Ele é pequeno e leve, cabe na palma da mão, funciona com pilhas e pode detectar vírus em apenas 35 minutos.
Assim é o novo sensor desenvolvido pela equipe liderada por Pavel Neuzil, do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Cingapura.
Os pesquisadores adaptaram em um dispositivo portátil a tecnologia de detecção de vírus, com potencial para salvar milhões de vidas, especialmente nos países mais pobres e em áreas remotas, onde não se dispõe de laboratórios clínicos.
Técnica PCR
A técnica mais sensível e mais confiável para detecção de vírus disponível atualmente chama-se transcrição reversa da reação em cadeia da polimerase (PCR), que pode ser feita em tempo real.
A tecnologia envolve a criação de cópias de DNA complementar do RNA viral, multiplicando o número de cópias de DNA e misturando-as com um corante fluorescente.
As diferenças sutis na intensidade da fluorescência refletem a presença e a quantidade do RNA viral, o que permite não apenas identificar o vírus, mas também detectar sua concentração.
Mas aparelhos de PCR são grandes, precisam ser instalados em laboratórios e são caros.
PCR portátil
Os pesquisadores conseguiram miniaturizar ao extremo seu aparelho PCR substituindo o bloco de alumínio do aparelho convencional por uma pastilha de silício microusinada - o chamado lab-on-a-chip.
A fonte de luz, geralmente um laser azul, foi substituída por um diodo emissor de luz, um LED. O tubo fotomultiplicador, que serve para detectar a luz das amostras fluorescentes, por sua vez, foi substituído por um fotodiodo.
Os testes confirmaram que analisador PCR portátil consegue detectar o vírus H5N1 - o vírus da gripe aviária - em apenas 35 minutos.
O microlaboratório não apenas é confiável e rápido, mas também pode ser fabricado a um custo muito baixo, o que o torna particularmente adequado para aplicações de campo e atendimento rápido no consultório.
"O dispositivo de detecção já está pronto para ser usado em sua forma atual e é adequado para o acompanhamento de surtos de influenza aviária, especialmente nas áreas rurais dos países em desenvolvimento," afirmou Juergen Pipper, membro da equipe de pesquisa. "Nós também podemos ajustar o sistema para que ele detecte outras doenças infecciosas, incluindo a SARS".
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