quarta-feira, 31 de março de 2010

Cravo-da-índia é o melhor antioxidante natural que se conhece

Usar especiarias comuns na dieta mediterrânea pode ser bom não apenas para as pessoas individualmente, mas também para a indústria alimentícia.

Uma pesquisa realizada na Universidade Miguel Hernández, na Espanha, demonstrou que a indústria poderá fabricar alimentos mais saudáveis se tirar proveito dos antioxidantes naturais presentes sobretudo no cravo-da-índia.

Benefícios do cravo-da-índia

Os cientistas identificaram o cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) como o melhor tempero antioxidante, devido ao fato de que ele contém altos níveis de compostos fenólicos, além de ter outras propriedades benéficas à saúde.

"Das cinco propriedades antioxidantes testadas, o cravo-da-índia apresentou a maior capacidade de liberar hidrogênio, reduzir a peroxidação lipídica, e foi o melhor redutor de ferro," explica a Dra. Juana Fernández-López, coautora do estudo.

Estes resultados colocam o cravo-da-índia como o melhor antioxidante natural que se conhece.

Especiarias da dieta mediterrânea

"Os resultados mostram que o uso dos antioxidantes naturais presentes nas especiarias utilizadas na dieta mediterrânea, ou os seus extratos, é uma opção viável para a indústria alimentícia, desde que as características organolépticas dos produtos não sejam afetadas," diz a pesquisadora.

"Essas substâncias apresentam elevada capacidade antioxidante, com efeitos benéficos para a saúde," acrescenta ela.

A equipe também avaliou o efeito antioxidante dos óleos de outras especiarias utilizadas na dieta do Mediterrâneo, incluindo o orégano (Origanum vulgare), tomilho (Thymus vulgaris), alecrim (Rosmarinus officinalis) e sálvia (Salvia officinalis).

Por que os alimentos estragam

"A oxidação lipídica é uma das principais razões para a deterioração dos alimentos, e provoca uma redução significativa no seu valor nutricional, assim como a perda do sabor," diz Fernández-López.

Essas alterações levam a uma redução no tempo de vida útil dos alimentos industrializados. Para evitar essa deterioração, a indústria alimentícia acrescenta antioxidantes sintéticos nos produtos.

Químicos nos alimentos industrializados

No entanto, como estes antioxidantes sintéticos são compostos químicos, têm sido levantadas questões sobre a sua potencial toxicidade e a ocorrência de efeitos colaterais na ingestão dos alimentos industrializados.

Como resultado, há um interesse crescente na utilização de produtos à base de vegetais (especiarias, plantas aromáticas e medicinais), com atividade antioxidante em potencial, a fim de substituir os antioxidantes sintéticos por substâncias naturais.

O objetivo do estudo é justamente permitir que essas especiarias sejam incorporadas nos alimentos industrializados, sobretudo nos produtos à base de carne, no papel de antioxidantes naturais.

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