Os veículos híbridos e elétricos capturam a energia dos freios, transformando-a em energia elétrica, que é utilizada para recarregar as baterias.
Per Tunestal, engenheiro da Universidade de Lund, na Suécia, diz ter uma ideia melhor.
Segundo ele, seria melhor usar a energia das frenagens para comprimir ar dentro de um pequeno cilindro.
Esse ar pode ser então usado para ajudar a empurrar os pistões do motor, em um conceito conhecido como motor híbrido a ar, ou híbrido pneumático.
Quando há ar disponível no reservatório, o motor passa a funcionar no chamado "modo compressor", em que a explosão do combustível é substituída pelo ar-comprimido.
Motores multicombustível
O conceito não é novo. A montadora Ford levou-o bastante a sério há cerca de uma década, mas arquivou o projeto por dificuldades tecnológicas.
Mas Tunestal afirma que agora a tecnologia é totalmente realística, exigindo poucas alterações no projeto de um carro normal para chegar ao mercado.
Segundo o pesquisador, toda a tecnologia para construção do motor híbrido a ar está disponível, não exigindo nenhum material especial. Além disso, o motor híbrido pneumático é menor do que o motor híbrido elétrico, otimizando o projeto dos carros.
A tecnologia pode ser usada com motores a gasolina, etanol, gás natural ou diesel.
Motor quase real
"Esta é a primeira vez que alguém faz experimentos em um motor real. As pesquisas até hoje eram apenas teóricas. Além disso, nós usamos dados que resultam em ciclos de rodagem realistas, como, por exemplo, dados dos padrões de direção dos ônibus de Nova Iorque," afirma Sasa Trajkovic, coautor da pesquisa.
Os resultados indicam que os maiores ganhos do motor híbrido a ar vêm justamente dos padrões de uso urbano dos veículos, que andam e param constantemente.
"Minhas simulações mostram que os ônibus urbanos podem ter uma redução no consumo de combustível de até 60% com o uso dos motores híbridos a ar," afirmou Trajkovic.
A eficiência de conversão da energia das frenagens em ar-comprimido, e daí em energia utilizável pelo motor, chegou a 48%, equivalente à dos veículos híbridos elétricos.
O motor real utilizado nos testes, contudo, tem apenas um cilindro. O próximo passo da pesquisa será construir um motor híbrido a ar de quatro cilindros, o que poderá colocar a tecnologia mais próximo da utilização prática.
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