terça-feira, 21 de junho de 2011

Avião hipersônico transforma viagem em turismo espacial

Poucos dias depois que a Airbus apresentou seu conceito futurista de avião, sua controladora, a EADS, apresentou o conceito de um avião hipersônico.

Embora lembre muito o Concorde, a ideia é de voos mais altos.

Capaz de voar a até 32 km de altitude, o avião hipersônico pretende dar um gostinho de turismo espacial aos seus passageiros.

Como a aceleração máxima do avião não passará de 1,2 G, os passageiros não precisarão dos treinamentos exigidos por empresas como a Virgin Galactic - como a nave SpaceShip superará os 100 km de altitude, os viajantes estarão mais para astronautas do que para passageiros de avião.

A Lynx também pretende levar turistas espaciais saindo de um aeroporto comum, levando apenas um passageiro de cada vez e atingindo até 62 km de altitude.

Avião hipersônico

O conceito de avião hipersônico da EADS chama-se ZEHST - Zero Emission High Speed Transport, transporte de alta velocidade com emissão zero.

O avião decolará de um aeroporto comum, levando entre 50 e 100 passageiros, usando turbinas comuns.

Em uma segunda etapa da ascensão, serão ligados motores-foguetes, que levarão o ZEHST até 32 km de altitude.

Nesse ponto, onde as turbinas já estarão desligadas - o ar é rarefeito demais para que elas funcionem - e o motor-foguete já terá consumido o seu combustível, entrarão em ação motores estatojato, que manterão o avião acima de Mach 4, ou quatro vezes a velocidade do som.

A aproximação final do pouso será feita com o ZEHST planando, como fazem os ônibus espaciais. A uma determinada altitude as turbinas serão religadas para que o pouso seja feito de forma normal.

A EADS anunciou que deverá ter um protótipo funcional do ZEHST em escala reduzida em 2020. Voos comerciais não são esperados antes de 2050.

Zero emissão

Ao contrário do Concorde, que consumia combustível demais e fazia barulho excessivo, o ZEHST leva o termo "emissão zero" estampado no próprio nome.

Turbinas e motores-foguetes estão longe de qualquer coisa como emissão zero, mas os engenheiros esperam diminuir sua pegada de carbono alimentando as turbinas com bioquerosene de aviação e os motores-foguete com hidrogênio e oxigênio.

Mas os ganhos virão sobretudo em relação ao barulho.

Ao ultrapassar a velocidade do som, os aviões geram um estrondo conhecido como "boom sônico" - o barulho é tão alto que o Concorde só podia ultrapassar a velocidade do som quando estava voando sobre o oceano, sob risco de quebrar vidros e janelas e causar acidentes no solo.

Como voará muito mais alto, os projetistas do ZEHST afirmam que ele não emitirá o desconfortável estrondo.

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