quarta-feira, 9 de abril de 2008

Brasil cai para 59ª no ranking tecnológico mundial

O Brasil continua despencando no ranking tecnológico mundial. Em uma classificação feita pelo Fórum Econômico Mundial, o país aparece apenas na posição de número 59 entre as economias que mais conseguem tirar proveito das novas tecnologias para incrementar sua produtividade.

Segundo o estudo, as falhas na educação e um ambiente regulatório inadequado impedem que o Brasil avance no uso das tecnologias. Para o Fórum, o país está mal posicionado no ranking dos governos que mais priorizam o uso de tecnologias.

O ranking de 175 países é liderado por Dinamarca, Suécia, Suíça, Estados Unidos e Cingapura. Entre os países latino-americanos, o líder é o Chile, na 34ª posição. Já o Brasil vem caindo desde 2005. Naquele ano, o País ocupava a 52ª posição. Em 2006, passou para a 53ª colocação e agora é superado por países como Turquia, México, China, Jamaica, Arábia Saudita, Índia ou Barbados.

"Há certos avanços no Brasil. Mas a realidade é que outros países estão avançando de forma mais rápida no uso das tecnologias. Isso deveria ser um motivo para o Brasil parar e pensar porque isso está ocorrendo", afirmou a autora do levantamento, Irene Mia. "Não se pode ficar parado quando o assunto é tecnologia", disse.

Ambiente regulatório e educação

Para Irene, o Brasil enfrenta um "problema estrutural". "O ambiente regulatório é algo que precisa melhorar e a educação ainda é pobre. Esses dois elementos tem um forte impacto sobre o uso de tecnologias", afirmou a autora do documento. Para o Fórum, a tecnologia sozinha não gera a competitividade de uma economia. "Tudo depende do ambiente em que ela é usada", afirmou Irene.

No que se refere à educação, os especialistas apontam que a tecnologia somente pode criar competitividade se uma população está pronta para tirar proveito dela. Isso, portanto, dependeria da educação. "O Brasil não tem uma educação de primeira classe", disse Irene. Em termos de qualidade do ensino de Matemática e Ciências, o Brasil está apenas na 114ª posição. Já no critério de qualidade do sistema educacional, o País ocupa a 117ª posição.

Já no que se refere ao ambiente regulatório, o Fórum destaca a necessidade de reformas no sistema tributário, que coloca o País na 127ª posição entre as economias analisadas. O peso da regulação do Estado também é criticada. O Brasil aparece na 125ª posição por esse critério. Outros problemas são a falta de eficiência do poder Judiciário, na 102ª posição, ou a proteção da propriedade intelectual.

Para o Fórum, o Brasil ocupa apenas a 100ª posição entre os governos que colocam as tecnologias de informação como suas prioridades. "Os exemplos de sucesso dos países nórdicos, Cingapura, Estados Unidos e Coréia mostram que uma visão coerente do governo sobre a importância do setor de tecnologia, junto com educação e inovação, não é apenas fundamental para o grau de conectividade, mas é a base de um crescimento sustentável", afirmou Irene.

Setor privado

Se nos critérios regulatórios e de preparação o Brasil ainda ocupa um lugar discreto, a classificação mostra que há um avanço no que se refere ao uso das tecnologias pelo setor privado. Por esse critério, o País ocupa a 36ª posição no ranking e a 20ª posição na capacidade de inovação no mundo. O setor privado brasileiro ainda é o 28ª que mais usa a internet.

Nenhum comentário: