arremessando milhões de cometas em direção ao Sol - logo, passando necessariamente pela órbita dos planetas, inclusive da Terra.

Estudos anteriores, contudo, revelam que uma saraivada de cometas gerada pela passagem de uma estrela pela Nuvem de Oort terá sobre a Terra o efeito mais de um chuvisco do que de uma tempestade - nosso planeta deverá ser atingido por não mais do que um cometa por ano.

Se serve de consolo, por outro lado basta lembrar que tudo indica que apenas um choque de um meteorito com tamanho suficiente foi capaz de dizimar a vida na Terra na época dos dinossauros.

Chuva de cometas

Há ainda, segundo os cálculos de Bobylev e seus colegas, uma chance em 10.000 de que a Gliese 710 aproxime-se a menos de 1.000 unidades astronômicas do Sistema Solar - uma unidade astronômica equivale à distância entre a Terra e o Sol.

Se isso de fato acontecer, ela atingirá não apenas a Nuvem de Oort, mas também o Cinturão de Kuiper - uma área repleta de pedregulhos espaciais congelados localizado além da órbita de Netuno - assim como outros grupos de objetos que giram em órbitas entre os dois.

Além de uma chuva de cometas eventualmente mais intensa, essa aproximação certamente afetará a órbita de Netuno, com efeitos sobre os demais planetas que ainda deverão ser objetos de novos estudos.

Pedras espaciais

A boa notícia é que, ao contrário das pedras que encontramos pelo caminho aqui na Terra, as pedras espaciais, ou pelo menos as estrelas, costumam ficar a grandes distâncias, e os tropeções demoram bastante para acontecer.

A mais perigosa das cinco ameaças, a Gliese 710, deverá chegar por aqui dentro de 1,5 milhão de anos.

Corpo humano é capaz de transmitir sinais de banda larga

O acesso a redes de banda larga pode estar em suas mãos. Ou em seus braços e em suas pernas. E nos braços e nas pernas de qualquer pessoa.

A equipe do professor Sang-Hoon Lee, da Universidade da Coreia, demonstrou a possibilidade de transferir grandes quantidades de informações, em alta velocidade, fazendo com que as ondas eletromagnéticas viajem pela pele humana.

Transmitindo dados pela pele

Utilizando eletrodos flexíveis, colados sobre a pele, os cientistas transmitiram os dados a uma velocidade de 10 megabits por segundo a partir de um eletrodo A, coletando os dados sem erros em um eletrodo B, situado a uma distância de 30 centímetros.

Os eletrodos finos e flexíveis exigem muito menos energia do que um link wireless tradicional, como o Bluetooth, porque a pele oferece duas vantagens fundamentais em relação ao ar: a pele protege os sinais da interferência externa e permite a transmissão das ondas eletromagnéticas com um nível de atenuação baixíssimo.

Monitoramento de sinais vitais

Embora não vejam praticidade em conectar literalmente as pessoas à internet, os pesquisadores afirmam que o experimento mostra a viabilidade da tecnologia para uso principalmente na área médica.

Hoje, o monitoramento de sinais vitais, como as atividades do coração e do cérebro, ou os níveis de açúcar e de oxigênio no sangue, exige grandes aparelhos, o que inviabiliza o seu uso fora dos hospitais.

E o monitoramento contínuo no dia a dia seria muito desejável, por exemplo, para pacientes com elevados riscos de doenças cardiovasculares ou em convalescença depois de uma cirurgia.

O uso da atual tecnologia sem fios para transmitir os dados para um computador central também ainda não é prático, porque exige baterias muito grandes. "Se usarmos um sinal wireless para cada um desses sinais vitais nós vamos precisar de um monte de baterias," explica o Dr. Sang-Hoon.

Rede biológica sem fios

É aí que entra a possibilidade de uma rede transmitindo através da pele. Segundo o pesquisador, o gasto de energia dessa "rede biológica sem fios" pode ser reduzido para apenas 10% do que seria necessário com a tecnologia atual.

