quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011: os maiores ciberataques

A empresa de segurança digital BitDefender fez um resumo dos maiores ciberataques ocorridos em 2011. Entre os principais problemas, o relatório destaca as ameaças das redes sociais e o uso de engenharia social.

Janeiro: os ataques baseados em redes sociais atingem os dispositivos móveis. Um ataque baseado na promessa de mostrar o estado de uma menina no Facebook, gerou 28 672 cliques, 24% dos quais vieram de plataformas móveis. Os usuários que clicaram no link, a partir do seu PC ou dispositivo móvel, descarregaram um worm e tornaram-se vítimas de uma fraude para ganhar dinheiro através do sistema Adword.

Fevereiro: o Conficker liderou a lista dos vírus mais acivos do ano, mas a sua presença, ao longo dos meses, foi baixando até sumir do grupo de malware mais ativos.

Março: o “likejacking” emergiu como uma nova ameaça nas redes sociais. Baseia-se em processo no qual um usuário, após clicar em um botão de “like” do Facebook acaba punlicando na sua página da rede social uma referência a um site diferente daquele a que pensava estar se referindo.

Abril: uso de etiquetagem de eventos e fotos no Facebook, para fins nocivos. Os usuários são rotulados e associados com eventos e fotos com as quais não têm relação, e que incluem links para páginas de download de spam ou mesmo outros tipos de malware. As imagens e os eventos são publicados também na timeline do Facebook.

Maio: a morte de Bin Laden foi usada para infectar computadores com Trojans. Mensagens que diziam revelar imagens ou detalhes da morte do terrorista mais procurado do mundo serviam como isca para um novo ataque de engenharia social. Comentários nas redes sociais supostamente disponibilizam a vizualização de um vídeo no qual seria possível vê-lo morrer. Na verdade, os links serviam para o download de malware.

Junho: hackers atingem os gigantes dos videojogos. Menos de um dia depois do ataque à Sony, o mesmo grupo de hackers atingiu o sistema de segurança de outro fabricante de jogo eletrônicos, a Nintendo. No primeiro caso, usurparam dados como nomes, endereços, datas de nascimento, endereços de email, números de telefone ou senhas. Empresas que armazenam e processam os dados, passaram a tornar-se um alvo “acessível” para os criminosos durante alguns meses.

Julho: Jay Leno, celebridade de Hollywood tem o nome frequentemente mencionado no spam. Em Julho, uma análise realizada pela BitDefender em mais de 25 milhões de emails diz que Jay Leno é a celebridade “mais perigosa” na Internet. Depois de Leno, surgem Madonna e Cameron Diaz, como os nomes mais usados por criminosos virtuais como isco para levar os internautas a abrirem mensagens de spam.

Agosto: 20 mil credenciais de funcionários de organizações governamentais dos Estados Unidos são revelados. Um hacker ativista revelou na Internet uma lista de 20 mil credenciais de autenticação, nomes, senhas e endereços de email pertencentes a “grandes empresas, governo e exército dos Estados Unidos”.

Setembro: os cibercriminosos procuraram tirar vantagem do décimo aniversário da tragédia do 11 de Setembro. Um novo ataque de engenharia social usava várias frentes – email, Facebook e Twitter.

Outubro: uma conferência de segurança foi usada para distribuir malware através do Twitter.

Novembro: o Facebook foi invadido por pornografia. Milhões de usuários tiveram sua timeline cheias de imagens pornográficas sem as terem publicado. A “epidemia” espalhou-se rapidamente através da rede social, fazendo com que seus líderes tivessem de pedir desculpas e rever a sua política de segurança.

Dezembro: até o momento, os “dialers” lideram a lista de infecções de plataformas Android. O programa malicioso foi concebido para enviar mensagens pagas desde os dispositivos móveis sem os donos percebam. Corresponde a quase 37% das infecções sofridas em dispositivos Android.

Fonte: IDG Now!

China testa trem-bala capaz de fazer 500 quilômetros por hora

O governo da China começou a testar um trem-bala capaz de atingir até 500 quilômetros por hora, tornando-se assim um dos mais rápidos do mundo.

O trem-bala, com desenho inspirado nas antigas espadas da China, é o mais novo da série CRH (China Railway High-Speed).

Com seis vagões, o conjunto tem uma potência de 22.800 quilowatts, mais do que o dobro dos 9.600 kilowatts do CRH380, que faz a linha Pequim-Xangai - e que tem um recorde de velocidade de 300 km/h.

O trem também é mais leve e mais seguro, usando várias peças reforçadas com fibra de carbono.

O trem foi projetado e fabricado pela Locomotive Sifang, uma subsidiária da China Railway Construction CSR, com sede na cidade de Qingdao, no Leste do país, na província de Shandong.

Velocidade brasileira

No Brasil, o projeto do trem-bala para interligar Campinas, São Paulo e o Rio de Janeiro deverá se arrastar ainda por dois anos.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) marcou para 10 de março de 2012 a retomada do processo de licitação para a implantação do TAV (Trem de Alta Velocidade).

Pelo novo cronograma, a previsão é que a segunda fase do leilão seja realizada no segundo trimestre de 2013, um ano após o leilão da primeira etapa.

Se não houver novos adiamentos, o TAV deverá começar a operar em 2018, fazendo um percurso de 518 quilômetros.

Trem-bala pode custar até 45% mais que o previsto

CAD biológico permite projetar "máquinas vivas"

Virtualmente qualquer projeto hoje usa, parcial ou integralmente, a plataforma CAD (computer assisted design), em alguma de suas inúmeras implementações.

Os ganhos em projetar tudo no computador, antes de partir para a construção final, são óbvios e bem comprovados.

Agora, biólogos e outros cientistas que lidam com as ciências da vida já podem contar com uma ferramenta similar - mas para manipular e reprojetar seres vivos.

Pesquisadores do Joint BioEnergy Institute, dos Estados Unidos, desenvolveram modelos e simulações similares ao CAD para trabalhar com moléculas de RNA.

Isto torna possível projetar componentes biológicos - "dispositivos de RNA", como os cientistas chamam o conceito -, um dos maiores sonhos da ainda muito controversa biologia sintética.

Máquinas biológicas

Esse campo emergente de pesquisas, que promete construir "máquinas biológicas" inspiradas em processos naturais, agora poderá contar com uma ferramenta que permitirá projetar em computador tudo o que se deseja que um micróbio qualquer - ou outro ser vivo - faça e, só depois, partir para a engenharia genética de fato.

Ficando apenas no lado positivo da questão, isto permitirá a "reconfiguração" de bactérias e outros microorganismos para a produção de biocombustíveis, plásticos biodegradáveis, medicamentos, enfim, uma lista inumerável de produtos que hoje são feitos sobretudo à base de petroquímicos.

"Nosso trabalho estabelece uma base para a criação de plataformas CAD para construir sistemas de controle complexos, baseados em RNA, que podem processar informações celulares e programar a expressão de um grande número de genes," diz Jay Keasling, coordenador da pesquisa.

Essa base permite não apenas o estudo de funções específicas do RNA, mas também sua modelagem bioquímica e biofísica, com vistas à sua "configuração" em organismos vivos, para que esses organismos cumpram funções que eles não fazem normalmente, ou otimizar funções que eles já possuam.

Reengenharia de seres vivos

Uma das possibilidades da nova técnica é reprojetar a genética de microorganismos para que eles sejam capazes de digerir celulose para produzir açúcares, a partir dos quais poderão ser fabricados os chamados biocombustíveis de segunda geração.

"Além de biocombustíveis avançados, nós também estamos interessados em projetar micróbios para produzir químicos a partir de matérias-primas renováveis, que são difíceis de produzir em grandes volumes usando a química orgânica tradicional," diz James Carothers, um dos membros da equipe que desenvolveu o "CAD biológico".

O grupo afirma que a criação de um CAD para a biologia sintética permitirá que pesquisadores de outras áreas utilizem a "reengenharia de seres vivos" - no sentido de reprojetar os seres vivos - em suas pesquisas.

"Nós estamos ativamente trabalhando para tornar nossos modelos e simulações mais acessíveis a pesquisadores que não querem se tornar especialistas em controle de sistema de RNA, mas que gostariam de usar nossa abordagem e os dispositivos de RNA em seu próprio trabalho," diz Carothers.

Do lado mais preocupante, devido à manipulação de seres vivos, os cientistas afirmam em seu artigo na revista Science que, apesar de estarem trabalhando com a bactéria E. coli e com a produção microbiana de biocombustíveis, eles acreditam que seus conceitos e suas ferramentas também poderão ser usados para "programar novas funções em células e sistemas de mamíferos".

Microbomba brasileira abre caminho para microlaboratórios

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma uma microbomba de membrana, com ação eletromagnética e sem válvulas.

Entre as aplicações possíveis do dispositivo estão a dosagem de reagentes em indústrias químicas e o acionamento de Lab-on-a-Chip (laboratório em um chip), microlaboratórios do tamanho de um chip que podem permitir resultados de exames clínicos mais rápidos.

O grande desafio da pesquisa, segundo a autora Camila Campos, foi substituir a microbomba pneumática anteriormente desenvolvida na Unicamp por outra que tivesse autonomia, facilitando sua adaptação a diferentes aplicações.

Além de permitir a miniaturização da bomba, a atuação magnética é uma técnica mais eficiente e de baixo custo.

Com isto, a microbomba ganha em portabilidade, o que não seria possível em sistemas dependentes de ar comprimido, como a microbomba pneumática.

Bomba miniaturizada

Qualquer área que precise de escala de microlitros pode se beneficiar da microbomba de membrana.

"Virtualmente, a microbomba desenvolvida pode ser aplicada em qualquer lab-on-a-chip no qual haja a demanda por transporte de fluxo em volumes da ordem de microlitros por minuto," acrescenta Camila.

A microbomba também será útil em equipamentos de laboratório, como na injeção de amostras em colunas de eletroforese capilar ou microcromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).

Para Camila, a pesquisa, como quase tudo na área de microfabricação, abre portas para o desenvolvimento futuro de sistemas de análises mais baratos, mais portáteis e mais ágeis.

