segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nova letra do DNA tem funções próprias

Acostumados com as quatro letras tradicionais do DNA, os cientistas não se mostraram totalmente convencidos quando foram descobertas novas bases para no código genético.

Além das quatro unidades básicas - adenina, guanina, timina e citosina - agora já se conhecem outras quatro.

Descobertas sétima e oitava bases do DNA

Mas os cientistas achavam que elas eram, por assim dizer, "menores", apenas transições entre as quatro bases "maiores" e principais.

Funções da 5-hmC

Agora, Peng Jin seus colegas da Universidade Emory (EUA) demonstraram que não é bem assim.

Pelo menos não no caso da sexta base do DNA, chamada 5-hmC (5-hidroxiMetilCitosina).

Jin e seus colegas mapearam os padrões formados por este sexto nucleotídeo no cérebro de camundongos e observaram como esses padrões mudam durante o desenvolvimento e o envelhecimento do animal.

E eles descobriram que os padrões - estáveis ou dinâmicos - mostram que a 5-hmC tem suas próprias funções distintas, que ainda precisam ser devidamente desvendadas.

Quando as células-tronco se diferenciam em células que formam o sangue, os músculos ou o cérebro, a nova "letra" ajuda a silenciar genes que não deveriam estar ligados.

Essas mudanças também podem estar presentes na transformação de uma célula sadia em célula cancerosa, embora esta possibilidade não tenha sido focada neste estudo.

Modificação epigenética

"Nossos dados nos dizem que a 5-hmC não é apenas um estado intermediário," disse Jin. "Parece que ela tem funções específicas nas células-tronco e no cérebro. A 5-hmC pode ativar um gene depois de ele ter sido silenciado."

A 5-hidroxiMetilCitosina é uma modificação epigenética da citosina, uma das quatro bases, ou letras, do DNA. Modificações epigenéticas são mudanças na forma como os genes são ligados ou silenciados, mas que não são parte do "hardware", ou seja, da sequência subjacente de DNA.

Além disso, os pesquisadores descobriram uma relativa falta de 5-hmC nos cromossomos X em machos e fêmeas.

Esse resultado é uma surpresa, afirma Jin, porque o cromossomo X está sujeito a uma forma especial de regulação apenas nas fêmeas.

As razões para isto ainda estão por ser desvendadas.

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