Os planetas estão localizados entre 500 e 4.000 anos-luz (aproximadamente 3,8 e 38 quadrilhões de quilômetros) do Sistema Solar - por isso são chamados de exoplanetas, ou planetas extrassolares.
Com as novas descobertas, sobe para 13 o número de planetas descobertos pelo CoRoT.
Descoberta de planetas
"O planeta menor tem metade do diâmetro de Júpiter (cerca de 71 mil quilômetros), e o maior uma vez e meia o diâmetro de Júpiter (214 mil quilômetros, aproximadamente)", conta o professor Sylvio Ferraz Mello, da USP, que participa do projeto.
"Os tamanhos desses planetas são determinados com bastante precisão, mas suas idades são apenas estimadas, em geral, em um ou mais bilhões de anos," diz o pesquisador.
Mello explica que o CoRoT trabalha em duas áreas pequenas do céu, uma na direção do centro galáctico e outra na direção contrária. "A luz de milhares de estrelas é medida de maneira continuada durante 150 dias, depois muda de alvos pelos próximos 150 dias, e assim por diante", aponta. "Depois da descoberta, as estrelas são observadas com potentes telescópios no solo, para confirmação."
Os planetas são descobertos porque passam na frente das estrelas e ocasionam pequenas diminuições na luminosidade. "Estas diminuições ocorrem de maneira regular, ou seja, são separadas umas das outras por intervalos de tempos sempre iguais uns aos outros, que equivalem ao período do planeta."
Evolução estelar
Os pesquisadores da USP contribuem na análise de algumas das medidas feitas no solo e no estudo dos fenômenos de maré que ocorrem nesses planetas. "Essas marés deformam os planetas e provocam variações em sua órbita que podem fazer com que o planeta caia na estrela no futuro", ressalta Ferraz Mello.
A missão espacial do CoRoT destina-se à descoberta de planetas fora do Sistema Solar e ao estudo da estrutura interna e evolução estelar, e tem a participação de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.
O telescópio espacial do CoRoT é utilizado em dois programas distintos, um de descoberta de exoplanetas (localizados fora do Sistema Solar) e outro de sismologia em estrelas, ambos com participação de pesquisadores brasileiros. Na área de sismologia, o IAG atua em colaboração com institutos de pesquisa no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
"O Brasil tem uma estação receptora de dados no Nordeste e engenheiros brasileiros participaram da equipe que preparou, na França, as rotinas de análise dos dados recebidos, antes de lançamento", conclui o professor do IAG.
Fonte: Agência USP
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