Isso, de acordo com a autora, significa a possibilidade de exames médicos mais baratos, fiscalizações mais eficientes e análises químicas mais fáceis e rápidas.

"A bomba por si só é apenas uma parte desse processo, mas quando se pensa em sistemas microfluídicos mais complexos, microbombas e microválvulas são elementos essenciais. Por isso, a eficiência, o custo e a qualidade desses elementos refletem diretamente nas características do dispositivo final," acrescenta.

Importância internacional

De acordo com o orientador do trabalho, Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, o resultado representa um avanço na área de estudos relacionados a microbombas desenvolvidos em diversos países.

"Com os grandes investimentos em projetos de desenvolvimento de sistemas de nanotecnologia, abre-se possibilidade de desenvolver microbombas à base de material acessível, como plástico e polímeros de baixo custo", declara Nóbrega.

A técnica de fabricação de dispositivos miniaturizados de fluidos, que permitiu desenvolver os protótipos de Camila, também é brasileira e foi desenvolvida na Unicamp pelo professor Luís Otávio Saraiva Ferreira, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.

Auto-afirmação ajuda a enfrentar resultados de exames

As pessoas resistem à realização de exames periódicos de saúde ou, quando o fazem, muitas vezes não voltam ao médico para avaliar os resultados dos exames.

Isto ocorre porque essas pessoas não querem ficar sabendo que estão doentes ou correndo risco de terem uma doença.

Por outro lado, quanto mais cedo se diagnostica uma doença, maior é a chance de sua cura.

Então, como convencer as pessoas de que elas devem fazer avaliações periódicas de saúde e, mais importante, ouvir as notícias do seu médico?

Bem-estar geral

Segundo Jennifer Howell e James Shepperd, da Universidade da Flórida (EUA), é necessário fazer com que essas pessoas pesem claramente aquilo que valorizam mais, se o medo da doença ou o gosto pelo seu bem-estar.

"Se você fizer com que a pessoa redirecione sua atenção, saindo da ameaça, e centrando-se no seu senso geral de bem-estar, ela terá uma menor tendência a fugir das informações potencialmente ameaçadoras," afirma os pesquisadores.

Auto-afirmação positiva

No estudo, os participantes foram divididos entre dois grupos. O primeiro devia escrever sobre características positivas suas, como honestidade, compaixão ou amizade. O segundo grupo devia concentrar-se nas mesmas características, mas de outra pessoa.

A seguir, todos assistiram a um filme sobre uma doença chamada tioamina acetilase, uma deficiência no processamento dos nutrientes que leva a várias complicações médicas.

Após o filme, eles completaram um questionário para calcular o risco de cada um sofrer da doença.

Finalmente, eles deviam escolher se queriam receber o resultado da sua própria avaliação de risco em casa.

As pessoas do primeiro grupo, que se auto-afirmaram, destacando claramente aquele traço positivo da sua personalidade à qual eles davam importância, apresentaram duas vezes mais propensão a receber os resultados.

O mesmo ocorreu quando um grupo recebeu a informação de que a doença era intratável, enquanto outro recebeu a informação de que ela poderia ser tratada com um comprimido diário - a chance de querer saber o resultado foi muito menor no grupo que acreditava que a doença era incurável, aumentando claramente a fuga de uma notícia que poderia ser muito ruim.

Sempre positivo

Os pesquisadores recomendam que cada um procure lidar internamente com a questão, buscando seus próprios pontos fortes e focando-se no seu bem-estar geral, em vez de assumir que a notícia será ruim de antemão.

Ainda mais que, se o resultado do exame for positivo, então você terá procurado ajuda o mais cedo possível, o que indica um cuidado salutar com o seu próprio bem-estar de longo prazo.

Microagulhas de teia de aranha dão injeção sem dor

Pesquisadores usaram a seda que as aranhas usam para fazer suas teias para criar um novo sistema de microagulhas que injeta medicamentos sem dor.

Além do maior conforto, as microagulhas de seda podem liberar quantidades precisas de medicamento de forma controlada ao longo do tempo, e sem exigir refrigeração.

Como o processo de fabricação sem dá a temperatura ambiente e em água, os compostos bioquímicos mais sensíveis podem ser incorporados em seu interior.

As agulhas de seda são biocompatíveis e biodegradáveis.

Aplicação controlada de medicamentos

Os pesquisadores da Universidade de Tufts (EUA) demonstraram com sucesso a capacidade das microagulhas de seda para aplicar uma molécula grande, modelo das drogas enzimáticas, chamada HRP (do inglês horseradish peroxidase), a taxas controladas, mantendo a bioatividade da molécula.

Além disso, as microagulhas de seda carregadas com tetraciclina inibiram o crescimento da bactéria Staphylococcus aureus, demonstrando o potencial das microagulhas para prevenir infecções locais.

"Ajustando as condições de pós-processamento da proteína de seda, e variando o tempo de secagem da proteína, fomos capazes de controlar com precisão a liberação da droga em experimentos de laboratório," disse Fiorenzo Omenetto, um dos inventores das microagulhas.

"O novo sistema resolve desafios de longa data para a aplicação de medicamentos, e acreditamos que a tecnologia poderá também ser usada em outras aplicações de armazenamento biológico," afirmou.

Injeção sem dor

Embora alguns medicamentos possam ser engolidos, muitos não sobrevivem à passagem pelo trato gastrointestinal, precisando ser aplicados por meio de injeções.

Sendo muito pequenas, as microagulhas não atingem a terminações nervosas da pele, o que elimina a dor das injeções tradicionais.

Finalmente vem aí a injeção sem agulhas

Substâncias que causam alergia podem ser testadas sem usar animais

Cientistas suecos obtiveram um avanço importante rumo ao fim dos testes de medicamentos em animais.

Os pesquisadores desenvolveram um método de teste único que faz a avaliação de substâncias que causam alergias.

Em vez de animais de laboratório, a técnica usa células da pele humana cultivadas em laboratório.

Os cientistas estão trabalhando intensamente para desenvolver métodos alternativos que não requeiram testes em animais, tanto por sua baixa qualidade, quanto pela crescente pressão da sociedade contra o sacrifício das cobaias.

Mas até hoje os medicamentos são testados em animais - por um lado, sacrificando os animais e, por outro, não obtendo algo exatamente adequado para a pele humana.

Alergias de contato

As chamadas alergias de contato já afetam cerca de 20% da população no mundo ocidental.

"Nós fizemos várias descobertas sobre o mecanismo por trás da alergia de contato, uma das quais é que as substâncias alergênicas reagem com as queratinas 5 e 14 na pele," explica a Dra. Sofia Andersson, coordenadora da pesquisa.

"As células da pele formam as chamadas 'bolhas' quando expostas a substâncias alergênicas, e isso pode ser usado para testar se uma substância é alergênica," diz a pesquisadora.

Como seria arriscado demais testar em pessoas, os cientistas desenvolveram uma cultura de tecidos de células humanas.

Substância alergênicas

A alergia de contato não tem cura, e a pessoa afetada deve evitar a substância alergênica, para evitar as reações.

Metais, como o níquel, e substâncias em perfumes e conservantes, estão entre as substâncias alergênicas mais comuns.

Elas são frequentemente usadas em produtos que entram em contato com a pele, como joias, loções para a pele e maquiagens.

Este pode ser um problema se a substância está presente em muitos produtos diferentes. É por esta razão importante para testar produtos cosméticos, a fim de prevenir o desenvolvimento de alergia de contato.

Resultados graduados

A União Europeia recentemente proibiu o uso de animais para testes de cosméticos.

Até agora, testes de alergênicos sem o uso de animais só conseguiam determinar se uma substância é alergênica ou não - tais testes não eram capazes de determinar a extensão com que uma substância provoca alergia.

A nova técnica com cultura de tecidos faz isso, produzindo os chamados "resultados graduados", mostrando as gradações, ou níveis de alergia causados.

Os resultados podem então ser usados para determinar concentrações seguras de substâncias em produtos que são usados em contato com a pele.

Como os experimentos deram resultados muito promissores, os cientistas agora estão trabalhando no estabelecimento de um protocolo e do método de análise.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Anticoagulante via oral já pode ser usado para tratar derrame

O único anticoagulante de uso oral que pode ser tomado com outras medicações, a rivaroxabana, já pode ser usado para prevenção de doenças vasculares.

A liberação foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em estudos feitos com o medicamento, o risco de recorrência de trombose profunda caiu pela metade.

O medicamento poderá ser usado em intercorrências como acidentes vasculares cerebrais (AVC, ou derrames), embolia sistêmica em pacientes com arritmia cardíaca, como a fibrilação atrial, e no tratamento de tromboembolismo venoso (TEV), conhecido como trombose.

Fibrilação atrial

O Brasil é o país com maior número de mortes por derrame cerebral no continente.

São quase 130 mil casos todos os anos, segundo dados da Ispor (Sociedade Internacional de Farmacoeconomia, na sigla em inglês).

A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca que atinge cerca de 1,5 milhão de brasileiros e é uma das principais causas de derrame cerebral, responsável por 20% de todos os casos registrados no país.

Tromboembolismo

O tromboembolismo venoso (TEV), que atinge entre uma e duas pessoas por grupo de mil habitantes no Brasil, compreende os casos de trombose venosa profunda (TVP) e de embolia pulmonar (EP).

É caracterizado pela obstrução total ou parcial da veia por um coágulo, que impede o retorno do sangue ao coração da forma correta.

Rotação da Terra é medida diretamente pela primeira vez

Um grupo com pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, tornou-se a primeira equipe do mundo a detectar mudanças no eixo da Terra através de medições em laboratório.

Até hoje, os cientistas somente conseguiam rastrear as mudanças no eixo polar indiretamente, monitorando corpos celestes "fixos" no espaço com a ajuda de 30 radiotelescópios.

Para fazer uma medição direta, eles construíram o anel de laser mais estável do mundo, dentro de um laboratório subterrâneo, e o utilizaram para determinar as alterações na rotação da Terra.

Balanço de Chandler

A Terra oscila constantemente. Tal como um pião que é tocado enquanto gira, seu eixo de rotação oscila em relação ao espaço. Isto é em parte causado pela gravidade do Sol e da Lua.

