sexta-feira, 11 de novembro de 2011

EUA começam a desenvolver sistema tipo Minority Report

Cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, receberam do governo norte-americano, e aceitaram, a incumbência de desenvolver um sistema de computador capaz de "identificar ameaças antes que elas ocorram".

É o mesmo conceito de "pré-crime" que ficou famoso com o filme Minority Report.

Com a vantagem de que a tecnologia já criou interfaces gestuais bem mais avançadas do que as mostradas no filme.

Referindo-se aos crimes, a Universidade alega que "quando olhamos as evidências após o fato, frequentemente existe um rastro que, se tivesse sido notado, poderia possivelmente ter dado tempo suficiente para intervir e impedir um incidente".

O objetivo do programa será justamente encontrar essas "pegadas suspeitas" e alertar as autoridades antes que a pessoa cometa qualquer crime.

Grande irmão

"O projeto, de dois anos, a um custo de US$ 9 milhões, irá criar um conjunto de algoritmos capaz de detectar vários tipos de ameaças através da análise de grandes quantidades de dados - incluindo mensagens de e-mail, textos e transferências de arquivo - em busca de atividade incomum," diz a nota.

A intenção inicial é usar o sistema para evitar as chamadas "ameaças internas", rastreando a atividade de funcionários do governo e de empresas contratadas para fabricação de armas ou qualquer outro sistema de defesa.

O sistema foi batizado de ADAMS (Anomaly Detection at Multiple Scales), detecção de anomalias em múltiplas escalas, em tradução livre.

Discurso

Ante os temores de invasão de privacidade, a Universidade alega que "a equipe de pesquisa terá acesso a conjuntos maciços de dados coletados de ambientes operacionais onde as pessoas concordaram expressamente em ser monitoradas."

Resta saber se um ambiente assim "limpo" seria uma massa de teste razoável para um sistema que pretende encontrar pistas de coisas bem "sujas" - na verdade, uma massa de testes livre de ameaças jamais conseguiria validar o sistema.

Ainda não existe uma base legal para questionar cidadãos sobre atividades que não sejam elas próprias um crime, ainda que os argumentos de "segurança nacional" venham sendo alargados sem muitas justificativas na última década.

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