O método também pode ter aplicações para as infecções bacterianas associadas com queimaduras graves e fibrose cística.
"Ao desmembrar um suporte molecular que recobre os microrganismos e os torna mais difíceis de erradicar, fomos capazes de reduzir significativamente a infecção bacteriana da córnea," afirma o Dr. Jerry Nick, um dos autores da descoberta.
"Infecções por bactéria Pseudomonas aeruginosa podem causar cicatrizes graves e perda de visão quando se espalham para a córnea," explica ele.
Infecções nas lentes de contato
O olho normalmente combate as infecções através de uma variedade de mecanismos de defesa, que começam com as simples piscadas, que ajudam a remover as bactérias presentes na superfície do olho.
As lentes de contato, no entanto, diminuem a eficácia do movimento das pálpebras. Assim, as bactérias podem aderir à superfície da lente de contato que está em contato com o olho.
Se essas bactérias infectarem a superfície da córnea, elas podem destruir as delicadas células do olho, o que pode levar a cicatrizes e até a perda da visão.
Esta condição é conhecida como ceratoconjuntivite microbiana, e afeta cerca de 2 a 4 usuários de lente de contato em cada grupo de 10.000, a cada ano.
Biofilme
As infecções oculares podem ser tratadas com antibióticos. No entanto, pode ser difícil eliminar as bactérias sobre as lentes de contato, especialmente quando eles formam um biofilme.
Um biofilme é uma matriz que abriga e envolve as comunidades de microrganismos, tornando-os muito mais difíceis de erradicar.
Os cientistas confirmaram conclusões anteriores de que os restos celulares das células do sistema imunológico que estão combatendo a infecção acabam fornecendo as matérias-primas para o biofilme - DNA, actina e histonas.
Então, eles usaram a enzima DNAase, juntamente com ácido poli aspártico carregado negativamente para quebrar as ligações químicas desses elementos que suportam o biofilme.
Esse tratamento reduziu os biofilmes sobre as lentes de contato por 79,2 por cento.
Fibrose cística e queimaduras
O mesmo tratamento reduziu a infecção da córnea em um modelo animal em 41 por cento. Não houve qualquer indício de danos causados pelos tratamentos.
"Estes são resultados iniciais promissores que apontam para potenciais novos métodos para a remoção de biofilmes de bactérias da superfície das lentes de contato, reduzindo o risco da ceratite microbiana, bem como para o tratamento de infecções por Pseudomonas que são associadas com a fibrose cística e com queimaduras graves," disse Danielle Robertson, principal autora do estudo.
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Fonte: Redação do Diário da Saúde
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