Ao mesmo tempo, o eixo de rotação da Terra muda constantemente em relação à superfície da Terra.

Por um lado, isso é causado pela variação na pressão atmosférica, no movimento dos oceanos e no vento. Esses elementos se combinam em um efeito conhecido como oscilação de Chandler, ou balanço de Chandler, para criar o movimento polar. Levando o nome do cientista que o descobriu, esse fenômeno tem um período de cerca de 435 dias.

Por outro lado, um evento conhecido como o "balanço anual" faz com que o eixo de rotação mova-se ao longo de um período de um ano. Isto se deve à órbita elíptica da Terra em torno do Sol.

Estes dois efeitos fazem com que o eixo da Terra migre de forma irregular ao longo de uma trajetória circular, com um raio de até seis metros.

Medindo a rotação da Terra

Capturar esses movimentos é crucial para manter um sistema de coordenadas confiável - como o GPS (Estados Unidos), Galileo (Europa), Glonass (Rússia) ou Beidou (China) - que possa alimentar sistemas de navegação ou rotas em viagens espaciais.

"Localizar um ponto no centímetro exato de posicionamento global é um processo extremamente dinâmico - afinal, em nossa latitude [na Alemanha], estamos nos movendo em torno de 350 metros a leste por segundo," explica o Prof. Karl Ulrich Schreiber.

A orientação do eixo da Terra em relação ao espaço e sua velocidade rotacional são, atualmente, determinados em um processo complicado, que envolve 30 radiotelescópios ao redor do mundo.

Toda segunda-feira e quinta-feira, entre oito e 12 desses telescópios alternadamente medem a direção entre a Terra e quasares específicos.

Os cientistas assumem que estes núcleos de galáxias, que estão distantes demais de nós, nunca mudam de posição, podendo, portanto, ser usados como pontos de referência.

No entanto, eles começaram a não se satisfazer mais com tanta dificuldade e nem com a consideração da "fixidez" dos quasares. Começou então a construção do observatório geodésico Wettzell, na Alemanha.

Laboratório geodésico

O laboratório é formado por dois feixes de laser em contra-rotação, que viajam em torno de uma rota quadrada, com espelhos nos cantos, que formam um circuito fechado - daí o nome anel de laser.

Quando o conjunto gira, a luz que roda no mesmo sentido tem de viajar mais do que a luz em contra-rotação. Isto causa uma interferência entre os dois feixes, que "ajustam" seus comprimentos de onda, fazendo com que a frequência óptica se altere.

Os cientistas podem usar essa diferença para calcular a velocidade rotacional do experimento.

Mas no laboratório Wettzell é a Terra que gira, não o anel de laser.

Para garantir que somente a rotação da Terra influencie os feixes de laser, a estrutura de quatro por quatro metros está ancorada em um pilar de concreto, que se estende por seis metros para dentro da rocha sólida da crosta terrestre.

A rotação da Terra afeta a luz de maneiras diferentes, dependendo da localização do laser no globo.

"Se estivéssemos em um dos pólos, a Terra e os eixos de rotação do laser estariam em completa sincronia, e sua velocidade de rotação iria resultar em uma relação 1:1," explica Schreiber. "Na linha do equador, no entanto, o feixe de luz nem notaria que a Terra está girando."

Os cientistas, portanto, têm de levar em consideração a posição do laser Wettzell no 49° grau de latitude.

Qualquer mudança no eixo de rotação da Terra se reflete nos indicadores de velocidade de rotação - o comportamento da luz, portanto, revela mudanças no eixo da Terra.

Laboratório subterrâneo

"O princípio é simples," acrescenta Schreiber. "O maior desafio foi garantir que o laser se mantenha estável o suficiente para medirmos o fraco sinal geofísico sem interferência - especialmente ao longo de um período de vários meses."

Em outras palavras, os cientistas tiveram que eliminar quaisquer alterações na frequência que não resulte da rotação da Terra.

Isto inclui fatores ambientais, como pressão atmosférica e temperatura, o que exigiu uma placa de vitrocerâmica e uma cabine pressurizada.

Os pesquisadores montaram o anel de laser em uma placa de nove toneladas de Zerodur® [uma vitrocerâmica de aluminossilicato de lítio], utilizando também Zerodur para as vigas de apoio. Eles escolheram o Zerodur por ser um material extremamente resistente às mudanças de temperatura.

A instalação fica em uma cabine pressurizada, que registra mudanças na pressão atmosférica e temperatura (12 graus) e compensa automaticamente qualquer variação.

Os cientistas enfiaram o laboratório cinco metros abaixo do nível do solo para manter esses tipos de influência ambiental ao mínimo. Ele é isolado da superfície com camadas de Styrodur® e argila, e coberto por um aterro de quatro metros de altura.

Os cientistas precisam passar por um túnel de vinte metros, com cinco portas frigoríficas, para chegar até o laser.

Velocímetro da Terra

Sob estas condições, os pesquisadores conseguiram confirmar o balanço de Chandler e obter medições da oscilação anual compatíveis com os dados capturados pelos radiotelescópios.

Eles agora pretendem tornar o aparelho ainda mais preciso, o que permitirá determinar mudanças no eixo de rotação da Terra ao longo de um único dia.

Os cientistas também planejam tornar o anel de laser capaz de operar continuamente, para que ele possa funcionar por um período de anos sem qualquer desvio.

"Em termos simples," conclui Schreiber, "no futuro, nós queremos ser capazes de simplesmente descer lá no porão e ver o quão rápido a Terra está girando com precisão neste momento."

Robôs piscantes lançarão novas luzes sobre os oceanos

Já existem robôs submarinos em todos os oceanos da Terra, mas eles ainda estão muito longe do necessário para a exploração desta que representa a última fronteira do nosso planeta.

Os robôs submarinos não existem em maior número basicamente porque eles são caros. E não basta lançá-los ao mar: é necessário monitorá-los constantemente, o que exige uma enorme logística, incluindo navios e redes de comunicação via satélite.

O Dr. Deisdre Meldrum e seus colegas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acreditam ter encontrado a solução para essa deficiência.

Eles estão criando pequenos robôs submarinos esféricos, batizados de "SensorBots", por serem dotados de vários sensores, capazes de registrar dados biológicos, geológicos, físicos e químicos.

Dos minerais à vida

Fruto de mais de 10 anos de trabalho, a nova plataforma robótica é resultado do trabalho de engenheiros eletricistas, mecânicos, químicos e biológicos, além de pesquisadores das áreas de física, química, ciência da computação e ciência dos materiais.

Os pesquisadores pretendem usar os robôs submarinos esféricos para estudar da concentração de minerais e da composição de gases, até a dinâmica da vida marinha, o que incluirá a análise dos chamados extremófilos, organismos que vivem em ambientes normalmente considerados inadequados para a vida.

Isto exigirá uma infra-estrutura mais complexa, mas os SensorBots representam o primeiro passo, levando consigo os sensores que farão as diversas medições.

Comunicação por luz

Para simplificar seu projeto, os robôs esféricos individuais não possuem esquemas de transmissão por rádio e nem de comunicação via satélite.

Os sinais lidos pelos sensores são transformados em brilhantes flashes de luz azul, criando uma espécie de código Morse. Além de transmitir os dados, esses flashes permitem que os robôs operam de forma cooperativa, criando uma rede de sensores.

Uma câmera de alta velocidade captura os sinais dos SensorBots lançados em uma determinada área. Esses sinais podem então ser decodificados para a interpretação das leituras. Apenas a central onde a câmera está instalada possui a capacidade de comunicação, para transferência dos dados de todo o enxame sob sua coordenação.

Enxames de robôs

O objetivo é que os robôs esféricos funcionem como grupos autônomos ou semi-autônomos - movendo-se por controle remoto, por exemplo - em uma formação 3D capaz de cobrir grandes volumes do oceano.

Esses enxames de sensores poderão operar em ambientes inóspitos e complexos.

Com sistemas adequados de microanálise, os robôs submarinos poderão realizar análises genômicas de comunidades microbianas, bem como observar uma ampla variedade de eventos em macroescala - produzindo dados espacial e temporalmente indexados.

Em vez de enviar um robô muito caro para um único ponto no oceano, e depois movê-lo em série, frequentemente perdendo a dinâmica dos fenômenos, uma série de SensorBots baratos poderá cobrir uma área muito maior.

Isto permitirá investigações em tempo real de eventos tão distintos quanto terremotos e maremotos ou o florescimento de espécies animais e vegetais, além de outros fenômenos episódicos.

Nanotecnologia une nanotubos e DNA em biossensores ultra-precisos

Quando é necessário medir a concentração de um composto qualquer em um fluido - a insulina no sangue, por exemplo - usam-se os chamados biossensores.

Esses sensores são compostos por eletrodos metálicos recobertos com enzimas que reagem com a molécula que se deseja medir.

Quando as moléculas procuradas unem-se às enzimas, gera-se um sinal elétrico no eletrodo, que pode ser medido, o que fornece a leitura indicativa do resultado.

Isto tem funcionado razoavelmente bem, mas poderia ser muito melhor, porque moléculas e eletrodos metálicos representam a junção de dimensões muito diferentes, o que gera variações muito grandes nas leituras da corrente elétrica.

Nanotubos solúveis

Agora, cientistas conseguiram unir moléculas sintéticas de DNA e nanotubos de carbono, criando um novo eletrodo para biossensores que, além de estar nas mesmas dimensões das moléculas do composto que se procura, são muito mais sensíveis.

Desde o advento dos nanotubos de carbono, com suas excepcionais propriedades termais e elétricas, os cientistas vêm tentando usá-los como eletrodos em sensores para a realização de exames clínicos de laboratório e em pesquisas científicas.

O problema é que os nanotubos não são totalmente compatíveis com água, o que limita sua aplicação em fluidos biológicos.

Automontagem

Jin Shi e seus colegas da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, superaram essa incompatibilidade criando uma sequência artificial de DNA que gruda na superfície dos nanotubos de carbono, tornando-os mais solúveis em água.

