segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Robôs de estimação precisam de emoções, dizem cientistas

Os projetistas de animais de estimação robóticos estão enfrentando uma batalha interminável para oferecer gadgets divertidos e realistas, que respondam à interação humana de maneira sutil e que sejam capazes de imitar o comportamento dos animais de companhia reais - quando não de pessoas mesmo.

Um dos problemas envolvidos nessa batalha é que o projeto de um robô leva tempo demais, enquanto o ciclo de vida da maioria dos produtos é muito curto.

Além disso, aqueles protótipos de robôs domésticos com comportamento repetitivo e fixo já não atraem mais o interesse dos usuários. Hoje, todos esperam que seus animais de estimação robóticos sejam quase tão bons quanto os "robôs" que se pode ver nos filmes e nos jogos.

Robôs com emoções

Pesquisadores da Universidade Nacional Sun Yat-sen, de Taiwan, acreditam que o desafio a ser vencido é tornar os robôs capazes de reconhecer as pessoas com as quais convivem e, a partir daí, desenvolverem padrões de comportamento.

A solução, segundo eles, vem das redes neurais, que podem ajudar a quebrar o ciclo do comportamento repetitivo dos robôs e dotá-los de "respostas quase emocionais para as interações".

"Nós desenvolvemos uma estrutura interativa, centrada no usuário, que adota uma abordagem baseada em redes neurais para construir primitivas de comportamento e arbitradores de comportamento para os robôs", explicam Wei-Po Lee e seus colegas.

Os pesquisadores afirmam que a nova abordagem deverá permitir construir um "robô de estimação baseado em emoções" muito mais rapidamente do que permite o atual sistema de projeto, prototipagem e fabricação.

Criaturas com inteligência artificial

Construir criaturas totalmente autônomas com inteligência artificial, que se aproximem ao máximo dos seres humanos, ainda é um objetivo para o muito longo prazo.

Mas os cientistas acreditam que já é possível dar passos mais significativos nesse sentido.

"Com as atuais tecnologias de computação e eletrônica, e com os conhecimentos em neurociências, etologia [estudo do comportamento dos animais] e cognição, já é possível criar protótipos de seres artificiais de brinquedo capazes de agir no mundo físico," afirma eles.

Projeto de um robô

Há três questões importantes a considerar no projeto de um robô, explicam os cientistas.

A primeira é a construção de uma arquitetura de controle adequada para que o robô possa se comportar de forma coerente. A segunda é desenvolver formas para que o robô interaja com uma pessoa de forma natural. A terceira é inserir as respostas emocionais e de comportamento no computador que controla o robô.

Os pesquisadores esperam resolver todas as três questões adotando uma arquitetura baseada em comportamento - usando uma rede neural - que pode permitir que o proprietário de um robô de estimação reconfigure seu robô para "aprender", ou evoluir novos comportamentos e, ao mesmo tempo, garantir que o robô de estimação funcione corretamente em tempo real.

Visão para robôs

A equipe avaliou a sua estrutura construindo controladores de robôs para realizar várias tarefas, comprovando a eficácia do modelo e do sistema.

Agora eles estão trabalhando em módulos de visão para os robôs.

A técnica ainda não está totalmente madura, mas, em última análise, eles esperam ser capazes de construir um animal de estimação robótico que possa reconhecer as expressões faciais de seu dono e, eventualmente, responder adequadamente.

Um grupo de pesquisadores ingleses também está conduzindo uma pesquisa cujo objetivo é dar inteligência emocional aos robôs.

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