Os dados podem ser coletados do corpo do paciente e transmitidos continuamente para um dispositivo de recepção nas imediações, o que permitirá seu uso em casa, no trabalho e mesmo dentro do carro.

Nada impede também que o sistema de transmissão seja compatível com um protocolo como o Bluetooth. Neste caso, é possível vislumbrar aplicações nas quais o paciente pode simplesmente pegar o celular e transmitir seus dados imediatamente para o médico no caso de algum problema.

Eletrodos flexíveis

Os eletrodos possuem apenas 300 micrômetros de espessura, pouco mais do que a espessura de um fio de cabelo. Mas a expectativa dos pesquisadores é que as futuras versões possam ser ainda mais finas, o que permitirá que sejam implantadas sob a pele.

Na versão atual, os sensores são recobertos por uma camada de polímero semelhante ao silicone, o que evita qualquer irritação na pele.

Os pesquisadores afirmaram já estar em contato com uma grande empresa fabricante de equipamentos médicos para que os novos sensores possam chegar ao mercado.

Antenas humanas

Pesquisadores irlandeses já haviam demonstrado que o corpo humano possui antenas naturais capazes de revelar o estado emocional e fisiológico das pessoas.

Já um grupo da Universidade de Jerusalém demonstrou que, na verdade, todos possuímos antenas naturais capazes de transmitir sinais ao longo do corpo.

Biocombustível super limpo é produzido com tecnologia de TV a plasma

O mesmo processo responsável por iluminar as enormes telas das TVs de plasma poderá ser a base para uma nova geração de reatores capazes de produzir biocombustíveis ultra limpos.

Albin Czernichowski, da Universidade de Orleans, na França, construiu um pequeno reator de baixo custo, que ele chamou de reator GlidArc, que usa o plasma - nuvens de um gás eletricamente carregadas - para produzir combustíveis super limpos.

O biodiesel gerado pelo reator com tecnologia a plasma, por exemplo, libera 10 vezes menos material particulado do que o diesel normal.

Reator caseiro

Embora os dois feitos - ser barato de fabricar e produzir combustível menos poluente - já fossem o suficientes para chamar a atenção para o reator GlidArc, ele tem também o mérito de fazer isto utilizando rejeitos, resíduos e biomassa.

"Quase todas as peças do reator podem ser compradas na loja de ferramentas mais próxima. Nós usamos encanamentos e conexões comuns, por exemplo, e isolamentos térmicos utilizados em residências. Em vez de cerâmicas sofisticadas, nós usamos os mesmos tijolos refratários usados nas churrasqueiras. Você poderia construir um desses em poucos dias, por cerca de 10.000 dólares," diz Czernichowski.

Essa verdadeira fábrica de biocombustível limpo, mais ou menos do tamanho de uma geladeira, gaseifica resíduos orgânicos que seriam descartados - óleos usados, lixo orgânico ou biomassa vegetal - para criar um gás rico em monóxido de carbono e hidrogênio. A seguir, o gás é transformado em biocombustíveis.

Reciclagem do glicerol

Na área rural, por exemplo, um reator de baixo custo como este poderia gerar o combustível para alimentar as máquinas a partir das palhas deixadas na lavoura depois da colheita, afirma o pesquisador.

Nas áreas urbanas, o óleo de cozinha das residências e dos restaurantes parece ser a matéria-prima ideal.

Nas regiões onde o biodiesel já é produzido, o reator GlidArc pode converter em combustíveis limpos o glicerol, que sobra no processo tradicional - o processo de produção de biodiesel gera uma quantidade de glicerol equivalente a 10% do biodiesel produzido.

Reator a plasma

O reator deriva seu nome de Gliding Arc, um arco de corrente que se forma entre dois eletrodos para gerar um plasma no interior do reator.

O plasma permite que as reações químicas ocorram em temperaturas incrivelmente mais baixas do que nos reatores convencionais.

Isto torna os gases oriundos do aquecimento (pirólise ou gaseificação) da biomassa ou do glicerol, por exemplo, muito puros e quimicamente ativos, o que viabiliza sua transformação em combustíveis limpos.

