O lançamento, que acontecerá em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, está previsto para ocorrer até o dia 20 de dezembro.
O FITE (Far-Infrared Telescope Experiment), foi desenvolvido por pesquisadores das universidades de Osaka e Nagoya, no Japão, liderados por Hiroshi Shibai, e foi financiado pela Sociedade Japonesa para o Desenvolvimento da Ciência, com participação da Agência Espacial Japonesa (Jaxa).
Balões estratosféricos
De acordo com José Williams Vilas Boas, pesquisador da Divisão de Astrofísica do Inpe, o primeiro voo será um teste para validar a tecnologia.
"O experimento pode ser visto como um protótipo, em teste de validação, para um satélite a ser lançado no futuro. E lançamentos de balões desse porte permitem aprimorar técnicas de lançamento de balões estratosféricos que poderão ter várias aplicações em astronomia e astrofísica," explicou Vilas Boas.
O balão deverá alcançar uma altitude entre 37 a 40 quilômetros, levando sua carga de cerca de 2 toneladas.
A gôndola do balão leva todos os equipamentos necessários para observar o universo em comprimentos de onda entre 150 e 250 micrômetros.
O telescópio tem capacidade de identificar objetos muito pequenos, cujas dimensões angulares são da ordem de segundos de arco.
"Observações na região do infravermelho distante continuam sendo muito importantes para as pesquisas astronômicas contemporâneas, particularmente para o estudo da distribuição de gás e poeira em nossa galáxia, de formação de estrelas e de sistemas planetários, bem como para o sensoriamente remoto da alta atmosfera terrestre", conta o pesquisador brasileiro.
Netuno e protoestrela
Nessa primeira fase de lançamento do Fite, o planeta Netuno foi selecionado como alvo principal, por ser brilhante na banda infravermelha e por ter vários segundos de arco de tamanho, tornando-se assim um alvo muito bom para avaliar o sistema.
Também poderão ser observadas uma estrela em estágio avançado de evolução e uma protoestrela embebida em um casulo de gás e poeira.
Segundo Vilas Boas, com o lançamento do observatório espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia, em 2009, a resolução espacial dos instrumentos embarcados operando no infravermelho distante chegou a aproximadamente 9 segundos de arco.
"Mas não houve um grande progresso até agora no sentido de explorar detalhes de objetos de dimensões angulares muito pequenas ou detalhes da estrutura dos corpos celestes mais extensos", disse.
Cautela
O efetivo lançamento do balão dependerá das condições atmosféricas.
Na ocorrência de fatores como tempestades, elevada velocidade dos ventos em grandes altitudes ou a necessidades de ajustes técnicos, o teste poderá ser adiado para o início de março.
"Não podemos correr o risco de lançar com incertezas", disse Vilas Boas.
Fonte: Agência Fapesp
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