"Assim que os nanotubos de carbono estiverem em solução, você só precisa colocar o eletrodo na solução e carregá-lo [eletricamente]. Os nanotubos de carbono vão formar um revestimento em sua superfície," explica o Dr. Jong Choi, membro da equipe.

O eletrodo recoberto com nanotubos de carbono atrai as enzimas para terminar a construção do biossensor.

Medicina personalizada

Com os nanotubos de carbono fazendo a ponte entre as enzimas e o eletrodo, as leituras são várias ordens de grandeza mais precisas.

O Dr. Marshall Porterfield, que coordenou o desenvolvimento, afirmou que, como são muito fáceis de serem fabricados, esses novos biossensores abrem caminho para a criação de exames que possam testar a eficácia de remédios em tempo real, para cada paciente.

Antes disso, ele e sua equipe esperam desenvolver biossensores para monitorar com mais precisão doenças como o diabetes e inúmeros indicadores de problemas cardiovasculares, como triglicérides, colesterol, etc.

Apple registra patente de baterias de hidrogênio para iPhone e iPad

A Apple pode usar baterias de hidrogênio nas próximas versões de seus aparelhos móveis como o iPhone, o iPad e notebooks. Uma patente com a tecnologia foi registrada pela empresa no Patent and Trademark Office, escritório responsável pelos registros nos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal "The Telegraph".

As patentes levam o nome de “Fuel Cell System to Power a Portable Computing Device” e “Fuel Cell System Coupled to a Portable Computing Device”

Segundo o jornal, a Apple procura deixar os aparelhos mais leves com a tecnologia de baterias de hidrogênio, além de fornecer mais tempo de uso dos aparelhos. A tecnologia converte oxigênio e hidrogênio em água e energia elétrica, podendo ser utilizada desde em pequenos dispositivos eletrônicos e até em carros.

No documento, a empresa afirma que problemas com combustíveis sólidos nos EUA trouxe uma atenção constante e um desejo de consumidores para usar fontes de energia renováveis.

Fonte: G1

Novo golpe no Facebook sequestra contas de usuários

Os criminosos estão de olho no Facebook. Prova disso é uma nova estratégia de ataque apontada pela empresa de segurança online Websense. Segundo a companhia, os piratas da Internet estão utilizando falsas extensões de navegador para capturar senhas e tomar posse de contas da popular rede social.

Para isso, os invasores iludem suas vítimas com a falsa promessa de que é necessário instalar complementos para que seja possível visualizar certos tipos de arquivos ou mesmo receber cupons de desconto.

Esses add-ons, que são anunciados como complementos em formato DivX, por exemplo, usam a API (interface de programação de aplicativo) do Facebook para publicar mensagens não-autorizadas nos perfis dos usuários atingidos.

Com isso, eles ganham dinheiro com o envio de spam, de uma forma mais eficiente. Como a “infecção” acontece no browser, ela dificulta a identificação da campanha por parte do Facebook, que costuma barrar essa ação quando ela está relacionada a aplicativos falsos para a rede social, por exemplo. No novo ataque, é possível explorar por mais tempo as contas comprometidas.

Fonte: IDG Now!

Neurocientistas demonstram avanço revolucionário na leitura da mente

Usar equipamentos de ressonância magnética para observar os sinais cerebrais das pessoas não é nenhuma novidade.

É aprendendo como esses sinais se alteram quando a pessoa está fazendo alguma atividade que está permitindo o desenvolvimento de interfaces neurais e de equipamentos controlados pelo pensamento.

A novidade é que cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) usaram técnicas de inteligência artificial, chamadas de técnicas de aprendizado de máquina, para estudar esses padrões de atividade cerebral e identificar os processos de pensamento - ou o estado cognitivo - das pessoas.

Devido ao alto grau de precisão obtida, os cientistas afirmam que o nome natural de sua técnica é "leitura da mente", ou "decodificação cerebral".

Bola de cristal

Os cientistas usaram sua nova técnica para ler a mente de fumantes que estavam sentindo falta de nicotina.

O objetivo imediato é ajudar essas pessoas a lidarem com a abstinência, embora a técnica tenha inúmeras outras aplicações.

Os cientistas queriam descobrir quais regiões do cérebro, e quais redes neurais específicas, são responsáveis pela resistência ao vício da nicotina.

Os dados coletados pelas máquinas de ressonância magnética funcional (fMRI) foram analisados por técnicas de aprendizado de máquina que incorporam análises conhecidas como cadeias de Markov, que usam a história passada para prever estados futuros.

Ao medir as redes neurais ativas ao longo do tempo, durante os exames de fMRI, os algoritmos de aprendizagem de máquina foram capazes de antecipar mudanças na estrutura cognitiva dos voluntários.

Prevendo o estado mental

A capacidade de previsão alcançou um alto grau de precisão (90 por cento para alguns dos modelos testados) não apenas daquilo que as pessoas estavam vendo - vídeos relacionados ao seu vício - como também da reação que eles estavam tendo - resistência ou não ao vício.

"Nós detectamos se as pessoas estavam assistindo vídeos relativos ao cigarro e resistindo ao vício, entregando-se a ele, ou assistindo a vídeos que não estavam relacionados ao fumo," conta a Dra. Ariana Anderson, membro da equipe de leitura da mente.

Em essência, o algoritmo foi capaz de "prever" o estado mental dos participantes e seus processos de pensamento, de forma muito parecida com o que os mecanismos de busca ou os sistemas de digitação de mensagens dos celulares se antecipam e completam uma frase antes que o usuário termine de digitar.

Controlar o cérebro

Com um acerto de mais de 90%, os pesquisadores afirmam não se poder negar que, agora, eles estão realmente "lendo a mente" das pessoas.

A seguir, os neurocientistas vão usar essa aprendizagem de máquina em um contexto de biofeedback, mostrando leituras em tempo real do cérebro às pessoas, para fazer com que elas saibam quando estão experimentando os desejos e quão intensos são esses desejos, na esperança de treiná-los para controlar e reprimir sua dependência.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Memória de luz é construída com fibra óptica

A fotônica vem avançando rapidamente, prometendo revolucionar os computadores, com cálculos feitos à velocidade da luz.

Agora, pesquisadores descobriram uma nova forma de usar a luz para armazenar dados, usando microrressonadores, uma tecnologia emergente, mas baseada em materiais já fabricados industrialmente.

Misha Sumetsky e seus colegas descobriram como combinar as propriedades quânticas da luz com uma propriedade das fibras ópticas até agora inexplorada.

Em 2009, um grupo alemão descobriu como usar uma fibra óptica para armazenar luz e, por decorrência, dados.

A nova técnica produz o mesmo efeito, mas com uma abordagem diferente: os pesquisadores criaram zonas mais estreitas ao longo de uma fibra óptica.

Armazenar a luz

Os estreitamentos na fibra óptica confinam a luz ao fazê-la seguir uma rota em formato de parafuso, para frente e para trás, criando um microrressonador.

O principal feito do grupo foi desenvolver uma técnica que permite fabricar esses estreitamentos de forma rápida e eficiente.

Fabricar microrressonadores é uma espécie de "cálice sagrado" na busca pelos computadores ópticos, com a diferença de que o que se quer aqui é encontrar um mapa de uma rota que não deixe a luz escapar.

Armazenar a luz - fazer os fótons ficar dando voltas por um determinado tempo - não é algo fácil porque qualquer imperfeição no material pode significar perda da informação.

A palavra-chave para desvendar o mistério é "acoplamento evanescente", o mesmo fenômeno que permite que a luz caminhe pelo lado de fora de nanofios.

Salto quântico

Em uma fibra óptica normal, uma diferença de índice de refração entre o núcleo e o revestimento da fibra faz com que a luz viaje muitos quilômetros com pouquíssima perda de sinal.

Na fibra onde são feitos os estreitamentos, a luz encontra uma espécie de rampa à sua frente, o que a faz escapar, sendo capturada por outra fibra alinhada perpendicularmente à primeira.

Como as duas fibras estão muito próximas, e como a fibra original estreita-se para uma fração de sua dimensão original, uma parte da luz dá literalmente um salto quântico para a outra fibra.

Esse é o acoplamento evanescente, que permite que uma onda eletromagnética - a luz - acople as duas fibras.

Bits ópticos

Assim, em vez de viajar livremente ao longo da fibra, a luz fica circulando em volta da sua superfície, em círculos muito apertados.

Mesmo mantendo sua velocidade, como passa a fazer uma rota em parafuso, na prática a luz viaja ao longo do comprimento da fibra a uma fração da sua velocidade em uma fibra normal, sem os microrressonadores.

Cada microrressonador destes representa um bit de memória óptica.

Assim, o próximo passo da pesquisa, é testar uma série deles funcionando ao longo da mesma fibra, de forma controlada.

Plasmônica: em busca da computação à velocidade da luz

Circuitos elétricos se autoconsertam com metal líquido

Engenheiros da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, desenvolveram um mecanismo que permite que circuitos elétricos ou eletrônicos consertem fisicamente a si mesmos em caso de falha.

Os circuitos integrados, e os fios que os conectam, estão cada vez menores.

Não apenas o tempo, mas também a fadiga térmica, que leva a sucessivas ondas de expansão-contração, faz com que essas conexões metálicas trinquem, inutilizando todo o circuito e, muitas vezes, o equipamento inteiro.

"Em vez de ter que fabricar circuitos redundantes, ou construir um sistema de diagnóstico, este material foi projetado para cuidar sozinho do problema," diz o professor Jeffrey Moore, um dos idealizadores do sistema de autoconserto.

Restaurando a condutividade

A equipe havia anteriormente desenvolvido um sistema de autocicatrização que imita a pele humana, mas que funciona apenas para polímeros.

Agora eles conseguiram expandir a técnica para materiais condutores.

Os pesquisadores dispersaram cápsulas com tamanho médio de 10 micrômetros sobre os fios de um circuito eletrônico, que foi sendo gradativamente puxado, forçando a criação de uma trinca.

Conforme a trinca se propaga, as microcápsulas se quebram e liberam o metal líquido (uma solução com nanopartículas de índio e gálio) contido em seu interior. O metal preenche a fissura no circuito, restaurando a condutividade elétrica.

