As equipes do LHC (Grande Colisor de Hádrons) não tinham motivo para se manifestar mais uma vez neste fim de ano.
Afinal, quando do adiamento de qualquer "decisão" sobre o bóson de Higgs para 2012, todas as desculpas e explicações já haviam sido dadas.
Mas a equipe do detector ATLAS decidiu anunciar a "primeira descoberta clara" de uma nova partícula, feita pelo maior experimento científico do mundo.
É um bóson, mas não é "aquele" bóson tão esperado.
Trata-se do chamado Chi-b (3P), um estado mais energético das partículas chi, já vistas em outros experimentos.
De fato, a Chi-b (3P) nunca havia sido observada antes, mas o achado não se distancia muito da redescoberta das partículas subatômicas fundamentais, feita quando o LHC ainda estava esquentando os motores.
Sem champanhe
Prevista pelo Modelo Padrão, lá estava a nova partícula, exatamente onde se esperava, formada por um quark beleza e um anti-quark beleza, devidamente ligados pela força nuclear forte.
O fato é que a nova partícula não vem acrescentar nada em termos de entendimento ou compreensão da "física-como-a-conhecemos" e, menos ainda, de alguma "eventual-nova-física".
Teria sido um achado digno de nota se tivesse sido feito por um laboratório menor, mas veio marcar um fim de ano sem nenhum gosto de festa para o maior laboratório científico do mundo.
O Bóson de Higgs e as outras "não descobertas" do LHC
Chi-b (3P)
A nova Chi-b (3P) é uma combinação de um quark beleza e seu anti-quark.
Tal como a muito mais famosa partícula de Higgs, a Chi-b (3P) também é um bóson.
Contudo, enquanto o bóson de Higgs não é formado por partículas menores, esta é fruto da combinação de duas partículas "pesadas", mantidas juntas pela mesma força que mantém coeso o núcleo atômico.
O artigo que descreve a descoberta ainda não foi aceito para publicação por nenhum periódico científico, tendo sido colocado no repositório arXiv.
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