segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Robôs piscantes lançarão novas luzes sobre os oceanos

Já existem robôs submarinos em todos os oceanos da Terra, mas eles ainda estão muito longe do necessário para a exploração desta que representa a última fronteira do nosso planeta.

Os robôs submarinos não existem em maior número basicamente porque eles são caros. E não basta lançá-los ao mar: é necessário monitorá-los constantemente, o que exige uma enorme logística, incluindo navios e redes de comunicação via satélite.

O Dr. Deisdre Meldrum e seus colegas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acreditam ter encontrado a solução para essa deficiência.

Eles estão criando pequenos robôs submarinos esféricos, batizados de "SensorBots", por serem dotados de vários sensores, capazes de registrar dados biológicos, geológicos, físicos e químicos.

Dos minerais à vida

Fruto de mais de 10 anos de trabalho, a nova plataforma robótica é resultado do trabalho de engenheiros eletricistas, mecânicos, químicos e biológicos, além de pesquisadores das áreas de física, química, ciência da computação e ciência dos materiais.

Os pesquisadores pretendem usar os robôs submarinos esféricos para estudar da concentração de minerais e da composição de gases, até a dinâmica da vida marinha, o que incluirá a análise dos chamados extremófilos, organismos que vivem em ambientes normalmente considerados inadequados para a vida.

Isto exigirá uma infra-estrutura mais complexa, mas os SensorBots representam o primeiro passo, levando consigo os sensores que farão as diversas medições.

Comunicação por luz

Para simplificar seu projeto, os robôs esféricos individuais não possuem esquemas de transmissão por rádio e nem de comunicação via satélite.

Os sinais lidos pelos sensores são transformados em brilhantes flashes de luz azul, criando uma espécie de código Morse. Além de transmitir os dados, esses flashes permitem que os robôs operam de forma cooperativa, criando uma rede de sensores.

Uma câmera de alta velocidade captura os sinais dos SensorBots lançados em uma determinada área. Esses sinais podem então ser decodificados para a interpretação das leituras. Apenas a central onde a câmera está instalada possui a capacidade de comunicação, para transferência dos dados de todo o enxame sob sua coordenação.

Enxames de robôs

O objetivo é que os robôs esféricos funcionem como grupos autônomos ou semi-autônomos - movendo-se por controle remoto, por exemplo - em uma formação 3D capaz de cobrir grandes volumes do oceano.

Esses enxames de sensores poderão operar em ambientes inóspitos e complexos.

Com sistemas adequados de microanálise, os robôs submarinos poderão realizar análises genômicas de comunidades microbianas, bem como observar uma ampla variedade de eventos em macroescala - produzindo dados espacial e temporalmente indexados.

Em vez de enviar um robô muito caro para um único ponto no oceano, e depois movê-lo em série, frequentemente perdendo a dinâmica dos fenômenos, uma série de SensorBots baratos poderá cobrir uma área muito maior.

Isto permitirá investigações em tempo real de eventos tão distintos quanto terremotos e maremotos ou o florescimento de espécies animais e vegetais, além de outros fenômenos episódicos.

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