O estudo não continha informações que permitissem um comparativo de custo dos biocombustíveis produzidos.

Catalisador bioinspirado acelera busca por combustível solar

Apregoa-se há tempos que o hidrogênio será o combustível do futuro porque ele gera energia elétrica nas células a combustível sem liberar nenhum poluente. Mas, no presente, o hidrogênio é fabricado a partir do gás natural, um combustível fóssil.

Para chegarmos à economia do hidrogênio, três desafios técnicos permanecem na agenda dos pesquisadores: o desenvolvimento de um coletor de luz solar adequado, um catalisador para oxidar a água em oxigênio e um catalisador para a reação de redução da água em hidrogênio.

Esses três componentes já foram demonstrados em laboratório, mas sem viabilidade prática, precisando ser muito melhorados.

Dos três, o mais complicado é sem dúvida o catalisador de oxidação da água, mais conhecido pela sigla em inglês WOC (Water Oxidation Catalyst). O WOC representa o maior desafio científico porque os componentes orgânicos que entram em sua composição combinam-se com o oxigênio e se autodestroem.

Catalisador para oxidação da água

Agora, químicos das universidades de Emory, nos Estados Unidos, e Paris, na França, desenvolveram o mais potente catalisador homogêneo conhecido até hoje para a oxidação da água, e sem utilizar compostos orgânicos, solucionando o sério problema de sua rápida degradação.

Este catalisador é considerado um componente crucial para viabilização da economia do hidrogênio porque ele fecha o circuito que permite a produção de hidrogênio puro usando somente água e luz do Sol.

A fim de serem viáveis, os WOCs precisam ser seletivos, estáveis e rápidos. A homogeneidade também é uma característica desejável, já que ela aumenta a eficiência do catalisador e o torna um objeto de estudo mais simples - portanto, mais fácil de aperfeiçoar.

O catalisador de oxidação da água agora apresentado pelos pesquisadores norte-americanos e franceses tem todas essas qualidades, e é baseado no cobalto, um elemento abundante e muito mais barato do que o rutênio, comumente utilizado.

Isso aumenta seu potencial para ajudar na implantação de uma nova era baseada na energia solar, eventualmente obtida por meio da chamada fotossíntese artificial.

Geração sustentável de energia

O desenvolvimento dos catalisadores destinados a quebrar as moléculas de água tira sua inspiração da forma como as plantas usam a luz solar para obter sua própria energia. Esses sistemas artificiais bioinspirados poderão levar a novas formas de gerar hidrogênio - e eventualmente eletricidade - de forma totalmente sustentável e sem produção de elementos poluentes.

Os catalisadores da natureza são as enzimas. A enzima que atua nos "centros de processamento" do oxigênio das plantas verdes é, porém, o catalisador menos estável na natureza. Seu curtíssimo período de vida explica-se justamente pela importância da função que ele desempenha na vida vegetal.

Durante décadas, os cientistas vêm tentando imitar a Mãe Natureza para criar um WOC para a fotossíntese artificial. Quase todos os mais de 40 WOCs homogêneos já desenvolvidos em diversos laboratórios ao redor do mundo têm limitações significativas, como a presença de componentes orgânicos em sua composição, que queimam-se rapidamente durante o processo de oxidação da água.

"Nós duplicamos este complexo processo natural pegando algumas das características essenciais da fotossíntese e usando-as em um sistema sintético, sem uso de carbono e homogêneo. O resultado é um catalisador de oxidação da água que é muito mais estável do que o encontrado na natureza," explicam os pesquisadores.

Além de se livrar dos compostos orgânicos, a equipe do Dr. Craig Hill deu um passo importante ao dispensar também o raro e caro rutênio. Seu catalisador à base de cobalto mostrou-se ainda mais rápido do que a versão original de rutênio, que a equipe havia desenvolvido dois anos atrás. O cobalto tem seus próprios problemas, mas eventualmente muito menores do que os apresentados pela atual matriz energética.

