E até hoje não existe uma técnica que permita que os médicos monitorem continuamente seus pacientes para avaliar esse risco.
A esperança está surgindo pelas mãos de uma equipe da Clínica Mayo (EUA).
A equipe do Dr. William Freeman desenvolveu um pequeno aparelho que, colocado na testa de uma pessoa, monitora os possíveis acidentes vasculares cerebrais (ou derrames cerebrais).
O novo equipamento pode finalmente dar aos médicos uma forma segura e barata de monitorar, em tempo real, os pacientes internados.
Infravermelho próximo
O dispositivo mede o oxigênio no sangue, de forma similar a de um oxímetro de pulso.
Ele é totalmente não-invasivo, emitindo um feixe de luz em uma faixa do espectro que não é visível ao olho humano, chamado infravermelho próximo.
O aparelho é colado com um esparadrapo sobre a testa do paciente.
A técnica, batizada de espectroscopia frontal no infravermelho próximo (NIRS - frontal near-infrared spectroscopy) foi apresentada na edição de 1 de fevereiro do jornal Neurosurgical Focus.
"Esperamos que essa ferramenta ofereça um benefício significativo aos pacientes, ao ajudar os médicos a detectar derrames cerebrais precocemente e ter um melhor controle da recuperação", disse o Dr. Freeman.
Riscos dos exames
Atualmente, na maioria dos hospitais, são os enfermeiros que monitoram os pacientes para prevenir novos derrames cerebrais.
E, se houver suspeita de que um possa ocorrer, o paciente é removido para a unidade de radiologia do hospital, onde passa por um teste chamado tomografia computadorizada de perfusão, que é o método padrão de medir o fluxo e oxigenação do sangue.
Essa tomografia requer o uso de um meio de contraste e todo o procedimento pode, algumas vezes, causar efeitos colaterais, tais como exposição excessiva à radiação, se repetições da tomografia forem necessárias.
Além disso, o meio de contraste pode causar danos aos rins e às vias respiratórias.
Para os pacientes em estado mais grave, os médicos podem inserir uma sonda de oxigênio no cérebro, para medir o fluxo de sangue e de oxigênio.
Mas esse procedimento é invasivo demais e mede apenas uma área limitada do cérebro, diz o Dr. Freeman.
Alcance limitado
A luz que o novo aparelho emite, na faixa do infravermelho próximo, penetra pelo couro cabeludo e tecidos cerebrais subjacentes.
A equipe projetou um estudo para comparar as medições do NIRS e da tomografia computadorizada de perfusão em oito pacientes que sofreram derrame cerebral.
Os resultados mostraram que os dois exames oferecem resultados estatisticamente similares, embora o NIRS tenha um campo mais limitado para a medição do oxigênio e do fluxo do sangue.
Fonte: Clínica Mayo
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