O mesmo processo responsável por iluminar as enormes telas das TVs de plasma poderá ser a base para uma nova geração de reatores capazes de produzir biocombustíveis ultra limpos.
Albin Czernichowski, da Universidade de Orleans, na França, construiu um pequeno reator de baixo custo, que ele chamou de reator GlidArc, que usa o plasma - nuvens de um gás eletricamente carregadas - para produzir combustíveis super limpos.
O biodiesel gerado pelo reator com tecnologia a plasma, por exemplo, libera 10 vezes menos material particulado do que o diesel normal.
Reator caseiro
Embora os dois feitos - ser barato de fabricar e produzir combustível menos poluente - já fossem o suficientes para chamar a atenção para o reator GlidArc, ele tem também o mérito de fazer isto utilizando rejeitos, resíduos e biomassa.
"Quase todas as peças do reator podem ser compradas na loja de ferramentas mais próxima. Nós usamos encanamentos e conexões comuns, por exemplo, e isolamentos térmicos utilizados em residências. Em vez de cerâmicas sofisticadas, nós usamos os mesmos tijolos refratários usados nas churrasqueiras. Você poderia construir um desses em poucos dias, por cerca de 10.000 dólares," diz Czernichowski.
Essa verdadeira fábrica de biocombustível limpo, mais ou menos do tamanho de uma geladeira, gaseifica resíduos orgânicos que seriam descartados - óleos usados, lixo orgânico ou biomassa vegetal - para criar um gás rico em monóxido de carbono e hidrogênio. A seguir, o gás é transformado em biocombustíveis.
Reciclagem do glicerol
Na área rural, por exemplo, um reator de baixo custo como este poderia gerar o combustível para alimentar as máquinas a partir das palhas deixadas na lavoura depois da colheita, afirma o pesquisador.
Nas áreas urbanas, o óleo de cozinha das residências e dos restaurantes parece ser a matéria-prima ideal.
Nas regiões onde o biodiesel já é produzido, o reator GlidArc pode converter em combustíveis limpos o glicerol, que sobra no processo tradicional - o processo de produção de biodiesel gera uma quantidade de glicerol equivalente a 10% do biodiesel produzido.
Reator a plasma
O reator deriva seu nome de Gliding Arc, um arco de corrente que se forma entre dois eletrodos para gerar um plasma no interior do reator.
O plasma permite que as reações químicas ocorram em temperaturas incrivelmente mais baixas do que nos reatores convencionais.
Isto torna os gases oriundos do aquecimento (pirólise ou gaseificação) da biomassa ou do glicerol, por exemplo, muito puros e quimicamente ativos, o que viabiliza sua transformação em combustíveis limpos.
O estudo não continha informações que permitissem um comparativo de custo dos biocombustíveis produzidos.
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