O novo microscópio, um Jeol modelo JEM 2100F, é um dos poucos equipamentos do gênero existentes no Brasil.
Transmissão e varredura
Entre os principais diferenciais do novo microscópio estão o uso de um canhão de elétrons com emissão por efeito de campo e um espectrômetro de perda de energia dos elétrons (filtro de energia).
Este microscópio opera tanto em modo de transmissão - Transmission Electron Microscopy (TEM) -, como de transmissão com varredura - Scanning Transmission Electron Microscopy (STEM).
Nestas técnicas o dispositivo emite um feixe de elétrons em direção às amostras com interage com as amostras por diversos processos. A partir destas interações é possível a obtenção de propriedades morfológicas e estruturais, além da composição química e os estados de oxidação e hidridização de elementos que compõem determinados tipos de materiais em escala nanométrica (bilionésima parte do metro).
"Com este microscópio, teremos uma capacidade analítica muito maior do que tínhamos até hoje. Por meio dele será possível obter informações sobre a estrutura, composição e propriedades eletrônicas de materiais que antes não eram possíveis de serem analisadas", disse Luciano Andrey Montoro, pesquisador do LNLS.
Nanociência
Alguns dos estudos que estão sendo atualmente realizados no equipamento são relacionados a materiais semicondutores e nanopartículas de catalisadores (aceleradores de reação), que medem entre 5 a 10 nanômetros.
No entanto, devido à alta resolução espacial deste equipamento, ele pode possibilitar análises próximas à resolução atômica.
Nos equipamentos até então disponíveis no LME era possível analisar facilmente a composição química dessas partículas de catalisadores.
Agora, com o novo microscópio, será possível, por exemplo, a realização de um mapeamento desses materiais para verificar como os elementos químicos estão distribuídos ao longo das nanopartículas.
"Muitas vezes, essas partículas não são formadas por uma liga homogênea. Elas podem apresentar segregação de materiais ou estruturas mais complexas como, por exemplo, um núcleo de rutênio e uma camada externa de platina. Por meio desse novo microscópio é possível obter imagens da localização espacial destes elementos no material, o que antes seria extremamente difícil ou impossível de se obter utilizando os outros equipamentos", disse Montoro.
Laboratório multiusuário
Para utilizar o equipamento, os interessados deverão submeter suas propostas de pesquisa até 30 de outubro, por meio do Portal de Serviços do LNLS.
Por se tratar de um equipamento de operação mais complexa do que outros existentes no LNLS, o uso do microscópio será aberto inicialmente a usuários com experiência comprovada em microscopia de transmissão ou que já tenham realizado treinamento no uso da técnica.
O Laboratório de Microscopia Eletrônica (LME), dentro do LNLS, se caracteriza por ser um laboratório com uma estrutura de trabalho e pesquisa totalmente aberta e multiusuário.
Os cinco microscópios disponíveis atualmente no laboratório já atenderam cerca de 1.500 usuários e permitiram o treinamento de mais de 550 pesquisadores.
* Brasil ganha centro de estudos em nanotecnologia
Fonet: Agência Fapesp
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