segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nanopartículas causam doenças autoimunes

Cientistas concluíram que a exposição a nanopartículas pode ter sérios impactos sobre a saúde.

NO estudo, realizado na Irlanda e nos EUA, eles descobriram uma vinculação entre esses materiais da nanotecnologia e da poluição à artrite reumatoide e ao desenvolvimento de outras doenças autoimunes graves.

Os resultados, publicados na revista médica Nanomedicine, têm implicações para a fabricação, uso e descarte final dos produtos da nanotecnologia e de novos materiais.

Embora as nanopartículas venham-se mostrando promissoras em várias aplicações, igualmente várias pesquisas têm demonstrado o risco não apenas de sua inalação pelo ser humano, mas também de seu contato com as células vivas.

A própria Organização Mundial da Saúde está conduzindo um estudo sobre os riscos da nanotecnologia.

Poluição e nanotecnologia

A poluição ambiental, incluindo partículas de carbono emitidas pelo escapamento de carros e caminhões, pelo tabagismo e até a inalação de poeira a longo prazo, de várias origens, têm sido reconhecidas como fatores de risco que causam a inflamação crônica dos pulmões.

Na semana passada, depois de décadas de estudos, a Organização Mundial da Saúde finalmente reconheceu que a fumaça de motores diesel causa câncer de pulmão.

Igualmente, já havia sido documentada a ligação entre o tabagismo e doenças autoimunes, como a própria artrite reumatoide.

Esta nova pesquisa agora levanta sérias preocupações em relação a riscos semelhantes causados pelos produtos da nanotecnologia que, se não manipulados adequadamente, podem contribuir para a geração de novos tipos de poluentes atmosféricos que causam riscos para a saúde global.

Nanomateriais

Yuri Volkov e seus colegas investigaram a existência de um mecanismo comum contribuindo para o desenvolvimento de doenças autoimunes em células humanas após a sua exposição a uma vasta gama de nanopartículas, contendo diferentes propriedades físicas e químicas.

Os cientistas analisaram uma vasta gama de nanomateriais, incluindo carbono ultrafino, nanotubos de carbono e partículas de dióxido de silício de tamanhos diferentes, que variam de 20 a 400 nanômetros.

O resultado foi claro e convincente: Todos os tipos de nanopartículas, em dois estudos diferentes, na Europa e nos EUA, causaram uma resposta idêntica em células humanas e nos pulmões de animais de laboratório.

Citrulina

O efeito das nanopartículas manifestou-se na transformação do aminoácido arginina em uma molécula chamada citrulina, que pode levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico volta-se contra o próprio organismo.

"A pesquisa estabelece uma ligação clara entre as doenças autoimunes e as nanopartículas. Prevenir ou interferir com o processo resultante de citrulinação, portanto, parece ser um alvo promissor para o desenvolvimento de futuras abordagens preventivas e terapêuticas em artrite reumatoide e, possivelmente, em outras condições autoimunes," disse o Dr. Yuri Volkov, responsável pelo lado europeu da pesquisa.

Veja alguns outros estudos com conclusões semelhantes sobre as nanopartículas:

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