Talvez ainda não seja a hora para que os aviões voem como os pássaros, mas este não parece ser o caso dos pequenos veículos voadores não tripulados.
Engenheiros da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, estão fazendo justamente isso, imitando o movimento das asas dos pássaros para ajudar a melhorar a manobrabilidade dos veículos aéreos não tripulados - VANTS, ou UAVs (unmanned aerial vehicles).
Esses micro-aviões não tripulados são projetados para vigilância, observações científicas, monitoramento de tráfego, auxílio no combate a incêndios florestais e uma infinidade de outras aplicações.
Na maioria delas, a missão consiste sobretudo em observar do alto um alvo fixo em terra.
Mini-veículos aéreos não tripulados teriam sido valiosíssimos, por exemplo, no combate ao acidente nuclear de Fukushima, quando os técnicos simplesmente não sabiam a situação dentro dos prédios dos reatores depois das explosões de hidrogênio.
Asas fixas e asas móveis
Um veículo de asas móveis - como um helicóptero - parece ser a melhor escolha para sobrevoar um alvo fixo. Mas eles são menos eficientes para alcançar longas distâncias, sobretudo nas dimensões reduzidas previstas para os VANTs.
As aeronaves de asas fixas, por outro lado, como os aviões tradicionais, não são muito bons em observar um ponto fixo no solo, exigindo sensores caros e pesados.
É por isso que os pesquisadores estão se voltando para a imitação dos pássaros: uma asa móvel não-rotativa pode permanecer fixa durante o voo de longa distância e mover-se para que a aeronave fique planando quando necessário.
Mas há uma vantagem adicional: planar como os pássaros permite uma aproximação suave e o pouso em áreas mínimas, como no alto de um poste, sobre uma cerca ou no galho de uma árvore.
Avião que pousa como pássaro
Tom Bewley e Kim Wright começaram a estudar essa possibilidade analisando vários vídeos em câmera lenta do pouso de aves.
O resultado foi o projeto de um avião que tenta imitar como os pássaros ajustam a forma de suas asas na aproximação para o pouso e como eles batem as asas para isso.
O primeiro protótipo está longe de ter a graça de uma águia pousando no topo de uma árvore, ou mesmo de um beija-flor robô, mas mostrou que os pesquisadores estão no caminho certo.
Dificilmente eles alcançarão o controle aerodinâmico das aves, mas o protótipo demonstrou que pousos "mais comportados" são possíveis.
Inspiração biológica
A aeronave biologicamente inspirada tem uma área de asas e uma cauda que procura imitar os pássaros estudados, que incluíram gaviões, araras e corvos.
A fuselagem e a cauda foram construídas principalmente com madeira balsa e espumas, usando as técnicas padrão usadas por hobbistas para a construção de aeronaves.
As asas foram feitas com fibra de carbono, fibra de vidro, espuma de alta densidade e nylon.
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