Certo de que o acesso à rede mundial é um "direito humano básico", o ativista quer nada menos do que comprar um satélite artificial, para levar conteúdo para quem precisar, e de graça.
A revista New Scientist fez uma entrevista com Grammatis.
Você quer comprar um satélite de comunicações que está em órbita ao redor da Terra. Por quê?
Para levar o acesso à internet para milhões de pessoas que não podem, atualmente, se conectar.
Como comprar um satélite pode ajudar quando bilhões de pessoas que não têm telefones ou computadores para acessar a internet?
O custo da computação continua a diminuir substancialmente. Na Índia, por exemplo, eles estão lançando o laptop de US$ 12.
Algumas pessoas nos países em desenvolvimento gastam metade do seu rendimento em telefones celulares por causa do valor que as telecomunicações agregam às suas vidas.
Se o acesso à internet fosse livre, as pessoas iriam encontrar uma maneira de obter equipamentos para usá-la.
Você tem um satélite em particular em mente?
Nossa organização, a ahumanright.org, por enquanto está pensando em reciclar um satélite já existente.
Em 2009, ficamos sabendo que a empresa TerreStar estava sendo retirada da bolsa de valores NASDAQ. Na época eles possuíam o maior satélite de comunicações já lançado.
Nós pensamos que seria uma oportunidade única, se eles declarassem falência, comprar o satélite deles.
Quando a empresa entrou com o pedido de concordata, em outubro do ano passado, lançamos a buythissatellite.org para viralizar a iniciativa.
Onde está o satélite agora? Ele não teria de ser movido?
O TerreStar-1 está atualmente na longitude da América do Norte. Se o comprarmos vamos levá-lo para [cobrir] um país que careça de acesso à internet e usá-lo para fornecer acesso lá.
Todo satélite tem propulsores que permitem que ele seja movido.
Quais são os principais desafios para a compra do satélite?
São financeiros.
A iniciativa "Compre este Satélite" tem uma meta de levantar US$ 150.000.
Isso não vai comprar o satélite, mas vai iniciar o processo. Os recursos serão utilizados para um estudo de viabilidade a ser entregue a investidores e para iniciar o processo legal de apresentar uma proposta para a compra do satélite.
Até agora, nós levantamos US$30.957, de 570 doadores. A resposta tem sido incrível. [Na última visita ao site o valor estava em $34.532,00, de 611 doadores.]
Por que você argumenta que o acesso à internet é um direito humano?
No momento, a internet é o principal meio de acesso à informação.
O Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todos têm o direito de "ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e difundir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras".
Todos nós conhecemos o ditado "Você pode dar um peixe a um homem ..." Se você der a alguém a internet, e ensiná-lo a usá-la, ele poderá aprender qualquer coisa que quiser.
O acesso à educação, à saúde e à água potável não é mais importante?
O acesso à internet, e às informações que ela detém, facilita a educação, a saúde e o acesso à água potável.
A tele-educação ajuda as crianças a aprender em zonas rurais, a telemedicina permite aos médicos tratarem os doentes de qualquer lugar do mundo, e projetos online como o charitywater.org ajudam as pessoas a obterem acesso à água potável.
Fonte: New Scientist
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