Esse conceito, de microcápsulas que se rompem, já é largamente utilizado em materiais autocicatrizantes, inclusive em metais que se curam sozinhos de arranhões, mas sempre com objetivos estruturais - o objetivo aqui é a restauração da condutividade.

A quebra do fio interrompeu o circuito por apenas alguns microssegundos, enquanto o metal líquido preenchia a falha.

Nos experimentos, 90% das amostras recuperaram 99% de sua capacidade de condução elétrica.

Aplicações elétricas

Embora os pesquisadores se refiram a aplicações de sua técnica em circuitos eletrônicos, as cápsulas são grandes demais para os circuitos integrados, cujos transistores e suas interconexões têm dimensões na escala dos nanômetros - 1.000 vezes menores do que as cápsulas usadas.

Mas o enfoque é interessante para circuitos elétricos propriamente ditos, como fiações em satélites artificiais, naves e sondas espaciais, aviões, ou mesmo em automóveis, onde uma interrupção pode ser catastrófica ou cara demais para ser consertada.

Os eletrodos de baterias são outro campo natural de aplicação da nova tecnologia.

Bio-bateria transforma papel velho em eletricidade

A Sony apresentou um protótipo de bateria alimentada por papel velho.

A tecnologia gera eletricidade transformando papel picado em açúcar, que por sua vez é utilizado como combustível para gerar eletricidade.

Se chegar ao mercado, a inovação pode permitir que as pessoas recarreguem seus equipamentos portáteis utilizando lixo.

A equipe que desenvolveu o projeto afirmou que as bio-baterias são ecologicamente corretas por não utilizarem produtos químicos nocivos e nem metais.

A novidade foi apresentada durante uma feira de produtos ecológicos.

Os técnicos da empresa convidaram as crianças que visitavam a feira para colocar pedaços de papel e papelão em um líquido composto de água e enzimas, e depois agitá-lo.

O equipamento foi ligado a um pequeno ventilador, que começou a girar alguns minutos mais tarde.

Biocélula

O processo funciona usando a enzima celulase para decompor os materiais em açúcar (glicose).

O açúcar se combina com o oxigênio e outras enzimas, ainda que retiram do material elétrons e íons de hidrogênio.

Os elétrons foram usados pela biocélula para gerar eletricidade. Ela gera ainda, como subprodutos, água e ácido gluconolactona, que é comumente usado em cosméticos.

Pesquisadores envolvidos no projeto compararam o mecanismo com o utilizado por formigas e cupins para digerir a madeira e transformá-la em energia.

Suco de papel

O projeto é uma modificação de uma bio-bateria já apresentada pela empresa em 2007, quando um Walkman foi alimentado por suco de frutas.

Bio-bateria gera energia a partir de açúcar

Desta vez, a empresa se restringiu a um pequeno ventilador, já que a energia demora um pouco a ser gerada, e também não dura muito.

"Claro, isto ainda está em fase muito inicial de desenvolvimento, mas quando você imagina as possibilidades que essa tecnologia poderia oferecer, torna-se muito emocionante, de fato," disse Yuichi Tokita, pesquisador da empresa.

O princípio de funcionamento desta bio-bateria é diferente de uma outra bateria de papel, criada por pesquisadores da Universidade de Stanford.

Fonte: BBC

LHC encontra sua primeira nova partícula

As equipes do LHC (Grande Colisor de Hádrons) não tinham motivo para se manifestar mais uma vez neste fim de ano.

Afinal, quando do adiamento de qualquer "decisão" sobre o bóson de Higgs para 2012, todas as desculpas e explicações já haviam sido dadas.

Mas a equipe do detector ATLAS decidiu anunciar a "primeira descoberta clara" de uma nova partícula, feita pelo maior experimento científico do mundo.

É um bóson, mas não é "aquele" bóson tão esperado.

Trata-se do chamado Chi-b (3P), um estado mais energético das partículas chi, já vistas em outros experimentos.

De fato, a Chi-b (3P) nunca havia sido observada antes, mas o achado não se distancia muito da redescoberta das partículas subatômicas fundamentais, feita quando o LHC ainda estava esquentando os motores.

Sem champanhe

Prevista pelo Modelo Padrão, lá estava a nova partícula, exatamente onde se esperava, formada por um quark beleza e um anti-quark beleza, devidamente ligados pela força nuclear forte.

O fato é que a nova partícula não vem acrescentar nada em termos de entendimento ou compreensão da "física-como-a-conhecemos" e, menos ainda, de alguma "eventual-nova-física".

Teria sido um achado digno de nota se tivesse sido feito por um laboratório menor, mas veio marcar um fim de ano sem nenhum gosto de festa para o maior laboratório científico do mundo.

O Bóson de Higgs e as outras "não descobertas" do LHC

Chi-b (3P)

A nova Chi-b (3P) é uma combinação de um quark beleza e seu anti-quark.

Tal como a muito mais famosa partícula de Higgs, a Chi-b (3P) também é um bóson.

Contudo, enquanto o bóson de Higgs não é formado por partículas menores, esta é fruto da combinação de duas partículas "pesadas", mantidas juntas pela mesma força que mantém coeso o núcleo atômico.

O artigo que descreve a descoberta ainda não foi aceito para publicação por nenhum periódico científico, tendo sido colocado no repositório arXiv.

Energia solar já atingiu nível de competitividade econômica

"Já é hora de parar de ver a energia solar como a boutique das fontes de energia."

Na verdade, ela nem mais deveria ser vista como uma fonte alternativa de energia, mas como "uma opção técnica e economicamente viável".

O recado contundente é do pesquisador Joshua Pearce, da Universidade Queens, no Canadá.

Pearce e seus colegas fizeram o levantamento mais criterioso já realizado até agora dos custos da energia solar.

E encontraram números que são muito diferentes dos que vêm sendo adotados na larga maioria dos estudos da área, na maioria das vezes sem critério e sem nenhum questionamento.

Custo da energia solar

"Historicamente, quando comparam a economia da energia solar e das fontes convencionais de energia, as pessoas têm sido muito conservadoras," diz o pesquisador, citando como "pessoas" os estudiosos que publicaram artigos científicos sobre o assunto.

O grupo de Pearce revisou todos esses estudos, publicados ao longo das últimas décadas, e descobriu que os números usados nas comparações de custos estão errados por uma larga margem.

Para descobrir o custo real da energia fotovoltaica é necessário considerar, além do custo dos painéis solares, os custos de instalação e de manutenção, o custo financeiro do investimento, a vida útil dos painéis e a potência efetiva que eles produzem ao longo do ano.

Coeficientes corretos

O primeiro erro encontrado foi na durabilidade dos painéis solares. "Com base nos últimos estudos de longo prazo, nós devemos fazer nossa análise econômica considerando um ciclo de vida de 30 anos, no mínimo," afirmou Pearce.

Além disso, a maioria das análises reproduz um dado que afirma que a produtividade dos painéis solares fotovoltaicos cai a uma taxa de 1% ao ano, quando o dado real, com base nos painéis disponíveis hoje no comércio, fica entre 0,1 e 0,2%.

Finalmente, as análises têm largas variações quanto ao custo por watt de eletricidade gerada, que é citado entre US$2 e US$10.

"O custo verdadeiro em 2011, para painéis solares disponíveis no mercado mundial, é de US$1," afirma Pearce, mesmo que os custos dos próprios painéis e da mão-de-obra para instalação variem largamente ao redor do mundo.

Competitiva

O estudo crítico refaz então os cálculos e conclui que a energia solar já está alcançou competitividade em várias partes do mundo.

Segundo os pesquisadores, os painéis solares já podem gerar uma eletricidade que é tão barata - em alguns lugares, mais barata - do que a energia que os consumidores compram hoje das concessionárias.

Isto sem atribuir um valor financeiro para os outros benefícios da energia solar, como a redução da poluição e a queda na emissão de carbono.

Bandagem com células vivas cria novos vasos sanguíneos

"Selo microvascular".

Este é nome de uma nova bandagem capaz de estimular e dirigir o crescimento de novos vasos sanguíneos na superfície de um tecido vivo.

O biomaterial contém células vivas, que fornecem fatores de crescimento para os tecidos danificados, seguindo um padrão pré-definido, traçado no próprio selo.

Depois de uma semana, o padrão desse selo biológico é "impresso" na forma de vasos sanguíneos.

Carimbo biológico

A nova bandagem será apresentada em um artigo científico agendado para publicação em Janeiro, como matéria de capa da revista técnica Advanced Materials.

O que mais impressionou neste novo recurso médico é que ele não se aplica apenas a ferimentos externos.

"Qualquer tipo de tecido que você queira reconstruir, incluindo ossos, músculos ou pele, é altamente vascularizado. Mas um dos maiores desafios na recriação de redes vasculares é como controlar o crescimento e o espaçamento dos novos vasos sanguíneos," explica do Dr. Rashid Bashir, da Universidade de Illinois.

Um desafio tão grande que ninguém havia conseguido fazer isso até agora, apesar de inúmeras tentativas de colocar fatores de crescimento diretamente nos curativos.

A nova bandagem deve seu sucesso à sua nova abordagem: uma espécie de carimbo, que libera os fatores de crescimento de forma mais sustentada e mais dirigida.

Revascularização

O selo microvascular tem cerca de 1 centímetro quadrado e é feito de camadas de um hidrogel à base de polietileno glicol, um material biocompatível aprovado para uso médico.

O outro material usado é o alginato metacrílico, uma substância comestível.

Os pesquisadores afirmam que a nova bandagem terá sobretudo uso interno, por exemplo, para a revascularização pós-cirúrgica, para a "normalização" dos vasos sanguíneos que alimentam um tumor, melhorando o rendimento da quimioterapia, e na liberação de artérias bloqueadas.

Tatuagem eletrônica monitora sinais vitais de pacientes

Corante natural obtido de liquens pode combater Mal de Alzheimer

Um corante vermelho extraído de liquens é usado há séculos para colorir roupas e até alimentos.

