A proposta, feita por cientistas holandeses, é usar esporos flutuantes para matar as larvas dos mosquitos antes que eles possam transmitir a doença.
Há mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e a doença foi responsável por cerca de 780 mil mortes em todo o mundo em 2009.
No Brasil, são cerca de 500 mil casos por ano.
Malária e plasmódio
A malária é transmitida por mosquitos que procriam em corpos d'água e passam boa parte de seu estágio larval, se alimentando de fungos e de outros microrganismos presentes na superfície da água.
O plasmódio, parasita que causa a malária, é transmitido para os humanos junto com a saliva do mosquito (geralmente do gênero Anopheles) durante a picada.
No corpo humano, o parasita invade o fígado e atinge as hemácias.
Uma vez infectado, é difícil para o hospedeiro humano se recuperar porque algumas espécies de plasmódio são capazes de permanecer dormentes e evitar as drogas contra a malária.
Esses parasitas também estão se tornando resistentes às drogas tomadas para evitar infecções.
Riscos mínimos
De acordo com Tullu Bukhari e colegas do Laboratório de Entomologia da Universidade Wageningen, na Holanda, um modo alternativo para reduzir o risco de infecção por malária é matar os mosquitos.
Fungos, como as espécies M. anisopliae e B. bassiana, causam uma doença conhecida como muscardina nas larvas dos mosquitos, levando à morte dos insetos antes que eles se desenvolvam até o estágio adulto.
Os cientistas empregaram um óleo sintético como base para dispersar esporos fúngicos na superfície da água. Segundo eles, o óleo melhora a dispersão de esporos e o preparo aumenta tanto a persistência como a eficácia dos esporos.
Nos testes feitos pelo grupo, no Quênia, houve morte de 50% mais larvas do que com esporos sem óleo e uma redução de 20% nos estágios de desenvolvimento dos mosquitos.
"Esses fungos oferecem um modo eficaz para controlar os mosquitos que transmitem a malária. E tanto os esporos como o óleo oferecem riscos mínimos para os peixes e demais organismos aquáticos e se mostraram ambientalmente seguros", afirmou Bukhari.
Fonte: Agência Fapesp
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