Energia verde

O próximo passo da pesquisa será integrar o novo catalisador em um sistema de quebra das moléculas de água em oxigênio e hidrogênio alimentado unicamente por energia solar.

O desenvolvimento vem somar-se a outros importantes feitos na área apresentados nas últimas semanas, como uma biocélula capaz de realizar fotossíntese artificial diretamente a partir de uma planta um circuito molecular que utiliza plasmons de superfície.

Química quântica: moléculas superfrias abrem novos horizontes

Um grupo de cientistas, com participação de um brasileiro, afirma ter feito a primeira observação de reações químicas ocorrendo em temperaturas criogênicas, perto do zero absoluto.

O feito, descrito na revista Science, demonstra que a química é possível em temperaturas ultrabaixas e que a velocidade das reações pode ser controlada com o uso da mecânica quântica, com as regras da física que imperam em escalas submicroscópicas.

Novos horizontes da química

Os resultados, juntamente com as técnicas utilizadas para fazer as observações, ajudarão os cientistas entender aspectos até hoje desconhecidos de como as moléculas interagem - algo com implicações em uma grande variedade de campos do conhecimento, do entendimento mais básico da biologia à criação de novos materiais com propriedades não encontradas na natureza e à produção de energia, apenas para levantar alguns exemplos.

O trabalho também irá ajudar nos estudos dos gases quânticos, nos quais as partículas se comportam como ondas, e dos exóticos comportamentos da matéria na fronteira entre o mundo quântico e o mundo macroscópico.

A descoberta dá uma reviravolta no que se acreditava até agora sobre as interações moleculares. "É perfeitamente razoável esperar que quando você vai para a região do ultrafrio não haveria como falar de química," diz a física Deborah Jin, do Instituto Nacional de Padronização e Tecnologia (NIST). "Nosso artigo diz 'Não, há um monte de química acontecendo'."

"Estamos observando um novo aspecto fundamental da química, que nos dá um novo 'botão de controle' para compreender e ajustar as reações químicas," acrescenta Jun Ye, da Universidade de Colorado e coautor da pesquisa, que também contou com a participação do brasileiro Marcio H. Gonçalves de Miranda, físico formado pela Universidade Federal de Pernambuco.

Química quântica

Os cientistas vêm manipulando átomos superfrios há décadas, principalmente para funcionarem como qubits em computadores quânticos.

Mas moléculas superfrias são algo muito mais recente, ainda que tenham um potencial de interesse científico e de aplicações práticas muito maior.

Os cientistas sabem há muito tempo como controlar os estados internos das moléculas, como os seus níveis de energia rotacional e vibracional. Além disso, o campo da química quântica não é novo, compreendendo os estudos dos efeitos do comportamento quântico dos elétrons e dos núcleos constituintes das moléculas.

Mas, até agora, os cientistas foram incapazes de observar as consequências diretas dos movimentos quânticos das moléculas sobre o processo de reação química.

Isto agora foi feito criando moléculas simples e submetendo-as a um nível de refrigeração que as leva quase a uma paralisação total, tornando possível observar seu comportamento como que em câmera lenta, detectando fenômenos rápidos ou sutis demais para as técnicas de observação anteriores.

Efeitos quânticos sobre as reações químicas

Os cientistas foram capazes de observar como os efeitos quânticos da molécula como um todo determinam sua reatividade. Esta verdadeira janela para o comportamento molecular permitiu a observação de interações nas quais é a mecânica quântica que determina se duas moléculas devem se unir para reagir ou permanecerem separadas.

Na química convencional, à temperatura ambiente, as moléculas podem colidir e reagir para formar diferentes compostos, liberando calor. Nos experimentos ultrafrios reina a mecânica quântica, e as moléculas se espalham como suaves ondas, em vez de se comportarem como partículas sólidas.

