Há uma ameaça em potencial à espreita no acesso à Internet feito em lugares públicos.
Segundo pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, essa ameaça atende pelo nome de adware tifoide, uma forma de envio de anúncios que se espalha de forma muito semelhante ao padrão da disseminação da febre tifoide, sem exigir a instalação de nenhum programa invasor no computador.
Adware tifoide
Adware é um programa que se infiltra nos computadores, muitas vezes quando os usuários baixam arquivos como, por exemplo, barras de ferramentas ou protetores de tela, e normalmente fazem aparecer montes e montes de anúncios.
O adware tipo tifoide não exige que se baixe nada. Ele se aproveita de uma conexão sem fios à Internet, do tipo encontrado em shopping centers e cafés, onde vários usuários compartilham uma conexão não criptografada.
Os autores dos adwares normais instalam seu software em tantas máquinas quanto possível. Mas o adware tifoide vem do computador de outra pessoa e "convence" os outros notebooks a se comunicarem com ele e não com o ponto de acesso legítimo.
Em seguida, o adware automaticamente insere anúncios em vídeos e páginas da Web visitadas pelos computadores acessados. Enquanto isso, o dono do computador que leva o invasor de micros alheios não vê nenhum anúncio e não fica sabendo que está infectado - exatamente como os portadores assintomáticos da frente tifoide real.
Invasão discreta
"Nossa pesquisa descreve uma ameaça potencial à segurança dos computadores e oferece algumas soluções," disse o professor John Aycock, que orientou a pesquisa do brasileiro Daniel Medeiros Nunes de Castro e dos seus colegas Mea Wang e Eric Lin.
"Nós estamos estudando uma variante diferente do adware - o adware tifoide, que ainda não está por aí, mas acreditamos que será uma ameaça em breve," diz Aycock.
"O adware tifoide foi projetado para lugares públicos onde as pessoas trazem seus laptops," diz Aycock. "Ele é muito mais discreto, exibindo anúncios em computadores que não têm um adware instalado."
Febre digital
O membro brasileiro da equipe, Daniel de Castro, foi o responsável por apresentar as saídas indicadas pela equipe para se proteger contra essa "febre digital". O estudo foi apresentado na conferência EICAR, em Paris.
São várias as defesas possíveis contra essa nova forma de "invasão comercial". Uma delas é proteger o conteúdo dos vídeos, garantindo que o que os usuários estão vendo vem da fonte original.
Outra forma é configurar os computadores para segurança máxima, "avisando a máquina que ela está em um lugar não totalmente confiável."
"As empresas de antivírus podem também fazer a mesma coisa através de um software que impeça o computador de ser enganados e redirecionado para outra rede," diz Aycock.
Por que se preocupar com anúncios? Aycock explica: "Os anúncios não são apenas irritantes, mas eles também podem fazer propaganda de softwares antivírus falsos que vão prejudicar seu computador. Nesse sentido, os anúncios são, por assim dizer, a ponta do iceberg."
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