A Agência Espacial Japonesa (JAXA) anunciou que não teve sucesso ao tentar colocar a sonda espacial Akatsuki em órbita de Vênus.
A causa mais provável da falha é o motor cerâmico inovador que equipava a sonda e que deveria ter ficado acionado por um tempo suficiente para diminuir sua velocidade e permitir que ela fosse capturada pela gravidade de Vênus.
Agora a Akatsuki está em órbita ao redor do Sol. Haverá uma próxima chance para tentar realizar sua missão daqui a 6 anos, quando ela passará novamente nas proximidades de Vênus - mas os cientistas não sabem se ela ainda tem combustível suficiente para frear.
Akatsuki significa amanhecer, quando Vênus brilha no céu um pouco antes do Sol nascer.
Estilo japonês
A JAXA se notabiliza tanto por seus comunicados absolutamente lacônicos, quanto pelo estilo quase pessoal com que as explicações são dadas:
"A JAXA descobriu que nós falhamos ao inserir a Sonda Climática de Vênus Akatsuki na órbita planejada de Vênus depois da manobra de inserção de órbita (VOI-1) em 7 de Dezembro. Embora tenhamos montado uma equipe de investigação para estudar as causas e as contramedidas, nós iremos também revisar o plano de inserção na órbita de Vênus para aproveitar a próxima oportunidade daqui a seis anos, quando a Akatsuki passará perto de Vênus."
A Akatsuki estava sendo considerada como sendo o primeiro satélite meteorológico ao redor de outro planeta, e deveria complementar os trabalhos da sonda Mars Express, da ESA.
Motor cerâmico
Os problemas foram percebidos quando a sonda deixou de enviar os dados pela antena principal. Os controladores da missão então configuraram um link alternativo, de baixa de velocidade.
Isto limita os dados disponíveis para que os técnicos avaliem com precisão o que de fato aconteceu - mais dados estarão disponíveis nos próximos dias, quando o link principal for restabelecido.
Mas os primeiros dados indicam que o motor cerâmico não se manteve funcionando pelo tempo necessário para a desaceleração da sonda. Voando rápido demais, ela escapou da gravidade de Vênus e passou direto.
O motor, feito de nitreto de silício (Si3N4), é uma criação da JAXA. É a primeira vez que um motor desse tipo vai ao espaço. O propulsor é um motor-foguete de combustível líquido, que usa hidrazina e peróxido de nitrogênio.
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