Agora, cientistas alemães descobriram que esse corante natural, chamado orceína, tem a capacidade de reduzir agregados tóxicos de proteínas que caracterizam o Mal de Alzheimer.

A orceína, juntamente com uma substância relacionada, chamada O4, ligam-se aos pequenos agregados de beta-amiloide que são considerados tóxicos e causadores das disfunções neurais e dos danos à memória que caracterizam o Alzheimer.

Placas não-tóxicas

O que a equipe liderada pelo Dr. Jan Bieschke, do Instituto Max Planck, descobriu agora é que a orceína e o O4 convertem os agregados de beta-amiloide em placas maiores e mais maduras.

E essas placas maiores não são tóxicas para o sistema nervoso.

Problemas no dobramento das proteínas são consideradas as principais causas não apenas do Alzheimer, mas também das doenças de Parkinson e Huntington.

As proteínas defeituosas acabam se acumulando em placas intra e extra-celulares.

Os pesquisadores assumem que essas pequenas placas são tóxicas para as células nervosas. Contudo, quando elas se aglomeram em placas maduras, bem maiores, esse efeito deixa de existir.

Corantes salvadores

A orceína é extraída de um líquen que cresce principalmente nas Ilhas Canárias, e é explorado há séculos para uso como corante.

Há alguns anos, o Dr. Erich Wanker, outro membro da equipe, descobriu que um composto químico natural encontrado no chá verde, chamado EGCG (Epigalocatequina-3-galato), é capaz de desativar a toxicidade dos aglomerados de proteínas.

Com a orceína e o O4, eles agora descobriram um outro mecanismo que, em vez de destruir as placas, faz com que elas se aglomerem, perdendo a toxicidade.

Outros pesquisadores já estão testando um outro corante, chamado azul de metileno, com o mesmo objetivo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal: Dicas de segurança para pagamentos em lojas virtuais e físicas

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou na última segunda-feira (19/12) um conjunto de dicas sobre como comprar com segurança. O momento é propício: as semanas que antecedem o Natal são as mais movimentadas do comércio e, por isso, muitos optam por transações online, que, se mal realizadas, causam grandes problemas.

Em relação ao e-commerce, várias das sugestões são semelhantes às do Procon de São Paulo, como a troca periódica de senhas e a atualização dos softwares do computador – do antivírus ao navegador. Outras, ainda não comentadas, também são válidas: o usuário não deve abrir arquivos de origem suspeita, deve suspeitar de e-mails cujo remetente não conheça e a Internet só pode ser acessada a partir de um provedor de confiança.

As dicas mais valiosas são as que fazem referência às instituições financeiras. O internauta precisa acompanhar quase que diariamente sua conta bancária, a fim de descobrir movimentações irregulares tão logos elas ocorram. Qualquer problema, o banco deve ser contatado rapidamente.

A recomendação, inclusive, é que, no caso de dúvida, o usuário ligue diretamente para a empresa. “Prevenção é a melhor forma de segurança”, diz o documento.

Cartões

Para as compras feitas em lojas físicas, a FEBRABAN também sugere atenção. Antes de mais nada, é preciso ter cuidados básicos com o cartão: não o empreste para ninguém e não permita que desconhecidos o examinem; não o exponha a campos magnéticos (rádio, celular, alarmes) e calor, e não esqueça de assinar o cartão de garantia.

Se o usuário não tiver decorado a senha, deve anotá-la em um lugar seguro, jamais no próprio cartão – e se colocar no celular, evite nomes óbvios como “senha do cartão”. Em caso de perda ou roubo, a companhia responsável deve ser comunicada imediatamente.

Leia mais: O seu celular já pode substituir o cartão de crédito?

Ao pagar, o usuário deve tomar cuidado para não deixar o cartão longe de seu controle em nenhum momento, e evitar que, quando digitar o código, alguém o observe. Quando a transação for concluída, deve atentar para o comprovante de pagamento, principalmente se tiver de assiná-lo, e verificar se o cartão devolvido é o seu de fato.

Por fim, em viagens, se for sair do hotel e não precisar utilizá-lo, guarde-o em local seguro, preferencialmente no cofre do quarto.

Fonte: IDG Now!

Grandes navios voltam no tempo para ficarem mais verdes

Os gigantescos navios de carga do futuro poderão voltar no tempo - ao menos em termos de aparência.

Logo, logo, os capitães de petroleiros, graneleiros, conteineiros, e mesmo transatlânticos, poderão imitar seus antepassados, gritando "Içar velas!" para seus marujos.

E não serão velas quaisquer, mas velas recobertas de painéis solares flexíveis.

Alguns modelos de navios poderão até mesmo navegar sobre colchões de ar.

Tudo em nome da maior eficiência, menor gasto de combustível e menor nível de poluentes emitidos pelos navios.

Poluição dos navios

O transporte transoceânico não chama muito a atenção por estar quase sempre longe das pessoas.

Mas a frota mundial de navios emite poluição equivalente à metade da frota de carros, e superior à poluição de todos os aviões do mundo.

Até agora, a preocupação dos fabricantes de navios vinha sendo unicamente aumentar sua capacidade de carga.

Mas os preços dos combustíveis e o controle da poluição estão mudando as coisas.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, por exemplo, quer proibir navios poluidores de navegar em regiões costeiras.

E a Organização Marítima Internacional anunciou novas regras que estabelecem que os navios deverão melhorar seu consumo de combustível e diminuir sua emissão de poluentes entre 25 e 30% até 2030.

Velas e colchões de ar

"As empresas mineradoras afirmam que cerca de 90% do custo de uma tonelada de minério de ferro corresponde ao combustível gasto para transportá-la," exemplifica Robert Dane, da empresa australiana Solar Sailor.

O empresário, que já fabrica pequenos barcos híbridos, movidos por motores diesel e elétricos, estes abastecidos por energia solar, acredita que um navio cargueiro possa economizar 20% de combustível usando velas recobertas por células solares.

A empresa japonesa Eco Marine também defende a mesma proposta, e promete testar seus primeiros protótipos já no ano que vem.

A holandesa DK não está se preocupando com o vento ou com o Sol, mas com a própria água.

A ideia é navegar mais suavemente, com menos atrito, injetando ar ao redor da parte submersa do casco do navio.

A empresa já testou um protótipo do seu "sistema de cavitação" soltando o ar por um furo no caso de um barco, que passa a navegar sobre um "colchão de bolhas".

Viagem mais demorada

Enquanto a tecnologia não chega, as empresas de transporte marítimo estão adotando uma alternativa mais low-tech, também mais compatível com a nova tendência do visual retrô de grandes navios com velas.

A ideia é reduzir a velocidade dos grandes navios para menos da metade.

A gigante Maersk, por exemplo, anunciou ter reduzido o consumo de combustível em 30% fazendo seus cargueiros navegarem a 12 nós, em vez dos 46 nós de aceleração total (46 km/h).

Ou seja, além das aparências dos navios, o saudosismo dos marinheiros também poderá ser afagado com viagens mais demoradas.

Metamateriais mudam antenas de satélites depois de décadas

Os metamateriais não servem apenas para criar mantos da invisibilidade.

Eles se mostraram excelentes também para a construção de uma nova geração de antenas que os satélites artificiais usam para transmitir seus dados do espaço para a terra.

Segundo engenheiros da Universidade da Pensilvânia e da empresa Lockheed Martin, as antenas de metamateriais são mais leves, barateando o custo de enviar os satélites ao espaço.

Como elas são mais eficientes, consomem menos energia, permitindo a redução do tamanho das baterias e dos painéis solares, reduzindo assim o tamanho total dos satélites de comunicação.

Antenas para satélites

"Nós desenvolvemos ferramentas de otimização de projeto que podem ser empregadas para atender às exigências de dispositivos reais," afirma o professor Douglas Werner.

"Podemos otimizar o metamaterial para obter o melhor desempenho do dispositivo, adaptando as suas propriedades ao longo de uma largura de banda para atender às necessidades específicas da antena tipo corneta," explica o pesquisador.

Embora os mantos da invisibilidade atraiam a atenção do público, os metamateriais até agora vinham-se mostrando mais como uma curiosidade científica, ainda longe de qualquer aplicação prática.

Mas parece que eles resolveram fazer uma estreia no mundo real em grande estilo.

As antenas do tipo corneta fazem parte dos satélites de comunicação que distribuem sinais de televisão e de rádio, chamadas telefônicas e transmissões de dados.

Os satélites usam principalmente duas bandas de micro-ondas: a banda C, para rádio de longa distância e telecomunicações, e a banda Ku, para as transmissões de TV.

Décadas sem melhorias

"As antenas atuais têm um desempenho adequado, mas tiveram poucas modificações ao longo das últimas décadas, exceto por avanços em técnicas de modelagem mais avançadas," diz Erik Lier, membro da equipe.

O uso dos metamateriais está mudando isto, criando uma nova geração de antenas espaciais.

Os metamateriais derivam suas propriedades incomuns de sua estrutura, e não de sua composição, e possuem propriedades exóticas geralmente não encontradas na natureza.

Os engenheiros ainda estão começando a explorar essas propriedades, sendo a criação de melhores antenas para satélites uma das primeiras implementações práticas dos metamateriais eletromagnéticos.

Eletrônica impressa faz circuitos que esticam até 60%

Engenheiros do Laboratório Berkeley, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova abordagem para a construção de circuitos eletrônicos flexíveis.

A técnica, barata de ser aplicada, baseia-se em duas tendências claras para a eletrônica do futuro: a eletrônica orgânica, baseada em plásticos, e a impressão de componentes eletrônicos.

Usando uma tinta eletrônica - uma solução de nanotubos de carbono enriquecida, formada basicamente por tubos semicondutores - os pesquisadores imprimiram redes de transistores de película com propriedades elétricas excepcionais, superando largamente os transistores puramente orgânicos demonstrados até agora.

E tudo sobre uma "placa-mãe" totalmente flexível.

Pele artificial

Para demonstrar o funcionamento da técnica, Ali Javey e seus colegas construíram uma pele artificial eletrônica, capaz de detectar e responder ao toque.