Eles não colidem no sentido convencional. Ao contrário, conforme suas propriedades quânticas de onda se sobrepõem, as moléculas "sentem-se" como se estivessem espaçadas umas das outras a uma distância 100 vezes maior do que seria de se esperar em condições normais. A esta distância, as moléculas ou se dispersam ou, se as condições quânticas permitirem, trocam átomos.

Controle quântico das reações químicas

No prosseguimento das pesquisas, os cientistas esperam ser capazes de controlar essas interações à distância criando moléculas com estados internos específicos e ajustando suas energias de reação com campos elétricos e magnéticos.

Os cientistas também descobriram que, embora as moléculas se movam muito lentamente em temperaturas criogênicas, as reações podem ocorrer muito rapidamente.

No entanto, as reações químicas podem ser suprimidas usando a mecânica quântica. Por exemplo, uma nuvem de moléculas no mais baixo estado eletrônico, vibracional e rotacional, reage de forma diferente se os spins nucleares de algumas moléculas forem invertidos.

Se a nuvem de moléculas é dividida numa proporção 50/50 entre dois diferentes estados de spin nuclear, as reações acontecem de 10 a 100 vezes mais rapidamente do que se todas as moléculas possuírem o mesmo estado de spin.

Assim, por meio da purificação do gás de moléculas - ajustando todas as moléculas para o mesmo estado de spin - os cientistas podem deliberadamente suprimir reações.

Os cientistas atribuem este comportamento ao fato das moléculas serem férmions, um dos dois tipos de partículas quânticas encontradas na natureza - o outro tipo são os bósons.

Dois férmions idênticos não podem ficar no mesmo lugar ao mesmo tempo. Esse comportamento quântico dos férmions se manifesta como uma supressão da taxa de reação química no gás superfrio. Ou seja, moléculas com spins nucleares idênticos são menos suscetíveis de se aproximar umas das outras e reagir do que as partículas com spins opostos.

Psicoterapia é eficaz para tratamento de doença autoimune

Um estudo realizado por um grupo de cientistas espanhóis demonstrou que a psicoterapia é eficaz para tratar pacientes que sofrem de lúpus e altos níveis de estresse diário.

Os resultados, publicados no último exemplar da revista científica Psychotherapy and Psychosomatics, revelam que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) reduz significativamente a incidência de distúrbios psicológicos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

E esses ganhos ocorrem ainda que, ressaltam os pesquisadores, o tratamento psicoterápico não resulte em redução significativa do índice de atividade do lúpus eritematoso sistêmico.

Estresse crônico

O estresse crônico piora a qualidade de vida dos pacientes com lúpus, afetando o seu estado físico e psicológico.

Quarenta e cinco pacientes com lúpus e altos níveis de estresse diário foram aleatoriamente designados para um grupo controle ou para uma terapia de grupo.

O segundo grupo submeteu-se à terapia cognitivo-comportamental, que consistiu de dez sessões semanais consecutivas.

Foram avaliadas quatro variáveis afetando os dois grupos: (1) Estresse, ansiedade, depressão, (2) Índice de atividade do lúpus eritematoso sistêmico, sintomas somáticos e número de manchas, (3) anticorpos anti-nDNA, frações de complemento C3 e C4 e (4) a qualidade de vida.

As variáveis foram avaliadas no início do estudo e, a seguir, aos 3, 9 e 15 meses.

Eficácia da psicoterapia

Os pesquisadores verificaram uma redução significativa do nível de depressão, ansiedade e estresse diário no grupo que recebeu a psicoterapia, além de uma melhoria significativa na qualidade de vida e redução nos sintomas somáticos durante todo o período de acompanhamento.

Também foram verificadas alterações significativas nos parâmetros imunológicos e na incidência dos distúrbios psicológicos, levando os cientistas a recomendarem a terapia cognitivo-comportamental para tratamento do lúpus eritematoso sistêmico.

Ainda que a redução do índice de atividade da doença tenha sido pequeno, o bem-estar dos pacientes melhorou significativamente.

Corante de açaí barateia cirurgias dos olhos

Um grupo de 10 pesquisadores do departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveu um corante que pode deixar as cirurgias intraoculares mais baratas.

