Entre as aplicações possíveis do dispositivo estão a dosagem de reagentes em indústrias químicas e o acionamento de Lab-on-a-Chip (laboratório em um chip), microlaboratórios do tamanho de um chip que podem permitir resultados de exames clínicos mais rápidos.
O grande desafio da pesquisa, segundo a autora Camila Campos, foi substituir a microbomba pneumática anteriormente desenvolvida na Unicamp por outra que tivesse autonomia, facilitando sua adaptação a diferentes aplicações.
Além de permitir a miniaturização da bomba, a atuação magnética é uma técnica mais eficiente e de baixo custo.
Com isto, a microbomba ganha em portabilidade, o que não seria possível em sistemas dependentes de ar comprimido, como a microbomba pneumática.
Bomba miniaturizada
Qualquer área que precise de escala de microlitros pode se beneficiar da microbomba de membrana.
"Virtualmente, a microbomba desenvolvida pode ser aplicada em qualquer lab-on-a-chip no qual haja a demanda por transporte de fluxo em volumes da ordem de microlitros por minuto," acrescenta Camila.
A microbomba também será útil em equipamentos de laboratório, como na injeção de amostras em colunas de eletroforese capilar ou microcromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).
Para Camila, a pesquisa, como quase tudo na área de microfabricação, abre portas para o desenvolvimento futuro de sistemas de análises mais baratos, mais portáteis e mais ágeis.
Isso, de acordo com a autora, significa a possibilidade de exames médicos mais baratos, fiscalizações mais eficientes e análises químicas mais fáceis e rápidas.
"A bomba por si só é apenas uma parte desse processo, mas quando se pensa em sistemas microfluídicos mais complexos, microbombas e microválvulas são elementos essenciais. Por isso, a eficiência, o custo e a qualidade desses elementos refletem diretamente nas características do dispositivo final," acrescenta.
Importância internacional
De acordo com o orientador do trabalho, Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, o resultado representa um avanço na área de estudos relacionados a microbombas desenvolvidos em diversos países.
"Com os grandes investimentos em projetos de desenvolvimento de sistemas de nanotecnologia, abre-se possibilidade de desenvolver microbombas à base de material acessível, como plástico e polímeros de baixo custo", declara Nóbrega.
A técnica de fabricação de dispositivos miniaturizados de fluidos, que permitiu desenvolver os protótipos de Camila, também é brasileira e foi desenvolvida na Unicamp pelo professor Luís Otávio Saraiva Ferreira, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.
Fonte: Jornal da Unicamp
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