A equipe do Dr. Javey já havia demonstrado as possibilidades e as utilidades de uma pele eletrônica, tanto em robôs quanto em humanos - mas então eles usavam nanofios.

Agora eles simplificaram a técnica de fabricação, usando soluções líquidas que podem ser aplicadas por impressão.

"Esta tecnologia, em combinação com a impressão jato de tinta, permitirá a fabricação dos equipamentos eletrônicos do futuro, flexíveis e esticáveis, sem precisar da litografia," afirma Javey, referindo-se ao caro e complicado processo óptico usado atualmente para a fabricação de chips.

"Esticabilidade" controlável

Ao contrário da maioria das demonstrações tecnológicas em escala de laboratório, que trabalham com protótipos pequenos, o grupo demonstrou sua nova técnica em um circuito eletrônico totalmente funcional com 56 centímetros quadrados.

O circuito flexível pode ser esticado em até 60% da sua dimensão original, sem perder a funcionalidade.

Como essa flexibilidade é controlável no momento da fabricação, se não for necessário espichar tanto o circuito, ele pode ser fabricado mais denso, com maior número de transistores por área.

O feito ressalta a importância de um outro feito recente, quando uma outra equipe desenvolveu uma técnica para separar nanotubos metálicos de nanotubos semicondutores.

Quando são fabricados, os nanotubos saem com os dois "sabores" misturados, mas apenas os nanotubos semicondutores são adequados para a fabricação de transistores de alto desempenho.

Agora e no futuro

Entre as aplicações possíveis dos circuitos eletrônicos flexíveis, no nível de desenvolvimento em que eles estão, estão revestimentos para monitorar trincas e outras falhas estruturais em materiais de diversos tipos, bandagens médicas para tratar infecções e embalagens inteligentes para detectar deterioração dos produtos.

No futuro, os pesquisadores esperam atingir funcionalidades suficientes para que telas, computadores e celulares também possam ser dobrados e esticados.

Gordura boa é usada pelo sistema imunológico

Desde que descobriram os mecanismos de formação da gordura marrom, há pouco mais de três anos, os cientistas vinham considerando que essa gordura boa era controlada somente pelo cérebro.

Mas estudos realizados na Universidade da Califórnia (EUA) revelaram que ela tem tudo a ver com o nosso passado evolucionário.

A queima de calorias pela gordura marrom não apenas está associada ao sistema imunológico, como também representa um mecanismo eficiente para manter o corpo aquecido, uma espécie de reserva de calor para momentos de frio.

Calor para o corpo

Células da chamada gordura marrom são equipadas com grandes quantidades de mitocôndrias, organelas que usam oxigênio para queimar açúcar da dieta e produzir calor.

A gordura branca, por sua vez, a "gordura ruim", armazena tal energia, como gordura mesmo, causando o aumento de peso.

Em resposta ao frio, descobriram agora os cientistas, células do sistema imunológico, conhecidas como macrófagos, acionam a gordura marrom, induzindo-a a queimar energia para gerar calor para o corpo.

Controle da gordura marrom

É uma completa novidade o fato de que os macrófagos desempenhem um papel no metabolismo - seu papel era considerado como sendo unicamente o de combater invasores.

O controle da gordura marrom pelo cérebro já era um processo melhor compreendido.

Monitorando a temperatura corporal, o cérebro envia sinais para que o corpo queime calorias, quebrando moléculas da gordura branca, conhecidas como triglicérides, e liberando-as na corrente sanguínea.

Esses ácidos graxos circulando pelo sangue são então capturados pela gordura marrom, que os queima para produzir calor.

O novo estudo revelou que os macrófagos fazem isto diretamente, produzindo uma enzima conhecida como norepinefrina, que libera as moléculas de gordura branca na corrente sanguínea.

Interessado em usar o mecanismo para combater o sobrepeso e a obesidade, o Dr. Ajay Chawla afirma que "talvez nós possamos modular esse programa para melhorá-lo, de forma a acelerar o metabolismo".

Nova tecnologia de desinfecção limpa de hospitais a navios

Cientistas canadenses desenvolveram uma nova técnica que promete alterar radicalmente a forma como são desinfetados hospitais, hotéis, prédios públicos e... até navios.

"Este é o futuro, porque muitas mortes em hospitais podem ser evitadas com melhores técnicas de limpeza e desinfecção," afirma o Dr. Dick Zoutman, da Universidade de Queens.

A nova tecnologia envolve a aspersão de um vapor especial, fácil de fabricar e de baixo custo, no interior do ambiente a ser esterilizado - e esperar cerca de uma hora para que as bactérias e outros patógenos sejam exterminados.

Esterilização a vapor

A limpeza a vapor usa uma mistura de ozônio e peróxido de hidrogênio, imitando o que a própria natureza faz em nosso corpo para eliminar bactérias.

Quando um anticorpo ataca um germe, ele gera ozônio e uma quantidade muito pequena de peróxido de hidrogênio, gerando um composto altamente reativo que é letal para bactérias, vírus e fungos.

Já existem outras tecnologias de desinfecção que usam o bombeamento de um gás no interior do ambiente, mas o novo método é o primeiro a alcançar um nível de esterilização equivalente à realizada em instrumentos cirúrgicos.

Ela também deixa um agradável odor no ambiente e não danifica os equipamentos médicos, facilitando a aplicação ao dispensar que todos os equipamentos sejam "plastificados" antes do procedimento.

Ácaros em colchões

O Dr. Zoutmam afirma que a tecnologia também poderá ser usada em cozinhas, restaurantes, fábricas e em navios de cruzeiro, que frequentemente sofrem de surtos de infecção por bactérias e norovírus.

A grande vantagem é que tudo na sala fica desinfetado, incluindo piso, paredes, teto e móveis, incluindo todas as suas reentrâncias - até ácaros em colchões foram mortos.

Neurotransmissor pode explicar perda de memória no Alzheimer

Pesquisadores descobriram um composto químico no cérebro que pode explicar a perda de memória associada à doença de Alzheimer.

Zafar Bashir e seus colegas descobriram que a acetilcolina pode enfraquecer conexões sinápticas entre os neurônios em uma região cerebral importante para a formação de memórias de longo prazo.

A acetilcolina é um neurotransmissor que liberado no cérebro, e tem um importante papel no funcionamento das atividades cerebrais normais, como sono, atenção, aprendizado e memória.

Até agora, no entanto, os mecanismos pelos quais esse transmissor controla tais processos permanecem pouco conhecidos.

Cascata molecular

Os pesquisadores mostraram como a acetilcolina controla a comunicação entre os neurônios localizados no córtex pré-frontal.

Isso é importante para entender como processos cognitivos complexos são controlados nessa importante área do cérebro.

Quando a acetilcolina é liberada, ela se liga a receptores específicos e inicia uma cascata molecular que desencadeia alterações fisiológicas na maneira como os neurônios corticais pré-frontais se conectam entre si.

A descoberta sugere que um enfraquecimento persistente das conexões sinápticas entre neurônios, induzido pela liberação de acetilcolina no córtex pré-frontal, pode ser subjacente à formação de novas memórias associativas.

Plasticidade sináptica

Os autores especulam que as deficiências de memória associadas à demência causada pelo Alzheimer podem resultar, em parte, da perda de plasticidade sináptica no córtex pré-frontal relacionada à depleção de acetilcolina do cérebro causada pela doença.

Douglas Caruana, responsável pelos experimentos, afirmou que interrupções na sinalização colinérgica do córtex pré-frontal são conhecidas por afetar a forma como o cérebro codifica associações duradouras entre objetos e lugares.

"A depleção de certos níveis de acetilcolina no cérebro é uma característica clássica da demência de Alzheimer", disse.

Segundo Bashir, os inibidores de acetilcolinesterase são amplamente utilizados como medicação para o tratamento de indivíduos com demência de Alzheimer.

"O aprimoramento de plasticidade sináptica por inibição de acetilcolinesterase que nós demonstramos nesse estudo pode ser um caminho para que essas drogas tenham eficácia clínica", declarou.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Estado quântico escuro melhora células solares em 44%

A correção de uma teoria pode significar que a eficiência máxima das células solares é maior do que se pensava.

Os cientistas descobriram que é possível dobrar o número de elétrons coletados a partir de um único fóton da luz solar que atinge um material semicondutor.

Esse material semicondutor é usado nas chamadas células solares orgânicas.

Além de serem feitas à base de materiais plásticos flexíveis, as células solares orgânicas são muito mais baratas de se fabricar, embora sejam menos eficientes.

"Nossa descoberta abre o caminho para um enfoque totalmente novo na conversão da energia solar, levando a eficiências muito mais altas," afirma Xiaoyang Zhu, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Eficiência máxima das células solares

A eficiência teórica máxima de uma célula solar comum é de aproximadamente 40%, por causa principalmente dos chamados "elétrons quentes", que têm energia demais para serem capturados, e acabam se transformando em calor.

Célula solar de silício atinge 36.9% de eficiência real

Se fosse possível capturar os elétrons quentes, esse máximo teórico poderia subir para até 66%.

Em 2010, Zhu e sua equipe descobriram como capturar esses elétrons usando nanocristais, embora não tenham ainda conseguido viabilizar a tecnologia em larga escala.

Nanocristais criam células solares de alta eficiência

Agora eles descobriram uma alternativa, com a vantagem de empregar as muito mais baratas células solares orgânicas.

Estado quântico escuro

O grupo descobriu que, em um material chamado pentaceno, um fóton produz um estado quântico escuro, chamado de "estado sombra", a partir do qual é possível capturar, de forma eficiente, não um, mas dois elétrons.

O mecanismo pode elevar a eficiência das células solares orgânicas em 44%, sem a necessidade de usar concentradores solares.

Quando um fóton atinge a molécula de pentaceno, ele cria um exciton, um par elétron-lacuna com um nível mais elevado de energia.

O exciton é quanticamente acoplado com o "estado sombra", chamado multiexciton.

Esse estado escuro é uma fonte eficiente para a transferência de dois elétrons para um material receptor de elétrons, como um fulereno C60, usado pelos pesquisadores neste experimento.