O produto é feito à base da antocianina, substância encontrada no açaí.

O corante é aplicado na parte interna dos olhos para facilitar a visualização de tecidos transparentes nas cirurgias para remoção de membranas na retina e deslocamento do vítreo.

Corante natural

O pedido de patente do corante natural já foi feito e a expectativa dos pesquisadores é a de que, em abril, o produto seja usado em cirurgias realizadas na Unifesp.

Segundo o coordenador do estudo e professor do departamento de Oftalmologia, Maurício Maia, o corante está na fase final de testes.

"Essa substância pode custar até 50 vezes menos do que a utilizada hoje neste tipo de cirurgia, cujo custo varia entre R$ 200 e R$ 500", afirma.

Corantes naturais

A procura pelo corante ideal começou em 2000. De lá para cá, foram testadas diversas substâncias da flora brasileira.

"Três plantas tiveram resultados positivos. A antocianina colore a membrana com um tom avermelhado e não é tóxico ao olho do paciente", diz Maia.

As substâncias usadas nas cromoterapias - técnica cirúrgica que usa corantes - são a indocianina verde e o azul verde. Se forem aplicadas em alta dosagem elas podem causar a atrofia de uma das camadas da retina.

Visão mundial

Há um ano o grupo da Unifesp se dedicou a testes laboratoriais com a substância do açaí. Segundo Maia, o pH (índice de acidez) da substância teve de ser ajustado para ficar neutro e não causar problemas à visão do paciente.

O estudo foi apresentado no congresso mundial Vitrectomy Vail 2010, no Colorado, nos Estados Unidos.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Você sabe separar seu lixo para reciclagem?


seleção de lixo para reciclagem
Reciclar é fundamental para preservar o meio ambiente. Em casa, no trabalho ou mesmo em viagens, o importante é que cada um se responsabilize pelo lixo que gera.

Especialistas estimam em 1,5 milhão de toneladas a quantidade de lixo produzido por pessoas anualmente. É um número impressionante, fruto do consumo em massa de produtos em escala mundial. Você sabia, por exemplo, que cerca de um milhão de sacolinhas plásticas são utilizadas por minuto?

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Automontagem molecular: vêm aí os chips que se constroem sozinhos

Os componentes eletrônicos que formam os chips de computador estão ficando tão pequenos que, em breve, o processo utilizado para fabricá-los, que pouco mudou nos últimos 50 anos, não vai mais funcionar.

Uma das alternativas que os cientistas têm explorado é a criação de minúsculos circuitos usando moléculas que se organizam automaticamente em padrões funcionais - um processo conhecido como automontagem.

Em um artigo publicado nesta semana na revista Nature Nanotechnology, pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, deram um passo importante para tornar a automontagem de chips uma alternativa prática.

Fotolitografia

Atualmente, os chips são construídos camada por camada, por meio de um processo chamado fotolitografia. Uma camada de silício, metal ou algum outro material é depositada sobre uma pastilha e revestida com um material sensível à luz, chamado fotorresiste.

Ao atravessar uma espécie de stencil - uma "máscara" - a luz projeta sobre o fotorresiste uma sombra que é um modelo detalhado do circuito eletrônico que se quer construir. Onde a luz atinge o fotorresiste, ele endurece. A parte não endurecida é lavada com produtos químicos adequados, deixando o circuito "impresso" sobre a pastilha.

O problema é que os componentes que formam o chip - os transistores e outros componentes - já são significativamente menores do que o comprimento de onda da luz usada na sua construção. Os fabricantes têm desenvolvido vários truques para conseguir que a luz produza estruturas menores do que o seu próprio comprimento de onda, mas esses truques não vão funcionar em escalas cada vez menores.

Litografia por feixe de elétrons

A maneira mais óbvia de continuar miniaturizando os componentes eletrônicos que formam o chip seria utilizar feixes de elétrons para transferir os padrões impressos na máscara para a camada de fotorresiste.

