A equipe do professor Aydogan Ozcan, Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova tecnologia de microscopia sem lentes que promete transformar radicalmente os exames médicos, sobretudo em regiões carentes de recursos.
Eles criaram o menor e o mais leve microscópio do mundo para uso em aplicações de telemedicina.
Totalmente integrado e miniaturizado, o microscópio só precisa ser conectado à interface USB de um computador para fazer as análises, dispensando técnicos e laboratórios, não disponíveis em regiões distantes.
Imagens holográficas
Em vez de usar lentes para amplificar os objetos, o novo microscópio gera imagens holográficas das micropartículas, ou das células, ou de qualquer outro material que estiver sendo observado.
A tecnologia foi batizada de LUCAS - Lensless Ultra-wide-field Cell Monitoring Array platform based on Shadow imaging, algo como plataforma de monitoramento celular sem lentes de campo ultralargo, baseado em imagens sombra.
As imagens holográficas são geradas quando a luz emitida por um LED é refletida pelos tecidos ou pela amostra de fluido que deve ser observada, e captada por um conjunto de sensores ópticos.
A construção da imagem é feita por um algoritmo que tira proveito das sombras que, de problemas, tornam-se aliadas - veja mais em microscópio óptico dobra de resolução.
Microscópio integrado
Pesando apenas 46 gramas, o microscópio é um equipamento totalmente integrado. As únicas conexões externas necessárias são uma conexão USB para um computador ou um smartphone.
Depois de estruturadas pelo software, as imagens coletadas podem ser analisadas instantaneamente no próprio computador, dispensando a presença de técnicos treinados, abrindo caminho para a realização de exames em locais que não disponham de laboratórios ou hospitais.
As amostras são inseridas no microscópio usando um pequeno chip que pode ser carregado com saliva ou sangue. No caso do sangue, o microscópio é sensível o suficiente para identificar partículas e células, incluindo glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
A tecnologia tem potencial para ajudar a detectar doenças como a malária, AIDS e tuberculose. Ela pode ainda ser utilizada para monitorar a qualidade da água.
Microscópio para telemedicina
Usando dois acessórios adicionais, que custam entre US$1 e US$2 cada um, o microscópio sem lente pode ser convertido em um microscópio de contraste por interferência diferencial (DIC: differential interference contrast microscope), também conhecido como microscópio Nomarski.
Microscópios Nomarksi são usados para obter informações sobre a densidade de uma amostra, dando uma aparência 3D a uma imagem 2D por meio de um contraste com bordas e linhas.
O novo microscópio miniaturizado é também um recurso no campo da telemedicina. Em regiões com recursos limitados, equipamentos médicos portáteis são essenciais.
Essas ferramentas usam conexões à internet para se integrar a um laboratório ou hospital, em qualquer parte do mundo, que tenha os recursos necessários para completar o atendimento.
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