Em 2009, um pesquisador da Universidade de Oxford, na Inglaterra, apresentou uma espécie de óculos universal.
A ideia de nunca mais precisar trocar as lentes é tentadora. Mas o protótipo é esquisito, para dizer o mínimo, e exige nada menos do que uma seringa para que o grau seja ajustado.
A ideia do Dr. Ronald Blum parece estar mais alinhada com o estado da arte da tecnologia. Mas que ninguém se engane: a ideia está sendo desenvolvida há 12 anos, segundo ele.
Finalmente, o oftalmologista empresário está colocando no mercado os seus óculos eletrônicos, batizados de emPower.
Óculos eletrônicos
O objetivo dos óculos eletrônicos é um pouco menos ambicioso do que o dos óculos universais alimentados a seringa d'água: eles visam substituir os óculos bifocais ou multifocais.
O efeito é o mesmo, com a diferença de que a pessoa pode ligar e desligar a porção da lente ajustada para a visão de perto, deixando todo o campo de visão livre quando se quer olhar para longe.
As lentes são fabricadas com uma camada interna de cristal líquido, o mesmo material usado nas telas de computadores e TVs. Essa camada está restrita à área onde normalmente fica a lente para visão de perto.
O cristal líquido é controlado por um circuito eletrônico miniaturizado, inserido dentro da armação dos óculos. Na superfície da armação, um sensor de toque funciona como chave liga-desliga do cristal líquido.
Quando o usuário quer ler ou enxergar algo muito próximo, ele toca na lateral dos óculos e o circuito eletrônico envia uma corrente elétrica que muda a orientação das moléculas de cristal líquido.
Esse ajuste do cristal líquido muda a forma como a lente refrata a luz - exatamente o mesmo que se faz ao variar a espessura das lentes comuns para dar-lhes o seu grau.
Óculos automáticos
Mas tudo isso pode ser feito automaticamente. Como um bom equipamento eletrônico de última geração, o emPower possui acelerômetros que detectam quando a pessoa inclina a cabeça, ajustando automaticamente o foco para visão de perto.
As lentes eletrônicas serão fabricadas pela Panasonic, e os óculos eletrônicos serão vendidos pela empresa do Dr. Blum, a PixelOptics.
Os preços deverão variar entre US$1.000 e US$1.200, segundo a empresa, para o conjunto completo, incluindo o carregador das baterias internas dos óculos - cada carga, garante Blum, dura de dois a três dias, dependendo do uso.
Segundo a empresa, não há previsão de venda dos óculos eletrônicos no Brasil.
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