Se você acha que a exploração da energia solar se restringe às células solares, sejam elas feitas de silício ou de polímeros orgânicos, está enganado.
Uma florescente área de pesquisa está se concentrando na chamada fotossíntese artificial.
Enquanto as células solares tradicionais nasceram da compreensão do funcionamento dos materiais semicondutores inorgânicos, a fotossíntese artificial quer imitar os sistemas fotossintéticos das plantas e de algumas bactérias.
Agora, cientistas da Universidade de St. Louis, nos Estados Unidos, deram um passo fundamental rumo à criação de folhas artificiais, capazes de coletar a luz do Sol e transformá-la em energia utilizável pelo homem.
Olga Mass e seus colegas construíram do zero um componente crucial do sistema responsável pela fotossíntese das plantas - uma antena coletora de luz.
Antena de luz
A luz é uma radiação eletromagnética, podendo ser captada por antenas adequadas, da mesma forma que antenas de rádio ou antenas de TV são adaptadas para captar os comprimentos de onda de suas respectivas transmissões.
A antena biomimética foi inspirada nos clorossomos das bactérias verdes, um avanço tecnológico fundamentado em uma descoberta da ciência básica feita há apenas dois anos.
Antenas de luz das bactérias verdes são desvendadas
Os clorossomos são gigantescas estruturas de células pigmentares que formam antenas espetacularmente eficientes, capazes de captar mesmo a tênue luz que chega às grandes profundidades oceânicas, onde as bactérias vivem.
Imitando os sistemas fotossintéticos biológicos, os pesquisadores construíram "clorossomos artificiais".
São na verdade sistemas híbridos, que combinam partes naturais e partes sintéticas, mas que funcionam com o mesmo princípio dos sistemas biológicos.
Clorinas
Em trabalhos similares, os cientistas vinham usando sobretudo moléculas chamadas porfirinas.
Com os novos conhecimentos, o grupo partiu para a clorinas, a base para os pigmentos encontrados nos clorossomos das bactérias verdes, e que levam a absorção da luz mais para o lado vermelho do espectro visível.
O grupo demonstrou que os pigmentos podem se automontar, o que viabiliza a construção da antena de luz que, nas bactérias, chega a ter 250.000 moléculas.
Os cientistas também demonstraram que o processo de automontagem pode ocorrer em uma superfície plana, o que facilitará a construção dos primeiros protótipos de células solares biomiméticas.
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