É aprendendo como esses sinais se alteram quando a pessoa está fazendo alguma atividade que está permitindo o desenvolvimento de interfaces neurais e de equipamentos controlados pelo pensamento.
A novidade é que cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) usaram técnicas de inteligência artificial, chamadas de técnicas de aprendizado de máquina, para estudar esses padrões de atividade cerebral e identificar os processos de pensamento - ou o estado cognitivo - das pessoas.
Devido ao alto grau de precisão obtida, os cientistas afirmam que o nome natural de sua técnica é "leitura da mente", ou "decodificação cerebral".
Bola de cristal
Os cientistas usaram sua nova técnica para ler a mente de fumantes que estavam sentindo falta de nicotina.
O objetivo imediato é ajudar essas pessoas a lidarem com a abstinência, embora a técnica tenha inúmeras outras aplicações.
Os cientistas queriam descobrir quais regiões do cérebro, e quais redes neurais específicas, são responsáveis pela resistência ao vício da nicotina.
Os dados coletados pelas máquinas de ressonância magnética funcional (fMRI) foram analisados por técnicas de aprendizado de máquina que incorporam análises conhecidas como cadeias de Markov, que usam a história passada para prever estados futuros.
Ao medir as redes neurais ativas ao longo do tempo, durante os exames de fMRI, os algoritmos de aprendizagem de máquina foram capazes de antecipar mudanças na estrutura cognitiva dos voluntários.
Prevendo o estado mental
A capacidade de previsão alcançou um alto grau de precisão (90 por cento para alguns dos modelos testados) não apenas daquilo que as pessoas estavam vendo - vídeos relacionados ao seu vício - como também da reação que eles estavam tendo - resistência ou não ao vício.
"Nós detectamos se as pessoas estavam assistindo vídeos relativos ao cigarro e resistindo ao vício, entregando-se a ele, ou assistindo a vídeos que não estavam relacionados ao fumo," conta a Dra. Ariana Anderson, membro da equipe de leitura da mente.
Em essência, o algoritmo foi capaz de "prever" o estado mental dos participantes e seus processos de pensamento, de forma muito parecida com o que os mecanismos de busca ou os sistemas de digitação de mensagens dos celulares se antecipam e completam uma frase antes que o usuário termine de digitar.
Controlar o cérebro
Com um acerto de mais de 90%, os pesquisadores afirmam não se poder negar que, agora, eles estão realmente "lendo a mente" das pessoas.
A seguir, os neurocientistas vão usar essa aprendizagem de máquina em um contexto de biofeedback, mostrando leituras em tempo real do cérebro às pessoas, para fazer com que elas saibam quando estão experimentando os desejos e quão intensos são esses desejos, na esperança de treiná-los para controlar e reprimir sua dependência.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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