Pesquisadores alemães desenvolveram um protocolo que permite a transmissão de sinais de TV contendo imagens 3D, seja pelas antenas comuns, via satélite ou por cabo.
Broadcast 3D
Embora não tenham alcançado o sucesso inicialmente previsto, o mercado de aparelhos de televisão 3D está se expandindo a um ritmo de 75% ao ano.
A indústria acredita que esse crescimento pode ser ainda maior se as transmissões comuns de TV, como noticiários e novelas, puderem conter programação 3D, hoje limitada aos discos blu-ray.
Os pesquisadores do projeto MEDEA, especializado em nanoeletrônica, começaram desenvolvendo padrões mais integrados para as transmissões 3D.
Agora eles anunciaram a criação de um protocolo para broadcast de TV 3D, chamado CoaXPress.
"O primeiro desafio foi garantir que as câmeras pudessem realmente filmar em 3D," explicou o líder do projeto, Klass Jan Damstra.
Hoje, para colocar um filme 3D em um disco blu-ray basta a gravação. Mas, para a radiodifusão, é necessário também editar e transmitir - procedimentos muito intensivos em processamento.
Os parceiros do projeto já desenvolveram as tecnologias que possibilitam a captura e transmissão de shows ao vivo em 3D - ainda que a rede de transmissão não esteja pronta para isso.
Transmissão de imagens em 3D
O grande desafio para a difusão de imagens em 3D está na quantidade de dados a serem processados.
As atuais técnicas de filmagem são baseadas em um par estereoscópico de duas imagens 2D filmadas com duas câmaras, dobrando a carga de dados que deve trafegar no canal de transmissão.
O grupo primeiro desenvolveu sensores mais rápidos e cabos de transmissão capazes de suportar esse acréscimo.
Mas eles olharam também para a outra ponta da cadeia de transmissão, concentrando-se em novos tipos de telas, que possam tornar a TV 3D uma experiência mais agradável do que a oferecida com a tecnologia atualmente disponível no mercado.
Nesse rumo, eles se adiantaram em outra rota: a adição da terceira dimensão nas atuais imagens 2D de alta definição (HDTV), filmadas com apenas uma câmera.
2D + Z
Transmitir uma imagem 2D mais uma informação de profundidade (2D + Z) usa menos largura de banda de transmissão e fornece mais flexibilidade para a exibição da imagem.
O resultado foi chamado de "Time of Flight", uma tecnologia similar à utilizada em radares.
Ao filmar, a câmera emite uma luz na frequência do infravermelho próximo. Medindo o tempo que a luz gasta para ir até o objeto e voltar para a câmera é possível medir a distância de cada pixel, criando um mapa de profundidade que diz ao receptor de TV a profundidade exata de cada objeto em cada cena.
A mesma tecnologia pode ser usada para calcular múltiplos pontos de vista, permitindo que várias pessoas assistam ao filme 3D de vários ângulos em relação à tela - isso simplesmente torna supérfluos os óculos 3D.
Sensores rápidos
Usando suas ferramentas de nanoeletrônica, os pesquisadores desenvolveram um sensor com uma resolução de 12 megapixels e uma velocidade de 250 imagens por segundo - os sensores para as câmeras digitais de consumo mais rápidas não passam de 10 imagens por segundo.
Para acompanhar essa velocidade, foi necessário desenvolver não apenas novos circuitos de processamento de vídeo, mas também um padrão de interface digital completamente novo.
"O desenvolvimento de sensores melhores vai também dar origem a uma nova gama de câmeras de alta definição, tanto para a indústria de radiodifusão quanto para o mercado de consumo. Vamos ver mais e mais programas em HD 3D, não só porque eles estão ficando mais fáceis de capturar, mas também porque as câmeras se tornarão mais baratas," prevê Damstra.
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