Microrrobôs com andar vibrante agem socialmente

Cada vez mais cientistas estão se ocupando em criar robôs que sejam baratos e práticos, viáveis para uso de pesquisadores, educadores, estudantes e entusiastas.

Agora foi a vez da equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, apresentar os seus minúsculos Kilobots.

O nome Kilobot expressa o projeto dos cientistas em criar um enxame de 1.000 robôs rapidamente e a baixo custo.

Andar vibrante

Quem vê essas minúsculas maquininhas, apoiadas em quatro "pernas" metálicas, não consegue imaginar sua capacidade de movimentação.

Em vez de complicados mecanismos para movimentar as pernas, Radhika Nagpal e seus colegas adotaram uma solução muito mais simples: as pernas vibram de forma perfeitamente controlada.

O movimento é tão preciso que os Kilobots podem andar sobre linhas, fazer curvas e até girar sobre o próprio eixo.

Durante a demonstração, 25 Kilobots demonstraram suas habilidades de trabalho em conjunto, cumprindo tarefas como siga o líder, controle de formação e sincronização de movimentos.

Uma vez acionados, recebendo as instruções de comando via rádio, os robôs são totalmente autônomos.

Robôs sociais

Inspirados na natureza, os micro-robôs lembram insetos sociais, como formigas e abelhas, que podem localizar fontes de alimentos em ambientes grandes e complexos, transportar grandes objetos coletivamente e coordenar a execução de tarefas complicadas demais para um único robô - como construir uma colmeia ou cupinzeiro.

Mas criar os programas de computador necessários para implementar esse comportamento coletivo em robôs é outro desafio.

A maior dificuldade é que os pesquisadores não conseguem testar seus programas na prática, porque é complicado e caro demais construir e operar uma equipe de robôs - além dos próprios robôs, o palco de operações está longe de ser algo trivial.

Por isso, esses sistemas de inteligência artificial geralmente são testados em simuladores, sem uma garantia real de que eles funcionarão na prática, cujos detalhes dificilmente são inteiramente incluídos nos simuladores.

Robôs polinizadores

Com os Kilobots, um único pesquisador pode monitorar um enxame inteiro de robôs em ação coletiva em cima de uma mesa.

Depois de verificada sua eficiência, o programa pode ser usado para controlar robôs de qualquer tamanho.

Além de operações de busca e salvamento, construir espaçoportos lunares e até casas na Lua, os cientistas acreditam que microrrobôs atuando coletivamente poderão ajudar até mesmo na polinização de plantações, elevando a produtividade da agricultura.

Cientistas propõem um robô por aluno

Pneus ficam mais verdes e mais doces

Você gostaria de usar um pneu verde em seu carro?

Mas não se preocupe com a estética, uma vez que o verde refere-se a ambientalmente correto.

A Goodyear e a Michelin uniram-se com empresas do setor de biotecnologia para desenvolver novas matérias-primas para pneus - matérias-primas que sejam totalmente renováveis.

E a escolha está recaindo sobre o açúcar - logo, os pneus ambientalmente corretos serão não apenas verdes, mas também doces.

Os primeiros protótipos desses "bio-pneus" já estão prontos e em testes, embora as empresas afirmem que ainda levará de 3 a 5 anos para que eles cheguem ao mercado.

Bio-isopreno

A principal matéria-prima para os pneus é o petróleo, embora utilize-se também a borracha natural, que é renovável - gasta-se cerca de 30 litros de petróleo para fabricar um pneu de um carro médio.

A Genencor, empresa de biotecnologia parceira do projeto, desenvolveu micróbios que imitam o processo natural que a seringueira usa para produzir o látex.

Esses micróbios usam como matéria-prima o açúcar comum, produzindo um composto químico chamado isopreno, hoje um derivado do petróleo.

Trocando alimentos por pneus

A notícia não é boa para o mercado de etanol no Brasil.

As usinas geralmente optam por fabricar açúcar em vez de álcool por ser o açúcar uma commoditie internacional, cotada em dólar, enquanto o etanol tem um mercado predominantemente doméstico.

Uma maior demanda por açúcar deverá exercer uma pressão de alta no mercado internacional do produto, reforçando a necessidade do desenvolvimento do chamado biocombustível de segunda geração.

A iniciativa das empresas também deverá encontrar resistência por competir com os produtos alimentícios.

Enquanto, no Brasil, o etanol compete com o açúcar, nos Estados Unidos o biocombustível é feito sobretudo à base de milho.

Câmeras com retina artificial capturam imagens sem distorções

Pesquisadores norte-americanos apresentaram o primeiro sensor hemisférico para câmeras digitais e, no futuro, também para implantes em seres humanos.

O sensor curvilíneo elimina as distorções ópticas e as aberrações associadas com os sensores planos convencionais, os chamados CCDs.

A indústria nunca estranhou os sensores planos porque já estava acostumada com os velhos filmes, que também se tornavam superfícies planas ao se desenrolarem para produzir cada foto.

Mas isso sempre teve um elevado custo em termos de correção das distorções ópticas - basta lembrar que o sensor óptico do olho humano, a retina, é uma superfície côncava.

Plano sobre curva

O novo sensor é fruto da cooperação de uma equipe da Universidade de Illinois, que desenvolveu um conceito de uma câmera similar ao olho humano, e um grupo da Universidade Northwestern, que desenvolveu circuitos integrados superflexíveis.

O principal melhoramento é que agora é possível fabricar os componentes optoeletrônicos de silício, assim como as interconexões deformáveis, diretamente sobre a superfície côncava, mas usando as mesmas técnicas usadas nos materiais planos.

Este era o elo que faltava para que a tecnologia pudesse passar para a fase de desenvolvimento em escala industrial.

Retina artificial

Além de câmeras mais precisas, sem distorções e sem aberrações, o novo sensor pode se transformar em uma retina artificial implantável, algo impossível de se fazer com sensores planos e rígidos, como os usados nas câmeras digitais.

Os pesquisadores colocam essa possibilidade em termos mais genéricos, afirmando que "o sensor curvilíneo pode oferecer oportunidades para novas classes de sistemas de imagens nos quais a otimização do projeto envolve não apenas a configuração das lentes, mas também a geometria dos detectores."

Olho biônico com retina artificial está pronto para ser implantado

Segurança da Internet pode passar do IP para o conteúdo

Um pesquisador brasileiro faz parte de um grupo que está propondo mudar o modelo de segurança da internet.

"O que estamos propondo é que a segurança deixe de ser baseada no endereço de IP [Internet Protocol] e passe a ser balizada pelo conteúdo," explica Walter Wong, que dividiu seu trabalho entre a Unicamp e a Universidade de Helsinque, na Finlândia.

Segundo Walter, quando a internet foi criada, seus idealizadores não podiam imaginar no que ela se transformaria.

A segurança não era exatamente a principal preocupação na época, dado que a proposta inicial era ligar fisicamente pontos distantes para promover a transferência de bits - e esses bits eram basicamente textos ou números associados a experimentos científicos.

Com o passar do tempo, porém, as pessoas passaram a utilizar a rede para uma série de atividades, como gerar e consumir conteúdos, fazer compras, pagar contas, assistir filmes etc.

"Ou seja, hoje temos uma nave espacial funcionando sobre uma base simples", compara Walter.

Servidores móveis

O grande problema relativo à segurança da Web, segundo ele, é que o seu princípio está baseado no IP, que é representado por um número. Este, além de identificar o endereço, identifica também o usuário ou provedor.

É aí que surge um imbróglio, cita o engenheiro da computação: "Quando a internet foi criada, isso fazia sentido, porque as máquinas eram imensas e dificilmente seriam transferidas de lugar. Hoje, porém, nós temos notebooks, celulares e tablets que nos proporcionam mobilidade. Ou seja, não é razoável identificar um host (servidor de informações) pelo seu endereço físico, visto que ele pode se deslocar para qualquer lugar do mundo", explica.

Ademais, continua Walter, quando uma pessoa se conecta à rede para fazer uma compra num determinado site, por exemplo, ela não faz ideia de onde o provedor dessa empresa está de fato localizado.

"Trata-se de uma relação de confiança. Entretanto, essa confiança poderia ser ampliada se a arquitetura da internet permitisse basear a segurança no conteúdo e não no endereço IP", reforça.

Para chegar à sua proposta, Walter teve que trabalhar com o desenvolvimento de softwares e algoritmos específicos.

A ideia central foi estabelecer um mecanismo de autenticação de dados eficiente e explícito, de forma independente do host de onde os conteúdos foram obtidos.

Rede orientada a conteúdos

Em termos simples, no novo modelo proposto por Walter, a rede física também passa a ser orientada a conteúdos.

Assim, a pessoa que se conectar à internet para, por exemplo, assistir um vídeo no Youtube, não precisará mais se preocupar se o servidor está nos Estados Unidos, na China ou Brasil.

"As credenciais estarão vinculadas ao próprio conteúdo. Nesse caso, o usuário poderá até mesmo baixar algo vindo de um servidor inseguro ou suspeito, pois terá certeza de que o conteúdo é original e seguro", afirma o engenheiro da computação.

Internet do futuro

Atualmente, informa Walter, diversos grupos estão envolvidos em pesquisas relacionadas à "Internet do Futuro".

A Internet está se auto-organizando em um metacomputador global

Os estudos nessa área estão divididos em basicamente duas correntes.

Uma delas trabalha com a perspectiva da evolução da Internet atual, que incorporaria as "mutações" necessárias para que a rede mundial se adapte aos novos tempos.

A outra pretende partir do zero para propor uma nova arquitetura para a rede. É nesta que o trabalho de Walter está inserido.

No Brasil, além da Unicamp, há grupos de São Paulo e do Rio de Janeiro envolvidos com o tema.

Questionado sobre como imagina que será a migração da internet do presente para a internet do futuro, o pesquisador diz acreditar que esse processo não deverá ser traumático, mas também não será absolutamente tranquilo.

Ele lembra que essa passagem dependerá de diversos fatores, entre eles o econômico e o político: "Do ponto de vista do usuário comum, porém, não deve haver maiores problemas. Na prática, isso não afetará a vida dele, a não ser lhe proporcionando mais segurança para suas atividades virtuais".