Mas, ao contrário da luz, que permite expor um chip inteiro de uma vez, um feixe de elétrons tem que se mover para a frente e para trás ao longo de toda a superfície de um chip, traçando linhas paralelas, como uma colheitadeira trabalhando ao longo das ruas de uma lavoura.

"A diferença é a mesma entre escrever a mão e imprimir uma página de uma vez só," afirma Karl Berggren, que orientou o desenvolvimento da nova tecnologia em conjunto com sua colega Caroline Ross. A lentidão dos passos precisos da litografia por feixe de elétrons torna-a significativamente mais cara do que a litografia óptica convencional.

Copolímeros automontantes

A abordagem de Berggren e Ross consiste em usar a litografia por feixe de elétrons com parcimônia, apenas para criar minúsculos pilares sobre a pastilha de silício.

A seguir eles depositam sobre o chip polímeros especiais, grandes moléculas formadas pela repetição de unidades moleculares menores, ligadas entre si para formar longas cadeias. Espontaneamente, os polímeros se agarram aos pilares, formando padrões úteis, determinados pela disposição dos pilares.

A chave do processo é que os polímeros são "copolímeros", o que significa que eles são feitos de dois tipos diferentes de polímeros. Berggren compara uma molécula de copolímero aos personagens interpretados por Robert de Niro e Charles Grodin no filme Fuga à Meia-Noite (Midnight Run), no qual um caçador de recompensas e um criminoso de colarinho branco estão algemados juntos, mas um não consegue suportar o outro.

Em suas tentativas para se separar, os diferentes tipos de cadeia polimérica organizam-se em padrões previsíveis. Ao variar o comprimento das cadeias, as proporções dos dois polímeros, e a forma e a localização dos pilares de silício, os pesquisadores foram capazes de produzir uma grande variedade de padrões úteis para o design de circuitos eletrônicos.

Um dos dois polímeros que os pesquisadores do MIT utilizaram queima-se quando exposto a um plasma (um gás eletricamente carregado), enquanto o outro, que contém silício, transforma-se em vidro. A camada de vidro pode então exercer a mesma função que um fotorresiste exerce na litografia comum, protegendo o material que está por baixo dela, enquanto ao material ao seu redor é corroído pelos compostos químicos e retirado.

Sete formatos fundamentais

Dan Herr, diretor de pesquisa da Semiconductor Research Corporation, um consórcio entre indústria e academia, afirmou que, quatro ou cinco anos atrás, sua organização entrevistou engenheiros para determinar os formatos fundamentais que as moléculas auto-organizadoras teriam que ser capazes de assumir a fim de serem úteis para a fabricação de circuito eletrônicos.

O trabalho resultou em sete formatos fundamentais.

Desde então, pesquisadores já conseguiram fazer moléculas se automontar em todos os sete formatos. Mas, para fazer isso, eles "mudaram a química superficial ou escavaram uma trilha na superfície e a utilizaram como um canal para o processo de automontagem," explica Herr.

A nova técnica de Berggren e Ross não requer esses canais para orientar a automontagem das moléculas, o que reduz a necessidade da litografia por feixe de elétrons. De acordo com Herr, isso vai aumentar enormemente a eficiência com que os chips poderão ser fabricados.

Automontagem molecular

Contudo, será necessário fazer muitas pesquisas e alcançar novos desenvolvimentos antes que a automontagem molecular seja viável para a fabricação de chips individuais.

A curto prazo, Berggren e Ross vislumbram sua técnica sendo utilizada para produzir "carimbos" em nanoescala para gravar padrões magnéticos na superfície dos discos rígidos, ou mesmo para produzir as máscaras usadas na litografia convencional: hoje, as máscaras estado da arte para um único chip exigem o uso da litografia por feixe de elétrons e podem custar milhões de dólares cada uma.

Nesse meio tempo, a dupla está trabalhando para encontrar arranjos dos seus pilares em nanoescala capazes de produzir circuitos funcionais em escala de protótipo, e estão tentando aperfeiçoar a sua técnica para produzir componentes ainda menores.