Por isso, precisam ser vacinados contra novos vírus, como o H1N1, causador da gripe suína.
Mas não se sabia se as vacinas desenvolvidas para combater esse subtipo do vírus da influenza apresentavam riscos e seriam eficazes para esses pacientes.
Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) comprovou a imunogenicidade e a segurança da vacina contra o H1N1 em pacientes com doenças reumáticas autoimunes e em pessoas submetidas à terapia imunossupressora, como as com câncer ou as que receberam transplante.
Doenças autoimunes
Durante o estudo, foram avaliados e vacinados contra o H1N1 1.668 pacientes diagnosticados com artrite reumatoide, espondiloartrites, lúpus eritematoso sistêmico, dermatomiosite, doença mista do tecido conectivo, vasculites sistêmicas, esclerose sistêmica, síndrome de Sjögren, síndrome antifosfolípide e artrite idiopática juvenil, entre outras.
Também foram recrutadas 234 pessoas saudáveis para receber a vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a indústria farmacêutica Sanofi-Aventis.
Juntamente com os pacientes com doenças reumáticas autoimunes, o grupo de controle foi acompanhado por 21 dias após a vacinação para avaliação dos efeitos colaterais.
Ao comparar a resposta imune à vacina pelos dois grupos, os pesquisadores constataram que, de forma geral, a dos pacientes com doenças reumáticas autoimunes foi equivalente a das pessoas saudáveis.
Reação aos medicamentos
"A resposta imune à vacina contra o H1N1 na população normal ficou em torno de 77%, contra 63% dos pacientes com doenças autoimunes. Com base nisso, agora podemos afirmar, com segurança, que esses pacientes podem ser vacinados contra a gripe, porque respondem bem à vacina", disse Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, professora da USP e coordenadora do estudo.
De acordo com a pesquisadora, a resposta imune à vacina contra o H1N1 foi menor do que a apresentada pelas pessoas saudáveis apenas em pacientes diagnosticados com lúpus, artrite reumatoide e artrite psoriática.
Ao investigar as causas para essa diferença, os pesquisadores descobriram que isso se deve ao efeito dos imunossupressores e corticoides utilizados na medicação desses pacientes.
E que quando esses medicamentos são associados ao uso de cloroquina - um antimalárico muito usado no tratamento de doenças reumáticas autoimunes - a resposta imune à vacina por esses pacientes melhora e tende a se normalizar.
Fonte: Agência Fapesp
Nenhum comentário:
Postar um comentário